Buscar artigo ou registro:

 

 

CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Euzeli Dos Anjos Manfré Guevara

Solimar Aparecida dos Santos Silva

 

RESUMO

A concretização para o ensino direcionado ao tema da cultura afro-brasileira procura sensibilizar os profissionais da área da educação da obrigatoriedade de políticas que comprovem e valorizem a cultura negra em geral. Para isso os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam com o objetivo de que a escola constitua uma solicitação indispensável para a concretização de uma cidadania democrática compreensiva e inclusiva. O atual estudo, de caráter sócio-histórica, tem por finalidade comprovar o valor da implantação da lei 10.639/ 03, que atribui à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira com maior qualidade referente ao ensino de História e Cultura da África e dos afrodescendentes.   Portanto, é através desta monografia que apresentamos como finalidade um relato a valorização da cultura africana e afro-brasileira nas escolas da rede pública e privada. Na Metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica, sendo que aos principais autores foram Paulo Freire, Vygostski, (MUNANGA. É uma pesquisa qualitativa cujo objetivo tem a finalidade de diminuir o preconceito e o racismo na escola e na comunidade.

 

Palavras-chaves: Cultura. Negra. Educação.

 

Introdução:

 

Este trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, retrata sobre a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar, exclusivamente no Ensino Fundamental, de acordo com a Lei n°10.639, de9 de janeiro de2003.

A Educação Infantil abrange o principal passo da Educação Básica e recebe um público de crianças de zero a seis anos de idade, assim sendo, suporta especialidades adequadas desse período da vida. É essencial aos procedimentos educativos das crianças pequenas o cuidar e o educar.  Esses comprimentos não estão excluídos e sim se completam.

O cuidado na Educação Infantil é à base de que a criança precisa para se progredir inteiramente, é zelar pelo bem-estar, é dar atenção que se estende em atividades conectadas, garantia e amparo indispensáveis ao dia-a-dia de cada criança.

Em todos os comprimentos do cuidar e educar, é indispensável analisar as características de cada criança com suas dificuldades, vontades, lamentações, assim como as extensões culturais, familiares e sociais. A conduta de cuidar e educar faz com que aconteça uma modesta afinidade entre as crianças e os adultos. E as crianças necessitam de professores afetuosos que proporcionam relações com o mundo.

Na comunidade atual, temas relativos a culturas, diferenças, gêneros, etnias, entre outros, envolvem maior concentração, principalmente no contexto escolar.

Assim sendo, o desempenho dos gestores torna-se necessário por “promover”, tensas e intensas discussões sobre esses assuntos, pois compreende-se que são esses assuntos que devem sempre estar presentes no que refere-se á introdução de conteúdos referentes as desigualdades culturais existentes no ambiente escolar.

            A escola é um espaço no qual as desigualdades culturais se fazem existentes, nos currículos prevalecem conteúdos provenientes de uma mesma cultura, que encontram-se ligados aos denominados conteúdos sociais e, especialmente, diferenciados com a qualidade dominante.

 Contribuir com o trabalho das culturas no ambiente escolar proporciona aos alunos de diferentes grupos étnicos identificarem a sua própria história e cultura, além do mais, isso também proporciona um intercâmbio no meio dessas culturas, no entanto, para que aconteça esse intercâmbio de culturas, há urgência de articular os conteúdos socias aos conteúdos que se refere a história e Cultura-Afro-Brasileira, desfazendo assim, o conceito de um currículo unicamente monocultural.

            A existência do Tema Afro-Brasileira no currículo escolar representa as concentrações e constante militância do Movimento Social Negro que foi decisivo para o grupo de atitudes afirmativas. Entre essas políticas salienta-se a lei nº 10.639/03, que impõe a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo da Educação Básica.

            Para conseguir uma educação diversificada e inclusiva as iniciativas percorreram todo o século XX. Dentre os exemplos podemos citar: a Frente Negra Brasileira (1930) que lutou por uma educação que destacasse a História da África e da população negra e, de imediato, combatesse as condutas discriminatórias nas escolas; o Teatro Experimental Negro (1940) que debateram a constituição universal da população negra; e o Movimento Negro Unificado (1978) que defendeu a introdução da história da África e do negro, no currículo escolar, brasileiro (Brasil, 2013, p. 7).

          Desse brilhante processo de debates e embates resulta a Lei n° 10.639/2003 que mantêm a introdução no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. dessa forma,  decreta-se um marco legal, político e pedagógico de reconhecimento e valorização das interferências africanas na criação da sociedade brasileira e, principalmente, do protagonismo da população afro-brasileira na constituição social, política e econômica do país.

           A obrigatoriedade da introdução da história da cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica estabelecida pela Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003 transferiu também um grande desafio aos professores da educação básica de todo o país.

           A atual circunstância política, econômica e social tem exigido das instituições escolares um novo exemplo de escola frente à obrigatoriedade de uma educação diversificada que considere a importância da abordagem dos conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira. Dessa forma, entendemos que a escola tem papel importante no sentido de ser a instituição responsável pela divulgação da cultura, ou seja, dos conhecimentos produzidos pela ciência e, igualmente, os conhecimentos provenientes da diversidade de conhecimentos que estabelece a constituição do povo brasileiro.

            A escola é um lócus onde acontece, diariamente, embates étnico-raciais e onde se reproduzem diversas relações sociais como, por exemplo, práticas preconceituosas, segregacionistas e, principalmente racistas que terminam inevitavelmente em desavenças.

           Considerando que as desavenças não resolvidas estão na base das diversas formas de violência, conclui-se que a escola é, portanto, um ambiente onde “as pessoas desinventam a violência” e  “firmam-se como manifestantes pacifistas e de direitos humanos” (PASSOS apud CABEZUDO; GADOTTI; PADILHA, 2004, p. 60).

            Visando desconstruir esses estereótipos e acabar com a propagação de atos racistas este projeto pretende, apresentar aos educandos a África em outro ponto de vista, isto é, a cultura africana para além do samba, da capoeira e da culinária.

            A fábula da democracia racial, presente na comunidade brasileira, não consente o resgate efetivo da cultura afro-brasileira e africana.

 

A cultura negra só pode ser entendida na relação com as outras culturas existentes em nosso país. E nessa relação não há nenhuma pureza; antes, existe um processo contínuo de troca bilateral, de mudança, de criação e recriação, de significação e ressignificação. Quando a escola desconsidera esses aspectos ela tende a essencializar a cultura negra e, por conseguinte, a submete a um processo de cristalização ou de folclorização (Gomes, 2006, p. 37).

 

            Nesse intervalo protagonizar a cultura negra em nossa comunidade, divulgar suas ideias, suas contribuições acadêmicas, literárias, sociais e políticas não tem sido trabalho fácil. Até então requer duras batalhas. Esse obstáculo advém  do preconceito racial disfarçado que não permite a valorização e o resgate da cultura negra.

 

Educação Infantil:

“A educação é ato de amor,por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir a discussão criadora, sob pena de ser uma farsa”.(Paulo Freire)

 

As fases do desenvolvimento humano têm suas atuações na metodologia de ensino-aprendizagem.

Esse desenvolvimento começa desde de o ventre da mãe e prossegue por toda vida.

Algumas crianças tem certas dificuldades associadas a esses conteúdos na aprendizagem, especialmente quando chegam no período da alfabetização.

Essas dificuldades podem estar ligadas a inúmeros motivos como: estímulos precários, distúrbios neurológicos, condições físicas, e emocionais.

Da mesma forma, sabemos que cada criança tem seu próprio tempo para aprender.

 

Temos que ter cuidado com essa criança, pois a mesma  pode passar a ter dificuldades na aprendizagem. Neste caso percebemos com clareza a relevância e a função da educação Infantil, visto que, é nessa fase que a criança deverá ser incentivada e preparada para a alfabetização.

       É então nesse momento que podemos trabalhar os pré-requisitos e os tópicos intelectuais, motores e efetivos/sociais.

       A Educação Infantil, no entanto,é uma fase importante, que necessita de cuidados especiais.

       Esse cuidado é dever dos pais e responsáveis, dos coordenadores pedagógicos e dos professores.

       Os pais e responsáveis precisam ter um olhar direcionado para o ambiente  escolar, de que maneira essa criança está sendo introduzida no mundo letrado.

          Os coordenadores necessitam inserir o projeto político pedagógico imediatamente na Educação Infantil, do mesmo modo á,caracterizá-ló como um ambiente alfabetizador.

         Os professores precisam observar o contexto de vida desses alunos, a respeito de que cada aluno está inserido e dar relevância as suas experiências, principalmente o que essa criança trás desde o seu nascimento, visto que ele não pode ser apontado como um ser que  ainda não sabe nada, mas entretanto, tem uma história de vida.

 

Para Freire (1997) e Perrenoud(1999a) Uma proposição de ensino que considere as construções do aluno pressupõe um professor que atua como protagonista da ação pedagógica, mostrando-se curioso, prestando atenção ao que o aluno diz ou não diz ou faz ou não faz, colaborando para que ele seja capaz de articular seus conhecimentos prévios com os conhecimentos escolares

 

         Os propósitos da Educação Infantil devem estar direcionados ao desenvolvimento da criança.

           Esse não pode ser unicamente o desenvolvimento físico, mas necessita ser constituída a consciência crítica objetivando a liberdade dessa criança.

          Percebemos que no começo da vida compreendemos a capacidade de produzir todos os tipos de conhecimentos, em concordância com o ambiente em que estamos incluídos.

            Da mesma maneira que a Educação Infantil é o início da escolarização, pode ser efetuada de forma a introduzir o interesse por diversos  conteúdos importantes. Dentre eles, o interesse pela leitura e por intermédio desta, haver um cidadão consciente e com liberdade. 

               Desde cedo as crianças convivem com inúmeras formas de conhecimentos elaborados e interpretados pelos adultos, cujos são os jornais, as tvs, ela observa os letreiros.

                Para que a criança compreenda melhor tudo isso que ela convive, ela necessita ter influência fora e dentro da escola, portanto é fundamental exibir todo tipo de material escrito que for possível em sala de aula.

                 Desta forma ela vai tendo contato com o material escrito e compreende as coisas com as quais ela convive no mundo, portanto vai facilmente se alfabetizando, tornando-se muito relevante a iniciativa para a pré-leitura e pré-escrita.

 

Vygostski(1995:152) destaca que o desenvolvimento das funções psíquicas superiores se apoia na base natural das formas de comportamentos.

 

                Sendo assim, a criança possuíra maior agilidade em aprender o contexto escolar desde o começo e para toda a sua vida escolar, relacionando-se com o contexto educacional.

           O aprendizado na Educação Infantil, deve partir de uma sugestão pedagógica, que compreende o respeito ao contexto social, de que modo a criança vive, prestigiando o saber e o conhecimento que elas trazem para a escola.

          Os educandos que trabalham com essas crianças, necessitam se conscientizar que o seu trabalho não é só preparar essas crianças para as séries iniciais do Ensino Fundamental, e sim, no entanto para o resto da vida, visto que, é no período de zero a seis anos que são impulsionados as bases para todas as aprendizagens futuras.

 

Superando a Discriminação na Educação Infantil        

 

 O Brasil revela-se no cenário internacional sendo uma comunidade apontada pelos piores índices de desigualdades sociais. A maioria dessas desigualdades são referidas ao racismo.

            O racismo se constitui na discriminação de pessoas, baseado em personalidades fenotípicas, a escola exerce parte de um conteúdo social múltiplo que inclui diferentes realidades.

            Essa diferença social constantemente é alvo de comparações, e a escola torna-se parte da comunidade, e sofre reflexos dessas diferenças.

           A educação faz convívio sociais com as quais as pessoas buscam transformar o comportamento. Para entender melhor a origem do preconceito na escola, é indispensável entender primeiro como ele se originou na comunidade.

          O preconceito apareceu na comunidade a partir do instante em que ela deixou de ser um ambiente coletivo, na qual as pessoas viviam sem maiores preocupações e o que era produzido em comum era dividido com todos e rapidamente consumido, não ocorrendo superprodução.

         A finalidade da educação era tratar dos interesses comuns da comunidade concluindo-se as igualdades entre todos os integrantes de modo amplo e completo, passando a ser uma comunidade dividida em classes destacando-se as diferenças.

 

Além de serem prejudicados por terem uma origem mais humilde, o que dificulta o acesso e a permanência na escola, os negros são prejudicados dentro do sistema de ensino, que se mostra incapaz de mantê-los e de compensar eventuais desigualdades que impeçam sua boa progressão educacional (OSÓRIO;SOARES,2005,p.34,grifos meus).

 

             A educação escolar tem por intuito a formação do aluno em condições de orientações, de condutas e de cidadania, no entanto o incremento de condutas implica em conhecer diferentes valores, identificá-los, vivenciá-los, investigá-los criticamente e propor livremente uma técnica de valores para si.

              A comunidade em geral, a partir de várias frações que a formam, retrata diferentes técnicas de valores e leis que abrangem todos os seus componentes.

           De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.33).

 

Os valores orientam as ações e possibilitam fazer juízo crítico sobre o que se toma como objeto de análise. Vale lembrar que existem diferenças e até conflitos entre sistemas de normas na sociedade, que respondem de maneiras diversas as diferentes visões e interpretações do mundo.

 

           A escola precisa ser um ambiente onde os valores morais são idealizados, refletidos e não meramente impostos.

         Para tal, a escola precisará evoluir por meio de seu projeto político-pedagógico, uma educação compromissada com a evolução cognitiva e moral dos seus sonhos, de forma a promover que eles venham interferir na realidade para transformá-la.

        Nesse contexto escolar, os valores necessitam estar presentes na ação de cada educador, necessitando ser visto, não como uma disciplina, mas sim como um trabalho de aprendizagem e de vivência.

        Atualmente a situação brasileira, com sua ampla desigualdade cultural, étnica e social, tem-se catalogado bastante com o início da dignidade humana, uma vez que essa desigualdade invariavelmente é alvo de preconceito e de discriminação, originando-se em conflitos e violências.

       A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9.394/96, é um dos pontos do conceito da relevância dos valores na educação escolar, entendendo-se como fim da Educação a criação da cidadania, engranzando nas intenções da educação, os inícios e valores eficazes que dão uma nova definição ao ambiente escolar, afastando-o de qualquer forma de preconceito ou discriminação que se modifica a dignidade humana.

       A criação de valores no campo educacional se amplia na vida familiar, no convívio humano, no trabalho, nas escolas, nos aparecimentos culturais, nas agilidades e organizações.

       O racismo e a ignorância trilham sempre de mãos dadas. Os estereótipos idealizados vicejam se está ausente o conhecimento, se falta o diálogo aberto, arejado, coerente.

 

A ignorância em relação à história antiga dos negros, as diferenças culturais, os preconceitos étnicos entre duas raças que se confrontam pela primeira vez, tudo isso, mais as necessidades econômicas de exploração, predispuseram o espírito europeu a desfigurar completamente a personalidade moral do negro e suas aptidões intelectuais. O negro torna-se, então, sinônimo de ser primitivo, inferior, dotado de uma mentalidade pré-lógica (MUNANGA, 1986, p. 9).

 

       Não tem preconceito racial que ceda à luz do conhecimento e do aprendizado. Neste, como em tantos outros temas, o conhecimento é o melhor remédio.

       Porém não é só por isso que o tema do racismo e da discriminação racial

é relevante para quem se preocupa com a educação.

       É fundamental que os currículos e livros escolares estejam livres de qualquer conteúdo racista ou de intolerância. Mais do que isso. É essencial que pensem, em sua integridade, as contribuições de vários grupos étnicos para a constituição da nação e das culturas brasileiras. Rejeitar essas contribuições – ou não lhes dar o mérito reconhecimento – é também uma forma de discriminação racial.

          A superação do racismo atual em nossa comunidade é imprescindível. É uma obrigação moral e uma responsabilidade política de primeira nobreza. E a educação é um dos termos determinantes para que sejamos vencedores nesse empenho.

         Iniciando da tomada de informações dessa realidade, sabemos que nossas ferramentas de trabalho na escola e na sala de aula, isto é, os livros e outros materiais didáticos visuais e audiovisuais transportam os mesmos temas viciados, depreciativos e preconceituosos em relação às comunidades e culturas não provenientes do mundo ocidental.

           Os mesmos preconceitos incidem também no dia-a-dia das relações sociais de alunos entre si e de alunos com professores no ambiente escolar.

          Porém há, alguns professores, que por falta de preparo ou por preconceitos neles introduzidos, não conseguem lançar mão das circunstâncias evidentes de discriminação no ambiente escolar e na sala como momento pedagógico privilegiado para discutir a desigualdade e conscientizar seus alunos sobre a relevância e a riqueza que ela traz à nossa cultura e à nossa identidade nacional.

 

Quanto mais as crianças tiverem conhecimento de que os argumentos usados para provar a inferioridade de outras raças foram desmentidos, mais fortemente hábitos e atitudes de aceitação e integração do diferente irão desenvolver (KLINBERG, 1966).

.

            Não pode recusar, entretanto, que as consequências deste modo racista, irracional, causam gravíssimas sequelas em milhares  de crianças que povoam as classes de aula do nosso Brasil. E a nossa batalha, atualmente reforçada com conceitos oficiais, necessita concentrar nas causas provocadoras e fortalecedoras destas sequelas que sustentam o racismo, os preconceitos e as discriminações em destaque.

           Preconceito é um conceito preestabelecido, que é fixado pelo meio

tempo e educação. Ele ajusta as relações de uma pessoa com a comunidade.

          Ao aceitar, ele passa por toda a comunidade, tornando-se uma espécie de intermediário de todas as semelhanças humanas. Ele pode ser acentuado, ainda, como uma indisposição, uma avaliação prévia, contrário, que se faz de pessoas condenadas por estereótipos.

 

 Enfatizando o Racismo e o Preconceito nas Classes da Educação Infantil.

 

         A educação infantil é um fator igualitário extremamente importante para todas as comunidades. Ela permite aos cidadãos transformarem os estereótipos muitas vezes estabelecidos historicamente ao conceito de um certo grupo ou classe social e cultural.

        Para a população negra brasileira do princípio do século XX, a educação era incluída como uma nova expectativa de vida, uma probabilidade de elevação e até concordância.

        O racismo o preconceito e as discriminações são assuntos de propagação crescente em nossa imprensa. Por meio disso, acrescentam-se os debates, estimulando a discussão destes assuntos dentro e fora da escola.

 

“A grande tarefa no campo da educacão” há de ser a busca de “caminhos e métodos para rever o que se ensina e como se ensinam, nas escolas publicas e privadas, as questões que dizem respeito ao mundo da comunidade negra. A educação e um campo com sequelas profundas de racismo, para não dizer o veiculo de comunicação da ideologia branca” (Rocha, 1998, p. 56).

 

         Amplo era o anseio da maior parte da população negra de entrar em escolas públicas, contudo, eram impedidos de conviver as próprias, apesar de estarem protegidos por normas que lhes garantiam o ingresso às aulas no período noturno.

          É sucinto sobressair, no entanto, que não desejar que os negros assentassem nos próprios assentos escolares que os não negros, não foi pretexto satisfatório para tirá-los da escola.

          Estudos sobre a narrativa da educação brasileira surgem comprovando que a população negra não permaneceu indiferente perante a exclusão a eles atribuída. Nas principais décadas do século XX, constituíram movimentos negros em diferentes partes do país, os quais podem ser analisados pelos defensores dos negros.

           Estes movimentos abrangeram extenso fortalecimento dentre as décadas de 1920 e 1930, exatamente no período em que se pregava a fábula da democracia racial, hipótese que difundia a falsa notícia de que as desigualdades étnicas conviviam na mais completa concordância.

           O ensino para todos era a finalidade fundamental. Assim como o preconceito em inclusão ao negro era amplo, estando os próprios considerados impossibilitados de serem bem-sucedida na sua vida escolar, a população negra se via coagida a acabar com estes estereótipos

 

 

É significativo para o desenvolvimento humano, para a formação Da personalidade e aprendizagem. Nos primeiros anos de vida, os espaços coletivos educacionais que a criança pequena frequenta são privilegiados para promover a eliminação de toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e racismo. As crianças deverão ser estimuladas desde muito pequenas a se envolverem em atividades que conheçam, reconheçam e valorizem a importância dos diferentes grupos étnico-raciais na construção da história e da cultura brasileiras (BRASIL, 2009b).

 

            Este experimento foi encorajado a partir do período em que foi aparecendo um grupo intelectual de negros, que continham a cultura letrada e passaram a tomar espaços que antes eram específicos aos homens brancos, esses intelectuais ajudaram no fortalecimento da Frente Negra Brasileira.

            O movimento negro introduziu neste período com assuntos onde proporcionavam fundamentais contribuições dos negros na história e na cultura brasileira e isso necessitaria fazer parte dos currículos escolares.

             A cultura afro-brasileira quanto as outras culturas, que são observadas como as danças, músicas, rituais etc. Tem todo um argumento histórico que pode ser cogitado em qualquer disciplina, uma vez que os negros destacaram em todas as atividades abrangidas ao incremento do país.

             A temática tão admirável não necessitaria ter obstáculos para que os educadores participassem. Entendemos que o estado não tem qualquer interesse em desenvolver as mentes dos alunos e muito menos dos educadores, pois oferecerão nas mãos de ambos uma arma importantíssima, a informação da exata história do Brasil.

             Entende-se que em muitos episódios, existe certa ausência de empenho do profissional para modernizar, principalmente por não se contar com o apoio da instituição ou ainda do governo que administra a educação.

            Sem desenvolvimentos continuados e atualizados, muitos educadores deixam de conhecer e proporcionar para os seus alunos o amplo apoio cultural que os negros trouxeram para o desenvolvimento da sociedade.

                Trabalhar com o tema cultural das etnias e seus tributos faz inserção de todos os alunos que convivem naquele ambiente educacional, pois todas as etnias proporcionaram grande contribuição para o desenvolvimento da sociedade brasileira.

                 É preciso silenciar falas representativas que são produzidas com a finalidade de regularizar, eternizar, dominar-se e tornar justificável a perpetuação de ambientes e cargos para grupos pré-determinados, por um princípio impiedoso de representação social, como os personagens negros são retratados nos desenhos de tais obras e compreender, os estereótipos e preconceitos existentes, fazendo uma comparação com obras que tratam da questão étnico-racial.

                As figuras assim como a linguagem falada se pronunciam e, ao fazerem tal articulação transmitem opiniões, preconceitos, estereótipos, sobre a definição do desenho nas obras da literatura infantil.

                Nessa direção, é essencial que se exista um olhar decisivo ao avaliar qualquer obra literária assim como um todo, tendo um cuidado específico às figuras especialmente, se esta obra for designada para crianças (no caso da Educação Infantil), pois será por meio destas que a criança irá de forma livre, introduzir-se ao mundo da escrita.

        Deste modo, é indispensável compreender que o uso das figuras proporcionadas nas obras literárias, pode ser destituído de preconceitos, proporcionar ao aluno, principalmente o negro, para olhar a si próprio e ao outro, bem como sujeitos produtores e reprodutores de cultura, atribuídos de valores e saberes.

           É necessário, no entanto, analisar o jeito, como o outro se apresenta para o conhecimento e para a reflexão do sujeito. O outro não está exclusivamente lá, acreditando ser reconhecido pelo sujeito do saber.

 

A impressão que se tem é a de que toda vez que o sistema de ensino propicia uma diferenciação de qualidade, nas piores soluções, encontramos uma maior proporção de alunos negros. Esses dados enfatizam, uma vez mais que, mesmo através das soluções alternativas para suprir as deficiências, ou as necessidades específicas da clientela, desenvolvem mecanismos que diferenciam e dificultam a educação da população negra (ROSEMBERG,1991,P.99-100)

 

          O resgate da lembrança coletiva e da história da sociedade negra não interessa somente aos alunos de ascendentes negros. Interessa do mesmo modo aos alunos de diferentes ascendências étnicas, especialmente branca, pois ao ganhar uma educação empeçonhada pelos preconceitos, eles ainda trouxeram suas estruturas psíquicas comprometidas. Além disso, essa lembrança não pertence exclusivamente aos negros. Ela pertence a todos, incluindo que a cultura da qual nos aperfeiçoamos diariamente é fruto de todos os segmentos étnicos que, apesar dos grupos diferentes nas quais se expandem, fornecem cada um da sua atitude na constituição da riqueza econômica e social e da identidade nacional.

           As oportunidades de a escola ser um centro de resistência e de acolhimento contra a violência racial estão sujeitos a uma completa alterada de jogo. A violência racial na escola embora ainda que não seja contada como exercício de agressão real.

         Na verdade, uma obra a respeito da superação do racismo na escola constituirá continuamente um libelo contra uma das mais cruéis formas de violências praticadas diariamente na comunidade brasileira. A violência racial escolar ataca contra o atual, de forma que o acontecido consome o futuro.

         Como, então, mudar esse quadro preconceituoso que afeta o desenvolvimento do verdadeiro cidadão e a educação de todos os alunos, em exclusivo os membros dos grupos étnicos, vítimas do preconceito e da discriminação racial? Não têm leis no mundo que tornem capazes de acabar com as práticas preconceituosas presentes nas cabeças das pessoas, práticas essas provenientes dos princípios culturais de todas as comunidades humanas.

         Porém, acreditamos que a educação é capaz de proporcionar tanto as crianças como também aos jovens e adultos a probabilidade de questionar e desfazer os mitos de dominação e desvantagem dentre os grupos humanos que foram introduzidos neles pela cultura racista na qual foram socializados.

        A despeito da complexidade da luta contra o racismo, que por consequência impõe diversas frentes de combates, não temos dúvida de que a mudança de nossas cabeças de professores é um trabalho preliminar muito importante.

        Essa mudança fará de nós os verdadeiros professores, adequados a contribuir no procedimento de constituição da democracia brasileira, que não poderá ser inteiramente preenchida enquanto durar a destruição das personalidades históricas e culturais das populações que desenvolveram a matriz plural do povo e da comunidade brasileira.

 

Conceituando as relações raciais na ludicidade da Educação Infantil

 

          Lidar com o racismo é muito relevante em sala de aula, referindo-se que o racismo não está só na cor, mas sim, nos grupos sociais, nas culturas e condutas, seja nas ruas ou nas escolas, e inclusive na tv cenas ou figuras que demonstram abertamente que convivemos em comunidades muito racistas e com diferenças.

 

Apesar de já ter havido um avanço nos últimos anos, a maioria dessas obras continua conferindo um lugar inferior ou negativo a negros e indígenas. Não é de se espantar que as desigualdades na educação entre brancos e não -brancos permaneçam iguais em todos os níveis, ao longo dos anos. (SILVA, 1995; COSTA, 2003).

 

           Mediante este pretexto devemos lidar na sala de aula com as crianças para que não nos tornemos racistas, e instruir-se a respeitar uns aos outros, na escola pode-se notar muitos acontecimentos racistas, preconceituosos e discriminatórios, em que, em várias ocasiões o profissional não consegue diminuir o enigma por falta de conhecimentos, e habilidades e, inclusive por incompetência em lidar com a desigualdade.

           A escola não é indiferente, ela é apropriada a reproduzir a discriminação racial de diversos modos, além disso, é apropriada a contribuir para um convívio pacífico entre diversas etnias. Os educadores dedicados podem concretizar uma interferência pedagógica e observar que pode compreender que lidar com os conceitos de discriminação e preconceito é extraordinário, mas é necessário agregar estes paradigmas do dia-a-dia. Excedendo, portanto, o viés dos apelidos, extremamente enfatizados pelas crianças e procurando revelar que a discriminação racial produz as diferenças.

 

O futuro do Brasil pertence á raça branca. Vivem principalmente pelos sentidos, os mulatos. As mulatinhas constituem uma espécie amorosa talvez sem par no mundo. A atração que exercem, sendo encantadoras, exige certa cautela (PEIXOTO, 1997, grifos meus).

 

           Por isso devemos analisar a relevância dos conhecimentos vivenciados pelas crianças, porquanto a partir do discurso elas mostram seus conhecimentos, suas experiências e se dispõem a respeito do assunto.

          A Cultura Afra Brasileira perante a educação básica é o essencial responsável pelos estudos a respeito das relações raciais e a educação dificilmente se voltam à Educação Infantil e, mediante, os estudos a respeito da Educação Infantil, algumas vezes destacam-se as relações étnico-raciais.

        Portanto, compreende-se uma modificação na compreensão da Educação Infantil, no qual percebe hoje, como um passo indispensável para o avanço intelectual, social e moral, além disso, ajuda para a obtenção de conhecimentos futuros.

        No entanto, ao incluir crianças de 0-5 anos de idade em ambientes educacionais, as qualidades adequadas da infância, que abrange o brincar não podem ser esquecidas, os jogos e as brincadeiras são indispensáveis na educação infantil, a ludicidade é importante para o aprendizado e a evolução das crianças na Educação Infantil.

           Compreende-se o lúdico na cultura africana e afro-brasileira sendo como um componente muito essencial aos conteúdos culturais já que comprova a competência de oposição, de inspiração e de formação dos negros.

        “O lúdico também identifica e valoriza as aperfeiçoes essenciais que os brinquedos e as brincadeiras assumem em distintos assuntos e em diferentes períodos históricos, em diversas sociedades e grupos sociais”, as brincadeiras fazem parte da vida das crianças.

 

O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal (capacidade que a criança possui), pois na brincadeira a criança comporta-se num nível que ultrapassa o que está habituada a fazer, funcionando como se fosse maior do que é. (Apud, Vygotsky (1991).

 

             Os jogos tradicionais ganham atuação importante no folclore, nesse contexto, as histórias, lendas se constituem em atuais brinquedos e brincadeiras brasileiras.

              As brincadeiras são muito importantes por enriquecer o conhecimento sensorial, instigar a capacidade criadora e ampliar as agilidades da criança. Os jogos proporcionam que a criança manifesta seus imaginários e suas dificuldades.

         A Lei 10.639 e as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais constitui a obrigatoriedade da formação inicial e continuada de professores para a abordagem dos temas raciais em todos os níveis da educação básica, exclusivamente na educação infantil.

         É importante destacar que os tópicos apresentados pelas Diretrizes, no que diz respeito, especialmente, os temas raciais e às africanidades brasileiras, mesmo não referindo a Lei 10.639/03 e suas Diretrizes estabelecidas em 2003, procuram dar conta, pelo menos durante o tempo em que, os princípios precisam conduzir os projetos de educação infantil em todo o país, para tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, principalmente as questões incluídas à pluralidade cultural, e aquilo que a Lei 10.639/03 estabelece como obrigatoriedade para as normas de ensino de todo o país, seja ele público ou privado, na abordagem dos temas raciais, a partir da obrigatoriedade do ensino de História da África e da Cultura Afro-Brasileira.

 

O racismo no Brasil mantém os negros em péssimas condições socioeconômicas e dificulta seu acesso à educação de boa qualidade e ao mercado de trabalho, entre outros prejuízos. A consequência disso é que as crianças, já maltratadas pelo baixo poder aquisitivo dos pais, também sofrem ao entrar no ensino público. O sistema foi construído com base na realidade da minoria abastecida, ou seja, da classe, da classe média brasileira. Assim, além de serem excluídas das escolas particulares, não recebe, nas unidades públicas, tratamento adequado ao seu desenvolvimento intelectual e emocional. (Apud Kanbele Munanga  2007, p.1)

 

          Perante todos esses temas e necessidades, como refletir sobre os procedimentos de formação de professores, principalmente aqueles da educação infantil, na abordagem dos temas relacionados à desigualdade cultural, os temas raciais, às africanidades brasileiras?

O Brasil é uma nação muito ampla em desigualdade étnica, ou seja, mostra-se um grande número de raças e etnias. Nesse caso, uma variedade de proporções de ser, refletir, conhecer, estabelecer e se manifestar prevalece na comunidade brasileira.

No ano de 1998, o Brasil não era amparado com leis tão transparentes referente à educação de inclusões raciais. Até mesmo depois de aproximadamente dez anos, continuamos vivendo com a falta de brinquedos ou livros infantis que divulguem a existência de imagens e de personagens pretos e pardos presentes nos centros educacionais. Para esta finalidade, foi criada na Lei 10.639/2003, por meio da qual assegura o reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira nas entidades escolares brasileiras, pretendendo reduzir os enigmas de racismo, de discriminação racial e de preconceitos sociais que ainda existem na comunidade brasileira.

             As crianças não nascem preconceituosas, no entanto se tornam preconceituosas, devido às experiências socioculturais, onde a discriminação está presente.

 

As crianças participam das relações sociais, e este não é exclusivamente um processo psicológico, mas social, cultural e histórico. As crianças buscam essa participação, apropriam-se de valores e comportamentos próprios de seu tempo e lugar, porque as relações sociais são parte integrante de suas vidas, de seu desenvolvimento (Apud Kuhlmann Jr p.31,1998).

 

É muito importante possibilitar à criança, conhecimentos que apreciem a desigualdade entre os sujeitos, bem como a cor dos cabelos, da pele e dos olhos.

Compreendemos que é muito importante o convívio das crianças com as imagens que retrata os diversos tipos físicos existentes, de maneira que seja capaz colaborar com a superação do preconceito semelhante à pele negra e a valorização da pele branca.

 

           Cultura Afro-Brasileira

 

Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica. (Paulo Freire)

 

           A cultura Afro-Brasileira e suas histórias foram se perdendo ao decorrer dos anos. Todavia, tem se buscado resgatar essa história, tão significativa para a identidade brasileira.

            Atualmente hoje em dia, o país brasileiro é o lugar que mais aglomera o povo africano. E é por isso que a Cultura Afro-Brasileira desempenha um papel muito importante no nosso território brasileiro.

          Com muita resistência, os negros escravizados buscaram conservar seus princípios e defender suas memórias culturais.  Faz muitos anos que os escravos vieram de várias regiões da África, os descendentes africanos se fortaleceram e as inclusões sociais entre os diversos povos modificaram o país em uma região de mulatos e ricos em desigualdade cultural.

            No entanto, foi no começo de século xx, que a maioria dos protestos e costumes, deu início a cultura brasileira, desta forma a cultura negra é essencial para construir a identidade do nosso povo, e é por esse motivo que a Cultura Afro-Brasileira se desenvolve em nosso país.

 

O ser humano só se realiza por meio do mundo, e ao se realizar humaniza o mundo. A atuação desse processo é o que chamamos cultura. Ele envolve tanto os meios para a ação humana, como também a finalidade e o sentido que tal ação imprime a esse processo. Nada disso acontece isoladamente, já que o ser humano se realiza sempre no interior de uma comunidade (Apud RABUSKE, 1992, p. 41).

 

          A comunidade é constituída por grupos sociais e pessoas que constituem afinidades sociais culturais. Portanto, entender o que é a cultura é fundamental.

         A comunidade atual aparece em um procedimento dividido em valores, decorrentes da desigualdade Cultural na história do Brasil, têm que analisar essa desigualdade como característica principal na constituição da identidade Brasileira.

             Ao raciocinarmos sobre a cultura é indispensável analisar a sua necessidade, em oposição ao conceito de que apenas sua ascendência, ou conhecimento é que determinam sua existência. Além do mais, encontram-se infinitas culturas determinadas a partir de diferentes fatores.

 

Os estímulos auxiliares podem ser altamente diversificados, incluindo os instrumentos da cultura na qual nasce o indivíduo, a linguagem das pessoas que relacionam com esse indivíduo e os instrumentos produzidos por ele mesmo. (Vygotsky, 1994)

 

              A desigualdade e as discriminações instituem na nossa comunidade, portanto, é obrigação da escola, por meio do método educativo, comunicar-se as diversas colaborações sociais, econômicas e culturais dos diversos grupos que constituem nossa comunidade. Compreendemos que a maioria das escolas ainda não traçaram caminhos para o reconhecimento da desigualdade social e cultural em seus métodos curriculares e também para a relação moderada da desigualdade que permanece em seu interior. Várias instituições de ensino de diversas categorias e natureza não tem acolhido a legislação, permanecendo, desse modo, a duplicar o preconceito, a discriminação e a violência nas escolas.

 

O aprendizado é mais do que a aquisição da capacidade para pensar; é a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre várias coisas. (Lev Vygotsky)

 

                  A escola sendo o núcleo das políticas educativas tem por consequência a intenção de solicitar modificações necessárias e relativamente constantes nos sujeitos, e que estas surjam a favor do desenvolvimento absoluto do homem e da comunidade. Os brasileiros idealizam que convivem em uma sociedade que não existe discriminação racial.

               O racismo, na definição atual do termo, não inicia basicamente no qual se fala da superioridade física ou cultural de uma etnia sobre a outra; ele inicia no momento em que se alia a superioridade cultural concreta e automaticamente condicionada a superioridade física; ou seja, assim como um grupo resulta das qualidades culturais de um grupo e as suas qualidades biológicas. O racismo é a diminuição da cultura biológica, o empreendimento de fazer o primeiro estar sujeito ao segundo. O racismo continua sendo um status social por uma qualidade natural. No entanto, os sujeitos destas culturas são exibidos, em boa parte, por meios de diálogos.

 

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda pela sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se podem aprender odiar, podem ser ensinadas a amar”.(Nelson Mandela)

 

              A comunidade brasileira, no comum, conhece exclusivamente a história dos negros que os livros didáticos mostram cuja arrogância incide em relação aos escravos dos períodos coloniais e imperiais, até a abolição dos escravos. Depois desses períodos, pouco ou nada se sabe a respeito do cidadão afro-brasileiro nos livros pedagógicos. Esta perceptibilidade ocasiona uma série de dificuldades que se eternizam na comunidade nos dias atuais.

             Assim, é provável assegurar que a história estabelecida por meio dos livros pedagógicos tem aumentado as críticas referentes de que depois a abolição, acabou a valorização do negro na história do Brasil.

           A abolição foi extremamente estudada até nos dias hoje, como sendo um enigma econômico e político das suas expectativas sociais. Ressalta-se a eliminação dos povos negros do comércio e no trabalho em agravo à vinda dos estrangeiros ocidentais. São raras as citações nos livros pedagógicos expondo a inclusão social dos negros depois da abolição. Por esse motivo existem raras citações a respeito da educação dos negros no decorrer da escravidão e no período logo depois da abolição.

 

“O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.”(Morgan Freeman)

 

 

 Brincadeiras Afro-Brasileira para a Educação Infantil.

 

          No mundo infantil, existem várias formas de brincar: pode ser em casa, pode ser na escola ou na rua, o brincar se forma em ocasiões de influência mútua, cuja intenção é a troca de conhecimentos pela intervenção do outro, já que ao brincar as crianças criam circunstâncias novas, idealizam e estabelecem múltiplos conhecimentos. Portanto, trabalhar as brincadeiras na educação infantil é muito importante, no entanto essa é uma maneira de modificar a existência da criança na pratica de possibilitar a influência entre o lúdico e a educação.

          No entanto, debater sobre as brincadeiras no dia-a-dia escolar na educação infantil nos faz pensar sobre as dificuldades identificadas pelos educadores a partir da ocasião que inicia um fazer diversificado e constituído na ludicidade.

 

“Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mais sim com prazer” (Cunha 2001, p.14).

 

          As brincadeiras na Educação Infantil são muito importantes para as crianças, elas exibem mais do que um “faz de conta”, é uma ocasião privilegiada, que proporciona às crianças a probabilidade de conhecerem circunstâncias novas, dividirem conhecimentos, assim como as preparam para vencer novos desafios. Os brinquedos e brincadeiras são desenvolvidos, conduzidos e lembrados de acordo com o nível de identidade social do grupo e da sua própria história cultural nos quais as crianças fazem parte.

 

“É dos sonhos que nascem a inteligência (...). É preciso escutar as crianças para que sua inteligência desabroche.”(Rubem Alves)

 

             A brincadeira proporciona a amizade entre as crianças, contribuindo com a superação da discriminação. Brincar ajuda no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. Os brinquedos e as brincadeiras da cultura africana são incluídos na Educação infantil, as brincadeiras, formas e exemplares de brinquedos que originalmente foram fabricados, conduzidos e vinculados por crianças portuguesas negras e índias.

         A cultura afro-brasileira é muito importante na educação infantil.  Portanto, as brincadeiras passam a ser elaboradas sem que esqueçam os costumes, induzindo a criança a desenvolver suas capacidades por meio de jogos e brincadeiras.

 

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (Lev. Vygotsky).

 

             Na comunidade atual, as crianças ainda vivem em distintas áreas, com atitudes discriminatórias que dissimulam a população conduzida e instituída por marcas culturais e valores daquela população; deste modo, necessitamos trabalhar jogos na educação infantil como uma complementação nas brincadeiras tradicionais que induzem as crianças a desenvolver a sua potencialidade de informações existente dentro de si e de suas origens.

           Portanto, esse trabalho expressa um pouco as tradições deixadas

como herança para as crianças. Que são exclusivamente os brinquedos e as brincadeiras deixados por esses povos que induziram o modo de viver da maioria das crianças, e que agem como riquezas culturais ao longo dessa constituição; deste modo, serão aqui abordados os temas: Brinquedos e brincadeiras Afro-Brasileiros.

             Sabem-se que os negros deixaram para a comunidade atual um mundo rico em culturas e tradições, como o vestuário, as comidas típicas, as danças as brincadeiras e os brinquedos que estão até os dias de hoje no mundo lúdico das nossas crianças. Nesse ponto de vista, é importante debater sobre a cultura desses povos, pois é indispensável conscientizar desde cedo as nossas crianças, sejam elas negras, ou brancas, a combater o preconceito racial, oferecendo uma educação com direitos e deveres iguais. É muito importante promover uma conscientização que compreenda tanto as crianças quanto a comunidade de modo geral.

              Trabalhar o lúdico na educação infantil; estimular o desenvolvimento de práticas lúdicas em atividades pedagógicas dentro do ambiente educativo; discutir o uso dos jogos e brincadeiras no processo ensino-aprendizagem.

 

Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas pra as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade. (Lev. Vygotsky).

 

              As brincadeiras tem papel essencial no aprendizado das crianças, sua realização como método pedagógico demanda um olhar cauteloso. O projeto das brincadeiras deve ser planejado de maneira a impactar o procedimento de ensino-aprendizagem da criança, pois é necessário que o educador, na hora de preparar suas aulas, traga em mente quais finalidades espera obter e constituir críticas de preferência desses jogos, sempre observando quais são as dificuldades de seu aluno, quais pontos da criança pretende trabalhar com esse recurso.

           A educação infantil estabelece uma etapa indispensável no procedimento educativo, e que as brincadeiras têm funções essenciais para o desenvolvimento da capacidade da criança, algumas preferências podem ser notadas pelo educador durante o planejamento das brincadeiras.

 

 Os Negros Afro-Brasileiros e seus costumes

 

Olha de novo: não existem brancos, não existem amarelos; não existem negros: somos todos arco-íris. (Ulisses Tavares)

 

           Os negros chegaram ao Brasil trazido como escravos africanos, no período do Brasil Colônia. Os costumes africanos eram discriminados pela comunidade branca, então, sendo assim os negros não se manifestavam; no entanto, eles tinham suas comunidades secretas, chamadas de quilombos.

            Nas comunidades, eles tinham liberdade para se manifestarem, com os costumes de suas terras natais.  Eles desenvolveram a capoeira, uma forma de demonstração dos negros, uma luta com qualidades de dança, era exercida para ser utilizada contra os inimigos (os seus senhores).

             Na Culinária uma das qualidades destacada da cultura afro no Brasil é a questão dos diversos temperos conceituado da culinária brasileira. Eles dispuseram da habilidade de combinar os temperos e tornar em comida brasileira. Pois, os escravos saíram de suas terras para um local distante, sem levar nada. Os pratos mais afamados da culinária afro-brasileira são: Acarajé; Vatapá; Bobó, a deliciosa feijoada é mencionada como um prato servido nas senzalas. Entre outros tem o azeite de dendê, tempero muito usado na culinária baiana.  As frutas e os temperos como: coco, banana, pimenta malagueta e o café são frutos originários das terras africanas.

 

Acima de sermos negros, brancos, árabes, judeus, americanos, somos uma única espécie. Que almeja ver dias felizes, precisa aprender a amar a sua espécie (...). Se você amar profundamente a espécie humana, estará contribuindo para provocar a maior revolução social da história. (Augusto Cury)

                                             

               O que mais impressiona é a alegria da população Afro-Brasileira; a capoeira é uma dança comum em diversas partes do Brasil, mais precisamente no estado da Bahia. Os negros também usavam roupas diferenciadas na formalidade da moda, a todo o momento apoiados nas culturas dos ascendentes, os penteados encantadores, tais como as tranças, os coques e o famoso cabelo Black Power.

                 A música prevalece no samba, sendo marcante na cultura brasileira, que é legado dos Afro-Brasileiros. A música surgiu na metade da década de 1920; no Rio de Janeiro, e consentiu a invenção de outros compassos, como o samba enredo; o samba de breque, o samba canção e outros mais.

                A religião afro-brasileira foi deixada pelos negros como; o candomblé, a umbanda, a macumba e o omoloko, que adotavam os cultos. No período do trabalho escravo, para que a veneração aos deuses africanos não cessassem, os negros utilizavam os santos da igreja católica, como forma de confundir a mão de ferro portuguesa. Por esse motivo, que se vê a combinação do candomblé com o catolicismo.

                 A cultura negra é algo que entusiasmou, não só o Brasil, mas várias nações que desfrutam da multiplicidade do movimento negro. Entre tantas às lutas, pode se falar que os negros venceram e prosseguem nesse procedimento. Apesar de ainda existir casos de racismo.

 

Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem. Lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracterize. (Boaventura de Souza Santos)

 

                O que poucas pessoas sabem é que o nosso português falado aqui no Brasil apresenta infinitas palavras da ascendência africana.  As muitas palavras presentes em nosso dicionário são utilizadas em comum significado tanto aqui como também em Angola.

              Atualmente, podemos analisar no dicionário brasileiro uma abrangência de termos que utilizamos no nosso dia a dia, sem termos o conhecimento de sua ascendência africana, mais exclusivamente do grupo banto. Entre os exemplares localizamos: abadá, caçamba, cachaça, cachimbo, caçula, candango, canga, capanga, carimbo, caxumba, cochilar, corcunda, dengo, fubá, gibi, macaco, maconha, macumba, marimbondo, miçanga, moleque, quitanda, quitute, tanga, xingar, banguela, babaca, bunda, cafofo, cafundó, cambada, muquirana, muvuca.

                 É muito importante que tenhamos conhecimentos de que a África é uma das intermediarias pelo português que existe atualmente no Brasil. Um idioma rico e variável, originado de diversos povos e que conquistou sua identidade exclusiva por conta da intensa miscigenação linguística.

 

Culturas Afro-brasileiras na Educação Infantil.

 

                  Há a crença que diz que a discriminação e o preconceito não fazem parte do dia-a-dia da Educação Infantil, e que não existem conflitos no meio das crianças por serem negras.

                    Na Educação Infantil as crianças já começam a descobrir seu corpo, suas diferenças e igualdade no meio dos colegas do grupo, escolhem com quem querem brincar na escola, tem suas opções por brinquedos, porém é essencial que o professor trabalhe em sala de aula temas sobre desigualdades e exclusivamente os referentes ao racismo, portanto não só com as crianças, mas sim com as famílias e a sociedade.

 

“A tarefa do professor é preparar atividades culturas, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir” (Maria Montessori).

 

.                   A Lei 10.639/03 passou a ser obrigatório nas escolas públicas e particulares do Brasil o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira.                           

               Compreendemos que a escola é um espaço onde estão introduzidas pessoas de diversas etnias, classes sociais e culturas. Deste modo, o espaço escolar oferece uma multiplicidade de culturas e nessa definição se fez indispensável à criação de documentos que oriente o trabalho do educador em sala de aula. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) veio dar esse apoio teórico ao educador que se depara com as infinitas multiplicidades atuais em sala de aula. Sendo criado em 1997, pelo MEC (Ministério da Educação) sugerindo agrupar nas escolas Temas Transversais, entre eles o tema Pluralidade Cultural, com a intenção de conscientizar os alunos sobre as inúmeras desigualdades presentes na comunidade. Deste modo, é fundamental que a educação ocorra democraticamente, respeitando às desigualdades.

                 Desta maneira compreendemos que a escola é um agente social, essencial na eliminação da discriminação racial na comunidade. Na maioria das vezes o preconceito racial é uma discriminação que acontece com pessoas de raça Negra, de maneira depreciativa e que causa muitas perturbações psicológicas na vida das pessoas atingidas.

 

(...) significa compreender seus valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de desqualificação: apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos, fazendo pouco das religiões de raízes africanas. Implica criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da pele, menosprezados em virtudes de antepassados seus terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito a comunidade negros. (Brasil, 2006, p.233).

 

                Sendo assim, percebemos que qualquer circunstância de desvalorização do sujeito em desvantagem a sua cor, tirando dele seus direitos já garantidos constitucionalmente é compreendido como racismo.

 

 Valorização da Identidade Negra

 

                Reconhecer  a identidade negra e combater atos de discriminação e preconceito são o principal passo para se conseguir uma comunidade racialmente justa.

                No Brasil, a cor ou a raça é declarada: ao responder ao Cadastro Demográfico ou outras pesquisas, cada pessoa descreve se é preto, pardo, branco, amarelo ou indígena. Essa identidade geralmente se relaciona à cor da pele e a outras qualidades físicas, não à ancestralidade.

                 A escola necessita colocar os alunos em contato com os ambientes que desenvolvem cada grupo étnico brasileiro, para que eles estejam adequados a compreender as dificuldades das identidades e, portanto, se assegurar não somente pela cor da pele ou do cabelo, mas igualmente por outros elementos. 

 

“...A meta principal da escola não é o ensino de conteúdo disciplinares, mas o desenvolvimento das competências pessoais.”(Perrenoud)

 

              O principal passo é dar valor aos agentes das etnias, proporcionando bons exemplos de atuações positivas. O desempenho da escola é revelar a identidade racial de maneira positiva, desprendendo das figuras que prevalecem nos meios de comunicação. Essas figuras são comuns em livros didáticos, que revela os  africanos escravizados em circunstâncias de acanhamento e vexame, e as apresentações de filmes e novelas, no qual negros ainda não assumem papéis de evidência.

               O educador necessita valorizar personagens negros em distintos desempenhos sociais, acionando artistas, escritores e cientistas africanos e afrodescendentes nos planos de aulas. É através desse contato,que os alunos de distintas raças passam a analisar  a aparência de afro-brasileiros em empregos de chefia ou como admiráveis pensadores. Os alunos são capazes de se afeiçoar com essas pessoas e admitir que é provável conseguir o sucesso.

 

 LEI 10.639/03, Superação dos preconceitos e atitudes discriminatórias, que incluam o estudo da influência africana na Cultura Afro-Brasileira.

 

             A Lei 10.639/03 torna- se obrigatória o ensino da História e Cultura Afro – Brasileira nas escolas, implantando o estudo da História da África e dos Africanos, a batalha dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na constituição da sociedade nacional. Lembrando que a Lei 10.639/03 teve mudanças no Art. 26 da LDB e Bases da Educação Nacional.

            Admitimos que os debates aqui alegados possam favorecer para reduzir os expressivos índices de diferenças de racismo na Educação Brasileira. Já se faz muitos anos que se debate a importância de fortalecer a identidade de crianças e jovens negros, por intermédio de introduzir os estudos sobre os negros no Currículo Escolar.

 

“O papel essencial da escola é oferecer ao educando ferramentas para dominar a vida e compreender o mundo.” (Philippe Perrenoud)

 

              Ao pôr em debates os temas previstos na Lei 10.639/03, permaneceremos colaborando para encarar as dificuldades das diferenças raciais na Educação Brasileira e, em especial, no Estado de Mato Grosso.

             Muitas das vezes os educadores de qualquer nível de ensino escolar persistem muito em aceitar que nas escolas, tanto como em qualquer outro espaço da comunidade brasileira, há racismo, preconceitos e discriminação racial.  O desenvolvimento historicamente de educadores é específico, em formar “o cidadão”, sem se preocupar com as desigualdades que existe entre alunos.

 

A Educação é a arma mais poderosa que pode usar para mudar o mundo. Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde há conflito e inspirar esperança onde há desespero (Nelson Mandela).

 

            A Lei 10.639/03 permite a introdução de conteúdos no currículo de ensino que possibilita o resgate da “cooperação da população negra nas áreas social, econômica e política, adequada a História do Brasil, Nesse ponto de vista a introdução de conteúdos educativos que provam a todos  alunos  e educadores  a importância das colaborações africanas a constituição da Língua Portuguesa no Brasil, pode se ajustar como um componente a mais, na edificação de respostas e os requisitos sociais em geral e, especial da população negra, no qual se menciona o reconhecimento quanto a indicação de direitos. Por este motivo implica uma reeducação das relações étnico - raciais.

                 A Lei 10.639/2003 é considerada sendo o início da história do povo negro para ser tratada com a mesma importância dos outros povos que chegaram aqui, portanto sendo um ponto de partida para uma modificação na sociedade. Na política educacional, a realização dessa lei constituiu a interrupção intensa com a atitude pedagógica que desconhece as desigualdades decorrentes do nosso método de desenvolvimento nacional.

                      Além do impacto positivo junto aos povos negros, essa lei precisa ser enfrentada como desafio essencial do grupo das políticas que têm em vista uma educação de qualidade para todos e todas.

                      Com a afirmação desta lei, existiu uma grande melhoria no procedimento de democratização do ensino, a batalha para reconhecimento da cultura e História Afro-Brasileira, procurando vencer o racismo e a discriminação racial. Portanto é provável formar uma nação democrática no qual todos desfrute dos seus direitos garantidos sem desprezar nenhum grupo social. Com a Lei 10.639/03 e suas referentes diretrizes curriculares nacionais vem incluir às reivindicação do movimento negro, e de outros movimentos sociais que permanecem atentos à luta pela superação do racismo na comunidade,  e na educação escolar, em especial. Esses grupos compartilham da compreensão de que a escola é uma das instituições sociais responsáveis pela constituição de desempenhos positivos dos afro-brasileiros.

                      Esta Lei inclui objetivos corrigir as diferenças e ocasionar oportunidades iguais para os diferentes grupos sociais e étnico-raciais, batalhando, portanto, para a importância e a valorização da história, a cultura e a identidade.  É muito importante buscarmos, entre todos aqueles que querermos desenvolver uma sociedade mais democrática, livre do racismo e da incompreensão. O desenvolvimento de uma nação que envolva e valorize a todos seus filhos, independentemente da cor da sua pele e da origem étnico-racial.

              Educar para a igualdade significa manifestar-se contra a desumanização, ao mesmo tempo, tanto quem constrange quanto quem é constrangido.

 

 Racismo na Escola

 

Educação (...) refere-se ao processo de “construir a própria vida”, que se desenvolve em relações entre gerações, gêneros, grupos raciais e sociais, com intenção de transmitir visão de mundo, repassar conhecimento, comunicar experiências. (Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva)

 

               A questão do racismo e da discriminação racial na escola é fundamental para a educação. Além disso, é essencial, que a preparação dos currículos e materiais de ensino inclua a diferença de culturas e de conhecimentos coletivos dos diversos grupos étnicos que agregam nossa comunidade.

             A educação é direito de todos, e o Brasil atual, graças aos empenhos alcançados nos últimos anos, já está bem próximo de  todas as

crianças estarem na escola. Isso é fundamental para a constituição de um Brasil mais justo. Mas não é satisfatório. É necessário, ainda, que a educação tenha habilidades, que respeite e promova o respeito às desigualdades culturais, que auxilie no fortalecimento dos corações e mentes dos brasileiros e da igualdade de oportunidades.

 

O melhor jeito para acabar com o racismo no Brasil é eliminar o critério de raça. O movimento negro sempre lutou para que os negros se orgulhassem da sua própria cor. Eu aboliria essa ideia. Aboliria o dia nacional da consciência negra, a política de cotas, as ações afirmativas. (Diogo Mainardi)     

       

               A desigualdade dentre brancos e negros no meio de nossa comunidade não está só na cor da pele, apesar de que o Brasil é um dos países mais mesclados do mundo, o preconceito e a discriminação racial são enigmas que distinguem a história do país.

              É na escola que as crianças negras começam a se perceber “diferentes” das demais, isso acontece quando não conseguem se enxergar nos livros didáticos que os professores trabalham, quando começam a receber apelidos de conotação racista, e também quando a única referência sobre a população negra que possuem é figura dos negros e negras sendo escravizados e submissos durante o período de escravidão. É partindo dessa realidade que a análise trazida nesse.

 

Eu sei que o movimento pela paz leva sua mensagem de confiança ao povo negro uma força poderosa pode ser assegurada em busca do objetivo maior de toda humanidade. E o mesmo vale para o trabalho e os grandes setores democráticos da nossa população. (Paul Robeson)

 

                  Avaliar o valor da criação e do cumprimento da Lei 10.639/03 no espaço escolar e como Finalidades Exclusivas: Debater as dificuldades raciais no assunto escolar; compreender as qualidades sociais e objetivas que recentemente colaboram para a não realização dessa lei; debater a obrigatoriedade de um espaço escolar mais inclusivo e de reverência a desigualdade.

                   Debater a temática das assuntos raciais no contexto da existência social brasileira é imprescindível para entendermos como se deu a origem do racismo pós escravidão, já que ao longo da história do país foi consistir em estabelecer o conceito de que vivenciamos uma democracia racial , esse conceito mantém o imaginário social na confirmação da seguinte declaração: “somos todos iguais”, e as desigualdades de oportunidades, sejam elas quais forem, entre negros e brancos são enfrentadas como “omissão de coragem própria” ou aquilo que admitimos como liderança dos mais competentes.

                 Apesar da ideia da democracia racial até então muito atual no imaginário social ao avaliar as pesquisas concretizadas com os cidadãos brasileiros é compreensível a consciência das pessoas a respeito do racismo, que por muitos anos persistem em nossa realidade.

                Perante essa triste realidade a escola se proporciona como uma ampla potência na batalha contra as discriminações, contudo acaba atuando como uma transparência da realidade que vive. Uma educação de característica necessita ser uma educação que aprecie a desigualdade dos sujeitos, esse reconhecimento não pode ocorrer exclusivamente em datas comemorativas, mas necessita ser um aprendizado diária que abranja professores e alunos contendo maior finalidade e a constituição de uma comunidade mais justa para todos e todas onde sejamos capazes identificar que a desigualdade não é algo negativo.

 

E de pai para filho o racismo passa, em forma de piadas que teriam bem mais graça se não fosse o retrato da nossa ignorância, transmitindo a discriminação desde a infância. E o que as crianças aprendem brincando, é nada mais nada menos do a estupidez se propagando. (Gabriel Pensador).

 

                As crianças não têm sentimentos de  racismo e preconceitos, para elas todos são  semelhantes, porém com o  passar do tempo elas descobrem com os adultos que ainda existe pessoas superiores as outras, o que não é muito verídico, mas infelizmente elas aprendem isso e o recurso para parar com esse racismo irracional é que os pais e educadores instruam aos seus filhos e alunos que todos  são semelhantes perante  Deus e da lei do nosso país,  e que ninguém é melhor nem pior que o outro, que todos tem o direito de serem semelhantes uns com os outros.

               O racismo pode acontecer: na escola; na faculdade; no trabalho; nos vizinhos. O racismo na escola é uma das dificuldades enfrentadas pelos educadores, infelizmente ainda observamos muitos acontecimentos de racismo nas escolas, especialmente no primeiro e segundo ciclo.

 

Racismo é o conjunto de teorias, crenças e práticas que visam estabelecer uma hierarquia entre as raças previamente constituídas pelo Racionalismo ( concepção ideológica que divide a humanidade em raças-  Lineus)

 

Quais os efeitos do racismo nas crianças?

- Autoestima baixa; negação da própria cor; sentimentos de amargura e revolta; problemas de se relacionar com outras pessoas; fracasso no desenvolvimento escolar.

 

 Valorização Cultural da Identidade Negra Afro-Brasileira

 

          A importância de pensar o ser como identidade que se estabelece a partir da desigualdade. Assim, o ser, conhecido como ser negro enquanto identidade negra. A identidade não torna um acontecimento estagnado, mas sim está sujeito as modificações e alterações tanto ao nível grupal como da comunidade.  Sendo assim, refletir ser negro é refletir uma identidade vivida nas desigualdades.

 

Uma das maiores covardias ao negro, foi negar-lhe sua identidade, fazendo com que os próprios refletissem o racismo como uma forma de serem aceitos na sociedade. (Dejair Sales).

 

                 A identidade é sucessivamente definida em conteúdos relacionais. Dessa maneira, as qualidades sociais de autoidentificação são elaboradas no contexto das inclusões sociais e das disputas de domínio. Isso sugere que a identidade procede da manipulação de um conceito positivo ou negativo do grupo, particular ou grupal se configurando a partir de um olhar sobre o outro, ou a partir do olhar que o outro tem sobre nós. Isso deposita em foco temas referentes a confusões e uniões, oferecendo a identidade uma aparência, de certa maneira, casual. Portanto, as identidades não necessitam ser refletidas como qualidades fixas no tempo e no espaço.

 

Sou brasileira seu moço! Sou brasileira, afro descendente, tenho minhas origens de pertencimentos, ainda criança não perdi minha identidade no medo praticado por nossos algozes. Não, estou perdida em identidade, meus pais me disseram quem eu sou, tenho orgulho da minha ancestralidade e ela... (Eli Odara Theodoro)

 

            Vale destacar que os discursos sobre a procedência comum dos grupos são utilizados como legitimadores da identidade coletiva. Decorrente da análise a respeito de que a identidade negra necessita para se deslocar facilmente do tema cultural dos grupos para o estudo da necessidade e da manutenção das formas de classificação desses grupos ou comunidades.

          Ser negro misturado não diminui as suas identidades negras, mas manifesta-se, especialmente, as formas de autoafirmação. Mesmo que não exista negro legítimo no Brasil, eles não deixaram de demonstrar o orgulho e o importância de suas identidades negras. Igualmente as aparências fenotípicas ficaram destacadas como respeitáveis para suas autoafirmações, especialmente o cabelo, o contorno do nariz e a cor da pele. Além do mais, entendemos que entre os participantes a definição da declaração negra se manifesta nos termos da persistência contra o preconceito racial difícil de suas vidas, em virtude desse preconceito estabelece a obrigação de se pensar como desigual dos outros. Deste modo, essas são as aparências que foram recorrentes nas atitudes dos participantes de garantirem um ser negro como identidades negras surgido da existência e da relação com as desigualdades.

 

Cultura é o amor ao saber, o esforço contínuo para desenvolver a educação científica, artística, e literária, a proteção aos que sobressaem pela inteligência. Há países que tem muita civilização e pouca cultura.( Antenor Nascente).

 

               O negro é integrante da população brasileira que estabelece, ele faz parte do começo da nossa historia. A hereditariedade  cultural entusiasmam o nosso povo, com suas heranças culturais. No mundo não existe pais idêntico ao Brasil, com varias etnias e culturas distintas, na constituição étnica brasileira e  cultural.

            A cultura negra é bem conveniente no território nacional. Além  de étnica e cultura inferior, existem  linhas de modelo cultural e religioso em nosso ambiente. Outras desapareceram e outras dissolveram ou mesclaram-se.

            A cultura do povo negro e a sua maior riqueza é conservar e resgatar a história, preservar os seus valores

   

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

              Observamos que é preciso que a educação escolar considere a diferença, contendo como valor máximo o respeito às desigualdades, não ao elogio a diferença. As desigualdades não são impedimentos para a realização da atuação educativa, podem e necessitam consequentemente ser o fator do desenvolvimento da cidadania.

              Para que haja a superação das diferenças étnicas- raciais a escola tem um papel muito importante. Visto que é na escola que se pode constituir uma educação que adote as políticas educacionais e métodos de valorização da desigualdade.

           É na escola e, portanto, com o auxílio da família, que podemos excluir o preconceito e a discriminação sofrida pelos afrodescendentes. Para que exista esse fim é necessário que a escola e a família excluam os estereótipos de gerações ocorridas no período em que os negros eram inferiores aos brancos.

          A atribuição da escola é essencial para incluir os eliminados, e no desenvolvimento dos seres humanos. O ensino da educação étnico-racial é muito importante nessa missão, devido à identidade ser edificada no procedimento de ações e inclusões.

           Se refletirmos biologicamente, nascemos e morremos. A desigualdade da cor da pele de um ser humano não pode ser nem mais nem menos inteligente, nem mais nem menos superior, nem mais nem menos respeitado nem mais nem menos valorizado.

            Neste ponto de vista foi que proporcionamos uma simples narrativa do conhecimento da valorização da cultura africana e afra- brasileira independente de ser simples, ela traz uma consciência muito importante para todos independentemente da cor da pele, na comunidade.

 

 REFERÊNCIAS

 

Bolzan, Dóris Pires Vargas. Formação de professores: compartilhando e reconstruindo conhecimentos/Dóris Pires Vargas Bolzan. - Porto Alegre: Mediação, 2002.176p.

Brasil. Ministério da Educação/ Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília: SECAD, 2006

Lombardi, José Claudinei. Pesquisa em educação: história, filosofia e temas transversais/ José Claudinei Lombardi (org.)- 2. Ed.- Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDER; Caçador, SC: UnC,2000.

Mulher, Maria Lúcia Rodrigues... Educação e Diferenças : os desafios da lei 10.639/03/ Maria Lúcia Rodrigues Mulher...(et al).- Cuiabá: Ed.UFMT, 2009. 147p,il.

Santos, Ângela Maria dos. (org.) História e Cultura Negra: Quilombos em Mato Grosso/ Ângela Maria dos Santos; João Bosco da Silva (orgs.). Cuiabá: Gráfica Print Indústria e Editora Ltda/Seduc, 2009.98p.

Souza, Marina de Mello e África e Brasil africano/Marina de Mello e Souza-1.ed.- São Paulo: Àtica, 2014. 176p.:il.