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EDUCAÇÃO E CIBERESPAÇO: O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA E O ENSINO MEDIADO PELAS TECNOLOGIAS

 

                                                                                 

                                                                       Verônica Morais Gasques [1]

                      Patrícia Santos Luz[2]

                                  

RESUMO:

Este artigo apresenta parte de uma pesquisa acerca das transformações introduzidas pelas tecnologias e sua repercussão no campo da educação, em especial em relação entre o conhecimento, o saber, e a imagem tecnológica.  Tem como objetivo apresentar a importância do uso das tecnologias no meio educacional, em especial nas aulas de língua portuguesa.  Bem como abordar o uso das tecnologias para a melhor aprendizagem do educando. As mudanças na atualidade nos impõem a necessidade de se reavaliar, recriar e reformular muitos dos valores e dos parâmetros educacionais. A proposta do presente estudo parte de questionamentos feitos por nós para a reflexão do uso do ciberespaço no meio escolar, pois sabemos que estamos em constante contato com o uso das tecnologias, neste sentido buscamos salientar que essas mesmas tecnologias podem ser agregadas a sala de aula. As fontes bibliográficas foram referenciadas em: Cortella (2014), Freire (2015), Gasperetti, (2001), Nogeira (2002), Turkle (1997), entre outras. A partir do presente estudo, foi possível perceber que mesmo com tantas tecnologias, muitos educadores não fazem uso das mesmas em suas metodologias de ensino.

 

Palavras-chave: Ciberespaço. Educação. Língua Portuguesa.

 

ABSTRACT:

This paper presents part of a survey about the tranformations introduced by technologies and its impact in the field of education, in particular in relation between knowledge, and technological image. Aims to present the importance of the use of educational technologies in the middle, particularly in Portuguese language classes. As well as addressing the use of technologies for better student learning. The changes forced upon us today nessecidade to reexamine, rebuild and redesign many of the values and educacional parameters. The proposal of this study  part of inquiries made by us to the reflection of the ciberespaço in middle school, because we know that I, in constant contact with the use of technology, in this sense we seek to point out that these same technologies can be aggregated to the classroom.The bibliographic source were referenced in: Cortella (2014), Freire (2015), Gasperetti, (2001), Nogeira (2002), Turkle (1997), amongothers. From the presente study, it waspossibletonoticethatwithsomany Technologies, many educators don’tmake use ofthem in their teaching methodologies.

KEIWORDS: Ciberespaço. Education. Portuguese language.

1. INTRODUÇÃO

 

            Este estudo tem como tema de investigação “Educação e Ciberespaço: O professor de língua portuguesa e o ensino mediado pelas tecnologias”. Pois sabemos que atualmente a tecnologia é algo indispensável, principalmente no meio educacional.

Considerando esta situação, o presente estudo tem como objetivo mostrar o quanto as novas tecnologias podem acrescentar à educação, proporcionado aulas com conteúdos significativos e motivadores, a partir do trabalho no ciberespaço.

A escolha da pesquisa não se deu de forma incerta, pois durante muitas pesquisas buscamos conhecer melhor o assunto. Nesse sentido, acreditamos a necessidade de termos um maior conhecimento a cerca do uso da tecnologia no meio educacional.

Contudo, nossa intenção é fazer uso das novas tecnologias no meio educacional. A motivação maior do nosso trabalho é proporcionar uma reflexão aos professores do quanto às novas tecnologias podem acrescentar à educação.

A metodologia empregada à pesquisa foi à bibliográfica, com pesquisas em livros, endereços eletrônicos, entre outros. O presente artigo encontra-se estrutura de maneira que nos leva ao entendimento do ciberespaço, bem como de que maneira podemos utilizá-los e o quanto seu uso pode agregar as aulas, novos meios de aprendizagem.

O presente estudo dividiu-se em temáticas, a primeira temática, intitulada “o conhecimento no ciberespaço” faz uma breve menção ao uso das tecnologias, e como essas são importantes para se adquirir o conhecimento; a segunda temática “as novas tecnologias e modalidades de aprendizagens” denominará alguns tipos de tecnologias e sua mediação com o aprendizado; a terceira temática intitulada “as novas tecnologias nas aulas de língua portuguesa” faz uma análise de como fazer a utilização das tecnologias nas aulas de língua portuguesa; após concluiremos os objetivos alcançados.

 

2. O CONHECIMENTO NO CIBERESPAÇO

 

Atualmente temos acesso a vários tipos de conhecimento, não somente através da escola, mas também por meio das diferentes tecnologias de comunicação e informação. No entanto o saber esta em construção. Lévy (1999, p. 17) conceitua o ciberespaço como “um espaço aberto da comunicação, realizado através da interconexão entre computadores e suas memórias, incluindo os sistemas de intercomunicação eletrônicos, quando transmitem informações advindas das fontes digitais ou destinadas à digitalização”.

Para Souza e Gomes (2008):

                Compreendida como fato social, a Educação não está descolada da realidade materiais e subjetiva que a gera e lhe confere especificidade. Nesse sentido, o desenvolvimento de relações sociais de novo tipo, promovidas e propiciadas, sobretudo por transformações que se operam na base material de vida e consequentemente nas novas configurações de poder, resultam na necessidade de desenvolvimento de processos educativos novos. (SOUZA e GOMES, 2008, p. 36).

 

Através do uso da tecnologia, conseguimos fazer da pratica educativa uma prática colaborativa. Sendo assim o ciberespaço permite aos alunos e professores a interação e o compartilhamento de opinião de forma mais espontânea. Conforme Scheneider (2006) o uso das tecnologias em recursos pedagógicos, possibilita ao educador novas formas de construção de conhecimento, levando o educando a ser um cidadão crítico e autônomo, e não estar preso ao espaço das “celas” de aula.

Turkle (1997) conceitua que o uso do ciberespaço ajuda os jovens a desvendar novos aspectos do eu, além de troná-los produtores, realizadores e personagens das suas próprias ficções, ajudando-os a serem inventores de si próprios, construindo novas identidades. Nesse sentido os estudantes podem criar textos multimodais, misturando palavras, sons, fotografias, gráficos, entre outros, e através dessa mistura criar sua própria cultura.

Dessa maneira, as redes sociais como WhatsApp, Facebook, Instragan, Blogs, entre outros, podem proporcionar, de forma positiva, a criação de diversas comunidades voltadas para o estudo, que para Carvalho (2009) são chamadas as redes de aprendizagem online, que possibilitam a interação das pessoas, fazendo com essas troquem informações para a colaboração da construção do conhecimento.

Conforme Gasperetti:

Graças à internet pode-se formar uma vitrine mundial sobre o mundo da escola e descobrir o que acontece em toda a parte. Muitas instituições estão pondo seus trabalhos on-line, outras estão construindo páginas e páginas para explicar seus projetos. (GASPERETTI, 2001, P. 47).

 

            A internet possibilita novas relações entre conteúdo e informação, amplia possibilidades de participação política, novas relações sociais e a expansão da arte, da literatura e da música, bem como nos ajudam a descobrir a multiplicidade de conhecimentos, levando-nos a escolher aqueles que nos despertam o interesse. Através do Ciberespaço convivemos com um espaço que nos leva ao exercício da criatividade, do lúdico e da comunicação.

            Cortella (2014) menciona “com o mundo digital, a informação que antes ficava armazenada numa biblioteca, por exemplo, hoje se pode ser acessada em poucos cliques. Mas informação disponível não significa necessariamente informação qualificada”. Neste sentido cabe ao professor mediar suas aulas de maneira digital e qualificada.

No entanto para Silva, cabe ao educador ser:

Em vez de meramente transmitir, ele será um formulador de problemas,  

provocador de situações, arquiteto de percursos, mobilizador de experiência

do conhecimento. Para isso contará com ferramentas ou interfaces que

compõem o ambiente virtual de aprendizagem, em que ocorrem

interatividade em aprendizagem (fórum, chat, blog, texto coletivo, portfólio,

midiateca e videoconferência do modelo “todos-todos”. (SILVA, 2003. p.12).

3. AS NOVAS TECNOLOGIAS E MODALIDADES DE APRENDIZAGEM

Ao longo da história da humanidade, os avanços tecnológicos sempre foram responsáveis por transformações nos mais diversos campos. Contudo as novas tecnologias da informação e da comunicação vêm desafiando a humanidade em um processo cada vez mais acelerado. Para Marçal Flores (1996) a informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitando o processo de ensino e aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares, visando o desenvolvimento integral do indivíduo.

Conforme Souza e Gomes:

Seria impossível falar em novas formas de comunicação sem falar no impacto que estas causaram no campo do conhecimento. A tecnologia em si não basta e a construção do conhecimento não pode ser abordada sem levar em conta o impacto tecnológico. As relações na produção do saber passam a adquirir dimensões bastante inovadoras, tornando-se pluridirecionadas e dinâmicas, abrindo possibilidades de vários interessados interagirem no próprio processo, rompendo com velhos modelos que se restringem à comunicação unilateral que privilegiam o emissor em detrimento do receptor. Este agora não deve apenas aceitar ou não a mensagem, mas tornar-se sujeito do processo de construção do conhecimento numa comunidade educacional interativa. (SOUZA e GOMES, 2008, p. 61).

Na atual sociedade, caracterizada “sociedade da informação”, constituída com ênfase pelos meios de comunicação, as culturas, os processos educacionais e as competências requeridas passam por uma crise de significados. Sendo assim, as informações não se atêm somente à palavra escrita, mas constituem grandes diversidades, tais como: textos, gráficos, som ou imagens e arquivos de áudio ou vídeo. Todas essas informações nos levam a mudar o espaço em uma velocidade nunca antes vivenciada, relacionando-nos, inclusive com os saberes, levando-nos a desenvolver competências e habilidades, possibilitando-nos a novas relações com o saber, caminhando para o ciberespaço. Este pode ser intensificado como interconexões entre redes de computadores, o que se manifesta em maior alcance com a internet. Denominado como um território eletrônico, onde se disponibilizam informações, dados e memória compartilhada através da interação, onde o espaço e o tempo não têm mais referencia. No entanto Libâneo (1998) menciona que há uma resistência por parte das pessoas em aceitar as tecnologias, segundo ele esta resistência esta associada à natureza política à tecnologia, contudo existem também razões culturais e sociais, ocasionando as pessoas um temor em ser substituída pela máquina e equipamentos eletrônicos, em especial no meio empregatício, isto se dá muitas vezes pela precária formação cultural e cientifica das pessoas.

Para Lévy (1999), as tecnologias da informação e comunicação estabelecem uma nova forma de pensar sobre o mundo que vem substituindo princípios, valores, produtos e instrumentos que mediam a ação do homem com o seu meio, possibilitando-o um maior aprendizado.

Conforme Valente (1993, p. 40) “o computador deve ser utilizado com um catalisador de uma mudança do paradigma educacional. Um novo paradigma que promove a aprendizagem ao invés do ensino...”.

Sobral (1999) menciona que é favorável ao uso da internet, salientando que ela facilita a tarefa do professor, sendo um guia de aprendizagem, permitindo a mediação de conteúdos, sejam elas entre professor e aluno ou vice-versa.

 

4. AS NOVAS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

 

Como as tecnologias podem ser inseridas as aulas de português?

De acordo com Nogueira (2002, p. 66) “enfim as novas tecnologias de hoje serão as velhas tecnologias de amanhã e se quisermos observá-las e utilizá-las no ambiente escolar, precisamos constantemente analisar nossas crenças, verificando se aquilo que está arraigado deve ser mudado”.

O uso das novas tecnologias nas aulas de português possibilita ao professor uma maior participação de seus alunos as aulas. De acordo com Para Souza e Gomes (2008, p. 41) “o leitor de um texto em rede não é mais um receptor passivo de leitura; ele participa da escrita emissão deste mesmo texto, já que tem diante de si um potencial de mensagem e não uma mensagem estática”.

Nesse sentido devemos levar a tecnologia para nossas aulas de fazer delas nossas aliadas. Porém é importante que o professor tenha consciência que o uso do computador durante as aulas deve ser planejado para se obter resultados satisfatórios. Pois sabemos que quando utilizados a tecnologia de maneira inviável a mesma pode ser perigosa e levar nossos alunos a ter maus resultados. Neste sentido Litwin constata-se que:

                 Como docentes buscamos que os alunos construam os conhecimentos nas diferentes disciplinas, conceitualizem, participem nos processos de negociação e de recriação de significados de nossa cultura, entendam os modos de pensar e de pesquisar das diferentes disciplinas, participem de forma ativa e crítica na reelaboração pessoal e grupal da cultura, opinen com fundamentações que rompam com o senso comum, elaborem produções de índole diversa: um conto, uma enquete, um mapa conceitual, um resumo, um quadro estatístico, um programa de radio, um formal escolar, u vídeo, um software, uma exposição fotogrática, etc. (LITWIN, 1997, p. 33).

 

Para Freire (2003), o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente “lido”, interpretado, “escrito” e “reescrito”. Nesse sentido cabe ao educador ministrar aulas que levem seus educandos ao conhecimento, mas que também sejam coerentes com a leitura de mundo dos alunos.

No entanto o uso das tecnologias no meio educacional proporciona uma revolução pedagógica ao professor. Para Souza e Gomes (2008, p. 39) “A adoção desta abordagem implica mudança significativa no processo educacional na medida em que redimensiona o papel do professor no processo pedagógico”.

 

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado da pesquisa mostra que através da mediação das tecnologias é possível levar um conhecimento mais amplo aos educandos. Através da pesquisa bibliográfica realizada, observamos que o uso das tecnologias no meio educacional é indispensável, uma vez que a todo instante estamos conectados as tecnologias.

Portanto, por meio do ciberespaço podemos proporcionar a nossos alunos uma aprendizagem mais avançada e de melhor qualidade, fazendo com que nossas aulas tornam-se mais criativas e interessantes. No entanto também observamos que o uso das tecnologias deve ser mediado e bem preparado para que se atinjam o resultado esperado.

Nesse sentido, a escola não pode se manter alheia as transformações e ao uso das tecnologias, ela deve proporcionar um ambiente onde os recursos tecnológicos sejam ministrados para a busca contínua, critica e investigativa.

Espera-se que este artigo possa contribuir para maiores esclarecimentos sobre uso mediado pelas tecnologias, e para finalizarmos reiteramos que o assunto discutido não será esgotado, tendo em vista que muitos educadores ainda não fazem uso das tecnologias no meio educacional, isso indica a necessidade de continuarmos investigando o processo do ciberespaço bem como o quanto as tecnologias podem ser aliadas ao ensino e a aprendizagem.

 

REFERÊNCIAS

CORTELLA, Mario Sergio. Educação e docência: novos tempos, novas atitudes. São Paulo: Cortez, 2014.

 


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire – 51ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

 


GASPERETTI, M. Computador na Educação: Guia para o ensino com as novas tecnologias. São Paulo: Editora Esfera, 2001.

 

LIBANEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? : novas exigências educacionais e profissão docente. 8. Ed. São Paulo: 2004 (Coleção Questões da Nossa Época, v.67).

 

LITWIN, E. Tecnologia educacional: Política, Hisória e Proposta. Porto Alegre: Artmed, 1998.

 

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

 

MACHADA, Educação e ciberespaço: estudos, propostas e desafios. / organização, Glaucio José Couri Machado – Aracaju : Virtus, 2010.

 

MARÇAL FLORES, Angelita – monografia: A informática na Educação: Uma Perspectiva Pedagógica. Universidade do Sul de Santa Catarina – 1996

http://www.hipernet.ufsc.br/forum/aprender.docs/monogr.htm (Acesso em: 04 de dezembro de 2016).

 

NOGUEIRA, N. R. O Professor Atuando no Ciberespaço: Reflexões sobre a utilização da Internet com fins pedagógicos. São Paulo: Érica, 2002.

 

SILVA, Marco. Educação onlaine. São Paulo: Loyola, 2003.

 

SOBRAL, A. Internet na escola. O que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.

 

SOUZA, Carlos Henrique Medeiros de & GOMES, Maria Lucia Moreira. Educação e Ciberespaço / 1ª Ed. Brasilia: Editora Usina de Letras, 2008.

 

TURKLE, S. A vida no ecrã...a identidade na era da internet. Lisboa: Relógio D’Água, 1997.

 

VALENTE, José Armando. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: UNICAMP, 1993.

 



[1] Veronica Morais Gasques, licenciada em Letras pela Fundação Universidade do Tocantins (PALMAS)-TO, Pós Graduada em Ensino de História pela Universidade Candido Mendes (RIO DE JANEIRO) / Ensino de Português pela Universidade Candido Mendes (RIO DE JANEIRO) e mestranda em Educação pela FIG. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. / Rua João Florentino de Melo, 725, Centro, Fone (66) 98425-0685, Nova Bandeirantes – MT.

[2] Patrícia Santos Luz, Licenciada em Pedagogia pela FAEL faculdade educacional da Lapa, Pós Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional pela FASA faculdade de Santo Andre, e mestranda em Educação pela FIG. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. / Nova Bandeirantes – MT.