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A BRINQUEDOTECA E SUAS POTENCIALIDADES COMO ENSINO APRENDIZADO JUNTO AO PEDAGOGO NO AMBIENTE ESCOLAR

Vanda Pires Santana
Rosália Santana Magalhães
Isabel Pires Santana
Janete Pires Santana
Cristiane Pires Santana Penariol

 

RESUMO:

É notória que a brincadeira já faz parte do aprendizado da criança, as brincadeiras livres possibilitam que a criança alcance o seu imaginário, trazendo o a todo vapor a realidade. Agora e se além da brincadeira desenvolvida em pátios dentro das escolas, na rua de casa, pudesse ser alcançada dentro de uma sala de aula especifica, da mesma forma que é possível delirar com milhares de livros dentro de uma biblioteca, seria possível imaginar e recriar milhares de brincadeiras com muitos brinquedos didáticos, sensoriais. Sim essa é a brinquedoteca e nesse artigo você irá conhece-la de uma forma precisa.

 

PALAVRAS CHAVES:  brinquedoteca. Escola. Lúdico.

 

INTRODUÇÃO:

 

No Brasil, a brinquedoteca ainda é recente e pouco conhecida. Porém, de acordo com Cunha (1997), a ideia de brinquedoteca surgiu em 1934 em Los Angeles e tinha como meta resolver o problema de uma loja de brinquedos que estava sendo furtada pelas crianças de uma escola próxima que roubavam os brinquedos. Foi quando o dono, em vez de puni-los, resolveu emprestar seus brinquedos. E com a ajuda comunitária, fez com que esse serviço avançasse pela Europa. Na Suécia, ela apareceu com o nome diferente chamado lucoteca, mas realizando a mesma função.

A biblioteca de brinquedo se disseminou no ano de 1967, na Inglaterra. No Brasil, segundo Cunha (1997), ela chegou devagar, inaugurando-se na APAE, em São Paulo, no ano de 1971, como centro de habilitação e, somente em 1981, o Brasil foi contemplado pela legítima brinquedoteca, na cidade de Indianápolis-SP., mas o que seria a tal brinquedoteca? E para que ela serviria? São as perguntas que deram estigmas para escrever sobre esse tema.

 

DESENVOLVIMENTO:

 

A brinquedoteca, de acordo com Cunha (2001), é um espaço amplo com diferentes modelos de brinquedos e jogos, que tem como objetivo promover auxílio específico a crianças com necessidades especiais. Mas, para chegar e se sobressair aqui no Brasil, a brinquedoteca teve como inimiga o sistema financeiro, que devido à falta de custeio governamental fez com que ela não alcançasse todos que precisavam dela.

Conforme Cunha (1997, p 13), a brinquedoteca é um espaço criado para proporcionar estímulos para que a criança possa brincar livremente. Os nomes dados tanto à brinquedoteca como ao brinquedista foram de autoria de uma professora pedagoga brasileira chamada Nyese Helena da Silva Cunha. Ela fundou a ABBRI (Associação Brasileira de brinquedotecas). Para ela, a importância da brinquedoteca está no brincar, sem a instituição de regras ou métodos. Ela sugere o ato de brincar livre e, assim, consequentemente, que se possa desenvolver um objetivo de cunho próprio da criança.

Já Teixeira (2008) mostra outra forma de executar a brinquedoteca. Para ele, as atividades podem ser e acontecer de duas formas diferentes: o brincar espontâneo e o brincar dirigido. O brincar espontâneo tem ligação com a ideia apresentada pela professora Nyese, porém, para ele, o pedagogo terá a função de avaliar e registrar toda a dinâmica da criança.

Essa proximidade do pedagogo servirá de apoio para que ele trace meios para melhorar suas metodologias referentes ao aluno, após a observação de seu comportamento. Para Teixeira (2008), no brincar dirigido, o pedagogo terá que dificultar a brincadeira gradualmente de forma a estimular as capacidades do educando, mas, simultaneamente, irá respeitar sempre seus limites.

Nas instituições escolares, a brinquedoteca traz suas potencialidades através das formas diferentes de trabalhar as disciplinas de matemática, português, história, geografia, entre outras com o uso de jogos lúdicos. Para Friedmann (1996, p. 30):

A brinquedoteca é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade o potencial para desenvolver as características lúdicas é hoje um dos caminhos mais interessantes que pode ser oferecido as crianças de qualquer idade e faixa socioeconômica o intuito é o de resgatar na vida dessas crianças o espaço fundamental da brincadeira que vem progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento infantil como um todo.

Entretanto, de acordo com Kishimoto (1993), com o passar do tempo, a brinquedoteca deixou de ser um espaço pensado somente para a escola e passou fazer parte de diferentes ambientes. Entre esses novos espaços, se destaca o ambiente hospitalar. A brinquedoteca hospitalar foi criada para proporcionar bem-estar e recuperação das crianças enfermas, disponibilizando brinquedos que são para usufruto delas na brinquedoteca, ou podendo ser levados para o leito hospitalar, dependendo das condições clínicas.

A lei federal 11.104, de 21 de março de 2005, dispõe sobre a obrigatoriedade de haver instalação de brinquedoteca nas unidades de saúde que possuem o atendimento pediátrico com regime de internação. Essa lei valoriza a vida da criança hospitalizada, pois o fato de a brinquedoteca ser inserida ao ambiente hospitalar, juntamente com o pedagogo, tem o propósito de promover tranquilidade, diminuindo, por conseguinte, a ansiedade e os traumas obtidos gradativamente por causa da hospitalização.

O brincar e o sorrir são essenciais para a saúde física, emocional e intelectual do indivíduo. Por isso, para atender essa demanda, é necessário que haja a união da equipe da educação junto à saúde. O pedagogo pode fazer suas brincadeiras e os doutores palhaços podem atuar divertindo as crianças de forma a amenizar seu sofrimento.

Para Masetti (1998), a mudança de comportamento das crianças é o resultado mais marcante do trabalho dos palhaços, pois em muitos casos, essas brincadeiras são importantes. Nota-se que várias crianças que estavam prostradas se tornaram mais ativas e tem considerável melhora em seu quadro clínico. As crianças que estavam quietas passaram a se comunicar mais; as que choravam passaram a sorrir e também a se queixar menos de dores. Observou-se melhora e o aumento de contato e da colaboração com a equipe e com o tratamento médico.

Além disso, notaram-se mais dois aspectos significativos: as crianças passaram a se alimentar melhor e a aceitar mais tranquilamente as medicações e exames, segundo os relatos dos profissionais. Houve também uma melhoria na imagem da hospitalização em si, pois modifica-se a percepção de hospital como um ambiente hostil.

 

CONCLUSÃO:

 

Diante desse contexto, fica perceptível a necessidade Da brinquedoteca, bem como a importância do ato de brincar e trabalhar o lúdico, usando- a como ferramenta, pois de acordo com Kishimoto (1993), ela é primordial no desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança.

Para Cunha (1994), a brinquedoteca, além de oportunizar o desenvolvimento, ajuda na relação familiar e prepara para o processo de interação com a sociedade. Porém, muitas instituições que deveriam oferecer uma brinquedoteca desconhecem a legislação que ampara e obriga o acesso gratuito a um espaço como a brinquedoteca a todas as crianças em sua rede de ensino.

O investimento financeiro não custeado pelo governo federal, estadual ou municipal deixa à mercê mais uma vez a sociedade. Isso porque seria possível transformar as salas brancas e frias em salas aconchegantes e chamativas, com muitas cores e brinquedos que estimulam as crianças a desenvolver e avançar seus obstáculos. Possibilitando que por momentos os seus atos imaginários se transformassem em realidade.

 

REFERÊNCIA:

 

BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei n° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 mar. 2019.

 

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedo: linguagem e alfabetização. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

 

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 3. ed. São Paulo: Vetor, 2001.

 

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brincar, Pensar e Conhecer: brinquedos, jogos atividades. São Paulo: Ler e Sonhar, 2001.

 

FRIEDMANN, Adriana. O Desenvolvimento da Criança através do Brincar. São Paulo: Moderna, 2006.

 

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender - o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 2006.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais Infantis. O jogo, a criança e a educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

 

MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGIATTI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. 7. ed. Curitiba: Vozes, 2009.

 

TEIXEIRA, Sirlandia Reis de Oliveira. A brinquedoteca como suporte do processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil. Revista Direcional Educador, v. 37, p. 21-25, agosto, 2008.