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A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

Ana Lúcia de Oliveira Kopsel
Ivone Henrique Soares
Rosibete Maria Fernandes

 

RESUMO

Este trabalho visa atrair a atenção para um momento fundamental que estamos vivendo, talvez, o mais importante que a Educação Especial vem passando. Desde o seu surgimento no Brasil e no mundo, sem dúvidas a Educação Inclusiva vem se tornando uma realidade nacional, nas escolas públicas e privadas, para que haja essa significativa adequação, o profissional da área deve estar preparado para as adversidades e obstáculos. O presente estudo tem como objetivo delinear algumas palavras voltadas ao entendimento do que é a educação inclusiva, qual é o seu foco, onde devem ser empregados os esforços para alcançar a plena inclusão do aluno com deficiência intelectual. Também visa compreender qual o planejamento adequado para algumas situações vividas em sala de aula, e as estratégias e dinâmicas empregadas no dia-a-dia e a importância da pratica pedagógica para atender de forma satisfatória o aluno que necessita de trabalho especial. Para este trabalho foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa e bibliográfica, a partir daleitura de diferentes autores que descrevem esse tema, como: Santana, Vigotsky, Pimenta, Mantoan, Gurgel, entre outros. Ainda não há total e plenamente umaeducação devidamente inclusiva e também nem todos os recursos disponíveis para se trabalhar com as variáveis que cada indivíduo exige. Mas é preciso refletir sore aspráticas de inclusão para que o sonho de incluir a todos se realize com os rumos quea educação inclusiva vem tomando.

 

Palavras-chave: Deficiência intelectual. Inclusão. Educação inclusiva.

 

ABSTRACT

This work aims to attract attention to a fundamental moment that we are living, perhaps the most important that Special Education has been going through. Since its emergence in Brazil and in the world, without doubt, Inclusive Education has become a national reality, in public and private schools, so that there is a significant adaptation, the professional in the area must be prepared for adversity and obstacles. The present study will outline some words aimed at the understanding of what is inclusive education, what is its focus, where efforts should be employed to achieve the full inclusion of the student with intellectual disability. It also aims to understand the proper planning for some situations lived in the classroom, and the strategies and dynamics employed in the day-to-day and the importance of pedagogical practice to satisfactorily meet the student who needs special work. For this work a qualitative and bibliographical research was carried out, from the reading of different authors that describe this theme, such as: Santana, Vigotsky, Pimenta, Mantoan, Gurgel, among others. There is still total and fully inclusive education and not all the resources available to work with the variables that each individual requires. But it is necessary to reflect sore the practices of inclusion so that the dream of including all is realized with the directions that inclusive education has been taking.

 

Key words: Intellectual disability, inclusion, inclusive education.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

O Brasil sempre foi um país com problemas no seu Sistema Educacional, o acesso à educação sempre foi um dos grandes problemas para a população, no entanto, de alguns anos pra cá tivemos avanços significativos. E entre estes avanços estão o compromisso de estabelecer um plano de ação político pedagógico para área da Educação Inclusiva.

Nos últimos anos o número de alunos classificados como deficientes intelectuais vem aumentando consideravelmente, são esses todos os indivíduos que evidenciarem características como desempenho insatisfatório, seja no comportamento ou no rendimento. Sendo assim necessários alguns mecanismos de compensação das limitações apresentadas por esses indivíduos, a escola poderá fortalecer atitudes de superação dos sentimentos de inferioridade. Essas açõesdevem acontecer com métodos e procedimentos especiais, que tornam possível a inclusão.

Como a inclusão é um processo incidente na realidade educacional, faz-se necessário efetivar meios para o estudo e entendimento do tema. Para colocarmos em prática o projeto de Educação Inclusiva é necessário um trabalho conjunto de professores, alunos, pais, e de toda comunidade escolar. É um verdadeiro desafio para escola assim como afirma umas das publicações do MEC, a Revista Inclusão:

 

A deficiência mental desafia a escola comum no seu objetivo de ensinar, de levar o aluno a aprender o conteúdo curricular, construindo o conhecimento. O aluno com essa deficiência tem uma maneira própria de lidar com o saber, que não corresponde ao que a escola preconiza. Na verdade, não corresponder ao esperado pela escola pode acontecer com todo e qualquer aluno, mas os alunos com deficiência mental denunciam a impossibilidade de a escola atingir esse objetivo, de forma tácita. Eles não permitem que a escola dissimule essa verdade. As outras deficiências não abalam tanto a escola comum, pois não tocam no cerne e no motivo da sua urgente transformação: considerar a aprendizagem e a construção do conhecimento acadêmico como uma conquista individual e intransferível do aprendiz, que não cabe em padrões e modelos idealizados. (Revista Inclusão, 2007, p.16)

 

A deficiência não é motivo para excluirmos o indivíduo de acesso ao conhecimento, vivemos um período no mundo em que todos falam em incluir nas escolas regulares os alunos portadores de necessidades especiais. A legislação é clara, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular a todos os alunos, independente de suas necessidades ou diferenças. Mas não é suficiente apenas esse acolhimento, o aluno especial precisa ter condições de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. O que é mais interessante é que Educação Inclusiva transforma as atividades e a forma de trabalhar dos professores e de todo apoio técnico da escola. Os professores começam a captar as maiores dificuldades dos alunos através de uma aproximação natural. O apoio e assistência dos professores do ensino regular é essencial, para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem.

A escola começa a criar uma infra-estrutura de serviços e aos poucos a escola inclusiva vai superando as dificuldades com o suporte necessário e desta forma a escola inclusiva se torna uma escola integrada à sua comunidade. Assim como afirma Aranha, “a escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica” (2004 p.08).

Em suma, o presente trabalho visa um aprofundamento na questão da inclusão, busca-se a importância da orientação aos pais, educadores, escolas e comunidade, para saber de fato quem é o Deficiente Intelectual, e formula uma postura para os docentes que se deparam com o aluno no dia-a-dia. A formação e capacitação dos profissionais para um melhor atendimento a demanda crescente, buscando equilíbrio, harmonia ao ambiente escolar, melhoria na qualidade das relações humanas, na qualidade da educação e nas instituições em geral que oferecem suporte aos deficientes.

 

  1. O DEFICIENTE INTELECTUAL

 

Para fins didáticos é necessário delimitar quem é o aluno com deficiência intelectual. - DI De acordo com D’Antino, a definição de deficiência mental mais difundida e aceita é a da Associação Americana de Deficiência Mental, de 1992, que representa um avanço conceitual:

 

Deficiência mental corresponde a um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, coexistindo com outras limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: comunicação, auto-cuidado, habilidades sociais, participação familiar e comunitária, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho, manifestando-se antes dos dezoito anos de idade. ( D’ANTINO, 1997, p. 97).

 

O termo deficiência mental foi alterado para deficiência intelectual em 1995 pelo simpósio Intellectual Disability: Programs, Policies, and Planning for the Future da Organização das Nações Unidas – ONU, com a desígnio de distinguir com nitidez a deficiência mental da doença mental (problemas psiquiátricos não diretamente associadas ao défict intelectual).

Santana assevera que:

 

[...]esse complexo conhecido como deficiência mental aponta para problemas situados no cérebro e causam baixa produção de conhecimento, provocando no paciente uma dificuldade de aprendizagem e um baixo nível intelectual. Porém, com exceção do espectro cognitivo, esta deficiência não atinge outras funções cerebrais. Entre as causas mais comuns deste transtorno estão os fatores de ordem genética, as complicações ocorridasao longo da gestação ou durante o parto e as pós-natais. O grande enigma que se coloca diante dos pesquisadores é como detectar ainda na vida dentro do útero estas características, já que em grande parte dos casos estudados foi praticamente impossível localizar o problema. No entanto, mais de duzentas doenças têm como consequência provável a eclosão de uma deficiência mental. (SANTANA, 2007, p.57)

 

Notamos que a Deficiência Intelectual geralmente é uma doença desenvolvida na gestação (29%) e que esse déficit cerebral advém de complicações neste período. Ainda assim foram contatados que esse problema também advém de fatores hereditários (19%) e ambientais (10%).

A deficiência intelectual possui características como limitações, no campo intelectual, no comportamento, na adaptação, habilidades, sociais, conceituais e práticas. Pessoas com deficiência intelectual podem ter um funcionamento intelectual um pouco inferior às médias. Também tem dificuldade para entender, aprender, realizar uma atividade comum para outras pessoas. Muitas vezes, comporta-se como sendo de menos idade do que tem.

 

2.1 Educação Inclusiva

 

A Educação Inclusiva é hodiernamente um dos grandes desafios do sistema educacional. As conjecturas da educação inclusiva surgiram na década de 70 e motivam diversos programas e projetos da educação atual.

A inclusão, de forma geral, compõe-se de ações amplas que, principalmente nos países em que há desigualdade social é muito grande, propõe uma educação com qualidade para todos. No conceito de todos incluem-se também os alunos que apresentam necessidades especiais. A inclusão social das pessoas com deficiência significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, garantindo o respeito aos seus direitos no âmbito da sociedade.

Sá assevera que para a educação, o sujeito com deficiência é um "aluno especial", cujas necessidades específicas demandam recursos, equipamentos eníveis de especialização definidos de acordo com a condição física, sensorial ou mental.

As classes especiais estão começando a serem implantadas nas escolas brasileiras, todavia o caminho ainda é lento e difuso, a inclusão de alunos com deficiência intelectual nas turmas regulares precisa ser monitoradas e bem disseminadas. Contudo, alguns Estados necessitam normatizar a presença de crianças, adolescentes, adultos nas salas de aula. Acima de tudo, é indispensável que todos os envolvidos nesta ação tenham clareza de quem é o público-alvo. E em seguida, quais as medidas a serem tomadas e, de que maneira garantir efetivamente esses direitos.

A educação deve ter por base o fato de que junto com a deficiência sejam oferecidas as possibilidades de passar por cima do “defeito”, sendo incluídos no processo educacional dando total assistência no desenvolvimento da criança. Dessa forma Vigotsky assegura:

 

[...] estruturar todo o processo educativo segundo a linha das tendências naturais à super compensação, significa não atenuar as dificuldades que surgem do defeito, senão que tencionar todas as forças para sua compensação, apresentar só as tarefas em uma ordem que respondam ao caráter gradual do processo de formação de toda a personalidade diante de um novo ponto de vista. (VIGOTSKY, 1997, p. 32-33)

 

A educação deve estar voltada para a prática da cidadania, de forma dinâmica, valorizando e respeitando as diversidades dos educandos, estimulando os mesmos a construírem seu processo de conhecer, aprender, reconhecer e construir sua própria cultura. O deficiente intelectual, deve então, ser educado em sociedade e para a sociedade.

 

2.2 A Preparação dos Profissionais para a Educação Inclusiva

 

Cada vez mais fica clara a necessidade de modificações na formação de professores para a área da Educação Inclusiva. E sobre a capacitação desses professores rege a Resolução CNE n. 02/2001, art. 18 e seus parágrafos 1º, 2º e 3º.

 

§ 1º São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para: I – perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação inclusiva; II– flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem; III

– avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais especiais; IV – atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial.

§ 2º São considerados professores especializados em educação especial aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequadas aos atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.

§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar: I –formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura para a educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental; II – complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

 

Desse modo, de acordo com o artigo exposto, Os professores devem se especializar e cumprir todos os requisitos exigidos por lei para poderem atuar em classes especiais. Procurar uma boa especialização, entrar diretamente em contato com as dificuldades do aluno com deficiência é fundamental para capacitação de bons profissionais para área.

O professor ao longo de sua formação deve procurar estar apto a atender todas as necessidades educacionais dos discentes. O aluno com deficiência já faz parte do cotidiano e saber lidar com suas dificuldades é dever do professor. Assim como assevera Pimenta:

 

(...)espera-se da licenciatura que desenvolva nos alunos conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que lhes possibilitem permanentemente irem construindo seus saberes-fazeres docentes a partir das necessidades e desafios que o ensino como prática social lhes coloca no cotidiano. (PIMENTA, 2005, p.17-18).

 

É necessário fazer um grande investimento e avaliar regularmente os cursos de licenciatura, pois notamos um excesso de tempo perdido com doutrinas ultrapassadas, deixando de preparar adequadamente estes alunos para ensinar, sendo fundamental rever os conteúdos destes cursos fazendo inclusão de novas teses sobre a escola do novo século.

O professor que trabalha com os alunos com deficiência intelectual, deve garantir que as necessidades educacionais de todos os seus alunos sejam identificadas e atendidas, por isso a necessidade de estar atento a todos os aspectos e sintomas que seus alunos apresentam no cotidiano.

Alunos com necessidades especiais demandam de um trabalho especializado, com meios e práticas diferenciadas dos outros alunos, para facilitar seu entendimento e desenvolvimento. Assim, as dificuldades apresentadas pelo aluno não são parâmetros fundamentais, e sim possibilidades e potencialidades para descobrir novas formas de aprender.

Para fazer a inclusão de fato é necessário ter uma postura mais crítica dos professores e alunos com relação aos saberes e como serão trabalhados. Incluir significa considerar a escola uma estrutura que precisa acompanhar os alunos, comer diálogo entre os educadores, na a comunidade escolar e outras áreas do conhecimento.

Sendo assim, a busca de novos meios pedagógicos deve ser incessante, sabe-se que na atual conjuntura os obstáculos são diversos, mas esse profissional não deve deixar de buscar a sua capacitação.

 

2.3 Estratégias de ensino na Educação Inclusiva

 

Há muitos estereótipos a respeito de pessoas com necessidades especiais, como por exemplo, que não possuem condições de desenvolver capacidades cognitivas. As escolas quanto a isso devem ter uma participação decisiva em sua formação e para dar a condição de cidadão social e político. É tarefa da escola a prepará-los para serem inseridos na sociedade excludente e complexa que não sabe muito lidar com diferenças, porque segundo Mantoan (2003), a inclusão faz repensar a função da escola e leva a adoção de posturas solidárias de convivência.

A educação brasileira não é muito eficiente para o atendimento da maioria de seus alunos, pois conforme ideia de Gurgel (2007), a educação especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas típicas, de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos. Também estariam inseridos nessa modalidade de ensino os alunos que possuem altas habilidades e super dotação.

A inclusão e seu conceito é uma dificuldade a ser superada por educadores nas escolas, precisa de tempo para ser implementado, mudar paradigmas e concepções. É necessário um projeto para toda a escola e com isso é preciso uma mudança nas práticas escolares, onde se permita acesso dos alunos com necessidades especiais, garantindo sempre a sua permanência. Veja a seguir algumas sugestões para o professor iniciar o trabalho de inclusão.

Algumas estratégias que o docente pode utilizar para o trabalho de inclusão na escola:

Para ensinar letras e números, faça em sua sala um jogo de bingo. De preferência, põe seu aluno DI junto com outro que possa auxiliá-lo na tarefa de identificar os itens sorteados. Você pode variar esse jogo, fazendo uma relação entre quantidade e número: por exemplo, na figura da cartela aparecem três objetos e você diz “três”. Isso também pode ocorrer com as letras. Você sorteia a palavra e a criança tem de marcar a letra inicial dela, que está na cartela.

Para ensinar a sequência de números, proponha a brincadeira de pular corda, na qual se conte: “um, dois, três...”, até que a criança erre. Quem fizer menos pontos vai bater a corda. Para “exercitar” o formato de números e letras, não faça seu aluno copiar muitas vezes. Faça a brincadeira de escrever o número ou a letra com o próprio número ou letra.

Alunos com necessidades especiais demandam de um trabalho especializado, com meios e práticas diferenciadas dos outros alunos, para facilitar seu entendimento e desenvolvimento. Assim, as dificuldades apresentadas pelo aluno não são parâmetros fundamentais, e sim possibilidades e potencialidades para descobrir novas formas de aprender.

Para fazer a inclusão de fato é necessário ter uma postura mais crítica dos professores e alunos com relação aos saberes e como serão trabalhados. Incluir significa considerar a escola uma estrutura que precisa acompanhar os alunos, comer diálogo entre os educadores, na a comunidade escolar e outras áreas do conhecimento.

É muito importante destacar o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, em colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, respeitando as diferenças e valorizando as potencialidades de cada um. Oferecer um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo.

Desta forma se promove uma cooperação entre os alunos e esse processo se desenvolve de forma conjunta, pois é na relação com o outro que o sujeito se constitui e se transforma. Se faz necessário trabalhar em parceria com a equipe especializada que acompanha o aluno, dentro e fora da escola, bem como as famílias, para ampliar as possibilidades de inclusão.

Quando seu aluno DI quiser sair da sala, não o impeça de fazê-lo. Isso acontecerá somente no começo. Com o passar do tempo, ele vai compreender que é querido por todos, que faz parte do grupo e, portanto, que seu lugar é em meio ao grupo.

Procure em sua sala de aula fazer atividades fora da sala. Por exemplo: desenhar ou descrever paisagens, fazer gincanas como contar quantos degraus tem a escada da escola, medir o perímetro do muro, a área do pátio, etc. Todas essas atividades vão ajudar a descontrair os alunos, principalmente aqueles que apresentam um comportamento muito agitado todo o tempo.

Não faça atividades diferenciadas para os alunos inclusos. Ao contrário, reforce seu plano didático com atividades que possam beneficiar a todos. Por exemplo, se você está fazendo uma atividade de leitura em que cada um lê um parágrafo, quando chegar a vez de seu aluno “diferente”, pergunte-lhe: “Você pode ler um pouco?” Caso ele não possa, diga-lhe: “Ainda não, mas quem sabe amanhã?” E passe para o aluno seguinte. Neste caso, a leitura não é importante, mas sim o fato de o DI estar inserido no contexto da atividade da classe.

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Para alcançarmos a efetiva inclusão do aluno com deficiência intelectual no ensino regular devemos manter a integração entre escola regular e escola especial, buscando essa fusão de forma que seja construída uma prática cooperativa e global, possibilitando organizar serviços de apoio mútuo. Estamos em busca de um novo modelo educacional e a inclusão deve ser uma das principais mudanças nas ações pedagógicas. Os professores e gestores educacionais devem buscar assumir o compromisso didático no avanço nas condições dos serviços oferecidos aos alunos com deficiência ou que apresentarem alguma necessidade especial temporária.

É importante salientar que é preciso olhar o indivíduo com necessidades educativas especiais com um olhar mais comprometedor, e lutar pela possibilidade de realmente incluir. Realizando mais estudos, sempre buscando novas ideias e conhecimentos para que o trabalho de inclusão seja cada vez melhor.

 

Referências

 

ARANHA, Maria Salete Fábio. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de EducaçãoEspecial, 2004.

 

BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 02/2001. 2001.

 

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