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PROJETO PRÁTICO - ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Eduarda Carvalho Camargo

 

RESUMO

O estágio permite compreender que uma escola quando é eficiente, permite cada dia vivenciar na sala de três a quatro anos e uma abordagem teórica que norteia as considerações sobre a atividade docente observada e atuante. Então o estágio é uma proposta fundamental que leva o acadêmico em contato com a realidade das salas de aulas, proporcionando o reconhecimento do dia-a-dia de como é a rotina nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como discutir as teorias que fundamentam suas práticas, não apenas como mecanismos, mas que a partir delas despertem reflexões inerentes ao processo ensino e aprendizagem. É possível ainda, observar que os professores devem trabalhar com clareza de objetivos e metas a serem alcançadas. Conhece a real função como espaço do saber, faz bom uso de estratégias administrativas e pedagógicas respeitando as leis educacionais vigentes. Destaca-se ainda, a escola como espaço coletivo, que deve contribuir para propiciar condições à formação da cidadania de toda a comunidade escolar.

 

Palavras–chave: Anos Iniciais. Escola. Ensino Fundamental.

 

1 INTRODUÇÃO

 

O pressente estágio é relevante por possibilitar ao acadêmico do curso de Pedagogia, adentrar no universo das experiências do contexto escolar desenvolvido a partir do Estágio Curricular Obrigatório – Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O mesmo é desenvolvido com base em atividades específicas que permite refletir sobre várias temáticas envolvidas no contexto.

Inicialmente é discorrido acerca das leituras obrigatórias, apontando um entendimento crítico sobre “A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem”, de Thiesen. Do qual demonstra como é fundamental o professor adotar uma postura concreta, distante dos paradigmas tradicionais e construir uma perspectiva que enxergue a completude das várias disciplinas durante o processo de ensino e aprendizagem.

Ademais, são abordadas com clareza o funcionamento e aplicabilidade do Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando o cenário desafiador que as escolas apresentam como infraestrutura e o desenvolvimento de ações pedagógicas coerentes com a realidade de cada espaço inserido. Relata ainda, sobre temas transversais contemporâneos da BNCC, considerando que a transversalidade compreende um conjunto de informações que permite elaborar metodologias que alteram a aplicabilidade pedagógica. Aborda também sobre as metodologias ativas com uso de tecnologias digitais. E posteriormente apresenta algumas atividades práticas que podem ser desenvolvidas em aulas.

Foram adotados trechos relevantes de dissertações, revistas, livros, e artigos científicos, considerando os seguintes descritores: anos iniciais; escola; ensino fundamental. Nesse contexto, os critérios de inclusão foram: artigos publicados, indexados em relevantes bancos de dados como Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico. Durante a pesquisa, foram excluídas obras publicadas que ao serem analisados não demonstraram conexão com o tema.

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

Em relação ao artigo de Thiesen, "A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem" destaque que a interdisciplinaridade tem dois enfoques essenciais: o pedagógico e o epistemológico, no qual enfatizam diversos conceitos sendo grande parte complementares. No enfoque da epistemologia, é essencial para o seu estudo conhecimentos referente as questões de produção; ciência e paradigmas; socialização e reconstrução; e estratégia de mediação entre o indivíduo e a sua realidade. No que se refere ao pedagógico, trabalha-se aspectos de cunho curricular, de ensino e aprendizagem educacional.

Sabe-se que apenas ideias compatíveis com a complexidade de uma realidade podem progredir formas de pensar relacionado a contextualização, interdisciplinarização e articulação dos conhecimentos realizados pelo ser humano. Sendo assim, a interdisciplinaridade fará o papel de articulação no processo de ensino e aprendizagem de modo que desenvolva como atitude (MORIN, 2005).

O autor aponta que quanto definição de conceitos relacionados a interdisciplinaridade está em processo de desenvolvimento. Toda demanda que possui um conceito definitivo e unívoca deve ser desconsiderado, refere-se a uma proposta que está sendo construída através das culturas disciplinares atuais e encontra limites em sua abrangência conceitual, que significa atribuir também uma visão disciplinar.

Refere-se ao conhecimento de investigações especificas e indagam a sua abertura para saberes que são do domínio de outras disciplinas, onde somente esse espaço poderá construir conhecimentos mais profundo da realidade a ser estudada. Onde estão frente a profundas transformações da epistemologia. É como se o mundo resistisse ao retalhamento disciplinar. Sendo assim, a ciência começa a exigir uma visão transversal (POMBO, 2004).

Ademais, o autor deixa claro que apesar da temática da interdisciplinaridade esteja em discussão tanto nas instituições de formação quanto nas escolas, principalmente sobre os debates referente ao projeto político-pedagógico, os problemas encontrados para a superar o referencial dicotomizador e dividido na socialização e desenvolvimento do conhecimento instrui a prática dos educadores são grandes.

A interdisciplinaridade tem como objetivo garantir o desenvolvimento de um saber globalizante, ultrapassando fronteiras das disciplinas. Dessa forma, apenas a integração de conteúdo não é suficiente, sendo necessário uma atitude interdisciplinar, uma postura onde manifesta o comprometimento profissional do educador, em projetos de trabalho, aprofundamento teórico na ética relacionado as questões e conflitos de abarcam o conhecimento (GADOTTI, 2004).

Ao tratar sobre as metodologias ativas, logo nota-se a questão do uso das tecnologias digitais que contribuem para a construção do conhecimento, em que esse processo possibilita discutir sua importância e necessidade haja vista a maximização dos horizontes de aprendizagem e associação com o ensino nas escolas. São distintas as ferramentas que os recursos tecnológicos permitem no processo pedagógico, mas basta identificar que serve além de estratégia como ação da comunicação e informação, a sua capacidade de adoção teórica no aspecto prático propriamente discorrido (SUZUKI; RAMPAZZO, 2011).

Para um maior entendimento abaixo (figura 01), é possível observar o mapa das funções desencadeadas a partir da metodologia ativa que engloba o contexto verídico dos atores do processo de ensino e de aprendizagem.

 

Figura 01 - Mapa funcional de metodologias ativas

Fonte: PIMENTEL (2010).

 

Portanto, a partir da imagem visualizada entende-se que em virtude de a docência exigir reflexões e procedimentos multidisciplinares na unidade organizacional, o método autônomo entre o aluno e os conteúdos transmitidos de modo coerente com a realidade contemporânea e os desafios que a tecnologia desenvolve, permite devido respeito ao tema no qual questiona-se a necessidade de entender como é fundamental o uso da tecnologia nas metodologias ativas, desde que considere seus resultados e possíveis expectativas concernentes ao propósito estabelecido incialmente. É evidente que aponta para o fato da vantagem no processo educacional e como instrumento que serve de subsídio e facilidade de conexão com os conteúdos abordados em sala de aula, desde que não exista limitações quanto a determinação de propósitos entre o aluno e seu universo moldado pelo professor. Todavia o recurso tecnológico cria oportunidades para facilitar o processo de elaboração do conhecimento com mais liberdade ao aluno, permitindo ações por parte do professor que precisa estar sempre atualizado (MELO, B.; SANT´ANA, 2012; SASSAKI, 1997).

Nota-se que a capacidade da docência em provocar uma dinâmica com inserção de conhecimento pedagógico pode evidenciar de modo sólido as ações envolvidas no âmbito educativo. As tecnologias além de abrir perspectivas para o aprendizado dos estudantes, produz uma capacidade de gerenciar e analisar com cautela como a da instituição é conduzida. Os métodos ativos que abrangem o uso dessa tecnologia, demonstram ainda que o professor se utiliza da ferramenta como mediadora diante da exploração das informações e conteúdos abordados em sala de aula. O uso da tecnologia amplia a memória do discente, que pode ser atribuída como um dos mais significativos processos psicológicos, pois reflete a imagem pessoal do indivíduo e subsidia de modo mínimo ou máximo o cotidiano. E ainda representa um recurso cognitivo com projeções executivas de maneira contínua, além de se relacionar ao aprendizado (MOURÃO; FARIA, 2015).

Nesse contexto, cada integrante do corpo discente necessita reavaliar os procedimentos que agrupam o desenvolvimento da estrutura do saber emanado por mecanismos tecnológicos, a habilidade de analisar com criticidade e inteligência as dificuldades que forem surgindo. Para tanto, o quesito ensino e aprendizagem são comumente reconsiderados e a metodologia envolvida frequentemente melhorados no que tange ao processo educacional (MORAN; MASETTO, BEHRENS, 2010).

Sabendo das dificuldades existentes no ambiente da instituição, como o aspecto estrutural e ainda a problemática da capacidade dos professores conhecerem as metodologias ativas com uso de tecnologias, ou seja, as ferramentas certas a serem usados em cada conflito ou experiência que possa surgir, vale ressaltar alguns dos principais desafios que precisam ser superados em relação à caracterização das atividades exercidas pelos professores.

Nessa perspectiva, o professor intervém de modo positivo na conciliação entre os objetivos com os alunos, no que tange à disposição da instituição de ensino. Sua tarefa além de intermediar o processo de aprendizagem é tornar nítida as informações transmitidas, reduzindo as incoerências e imperfeições na comunicação, através da utilização das tecnologias e interações pedagógicas (MORAES; VIEIRA, 2007).

São evidentes os resultados advindos dos recursos tecnológicos, bem como a influência da internet como propiciador de múltiplos espaços e conteúdos diversificados, sendo expostos ao mesmo tempo, pois além de possibilitar recursos audiovisuais, permite ainda uma leitura mais agradável e dinâmica, sendo que “a aprendizagem da leitura envolve diversas habilidades como as linguísticas, perceptivas, motoras, cognitivas e por esta razão não se pode atribuir a nenhuma delas isoladamente a responsabilidade pelas desadaptações”  (MORAIS, 1986, p. 24).

Nesse sentido percebe-se que as Metodologias Ativas, são oriundas de modos cruciais para progredir as etapas de aprendizagem, por meio de vivências e simulações específicas, a fim de condicionar soluções, com êxito, situações a serem superadas a partir de ações fundamentais da aplicabilidade social, em contextos distintos (BERBEL, 2011).

 

3 RELATO DE ESTUDO

 

Conforme a pesquisa bibliográfica desenvolvida anteriormente, expõem-se agora algumas atividades práticas que podem ser desenvolvidas em aulas de Educação Física em escolas regulares de ensino.

 

3.1 Expressão artística

 

Objetivos:  

Geral: Explorar estilos de artes

Específicos:

  • Reconhecer a capacidade artística;
  • Desempenhar a observação de cores e traços;
  • Desafiar a imaginação.

Metodologia:

1) Reunir os alunos em um círculo da sala de aula;

2) Diga aos alunos que será apresentado um vídeo com exposição de várias artes de um museu;

3) Faça um sorteio e separe cada grupo conforme a cultura, por exemplo Maia, Bizâncio, Grécia, etc.

4) Após escolher cada um fará o desenho no tablet que será posteriormente apresentado no Datashow;

5) Apresentar os desenhos e pedir que cada aluno comente sobre as semelhanças e diferenças nos estilos.

Recursos: Notebook, Tablet, Data Show, papel sulfite, giz de cera, lápis de cor, tinta guaxe, caneta, cartolina, cola, tesoura.

 

3.2 Contação de história com uso de tecnologias

 

Objetivos:  Revisar com toda a sala o texto elaborado, realizando correções e ajustes solicitados.

Objetivos específicos: reconhecer a revisão de texto; localizar-se no sistema alfabético; identificar escrita compartilhada e autônoma.

Metodologia:

1) Organizar a sala em duplas;

2) Falar com os alunos sobre a importância da produção de texto;

3) Refletir sobre o conto de fadas;

4) Pedir que escrevem sobre e informar que após o texto será revisado;

5) Conversar com as duplas e ver o que é mais relevante no momento da revisão textual.

6) Selecionar um dos textos e exibir no DataShow, fazendo correções ao vivo com auxílio do computador.

Recursos: Datashow, Notebook, papeis, caneta, lápis, pauta de revisão e quadro.

 

3.3 Análise de mídia digital

 

Objetivos:  Produzir propagandas em diversas mídias (cartazes, TV, internet), levando em conta os papéis sociais dos enunciadores envolvidos e as condições de produção e circulação desses textos.

Objetivos específicos:

  • Descrever papéis sociais de textos.
  • Produzir textos;
  • Conhecer o papel da publicação de uma notícia.

Metodologia:

1) Reúnas os estudantes em grupos;

2) Depois permita que eles vejam os conteúdos, pedidos na aula e peça que façam uma reflexão por cerca de 6 minutos, para chegarem em uma concordância acerca de cada mídia, se é uma publicidade ou uma propaganda.

3) Faça o pedido para o líder de cada grupo selecionar três mídias para marcar no cartaz, depois de sua classificação.

4) Faça a reprodução da mídia em um Datashow, e peça para que o líder do grupo comente o que foi estabelecido entre eles.

5) Com prudência, prepare imagens exemplares de propaganda e publicidade bastante variadas que mostram as áreas que serão estudados nesta aula, em virtude de que os estudantes possam não obter as mídias solicitadas.

Recursos: Datashow, Notebook, mídias digitais, caneta, papeis, lápis, pauta de revisão e quadro.

 

CONCLUSÃO

 

Concluir-se-á com este relatório, que relatar as experiências adquiridas durante o estágio é o eixo central na formação do Pedagogo, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia. Por isso, o estágio tem uma enorme importância na formação profissional, é a base para atuarem como docentes, após esta prática o estagiário tem a certeza de estar mais preparado para lidar com problemas e desafios associados à administração das emoções, produzindo significativas mudanças no contexto escolar.

Posteriormente foi analisado quanto à forma que as professoras reconhecem a aprendizagem de seus alunos, dando ênfase nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, considerando que ocupam um papel essencial na sociedade, proporcionando uma compreensão abrangente da educação, onde refletem sobre as várias modalidades educativas, bem como a discussão sobre sua adequação no processo educacional existente, e como essa perspectiva educativa pode atribuir ao aluno o entendimento sobre as questões culturais e sociais, tornando-os capazes de atuarem no meio social.

Por fim, foi contextualizado sobre as metodologias ativas, bem como a elaboração de três atividades práticas a serem aplicados onde foi possível discutir sobre a relevância da avaliação para orientar os docentes no seu planejamento e na decisão acerca da qualidade de ensino. Sendo assim, foi permitido analisar o método utilizado pelas professoras para avaliar os alunos, e qual a concepção desses profissionais frente à avaliação, visto que as trabalham com diferentes perspectivas, com base no acompanhamento da direção escolar.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.

 

BRASIL. Ministério    da    Educação. Base    Nacional    Comum Curricular.    MEC, 2017.    Brasília, DF, 2017.    Disponível    em <http://basenacionalcomum.mec. gov.br/ download-da-bncc/>. Acesso em: 17 jul. 2021.

 

GADOTTI, Moacir. Interdisciplinaridade: atitude e método. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2004. Disponível: <www.paulofreire.org>. Acesso em: 17 jul. 2021.

 

MELO, B.; SANT´ANA, G. A prática da metodologia ativa: compreensão dos discentes enquanto autores do processo ensino-aprendizagem. Comunicação em Ciências da Saúde, 2012.

 

MORAES, Marialice de; VIEIRA, Eleonora Milano Falcão. Guia do Curso. Florianópolis: Departamento de Ciências Contábeis/UFSC, 2007.

 

MORAIS, Antonio Manuel Pamplona. Distúrbios da Aprendizagem; uma abordagem psicopedagógica. São Paulo: Edicon, 1986.

 

MORAN, José Manuel.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas Tecnologias e mediação pedagógica. 17ª. Ed. São Paulo: Editora Papirus, 2010.

 

MORIN, Edgar. Educação e complexidade, os sete saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2005.

 

MOURÃO, C.A.JR.; FARIA, N.C. Memória. Psicol Reflex Crit, v.28, p.780-788, 2015.

 

PIMENTEL, Fernando. Metodologias Ativas. Educação Online, 2010. Disponível em: http://fernandoscpimentel.blogspot.com.br/2010/08/metodologias-ativas.html.Acesso em: 17 jul. 2021.

 

POMBO, Olga. Interdisciplinaridade. Ambições e limites. Lisboa: Relógio d’Água, 2004.

 

SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

 

SUZUKI, J. T. F.; RAMPAZZO, S. R. R. Tecnologias em educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011.

 

THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, v. 13 n. 39 set./dez. 2008.