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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Fernanda Aparecida Alves da Silva

Vilma Souza Alves

Keilla Cristina da Silva Santos

Patrícia Cavalcante Gama

 

RESUMO

Este trabalho visa esclarecer o que são os transtornos e como afetam a aprendizagem no contexto escolar. Os dados foram coletados a partir de pesquisas online e bibliográfica. Como suporte teórico, foram utilizados os autores que falam sobre como os transtornos neurológicos afetam a aprendizagem e como lidar com essa situação. Explica como ocorre os mesmos, como realizar o tratamento e, acima de tudo, como trabalhar com essas crianças com algum tipo de deficiência. Também aborda sobre a formação continuada, pois a mesma é responsável por dar continuidade a formação dos professores e demais colaboradores. Após análise dos dados ficou evidente que durante a vida escolar de uma criança muitos são os motivos que dificulta o desenvolvimento escolar de uma criança, e, um desses motivos estão ligados aos transtornos. Aí surge a necessidade de se aprimorar o conhecimento e em seguida tentar fazer o diagnóstico dos transtornos que venham surgir. A eficiência profissional de qualquer profissional não depende apenas da primeira formação, mas sim precisa se agregar, constantemente novos conhecimentos na área que atua. E na educação não é diferente, pois é necessário sempre coisas novas. Sendo assim o profissional da educação, mais precisamente o professor, precisa mais que nunca renovar e ampliar seus conhecimentos. Para isso a escola conta com um recurso muito importante que é a formação continuada. Por isso é de suma importância que o profissional que se habilitou nessa área procurar sempre estar atento, pois querer ser um docente é tornar-se um eterno estudante, ou seja, procurar sempre estar atualizado, com novas práticas pedagógicas e democráticas.

 

PALAVRAS – CHAVE: Educação. Inclusão. Desenvolvimento. Infância.

 

INTRODUÇÃO

 

O presente trabalho teve como objetivo de aprofundar o estudo na Educação Inclusiva e principalmente nos transtornos de aprendizagem da Educação Básica. Esse tema foi escolhido na intenção de entender melhor sobre o referido assunto e assim adquirir e também repassar cada vez mais conhecimentos.

Estará relatando o que são cada um desses transtornos, quais suas características, quais suas causas e como lidar com essa situação.

Não há educação sem saúde, ou seja, as duas andam juntas para que haja educação de qualidade. E para que o profissional da educação exerça sua função corretamente, ele precisa se preparar antecipadamente para estar dotados de conhecimentos em todos os aspectos.

É nesse sentido que o trabalho aborda uma série de informações relacionadas a esses transtornos como: transtornos psicomotores, onde inclui debilidade psicomotora, dispraxia e lateralidade cruzada. Também envolve o TDAH (Transtorno no Déficit de Atenção com Hiperatividade), transtorno do espectro autista, transtorno de Asperger e também transtorno de Rett, pois o professor precisa saber identificar as características de cada um desses transtornos e saber como reagir diante desses casos. E tais informações ajudam muito na identificação desses problemas na aprendizagem.

 

DESENVOLVIMENTO 

 

A palavra inclusão vem do verbo incluir que significa inserir, intercalar, envolver e muitos outros. Quando se fala de uma educação inclusiva estamos falando de uma educação que compreende, que reconheça e valoriza as diferenças. Pois há muito tempo as pessoas com deficiência eram vistas como um ‘’ intruso’’ na sociedade e que isso só traria vergonha para a família e de modo geral não tinha nenhuma serventia na sociedade.

 

Portanto na Idade Antiga, as pessoas que apresentavam comportamentos diferentes eram tidas como coisas diabólicas, ligada à feitiçaria, bruxaria e sendo considerado fruto do pecado. Nesse período, pesava contra as pessoas deficientes a culpa de agir de tal forma devido a forças sobrenaturais. (VIEIRA; PEREIRA 2003, p. 17)

 

Antigamente as pessoas com deficiência foram consideradas pessoas de demônios e de maus espíritos. [...]. Os modelos econômicos, sociais e culturais impuseram às pessoas com deficiência uma inadaptação geradora de ignorância, preconceitos e tabus que, ao longo dos séculos alimentaram os mitos populares da ‘perigosidade’ das pessoas com deficiência mental e do seu caráter demoníaco, determinando atitudes de rejeição, medo e vergonha.

No início do século XIX houve uma tentativa de mudança desse paradigma com o objetivo de ajudar crianças com necessidades especiais no intuito de atributos negativos.

 

TRANSTORNOS PSICOMOTORES

 

Os transtornos psicomotores estão relacionados à algumas alterações neurológicas ou mesmo orgânicas tende a afetar o desenvolvimento psicomotor da criança. Alguns desses transtornos chegam afetar, além do desenvolvimento da criança, podem também apresentar consequências psicológicas e emocionais. Dentre eles estão: instabilidade; debilidade; inibição; dispraxia e lateralidade cruzada:

Criança com esse tipo de transtorno geralmente é aquela criança quieta de mais, que não usa expressão facial nem do corpo para se comunicar parentando assim ser uma pessoa muito sensível, debilitada e frágil.

 

As principais características desse transtorno são: Estado de ansiedade constante; sobrancelha franzida, cabeça baixa; problemas de coordenação motora; distúrbios de conduta; distúrbios glandulares, de pele, circulatórios e tiques, além de enurese e encoprese; rendimento superior ao das crianças com debilidade psicomotora, mas fracassam em provas individuais (exames, chamadas orais) por causa da ansiedade. (SANTOS, 2012)

 

DISPRAXIA 

 

É uma desorganização corporal, se caracteriza pela dificuldade de coordenação motora. A pessoa com dispraxia muitas vezes é vista como desajeitada ou desiquilibrada devido aos membros inferiores e superiores não conseguirem se organizar de maneira harmônica.

Essas pessoas muitas vezes são: ansiosa, agitada, tentam fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas não consegue, o ritmo dos comandos do cérebro não corresponde ao do corpo. Simão vê a dispraxia como dificuldades de associação dos movimentos.

 

[...] dificuldade de associar movimentos para realizar uma tarefa. Há um transtorno espacial (dificuldade de lateralizar, de nomear objetos, espelhamento de letras, assimetria nos movimentos [...]). Há também um fracasso no que diz respeito à distinção de aspectos figurativos o que impede que a criança atinja a fase de operações concretas. SIMÃO (2008, P.32)

 

Lembrando que a dispraxia pode ser: motora ou espacial. Motora está ligada à lentidão, atraso na organização motora, ou seja, envolve a motricidade. Já a espacial está ligada à desorganização do corpo com o espaço.

Também conhecido como transtorno bipolar é um problema onde as pessoas portadoras desse transtorno variam seu comportamento frequentemente. Essa variação muda de uma hora pra outra, pode ocorrer várias maneiras. Pode acontecer de forma rápida ou bem compassada. Esse transtorno quando não tratado, pode ter duração de três à seis meses, cada fase seguida de um intervalo de normalidade. Após isso, vem outro período de euforia que também pode chegar a uma duração de seis meses. Caso haja tratamento esse período de crise poderão diminuir.

Como esse transtorno influi de uma forma conturbada no convívio social, isso dificulta a aprendizagem da criança tanto no ambiente escolar como em qualquer lugar devido às bruscas trocas de rotina. Cito aqui alguns tipos de transtornos.

 

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE 

 

É um transtorno considerado de causas genéticas, ou seja, neurobiológico, que surge na infância e frequentemente se estende por toda vida do indivíduo.  É conhecido por DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Esse transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Algumas pessoas ainda questiona a existência do, no entanto está comprovado que ele existe, pois este é reconhecido por vários países e principalmente pela Organização Mundial de Saúde. Portanto nos Estados Unidos existem até leis que protegem os portadores do TDAH quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. Atenção para os sintomas.

 

TRANSTORNO AUTISTA 

 

Este é um transtorno que é bem visível antes mesmo dos três primeiros anos de idade, sendo definido através de alterações na qualidade de sua comunicação, na forma de interação dessa criança com o meio social e, também, na maneira de usara imaginação.

A Autism Society Of American-ASA (1978), ou seja, Associação Americana do Autismo define o autismo como uma inadequação no desenvolvimento, e, que isso manifesta por toda existência do indivíduo de maneira grave, surgindo assim ainda nos seus primeiros três anos de vida. Os sintomas desse transtorno são os seguintes: Distúrbios nas habilidades física, linguísticas e sociais. Reações fora do esperado quanto às sensações. Nesse caso as área ou funções que são mais afetadas são: audição, visão, equilíbrio, dor, olfato, tato, gustação e até a maneira de eles manterem o corpo; Dificuldade na linguagem e na fala, tendo as mesmas atrasadas ou até mesmo ausentes. Isso acontece também em certas áreas especificas do pensar; apresenta a fala num ritmo imaturo e uma baixa compreensão de ideias. Costumam usar palavras sem concordância com seu significado; apresenta anormalidade no relacionamento com os objetivos, uso inadequado dos brinquedos e quando tem que responder algo á alguém a resposta na se enquadram com as perguntas.

A definição do DSM-IV-TR (2002) é de que esse Transtorno Autista se baseia no cumprimento da educação e principalmente da interação social com atividades e interesses muito restritos. E que as reações variam de acordo com a idade cronológica da pessoa e também do nível de desenvolvimento do mesmo.

Uma terceira definição, que é a do CID 10 (2002), afirma o autismo como um transtorno global do desenvolvimento e cita algumas caraterísticas como: alteração ou anormalidade no desenvolvimento, antes dos primeiros três anos; apresentam perturbações nos domínios: da comunicação, da interação social, além da repetição um comportamento focalizado.

O que se observa é que em todas essas definições, mesmo com conceito diferentes, todas relatam uma típica dificuldade no convívio social, dificuldade na linguagem além da inadequação no comportamento.

De acordo com estudos genéticos a chance de aparecimento de um autista numa mesma família é bem maior em comparação à população geral, pois há percentual de 2 13,8%. Esses estudos afirmam ainda que, dentre os familiares que estão mais próximos de ter o mesmo transtorno, os irmãos são os de mais possibilidades, pois de 2 a 5% deles pode apresentar essa mesma condição.

E ainda segundo investigações cientificas o transtorno do Autismo pode estar relacionado à varias alterações do desenvolvimento familiar e o destaque vai para as doenças neurológicas, doenças psiquiátricas, doenças genéticas como: transtorno de ansiedade, transtorno de conduta, transtorno de personalidade, transtornos de humor(afetivos), transtorno de aprendizagem, de comunicação além de epilepsia e de esquizofrenia.

No Brasil ainda não há estatísticas oficiais que revelam a incidência do transtorno do Autista, mas sabe-se que estudos epidemiológicos mostram a taxa média mundial de 15 por 10.000 indivíduo, podendo chegar de 2 a 20 casos para cada 10.000 indivíduos.

 

A INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA 

 

No caso desses alunos com autismo é de fundamental importância que sejam tratados normalmente tanto pela família como pelos amigos, e que tentem entende-los e o ajudem em sua maneira de ser. Que propicie o tratamento que for necessário. Lembrando que esse tratamento deve acontecer baseado em reabilitação, como: terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, escola, além de musicoterapia e outros.

Apresento aqui algumas sugestões para incluir o aluno autista na escola, primeiro passo: certificar-se de que aquele aluno realmente é autista; Conhecer as principais características do aluno com autismo; Propiciar maneiras para que a família do aluno participe de todo esse processo; Construir regras convenientes ao aluno e que seja bem estabelecida; Deixar a sala de aula sempre bem organizada; Evitar mudança de rotina na sala de aula e na escola e, quando isso acontecer, preparar o aluno com antecedência; Nunca desrespeitar o desejo de se isolar que o aluo desperta em alguns momentos; Sempre que puder peça para que ao aluno olhe para você olho a olho; Fazer com que esse aluno fique sempre perto de você; Ter muita atenção na hora da alimentação; Prefira recursos que desperte curiosidade para trabalhar em sala como alguma coisa colorida, recursos visuais  que chame a atenção; Fique atentos à vários imprevistos que possa acontecer; O aluno com autismo se caracteriza também pela insistência, sua concentração é um pouco menor do que a de um indivíduo não autista. Por isso a atenção é sempre indispensável; ter muito cuidado quando for iniciar atividades; observar sempre se esse aluno está presente em horas de iniciar atividades.

 

TRANSTORNO DE ASPERGER 

 

O transtorno de Asperger é um transtorno do espectro autista, que foi reconhecido oficialmente por volta dos anos 1994, através do DSM-IV (Diagnostic and Statictical Manual of Mental Disords-DSM). E devido ao atraso, ao tempo que demorou para que esse transtorno fosse descoberto, muitas crianças foram diagnosticadas como autista.

No que se refere ao transtorno de asperger, este apresenta três aspectos bem característico, são eles: os movimentos repetitivos e estereotipados, linguagem e interação social. Geralmente é comum ser confundido com o autismo, porém não apresenta nenhuma anormalidade na habilidade cognitiva e nem nas funções da linguagem.

 

 DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O TDAH E SÍNDROME DE ASPERGER

 

Apesar da síndrome de Asperger, e o TDAH, serem dois transtornos bem diferentes e independentes, ainda existem características comuns entre os dois. Características essas que, chegam confundir o primeiro diagnóstico. Isso ocorre devido aos importantes déficits apresentados por ambos os transtornos, como: dificuldades nas habilidades sociais e na comunicação, falta de atenção e de autocontrole ainda bem cedo, antes dos três anos de vida. Essas dificuldades causam grandes problemas em toda sua vida.

É importante ressaltar que esses problemas dependem muito das diferentes causas ou motivos, e mais, essas diferenças são bem mais visíveis com idades mais avançadas, a partir daí as diferenças se manifesta com mais facilidades.

 

DÉFICITS COMUNICATIVOS

 

Tanto no TDAH como no transtorno de Asperger há déficits na comunicação e suas conversações são bem limitadas. No entanto cada um desses transtornos possui características também distintas.

Pois a criança com TDAH não consegue entender o que o outro fala devido a sua falta de atenção de controle de seus impulsos, que muitas vezes causam constantes interrupções. Já a criança com Asperger é incapaz de entender a linguagem, principalmente quando há metáfora, sarcasmo, ironia ou piadas. Sendo assim, podemos afirmar que a linguagem do indivíduo Asperger é literal.

Parecer não entender ou não ouvir são características comum entre os dois, além de se distrair facilmente. Assim, o que difere um do outro é que, a criança com TDAH não consegue se concentrar e muito menos manter a atenção em algo (devido a dificuldade em filtrar oque ouve e fácil dispersão), enquanto que a criança com Asperger possui uma significada perda de interesse e assim posteriormente vem a falta de atenção. Só se concentra perfeitamente se for algo que lhe interessa.

 

TRANSTORNO DE RETT

 

Este é um transtorno que está ligado, mais precisamente ao individuo do sexo feminino. Isso ocorre devido ao fato de se tratar de uma síndrome relacionada ao cromossomo X.

O transtorno de Rett ganhou esse nome em decorrência do descobridor da síndrome se chamar Andreas Rett. E ele descobriu após constatar “criança com uma condição caracterizada por deterioração neuromotora que ocorria exclusivamente em meninas tidas como normais até o final do 6º mês de vida ou até o 18º. Seu quadro clínico era bastante singular e caracterizava-se como uma Atrofia Cerebral Associada à Hiperanemia”. (Maiola, 2011, p.91). Mesmo sendo mais prejudicial às meninas, em alguns casos raros, pode afetar também os meninos. E a possibilidade de ouras pessoas da mesma família ter essa síndrome é muito pequena

A criança com Rett costuma ser molinha devido às complicações que esse transtorno causa. O comprometimento cognitivo e da linguagem tende a aumentar cada vez mais.

Além de ser progressivo, esse transtorno foi descrito em estágio por Hagberg; Onde Wittengerstrom 1986, passa a seguinte ideia, ou seja, mostra esse transtorno em quatro estágios.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

Diante destas pode-se concluir que a Educação inclusiva é um tema de grande importância para os interessados em elevar o conhecimento para o público. O entendimento sobre a concepção de ensino atual tem como garantia o direito de todos á educação.

Esse importante conceito pressupõe que a igualdade diante das oportunidades seja valorizada independentes das diferenças humanas, enfatizando a diversidade étnica, cultural, social, intelectual, sensorial, física e de gênero entre as pessoas.

A Educação Inclusiva também implica em levar a cultura praticas politicas atuais ao sistema público de ensino, fazendo isso de forma a garantir o livre acesso dos estudantes a essas informações, estimulando a participação e aprendizagem dos alunos de forma geral, sem exceções.

Não aprofundar o tema sobre Educação Inclusiva, é impossível, pois é um assunto que deve ser bastante respeitado perante a sociedade. Cabendo o professor, ser uma peça chave. Assim, podendo contribuir cada vez mais com a aprendizagem dos alunos que necessitam um pouco mais de sua ajuda, garantido ao aluno segurança e um bom desenvolvimento.

 

REFERÊNCIAS

 

MEDINA, Vilma; Transtorno bipolar na infância. Disponível em:<https: www.guiainfanil.com/matrias/saude/disturbios/transtorno-bipolar-na-infancia. >. Acesso em: 20 Março 2021.

 

NATALIA; O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA AUTISTA. Disponível em: <http://www.dda-deficitdeatençao.com.br/tratamento> Acesso em: 22 Março. 2021.

Disponível em:< http://www.dda-deficitdeatençao.com.br/tratamento>. Acesso em: 23 Abril. 2021.