Buscar artigo ou registro:

 

 

O DESENHO E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Claudinéia Gonçalves da Silva
Jeuza O. Vieira dos Santos
Rubia Alessandra A. Moura da Silveira
Maria Neusa de Araújo Mendes
Viviane Lamônica Borges da Silva

 

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo mostrar vários subsídios que acreditamos ser de fundamental importância na educação infantil com isso se faz necessário que as aulas de artes deixem de ser um mero “passatempo” onde o aluno não aprende e o professor usa o seu tempo e a aula com outros afazeres onde deveriam aproveitar a aula de artes para proporcionar aos alunos novos incentivos para desenvolvimento de suas potencialidades, pois o professor tem um papel de suma importância agindo como um facilitador entre o conhecimento e a criança. No entanto, o professor assume outro papel entregando ao aluno um desenho pronto e acabado e deixando e privilegiar outros conteúdos  e assim deixa de abrir  um leque de possibilidade para o desenvolvimento das crianças em todos os seus aspectos, psicológicos, motores e cognitivos e também abre espaço para criança conhecer e se manifestar culturalmente, pois o professor deve incentivar o desenho e não simplesmente ensinar o aluno a desenhar uma árvore de caule marrom, folhas verdes e frutos vermelho este tipo de desenho estereotipado só priva as crianças de acrescentar o conhecimento sobre sua região e também de sua criatividade, hoje a sociedade contemporânea em que vivemos exige que as pessoas mostrem o seu potencial e sua diferença e não pessoas modelos umas das outras.

 

Palavras-chaves: Desenho. Criança. Professor.

 

1 – INTRODUÇÃO

 

Desde o inicio da formação humana, as pessoas inventam formas de se relacionarem e se comunicarem sendo uma delas o desenho, através deles as pessoas demonstravam as lutas e suas conquistas realizadas. Muitos tempos se passaram desde a pré-história, mas o desenho continua sendo uma das formas de comunicação, na qual as pessoas conseguem transmitir sentimentos do mundo ao seu redor.

Durante muitos tempos as crianças foram consideradas um adulto em miniatura a elas era desiguinadas os trabalhos de adultos e as roupas também, as crianças não tinha importância alguma por serem vistas como adulto a elas não eram destinado nenhum tratamento de saúde e nem higiene, então as crianças morriam com muitas doenças e sem tratamento, somente no final do século XVIII e inicio do século XIV essa crianças começaram a ser consideradas com crianças, passaram a ser vista com outro olhar,  nasce assim o sentimento de infância de acordo com Rosseau ele acreditava que a criança se dividia por fase de vida, infância, adolescência e juventude e maturidade e que essa fases deveriam ser respeitadas de acordo com o tempo da criança, depois de algum tempo nasce com Froebel a primeira escola jardim de infância mas esta creches não visava a criança no seu desenvolvimento integral , mas sim era como um depósito de crianças elas ai ficavam e somente recebiam cuidados  de higienização.

Com o passar do tempo vários pensadores foram desenvolvendo teorias sobre o desenvolvimento da criança e assim nasceu varias teorias com a de Piaget, Vygostki e Wallon entre outros e também junto com essas mudanças de pensamento nasce à criança cidadão onde essa criança tem direitos e deveres. E no dia 13 de julho de 1990 nasce o ECA ( Estatuto da criança e do Adolescente )  ela regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirado pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988 e depois em 1996 foi instituida a LDB ( Lei de diretrizes e bases da educação) que vem dar mais suporte e mais regulamentação para a para a educação basica.

Como vimos a educação veio sofrendo muitas mudanças e evoluções mas ainda existem muitas falhas,  podemos perceber isso na educção infantil, durante alguns estágios qeu fizemos vimos que a criança muitas vezes não estão tendo realmente uma educação que visa a sua formação integral, podemos citar as aulas de artes onde os professores deveriam aproveitar as aulas e fazer um sério trabalho muitas das vezes deixa a desejar, pois ao invés de possibilitar uma aula gostosa, interessante e motivadora deixa o aluno a própria sorte.

A disciplina de arte nas escolas tem um papel essencial na vida das crianças, pois é através da arte que é possível a criança se comunicar e interagir com o mundo em que vive, é por meio da arte que o ser humano se torna, além disso, sensível e mais criativo.

O desenho é uma das primeiras formas de escritas e comunicação das crianças e ele pode ser compreendido pelo mundo todo, se trabalhar com métodos para se Fusari (1999, p. 67) “[...] a criança, como sujeito ativo, desenha o que sabe o que conhece de si própria e do mundo ao seu redor” [...], ou seja, é através do desenho que a criança mostra os seus sentimentos acerca do que esta a sua volta de modo geral.  Através do desenho muitas histórias são contadas, as crianças vão percebendo que um simples rabisco pode ir tomando formas diferentes e ganhando mais intencionalidades.

Montessori (2003 pg.42) diz que a criança pequena reconhece grande quantidade de imagens do meio que a rodeia, e que a mente infantil é essencialmente ativa. E em nossa sociedade, as mãos ficam muito inativas.

O que podemos ver é que ainda existem muitas escolas que acreditam somente na lei do silêncio, e que o mais importante dentro de uma sala de aula é quando a criança tem uma atividade para fazer e esta ocupada quietinha, a aprendizagem da criança muitas vezes não é levado em conta.

 

 

2- O DESENHO E A FORMAÇÃO DA CRIANÇA.

 

A arte para a criança e muito mais que um simples passatempo, através de seus desenhos de suas criações as crianças podem se desenvolver socialmente, psicologicamente e fisicamente a arte para a criança é um modo de se expressar e de se achegar ao mundo.

O desenho é uma das primeiras formas de escrita das crianças é através dele que elas conseguem manifestar a sua relação com o meio, sabemos que as aulas de arte na educação infantil têm um importantíssimo papel para o desenvolvimento da criança e para que isso aconteça é necessário um trabalho desenvolvido metodologicamente e pedagogicamente pela escola, pelos professores em conjunto com os alunos. Mas o que temos visto durante alguns de nossos estágios é que a disciplina de arte não está sendo mais que um tempo livre para as crianças e para os professores um tempo para repouso.

A arte tem papel fundamental na vida das crianças, pois é através do desenho que ela consegue manifestar, segundo Ferraz & Fusari (1999, p. 80) “A educação pela arte é o único processo educacional realmente eficaz – ensina sem dúvida à criança não temer as emoções, permitindo ao contrário que elas aflorem e desabrochem”.

O ensino de arte pode proporcionar a uma criança formas de se expressar sem ter vergonha das outras pessoas, interpretar e conhecer o mundo externo de maneira livre de qualquer influência externa. Precisamos de pessoas que saibam sentir olhar e conduzir e criar possibilidades entre si e seu meio e isso só será possível realmente se começarmos a adotar novas metodologias na educação.

A arte desempenha um papel potencialmente fortificante na educação das crianças, desenhar, pintar ou construir constituem um processo complexo em que a criança reúne diversos elementos de sua experiência para formar um novo significativo. No processo de selecionar interpretar e reformar esses elementos, a criança proporciona mais do que um quadro ou uma escultura, proporciona partes de si própria. A criança vai construindo suas percepções e conhecendo significados dos objetos enquanto interage com outras pessoas, outros ambientes, assim passa a assimilar, a observar e utilizar tudo o que ocorre em seu meio para transmitir da forma com que ela entende o que vê, o sente, o que toca e com o que já existe no seu pensamento. Como afirma Ferraz, (1999, p. 42) “[...] é na cotidianidade que o os conceitos sociais e culturais são construídos pela criança [...]”.

O educador contribui com suas práticas pedagógicas para a formação de indivíduos críticos, e que possam olhar o mundo com seus próprios olhos, o educador coopera para que os indivíduos criem a prática de analisar situação em seu meio social sem “óculos”, mais realmente só será possível a partir do momento que houver a vontade tanto do educador quanto do educando e acreditarmos que essa prática contribuirá para uma sociedade ao mesmo tempo igualitária e observadora.

A dependência de uma criança sobre um desenho já pronto somente para ela pintar deixa-a menos confiante em si e na sua capacidade, por isso é importante que o professor seja qualificado para trabalhar com as crianças por que se este não estiver preparado para tal função poderá pular alguma fase muito importante da criança, o que vimos em muitas creches hoje é que alguns dos profissionais que ali atuam não possuem qualificação adequada por acreditarem que nesta fase a criança só precisa de cuidados pessoais.

O professor em sala de aula é muito importante pois também cria e possibilita ambientes e matérias para que as crianças possam trabalhar e se desenvolver é aquele que proporciona algo no que apareça confiança aos alunos,  por isso acredita-se que para se trabalhar em qualquer área que seja há necessidade de uma boa qualificação profissional, e mais ainda quando estamos trabalhando na formação de  indivíduo.

 

O educador que não faz tudo o que pode, agora, no plano da educação escolar – que é o plano mais geral e decisivo para exaltar e realizar essas virtualidades que deixa passar o momento oportuno, que por indiferença, por cansaço ou por negligencia, contribui para manter a banalidade do mundo e a mediocridade do homem, a insignificância da vida. (PORCHER,1982, p. 47).

 

Por isso chamamos a atenção para o papel e comportamento do professor perante o aluno e o seu desenho. Muitas vezes o gesto de balançar a cabeça, ou de dizer que não era esta cor ou elogiar a atividade do colega, pode fazer com que a criança desacredite em suas potencialidades e sintam-se desmotivadas, é necessária a cautela em relação aos métodos de estímulos respostas aplicadas aos alunos.

 

“(...) nenhuma situação justifica que o professor “dê acabamentos” aos trabalhos infantis (completando traços, colocando molduras, melhorando o colorido) em decorrência dos prejuízos que poderá causar as crianças na crença de que ela deverá ter na sua possibilidade de expressão”. BORGES (1994, p.112).

 

Se um educando desenhar uma fruta, um morango, por exemplo, e pintar de amarelo não poderei na condição de educadora lhe dizer você está errado, pois é a maneira com que ele entende a cor e a fruta, é até onde a percepção dele chegou o educador deve lhe proporcionar condições de ver e conhecer a fruta, levar até o educando para que o mesmo vá percebendo e reformulando o seu conhecimento e assim adquirindo percepções para melhor o seu desempenho. Segundo Porcher (1982) “(...) a atitude acolhedora do professor sobre o desenho da criança vai lhe dando autoconfiança, tranqüilidade e criatividade para desenvolver seu desenho livre”.

O educador simplesmente não pode chegar a sala de aula e impor que façam um desenho, as crianças assim não irão demonstrar realmente a sua verdadeira capacidade de se expressar e de colocarem interesse suficiente na atividade sem estimulo. É importante que o educador esteja buscando sempre incentivos para trabalhar com as crianças, pois sabemos que elas são movidas pelas experiências e curiosidades.

O que percebemos durante alguns de nossos estágios são os desenhos estereotipados , onde os professores é quem decide o que os alunos vão pintar e qual a cor que eles deverão utilizar em determinados desenhos, como sabemos as crianças desenham de acordo com o compreende do muno ao seu redor e muitas das vezes o  que acaba acontecendo é o aluno influenciado pelo professor a mudar a sua maneira de desenhar, por exemplo este desenho a baixo o aluno desenhava o pássaro da maneira dele e com o passar do tempo a professora aplicando desenhos somente para eles colorirem ele foi perdendo a criatividade e começou a repetir o desenho .

 [i]

  

2 .1 - DESENHOS E SUAS EVOLUÇÕES

 

O desenvolvimento do desenho pode se dividir em três etapas:

Sendo elas: o rabisco descontrolado ou garatuja descontrolada, o rabisco controlado ou garatuja controlada e a representação pré-esquemática.

Na primeira etapa ocorre o rabisco descontrolado ou garatujas descontroladas, que é o desenvolvimento da coordenação motora fina necessária para manipulação de objetos marcadores como lápis, caneta, pincel entre outros, nessa etapa as descargas motoras são incontroladas que geram os rabiscos e ziguezagues, e também a criança não respeita as áreas designadas para o desenho, nesta época a criança aplica muita força para desenhar, ou seja, fazer seus rabiscos.

Na segunda etapa ocorre a garatuja controlada, nesta podemos perceber que os ziguezagues, vão dando espaço para o surgimento de círculos que com o passar dos desenhos vão se aperfeiçoando e formando muitas bolinhas, começam a surgir traços retos e a crianças passam a falar o nome do desenho, mas ainda tem dificuldade para controlar sua coordenação motora.

Na terceira etapa surge à representação pré-esquemática, é nessa época que a criança começa fazer símbolos dos objetos que ela conhece, passa a ter certo domínio sobre a área designada ao desenho.

 

2.2- FIGURAS DAS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DOS DESENHOS 

 

1º fase o rabisco descontrolado ou garatuja descontrolada.

 

Figura 01

  

Figura 01 : Está garatuja desordenada foi feita por uma criança de 2 anos e meio. Observamos como as linhas correm ao acaso, em todas as direções.

             Nesta fase a criança não possui condições de criar um circulo e também não mantém o controle de seus movimentos. É através das garatujas que as crianças representam o meio visual. As garatujas fazem parte do desenvolvimento da criança, durante este período as crianças podem fazer os seus desenhos em algumas superfícies como paredes, móveis etc.

 

 2 º fase o rabisco controlado ou garatuja controlada

 figura 02

 

 Figura 02 : Este é um exemplo de garatujas mostra um repetido modelo circular feio por uma criança de 3 anos.

          

Nesta fase a criança já começa a controlar os seus movimentos, ela já percebe que a sua mão exerce uma função sobre o desenho por ela feito e então ao perceber essa relação passar a sentir mais vontade de criar. Durante este período é inconcebível que um adulto mesmo entusiasmado com o crescimento e o desenvolvimento da garatuja da criança faça um desenho real e peça para que ela o copie, é como pedir para que uma criança que não sabe nem gatinhar ande.

  

3º fase representação pré-esquemática

Figura 03

  

Figura 03 “ESTOU NO PATIO NO FUNDO DE MINHA CASA” este é um desenho pintado por uma menina de 6 anos e meio.

 

Durante este período a criança já passa a ter o controle de sua coordenação motora e assim já consegue fazer desenho mais próximo do real, assim criança se torna mais fácil a compreensão do adulto sobre o desenho, para a evolução dos desenhos a criança sempre estará ampliando o seu conhecimento através do seu meio social. De acordo com Piaget, Vygostky e Wallon apud Crady 2001, pg.27

 

“Tentaram mostrar que a capacidade de conhecer e aprender se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio. [ ...] pois as crianças não são  passivas, meras receptoras d informações que estão a sua volta através do contato com o seu próprio corpo, com as coisas de seu ambiente [...] as crianças vão desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade e a alta estima o raciocínio o pensamento e a linguagem”.

 

Estamos em um período contemporâneo onde a criança é cidadão  e é entendido que ela não é uma tabua rasa que não tem conhecimento que esta em branco , estamos passando por um período construtivista onde a criança se desenvolve a partir de suas relação com o meio em que vive, por isso é importante que este a estimule e que lhe proporcione momentos de aprendizagem é interessante que esses momento possibilitem o desenvolvimentos em todos aspectos físico, emocional e cognitivo, é importante que a criança passe por todas as sensações de medo, amor, aflições, alegrias apara que assim ela desenvolvendo métodos e técnicas para ir superando certas situações e buscando novos aprendizados.

  

CONSIDERAÇÔES FINAIS

           

            Com a realização deste trabalho podemos verificar que realmente as aulas de artes na educação infantil têm grande importância para o desenvolvimento da criança pois é através do desenho que a criança consegue expressar seus sentimentos e suas emoções e além disso é um das primeiras formas de comunicação das crianças. Por isso a educação de artes não deve ser pensada como um mera passa tempo onde o aluno finge que  aprende o professor  finge que ensina, vimos também que é muito importante a qualificação profissional  pois a criança passa por varias fases de desenvolvimento e o professor mau preparado pode fazer com que o aluno se feche para as suas potencialidade. O professor deve trabalhar a aula de artes com peso de outra qualquer e não menosprezar a sua pois é um conteúdo muito rico para o desenvolvimento das crianças.

   

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Craidy, Carmem Maria e Kaercher Gládis Elise P. da Silva. Educação Infantil: Para  que te quero?Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

 

FERRAZ, Maria Heloisa C de T. FUSARI, Maria F.de Resende e Fusari. Metodologia do Ensino da Arte. Série Formação do Professor. 2º edição. São Paulo,1999.

 

http://www.conteudo.org.br/index.php/conteudo/article/viewFile/35/34 : ACESSADO 07/12/2010 AS 21: 44

 

http://www.read.ea.ufrgs.br/enviar_artigo/ArtigoCientifico.pdf : ACESSADO 15/12/2010 AS 23:03

LOWENFELD V. & BRITTAIN W.L.  Desenvolvimento da capacidade Criadora. São Paulo: Mestre, 1970.

 

PORCHER,, Louis. Educação Artística: Luxo ou necessidade? (org.) São Paulo: Summus, 1982.

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_da_Crian%C3%A7a_e_do_Adolescente ACESSADO 16/12/2010 AS 18:31

 

Borges , A . L . - O Movimento Natural na Construção do Ser e do Saber . In Sargo , Claudete . A Práxis Psicopedagógica Brasileira . São Paulo , ABPp , 1994