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A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO LUDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

                Ana Lúcia de Souza
Eliana Silva Nascimento
Rosineide Vieira Pereira de Lima
Rozane Aparecida Fernandes
Thais Soares Lima Dantas Alves

 

RESUMO

O presente trabalho acadêmico teve como temática a importância do lúdico na Educação Infantil, descrevendo a seriedade dos jogos, dos brinquedos e brincadeiras educação das crianças. Observando-se e questionando-se todos os eixos e aspectos envolventes por meio de reflexões de diversos autores que o lúdico é uma ferramenta pedagógica que os professores podem utilizar em sala aula como técnicas metodológicas na aprendizagem, visto que através da ludicidade os alunos poderão aprender de forma mais prazerosa, concreta e, consequentemente, mais significativa, culminando em uma educação de qualidade. Por tudo isto, que a princípio a pesquisa bibliográfica foi uma das ferramentas fundamental para o embasamento teórico e reflexão de diversos atores dentre eles destaco: Piaget, Kishimoto e Vygotsky.  Acerca da construção do conhecimento, como princípio educativo acreditando na importância da ludicidade na vida de uma criança, partimos de objetivo geral que é compreender a importância do brincar como meio facilitador da aprendizagem das crianças do ensino infantil. Portanto esse ato de liberdade, que proporciona a construção do conhecimento, adquirido pela criança, através das brincadeiras desenvolve seus aspectos cognitivos afetivos e emocionais. É importante destacar que a aprendizagem proporcionada pelo lúdico não acontece somente nos momentos em que este está aliado a atividades educacionais, no momento em que a crianças brinca de forma livre e natural, sem a influência ou direcionamento do profissional de educação ou de um adulto também existem inúmeras aprendizagens proporcionadas pela brincadeira.

 

Palavras- chave: Lúdico. Aprendizagem. Educação. Infantil.

 

                     INTRODUÇÃO

 

   As atividades lúdicas tem o poder sobre a criança torna-se um agente facilitador para o processo de ensino e aprendizado, trazendo não só benefícios às crianças, mas a todos os envolvidos, é aí que começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica, como na vida, há um grande número de fins definidos e parciais, que são importantes, porque consegui-los é necessária ao sucesso e, consequentemente, essencial à satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender.

         Uma vez que o lúdico tem o papel fundamental, pois envolve os aspectos cognitivos sociais culturais do aluno, por meio dele a criança amplia a liberdade à imaginação entre outros. Torna a aula mais especial e motivadora uma vez que interfere no processo direto de ensino e aprendizado, é um universo no qual traz oportunidade á adaptação do individual e social do aluno. Trabalhar com o lúdico não significa dizer que a criança só vai brincar ou que a aula só vai ser um momento de recreação, sabe-se que quando o lúdico como processo de aprendizado bem aplicado torna o aluno mais apito ou capacitado para enfrentar problemas.

     Este trabalho tem como objetivo analisar o uso de técnicas lúdicas no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, desenvolver a psicomotricidade que favorece o desenvolvimento da criança. Promover através do lúdico a socialização e o desenvolvimento no processo educacional, oportunizar possibilidades de interações, afetivo e social para o desenvolvimento da criança, imantar qual o papel dos jogos na vida escolar da criança.

     Para Piaget (1989) os métodos de educação exige que se forneça ás crianças um material conveniente, que jogando elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais, que sem isso permanecem exteriores á inteligência infantil. O que se apresenta é a importância do brinquedo como se fosse um estimulador de curiosidade e de autoconfiança para criança. É natural que a criança sinta interesse em desenvolver qualquer atividade por isso é de extrema importância que criança desperte interesse onde o brinquedo é fundamental para que seja alcançada e a concentração.

 

DESENVOLVIMENTO

 

                O DESENVOLVIMENTO DO LÚDICO AO LONGO DA HISTÓRIA

      

         É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano.               

De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. Conforme Antunes (2005, p.33) “as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.

      Pode-se dizer que o ato de jogar é tão antigo quanto à própria humanidade. Jogar é uma atividade natural do ser humano. Através do jogo e do brinquedo, o mesmo produz e recria o mundo a sua volta.

     Dessa forma, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. De acordo com Neves (2009, p.45), “a criança e mesmo o jovem opõem uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma ser prazerosa”.

      Nesse sentido, Carneiro (1995, p.66) destaca que “todas as pessoas têm uma cultura lúdica, que é um conjunto de significações sobre o lúdico”. Assim, é possível dizer que a cultura lúdica é produzida pelos indivíduos, a qual se constrói a todo tempo, por meio de brincadeiras que a criança começa desde cedo. Além disso, Antunes (2005, p.34) retrata que a concepção da cultura lúdica é uma noção historicamente construída ao longo do tempo e, consequentemente, foi mudando conforme as sociedades, não se mantendo da mesma forma dentro das sociedades e época.

            Na antiguidade, o brincar era uma atividade característica tanto de crianças quanto de adultos. Portanto, o lúdico se expressa desde os primitivos nas atividades de dança, caça, pesca, lutas. Segundo Antunes (2005, p.56) na Grécia antiga, Platão afirmava que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos, e que o “aprender brincando” era mais importante e deveria ser ressaltado no ligar da violência e da repressão.  Com o Cristianismo, os jogos vão sendo deixados de lado, considerados profanos, sem significação.  

       Percebe-se então que a concepção de jogos e brincadeiras nesse período partiu de uma valorização na Grécia Antiga para algo insignificante com o cristianismo. Isso nos remete a afirmar as palavras de Antunes (2005, p.57) que “a cultura lúdica é historicamente construída’.” Além disso, Antunes (2005, p.58) expõe que “foi a partir do século XVI, o humanista começam a valorizar novamente o jogo educativo, percebendo a importância do processo lúdico na formação da criança”. 

     Outros teóricos, ainda no século XVI também ressaltaram a importância do lúdico na educação das crianças. ”Ensina-lhes por meio de jogos”, proclamava Rabelais (apud ANTUNES, 2005, p.22). Muitos estudiosos da Educação também se preocuparam com tal temática. Para o pensador norte-americano Dewey (1859-1952), o jogo pode filiar-se à vida, ser seu ambiente natural, onde ela aprende a viver. “O jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as referências abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança.” (2005, p.23)

      Jean Piaget (apud ANTUNES, 2005, p.25) “retrata que os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual”.                                                                 

           Dessa forma, a ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.  Assim, o lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, por meio dele vai se socializando com as demais crianças. Com isso, pode-se ressaltar que a educação lúdica esteve presentes várias épocas, povos e contextos e forma hoje uma vasta rede de conhecimento no campo da Educação. Pode se atender que o universo lúdico faz parte da construção social da criança, pois provoca o amadurecimento do ser humano, brincar propicia o trabalho com diferentes tipos de linguagem o que facilita a adaptação de conceitos preparados pelo adulto, cabe ao educador conhecer a probabilidade de diferentes recursos pedagógica em assentimento com a orientação metodológica do seu trabalho.

      Dewey vê a criança como ser social e a aprendizagem acontecerão espontaneamente com a atuação da mesma no jogo sem que seja necessário induzi-las para tal. Ele vê o jogo como forma de apreensão das vivências do cotidiano. O valor das brincadeiras se torna notório a partir do momento em que ensinam acriança a respeitar o mundo em que vivem e as suas regras.

      No séc. XX abre-se espaço para o crescimento da psicologia infantil, com a produção de pesquisas que estudam e discutem o ato de brincar e sua importância para a construção de representações na vida da criança. Pesquisas essas realizadas por Piaget e Vygotsky trouxeram novos pressupostos para as representações sobre o lúdico e aprendizagem infantil.

       Para Piaget a criança participa ativamente do seu desenvolvimento. É depois do desenvolvimento, que surge a aprendizagem. Inicialmente, se faz necessário que a criança amadureça para que, posteriormente, a aprendizagem venha acontecer. A maturação surge no indivíduo para que posteriormente ele possa aprender através contato com o meio social.

      Como toda aprendizagem inicia-se a partir do desenvolvimento mental, Piaget criou uma classificação de acordo com a evolução das estruturas mentais humanas e de como o lúdico se manifesta em cada estágio do desenvolvimento.

     Os primeiro símbolos lúdicos surgem a partir do período sensório-motor (de 0 a 1 / 2 anos), e constituem jogos simples. A partir do desenvolvimento dos níveis do pensamento verbal e intuitivo (dos 2 aos 6 / 7 anos), os jogos também vão adquirindo características mais complexas. De acordo com a evolução dos estágios do desenvolvimento, apresenta as características das estruturas dos jogos infantis classificando-os em jogos de exercício, simbólico e de regra.

      No período em que a criança apresenta a idade entre 0 e 2 anos ( período sensório-motor) faz parte de seu contexto lúdico os jogos de exercício, que são característicos da fase pré-verbal. Tais jogos têm como objetivo o divertimento, caracteriza-se pela reprodução de movimentos realizados com o próprio corpo, baseado na formação de ações espontâneas. Este tipo de jogo não possui relevância para a aprendizagem, pois a criança ainda encontra numa fase de preparação para a eclosão cognitiva. Após o aparecimento da linguagem a criança inicia os jogos simbólicos entre os 2 aos 6/7 anos ( pré-operatório). Nesse período a criança pode atuar com jogos de imitação ou até mesmo de ficção. A partir dessa brincadeira a criança se aproxima da sua realidade e a caba por assimilar situações nela presentes como afirma Friedman (1996, p.29): “(...) No jogo simbólico a criança se interessa pelas realidades simbolizadas, e o símbolo serve somente para evocá-las.”.

      O jogo simbólico é a transformação de objetos em símbolos a partir da vontade da criança. Dentre as suas funções, as que se destacam são: a realização de desejos, liquidação de conflitos e a compensação. Este tipo de jogo é a principal característica do período pré-operatório.

    Nesse estágio a criança utiliza a representação de um objeto através de outro. Os conteúdos deste jogo são os objetos e as situações da vida da criança e são possíveis de serem pensados graças ao símbolo. De acordo com Friedman (1996) o símbolo pode ser considerado como a representação de um objeto ausente – uma comparação entre o objeto dado e um imaginado – é uma representação do imaginário que possui uma representação real.

Ainda no período de 6 / 7 anos inicia-se a fase do jogo de regras, onde se desenvolve plenamente até os 10/ 12 anos, período que vai do estágio pré-operatório até o operatório formal.

      Nesse tipo de jogo podem estar presentes os jogos citados anteriormente, como os jogos simbólicos ou até mesmo os jogos de exercício, mas neste momento, o jogo acontecerá de maneira coletiva e a regra será o elemento que proporcionará a organização e o andamento da brincadeira coletiva. O jogo de regras acaba por causar uma aprendizagem de socialização, no respeito às regras e a adaptação a elas, fatos que vão ser importantes no decorrer da vida da criança e do adulto que estará por vir.

      “Piaget foi um dos pesquisadores que mais destacou o jogo como elemento coadjuvante no processo evolutivo da criança e a capacidade socializadora que este possui.” Para Piaget ao brincar a criança externa traços de sua aprendizagem através da interação com atividade que esta sendo desenvolvida.

      Diante destes estudos feitos por Piaget, percebe-se que o jogo é intrínseco à natureza infantil e que o desenvolvimento e a complexidade do jogo em que a criança participa tem ligação direta com o seu desenvolvimento psíquico e motor, assim apresentando novas vivências e à medida que avança nos seus estágios do desenvolvimento. A criança tem o jogo como uma atividade fundamental para o aprendizado não só escolar, mas também para o conhecimento do mundo.  

        Tanto Piaget como Vygotsky veem a criança como um ser que recria realidades e podem modificar algumas situações vividas, embora para Piaget o desenvolvimento se inicie com a maturação biológica e para Vygotsky este é proporcionado pela interação com o meio social.

      O jogo também pode ser visto como uma expressão de comunicação, para os seres humanos que já possuem suas estruturas cognitivas completamente formadas, o meio mais comum de comunicação é a linguagem verbal, estando as crianças num nível de desenvolvimento cognitivo em que elas ainda não dispõem da linguagem para se comunicar é através das brincadeiras e dos jogos que elas acabam por se comunicar, manifestar seus pensamentos e sentimentos.

      Assim se torna possível perceber que o brincar não é algo novo na vida do homem e que suas interferências positivas tanto no desenvolvimento e na aprendizagem já vinham sendo estudadas há algum tempo inclusive por Piaget e Vygotsky que trazem em seus estudos brincadeira como elemento intrínseco à vida infantil.

      Quando falamos no lúdico não podemos deixar de comenta e sempre e refletir: Qual a importância do lúdico no ambiente escolar? ? E quais os valores especifico que o lúdico apresenta?

 De acordo com Kishimoto (2009) a utilização de atividades lúdicas no ambiente escolar representa um fator importante para que se alcance uma melhor aprendizagem. Através das brincadeiras e dos jogos, as crianças desenvolvem sua afetividade, manipulam de objetos, praticam ações sensório-motoras e vivem ativamente os contextos de participação e interação social, fatores que contribuem para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem.                  

      O jogo pode ser usado com dimensão educativa com o propósito de contribuir para a aprendizagem, desde que haja um planejamento por parte do educador.

       No momento em que brinca a criança trabalha diversas dimensões de aprendizagem, envolvidas pelo mundo do faz de-conta que a brincadeira lhe oferece. Como afirma Kishimoto (2009, p.36) “O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situa desenvolvimento infantil”.

      Para que a inserção da atividade lúdica no cotidiano da escola seja uma ação de sucesso, é preciso que os profissionais tenham seus objetivos de trabalho bem definidos, conheçam o nível de aprendizagem de sua turma e o estágio de desenvolvimento em que os seus alunos se encontram. A formação desses profissionais é um fator relevante para que as atividades realizadas tenham um retorno satisfatório.

      Kishimoto, Vygotsky e Piaget entre outros, com objetivo de confirmar a possibilidade de o lúdico ser um fator potencializado para a aprendizagem. Também visa demonstrar a forma como o lúdico pode ser utilizado dentro de uma escola trazendo para infantil.  

       As escolas de educação infantil podem ser vistas como um local que favorece o desenvolvimento infantil em seus diversos sentidos, e o referencial da Educação Infantil ao contemplar a brincadeira como uma das questões presentes durante a vivência para as crianças que fazem parte deste universo, já apontam a importância dessa ação para o desenvolvimento e para o aprendizado da criança.

     Esses espaços para brincar dentro da escola através da inclusão do lúdico nas propostas pedagógicas possibilitam o desenvolvimento infantil, sobretudo, quando se trata da questão do imaginário, da aquisição dos símbolos quando a criança faz associações e recria no momento em que brinca proporcionando novas vivências e por consequência desenvolvimento.

      Mesmo com a exclusão das atividades lúdicas (jogo, brincadeira e brinquedo) da escola é necessário que saibamos a diferença entre elas e o material pedagógico, porque o conceito de material pedagógico está presente na escola tanto quanto os conceitos relacionados às atividades lúdicas e ambos são utilizados quando falamos de ensino-aprendizagem. Se soubermos diferenciá-los, provavelmente, a utilização das atividades lúdicas será diferente da utilização dos materiais pedagógicos.

      Para Kishimoto (1998) o jogo se realiza pelos brinquedos, é auxiliador na ação docente e ajudam na aprendizagem de conceitos, noções e habilidades. Para a autora, quando o brinquedo é utilizado como material pedagógico ele deixa de realizar sua função lúdica. Para os autores, quando o jogo é utilizado para realizar uma atividade escolar que tem como foco adquirir conhecimento e habilidades, ele perde sua característica de ser uma ação livre, deixando de ser o jogo propriamente dito e passando a ser um instrumento pedagógico.

       No momento em que se utiliza um brinquedo numa classe de educação infantil ele pode possibilitar inúmeras aprendizagens, inclusive outras muitas além da qual ele foi direcionado e isso varia de criança para criança. O fato é que apesar de poder proporcionar uma riqueza de situações de aprendizagem, não é possível ter certeza de que a construção do conhecimento projetada pelo professor, no momento em que decidiu fazer a utilização deste jogo, será realizada pela criança.

       Fazer o uso de jogos, por contar com uma motivação interna da criança, acaba por potencializar o trabalho pedagógico que se deseja fazer e também estimula o desenvolvimento da criança, contribuindo para que ocorra uma aprendizagem prazerosa. Nesta perspectiva é necessário que o professor esteja sempre disposto a elaborar propostas lúdicas, que incluam o brincar em todo processo do trabalho na educação infantil, onde por meio deste, seja possível mediar à aprendizagem e o desenvolvimento da criança, ajudando-a progredir na definição de sua identidade, em meio ao ambiente social que a cerca e nas formas de comunicação e linguagem a serem elaboradas por ela.

           Porém os professores precisam atentar-se para o desenvolvimento do brincar também enquanto instrumento mediador de conhecimento e não só como “atividade de horas livres.” Tendo isso em vista, é preciso que o professor assuma um papel de mediador e que consiga auxiliar a criança valorizando o caráter lúdico da educação de modo que este possa levar à criança a construção de um conhecimento significativo .Na educação de modo geral, o brincar é um importante veículo de aprendizagem, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social.

       A proposta do lúdico é de promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico promove além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Dessa forma, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões.

        Assim ressalta-se a ideia de que as atividades oferecidas devem sempre e de qualquer maneira beneficiar as crianças, atentando-se ao fato de uma atividade, ou ate mesmo um jogo ou brincadeira, não ser fácil e simples demais, não somando e beneficiando o conhecimento das crianças e muito menos difícil e complicado demais, trazendo somente duvidas e dificuldades, atraindo a repulsa e o desinteresse em aprender.

      Portanto, sabe-se que a ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita a comunicação, expressão e construção do conhecimento. Assim, a prática lúdica entendida como ato de brincar das crianças permite um mergulho na sua trajetória ao longo dos tempos, acumulando informações.

         A esse respeito, Santos (2008) menciona que este processo cíclico, retratado em cada ação e em cada jogo, permite conhecer um pouco da evolução. Portanto, entender o brincar das crianças no cenário das civilizações é conhecer um pouco da cultura.

        Com isso, a Educação pela vida da ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando, inspirando numa concepção de educação para além da instrução. Para que isso aconteça é preciso que os profissionais da educação reconheçam o real significado do lúdico para aplica-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender.

      Na visão de Campos (2011) o jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.

      No processo educativo, em especial, na Educação Infantil, o desenvolvimento de atividades lúdicas deve ser considerado como prioridades no delineamento de atividades pedagógicas contidas no planejamento escolar realizado pelos professores e coordenadores. Essa inclusão visa, portanto a flexibilidade e dinamização das atividades realizadas ao longo de toda a prática docente, oportunizando a eficácia e significação da aprendizagem.

       É imprescindível enxergar com novos olhos o verdadeiro universo mágico e encantador do lúdico em sala de aula e consequentemente, entendendo-se aí toda a prática cotidiana do aluno, visto que, é na educação infantil que as crianças são capazes de construir a aprendizagem através do brincar, criando e imaginando situações de representações simbólicas entre o mundo real e o mundo a ser construído com base nas suas expectativas e anseios.

       Nessa perspectiva, é através da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, a ele se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social. Portanto, os professores, na posição não de meros transmissores de informações e conhecimentos sistemáticos, mas como mediadores desse conhecimento, devem oportunizar condições para que por meio do desenvolvimento dessas atividades, a criança possa construir de forma autônoma o seu próprio conhecimento.

      No mundo do imaginário tudo pode acontecer, a simbolização de elementos que não estão fisicamente presentes na brincadeira, a criação de novas nomenclaturas substituindo um objeto por outro como, por exemplo: transformando um graveto num carro para que a brincadeira possa continuar. Embora o imaginário possua presença constante no cotidiano infantil, tudo que é criado e imaginado possui ligação com o contexto de vida das crianças, e se torna a base de toda a ação dos momentos vivenciados e/ ou observados por ela.

       É importante destacar que a aprendizagem proporcionada pelo lúdico não acontece somente nos momentos em que este está aliado a atividades educacionais, no momento em que a crianças brinca de forma livre e natural, sem a influência ou direcionamento do profissional de educação ou de um adulto também existem inúmeras aprendizagens proporcionadas pela brincadeira. Da mesma forma acreditam as professoras da instituição ao relatarem a possibilidade da aprendizagem, quando as crianças brincam livremente e interagem, dialogam entre si, criam regras e desenvolvem o andamento da brincadeira.

      O lúdico, de maneira geral, é uma atividade relacionada ao prazer e a vida; com o desenvolvimento do ser humano, é um elemento da cultura e o meio de integração entre o desenvolvimento da criança e o desenvolvimento educacional, segundo Marcellino (1989).

      Sabemos que é importante ter um jogo no processo de aprendizagem, contudo não adianta possuir o melhor jogo se o professor não souber estimular as crianças para que a aprendizagem se torne significativa. O professor tem que saber instigar o aluno e a partir da curiosidade gerada construir, junto com o aluno, as associações necessárias. Pois sabemos que por ser uma atividade lúdica ajuda no desenvolvimento, fazendo com que as crianças desenvolvam a habilidade de pensar, compreender, refletir sobre determinada situação.

       Como comenta Kishimoto (1998), o jogo educativo pode ser utilizado na escola; contudo, ele tem que possuir o equilíbrio entre as suas duas funções: a educativa e a voluntária, porque ao obter o equilíbrio entre essas funções obtêm-se o jogo educativo, e as crianças encontrarão sentido na aprendizagem. Caso contrário, se ocorrer um desequilíbrio entre as funções podemos ter ou o total ensino ou o total jogo.

 

 

 

                    O papel do brinquedo no desenvolvimento infantil

 

 

        O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor.

       Nesse sentido, Vygostki (1998) ressalta que no brinquedo, a criança cria uma situação imaginária, isto é, é por meio do brinquedo que essa criança aprende a agir uma esfera cognitiva, é promove o seu próprio desenvolvimento no decorrer de todo o processo educativo.

       Dessa forma, o brinquedo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, etc.

        Segundo Piaget (1998, p.62), “o brinquedo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais.

         Nessa perspectiva, o brinquedo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do brinquedo a criança pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa.

       Portanto, o brinquedo é um dos fatores mais importantes das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Assim, Campos (2011) destaca que os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar.

Segundos os estudiosos O brincar é muito importante para a criança, porque é através do brinquedo que ela se constrói, experimenta, pensa, aprende a dominar a angústia, a conhecer o seu corpo a fazer representações do mundo exterior e, mais tarde poder e saber agir sobre ele. Ao brincar, a criança demonstra toda sua criatividade. Isso permite que ela se relacione com o mundo dos adultos, estabeleça seu controle interior, sua autoestima e desenvolva relações de confiança consigo mesma e com os outros. O ato de brincar ou o lúdico na vida da criança, principalmente na fase da alfabetização cria mecanismos que desenvolve suas habilidades cognitivas, para assim estar preparada para o meio que está inserida.

           Para realizar este trabalho acerca da construção do conhecimento, como princípio educativo e acreditando na importância da ludicidade na vida de uma criança, partimos de objetivo geral que é compreender a importância do brincar como meio facilitador da aprendizagem das crianças do ensino infantil.

           O construtivista dá ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especialmente o conhecimento não é dado, em nenhuma estância, como algo terminado. Ele se constrói pela interação do indivíduo com o meio físico social. E o Sócio construtivista vê o sujeito como fruto do meio que está inserido o objetivo geral é entender a importância do brincar para as crianças como elemento facilitador. Este método investigará os conhecimentos e as relações sociais do brincar no passado, e a influencia na vida nos dias de hoje.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

         No transcorrer deste trabalho tivemos como objetivo a importância do brincar na educação infantil, foi possível desvelar que a ludicidade é de extrema relevância para o desenvolvimento integral da criança e são elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias.     Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem.

         Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações inter-pessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.

         Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido a influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino-aprendizagem.

         Aprendizagem, o lúdico vem favorecendo de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencias criativas das crianças, cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a criatividade da criança.

         Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos revelar que os esquemas que a criança utiliza para organizar as brincadeiras, os jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como o conhecimento.

         Com isso, os educadores, enquanto mediadores do conhecimento devem oportunizar o crescimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo um ambiente de qualidade que estimule as interações sociais, um ambiente enriquecedor de imaginação, onde a criança possa atuar de forma autônoma e ativa, fazendo com que venha a construir o seu próprio processo de aprendizagem. Além disso, as brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimentos, que proporcione prazer no ato de aprender e que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula.

         É importante ressaltar que o professor deve desenvolver atividades lúdicas na sala de aula não como meras brincadeiras, mas como uma possibilidade de promoção do ensino aprendizagem, também como uma atividade de entretenimento, sem relação obrigatória com a aprendizagem significativa para o aluno.

         Diante de todas as informações contidas nesse estudo pode-se concluir que é importante mencionar que os jogos e as brincadeiras na sala de aula, podem ser considerados como sendo atividades sociais privilegiada de interação específica e fundamental que garante a interação e construção do conhecimento da realidade vivenciada pelas crianças e de constituição do sujeito-criança como sujeito produtor da história. Para trabalhar com jogos e brincadeiras carregados de significados, cabe ao professor observar e avaliar seus alunos em situações de aprendizagem, para que tome decisões coerentes, que atendam as necessidades das crianças. 

 

                                                REFERENCIAS

 

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ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das Múltiplas Inteligências. 13ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

BERTOLDO, Janice Vidal e RUSCHEL, Maria Andrea de Moura, Jogos, Brinquedo e Brincadeira – Uma Revisão Conceitual (2011).

 

CARNEIRO, M. A. B. Aprendendo através da brincadeira. Ande Revista da Associação Nacional de Educação, aos 13, nº 21, Cortez Editores, 1995.

 

CAMPOS, M. C. R. M. A importância do jogo no processo de aprendizagem. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID  Acesso no dia 20 de Setembro de 2011.

 

FRIEDMAN, Adriana. Brincar, crescer e aprender – O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. Disponível em:

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