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O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Julia Hirch Batista[1]

Leonice Eduardo Martins[2]

Stefani Saniely De Campos Pinho Zerbinati[3]

Sandra sackser Antunes da silva[4]

 

RESUMO

Esta pesquisa é fruto da reflexão e compreensão de informações fundamentadas, por meio de estudos referentes a importância do papel das tecnologias de informações e comunicação no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Para tanto, levantou-se a seguinte problemática: Como o uso das novas tecnologias pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem da criança na Educação Infantil? Dessa forma, objetivou-se analisar a importância do uso das novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem da criança na Educação Infantil. Tendo como objetivos específicos: abordar os conceitos das novas tecnologias de informação e comunicação na educação; identificar como o uso das tecnologias de informação e comunicação “TIC’s” pode auxiliar na aprendizagem da criança, quando utilizadas nos projetos de ensino-aprendizagem; analisar como está sendo utilizadas as novas tecnologias de informação e comunicação na educação. Para a realização desta pesquisa, utilizou-se a pesquisa bibliográfica por meio da pesquisa qualitativa, sendo fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos e sites, proporcionando uma leitura consciente da importância do tema. Os resultados da pesquisa desenvolveram-se por meio de teorias bibliográficas, onde autores como Brito (2001), Kinski (2007), Almeida (2007), entre outros, apresentam estudos importantes sobre esta temática e uma pesquisa qualitativa em artigos e materiais de cunho cientifico. Por fim conclui-se com esta pesquisa que com a utilização das TICs que os docentes têm condições de criar novos estímulos que possibilitem a interação explorar novos contextos. Já que na infância as crianças são estimuladas ao contato com o novo criamos formas de inseri-las a sociedade amenizando os impactos da desigualdade.

 

Palavras-chave: Tecnologia de Comunicação e Informação. Aprendizagem. Professor. Educação.

 

INTRODUÇÃO

 

Considerando que a criança dês de cedo já estão em contato com o uso das novas tecnologias, já não é possível mais pensar em educação sem o uso de tecnologias de informação e comunicação na educação, ou seja, aos poucos ela está sendo incluída no paradigma educacional. Com isso, as crianças da atualidade já deixaram marca e passaram a ser descritas como a geração dos conectados, que está submetida a diversos estímulos tecnológicos de maneira simultânea.

Em razão disto, este trabalho de pesquisa tem por interesse demonstrar o papel das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Dada a importância sobre esta temática, este trabalho de pesquisa levantou a seguinte questão: Como o uso das novas tecnologias pode contribuir no processo de aprendizagem da criança na Educação Infantil? Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo analisar a importância do uso das novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem da criança nas séries iniciais. Tendo como objetivos específicos: Abordar os conceitos das novas tecnologias de informação e comunicação na educação; Identificar como as tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) podem auxiliar na aprendizagem da criança quando utilizadas nos projetos de ensino-aprendizagem; analisar como está sendo utilizadas as novas tecnologias de informação e comunicação na Educação.

            A pesquisa justificou-se em aprofundar o tema abordado, por se tratar de um assunto que é atual e que precisa ser estudado e discutido, a fim de analisar a relevância acadêmica e social, como intuito de desmistificar estigmas e estereótipos acerca das tecnologias de comunicação, bem como, propiciar a percepção de inúmeras possibilidades que os novos métodos tecnológicos apresentam enquanto facilitadores da aprendizagem nas series iniciais da educação. Surge daí a importância de decorre o tema escolhido, levando em consideração a grande relevância em compreender a representação social das TIC’s, na educação bem como a sua compreensão e a qualidade de suas intervenções na aprendizagem da criança na Educação Infantil.

            Para atender as propostas desta pesquisa, utilizou-se um referencial teórico, com finalidade de adquirir fundamento para aprofundar o tema, onde se buscou conceitos e opiniões de diferentes autores como Brito (2001), Kinski (2007), Almeida (2007), entre outros que apresentam em suas teorias estudos importantes sobre esta temática. Foram utilizadas pesquisas bibliográficas e pesquisa qualitativa, visando alcançar a problemática envolvida e os objetivos propostos. As partes que compõe essa pesquisa são: As tecnologias de informação e comunicação na educação; O uso das tecnologias na sala de aula; Tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.

 

AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

 

            A dominação de “NTIC” Novas Tecnologia de Informação e Comunicação corresponde a todos os procedimentos e tecnologias utilizadas para processar, mediar, informar e comunicar, estando em constantemente desenvolvimento na educação. Pois, ao utilizar a tecnologia no processo educacional “[...] proporciona ao sujeito a construção de conhecimento, preparando-o para que tenha condições de criar artefatos tecnológicos, operacionaliza-los e desenvolve-los” (BRITO 2011, p.23).

            Diante desta perspectiva, verifica-se que as tecnologias veem ao encontro com o desenvolvimento constante do sujeito, de modo que suas transformações diante dos novos tempos e espaço se manifestem as novas percepções e distintas noções do que eram socialmente aceitas no ambiente educacional.  Pois, as tecnologias estão presentes na atualidade, interferindo no dia-a-dia do sujeito, fazendo com que a educação faça mudanças em seu contexto educacional.

            Segundo Brito (2011, p.26), as tecnologias devem se relacionar com a educação por meio de “[...] apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o controle das tecnologias e de seus efeitos”. Diante disso, compreende-se que cabe a escola junto com os professores elaborar ações educacionais que efetive a inserção das tecnologias no processo educacional, ou seja, “[...] buscando integrá-las á ação pedagógica na comunidade intra e extraescolar e aplicá-las claramente na proposta educativa da escola” (BRITO 2011, p. 26).

            Desta forma, a escola ao incluir as novas tecnologias de informação e comunicação em seu ambiente escolar, por meio de um projeto de reflexão e ação, proporciona aos sujeitos a qualidade na educação. Pois, a tecnologia não é só meros equipamentos, ou seja, “[...] ela permeia toda a nossa vida, inclusive em questão não tangíveis” (BRITO 2011, p.33). Neste sentido, verifica-se que a tecnologia pode ser física, organizadora ou simbólica, estando interligadas intimamente no ambiente educacional ou na vida do sujeito.

            De acordo com Brito (2011, p. 49), para ter-se uma tecnologia educacional faz-se “necessário que o professor compreenda que”:

 

Uma boa utilização das tecnologias na educação pode propiciar a criação de novas formas de relação pedagógica, de novas formas de pensar o currículo e, portanto, pode também conduzir a mudanças no ambiente escolar; O uso das tecnologias na Educação tem um potencial enorme, que não está diretamente relacionado á presença de maquinas, mas sim ao do professor que firmou um compromisso com a pesquisa, com a elaboração própria, como o desenvolvimento da crítica e da criatividade, superando, assim, a cópia, o mero ensino e a era aprendizagem (BRITO 2011, p. 49/50).

 

            Dado ao exposto nota-se que, para obter uma tecnologia educacional no contexto escolar, faz-se necessário que o professor seja incluído digitalmente, pois não basta apenas ele saber ligar ou desligar equipamentos tecnológicos. Ou seja, é necessário que ele “[...] entenda a tecnologia como um instrumento de intervenção, que se contrapõe a qualquer tendência que direcione ao tecnicismo e coisificação do saber e do ser humano” (BRITO 2011, p. 50). Sendo assim, é imprescindível que o professor tenha uma formação continuada, para que possa transmitir de maneira correta o conhecimento.

            A esse respeito, Timboíba (et. al, 2011), destaca que:

 

As Tecnologias de Informação e Comunicações (TIC’s,) vêm se tornando uma ferramenta de grande importância no contexto educacional; no entanto, é preciso que todos os envolvidos tenham discernimento, para que as possibilidades propiciadas por este instrumento sejam usadas adequadamente, transformando os educandos em agentes capazes de atuarem de forma crítica e participativa no cenário tecnológico contemporâneo.

 

            Mediante a esta perspectiva, entende-se que as tendências educacionais promovem uma direção ao aspecto tecnológico nas instituições escolares, cabendo à escola dar saltos qualitativos, para que possa ter um embasamento em suas aulas. Ou seja, qualquer projeto de implementação que envolva as tecnologias no ambiente educacional deve “[...] ser planejados e não improvisados, se improvisação acontecer no início do processo, com certeza esse processo não se efetivará” (BRITO 2011, p. 119).

            É importante destacar que, ao envolver as TCI’s em sala de aula, proporciona expectativas que a educação venha a ter, sendo um mecanismo e um sistema de diferenciação, conforme as habilidades e percepção dos alunos. Pois, ao promover a interação deles com o mundo virtual com a realidade, é importante que o professor esteja preparado para poder li dar com essas tecnologias em sala de aula.

            Moran (2000, p.63), destaca que “[...] ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos”. Desta forma, pode-se dizer então que no atual contexto escolar, a insatisfação das aulas tradicionais por parte dos alunos é crescente. Assim, as atividades de aulas expositivas á base de lousa e caderno, já que em muitas escolas não tem mídias ou equipamentos digitais, ou em algumas tem mais não fazem o uso desse material em sala de aula.

            Nesse sentido, podemos afirmar que o aluno tem necessidade de absorver determinado contexto ao saber, cabendo ao professor buscar e aprimorar-se de modo que possa efetivamente ter condições de levar novos ensinamentos aos seus alunos em sala de aula. Assim, cabendo ao professor junto com a escola, adquirir competências que permitam com que o aluno explore as novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, pois a inserção das ferramentas tecnológicas no processo educacional tem que ser feita de forma gradual e adequada, já que as crianças atualmente são reféns de uma rede tecnológica.

 

O USO DAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA

           

            Atualmente os professores vêm se adaptando ao uso dos meios multimídias nas salas de aula, por meio de lousas digitais, computadores a distribuição de tablets, para as crianças possibilitando a elas a utilização da tecnologia na sala de aula. Assim, o uso da tecnologia vai se aliando no paradigma educacional, favorecendo a criança desenvolver possibilidades do saber, já que ela desde cedo já tem contato com a tecnologia de informação e comunicação.

            Segundo Niskier (1993, p. 11), destaca que:

 

A tecnologia educacional, sabiamente, não se reduz á utilização de meios. Ela precisa necessariamente ser um instrumento mediador entre homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo qual o educador se apropria de um saber, redescobrindo ou reconstruindo o conhecimento.

           

            Diante deste contexto, percebe-se que cabe aos professores no ambiente escolar, desenvolver práticas formativas interdisciplinares com a utilização desses meios. Pois, ao utilizar a tecnologia como meio de aprendizagem, faz-se necessário que o professor vá ao encontro com o que será trabalhado em sala de aula com os seus alunos.

            Freire (1994, p. 29), complementa que “[...] o professor deverá ter presente os resultados da ciência pedagógica, da didática e das metodologias especificas de cada disciplina”. Desta forma pode-se dizer que não basta só oferecer a tecnologia ao aluno, cabe ao professor estar atendo a todos os elementos necessários, ou seja, ele deve estar atento às mudanças tecnológicas, assim, não fazendo mau uso das tecnologias na implicação da aprendizagem do aluno.

            Nessa lógica, Saviani (1991, p. 87) ressalta que:

 

A educação hoje não pode mais manter-se somente como acadêmica ou profissionalizante, por isso, necessitamos de professores que conheça o sistema produtivo e principalmente as inovações tecnológicas.

           

            Desta forma, fica imprescindível que ao trabalhar com as tecnologias em sala de aula, o professor deve-se aprimorar-se de modo que possa efetivamente ter condições de levar novos ensinamentos aos seus alunos.  Assim, torna-se dever do professor e da equipe escolar adquirir competências que permitam utilizar e explorar as tecnologias em sala de aula mostrando aos seus alunos as inúmeras possibilidades de ensino-aprendizagem que as tecnologias de um modo geral podem ter.

            De acordo com, Rosales (2007, p. 05):

 

O professor deve entender que a tecnologia é um suporte no processo de ensino-aprendizagem, [...] uma ferramenta de apoio, um instrumento inovador, tornando a aprendizagem mais eficiente e eficaz.

 

            A partir deste contexto, torna-se importante frisar ao utilizar a tecnologia no processo de aprendizagem, trazem bons resultados, se for utilizado a favor da criança, pois se o professor não souber usa-las de forma correta, acaba-se tornando inválida. Pois, sabe-se que a criança traz do seu mundo interno e externo a sua perspectiva, do novo mundo do conhecimento, sendo capaz de fazer comparação diante das tecnologias, ou seja, estão desde pequenas ligadas ao mundo tecnológico.

Segundo Belloni (2001, p. 27), integrar as tecnologias de informação e comunicação no ambiente escolar, constitui-se um grande desafio no “redimensionamento do papel do professor”, sendo que:

 

Processo de midiatização do ensino/aprendizagem, pois há grandes dificuldades na apropriação destas técnicas no campo educacional e em sua "domesticação" para utilização pedagógica. Suas características essenciais - simulação, virtualidade, acessibilidade a superabundância e extrema diversidade de informações - são totalmente novas e demandam concepções metodológica muito diferentes daquelas das metodologias tradicionais de ensino, baseadas num discurso científico linear, cartesiano e positivista. Sua utilização com fins educativos exige mudanças radicais nos modos de compreender o ensino e a didática (BELLONI, 2001, p.27).

 

Diante desta perspectiva, verifica-se que ao direcionar atividade por meio da tecnologia, despertam o interesse e a curiosidade da criança, possibilitando o seu desenvolvimento, por meio de conteúdos expostos. Em razão disso, “[...] os professores dever sempre, oportunizar aos alunos o acesso à informação e a construção de conhecimentos coletivos” (HAETIGER, 2005, p. 71). Portanto, pode-se dizer que o uso das tecnologias utilizadas como recursos pedagógicos em sala de aula, favorece o aprendizado das crianças, estimulando-a para a sua evolução, cabendo ao professor no seu plano de ensino desenvolver atividades de maneira dinâmica, prazerosa e interdisciplinar, já que muitas vezes ela tem o estimulo pelo uso frequente de computadores, televisão e até celulares em casa.

 

TECOLOGIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

 

No atual contexto da Educação Infantil, a tecnologia está em constante desenvolvimento, de modo que suas transformações diante de novos tempos e espaços se manifestam novas percepções e distintas noções do que eram socialmente aceitas no ambiente escolar.  Segundo Kenski (1997, p.64):

 

A tecnologia digital rompe com a narrativa contínua e sequencial das imagens e textos escritos e se apresenta como um fenômeno descontínuo. Sua temporalidade e especialidade, expressa em imagens e textos nas telas, estão diretamente relacionadas ao momento de sua apresentação. Verticais, descontínuas, móveis e imediatas, as imagens e textos digitalizados a partir da conversão da informação em bytes, têm o seu próprio tempo, seu próprio espaço: o tempo e o espaço fenomênico da exposição.

 

Diante desta perspectiva, os projetos contemporâneos de educação com inclusão digital adotaram lógica temporal e espacial baseadas em novas tecnologias da informação e da comunicação diante da evolução multimídia. Assim o modelo fordista até hoje presente nas salas de aulas, passou a ser obsoleto.

É importante destacar que, as escolas brasileiras desenvolvem na educação um quadro voltado para a inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), com grandes metas de investimentos, chamado Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), criando pelo Governo Federal, com propósito de oferecer integração tecnológica à educação, conforme apresentado pelo MEC (2008) em seu site:

 

É um programa educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica. O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias (BRASIL, 2008).

           

Levando em consideração este aspecto, pode-se dizer então que os programas levam as escolas recursos digitais, por intermédio de uma parceria entre o Governo Federal com Estados e Municípios, que são os executores em alocar profissionais capacitados nas escolas, com bons objetivos, porém, não basta apenas equipar as instituições e sim é importante que haja uma reformulação pedagógica e um investimento para melhor qualificação de professores para melhor suporte na implantação do programa e alcance de seus objetivos. Assim, as ferramentas educacionais estão disponíveis em rede para que novas práticas educacionais sejam realizadas no espaço escolar, despertando o aluno para um meio de convívio já conhecido, pois esses instrumentos podem ser utilizados com fontes de pesquisas, leituras, consultas de opiniões, aperfeiçoamento de raciocínio lógico através de jogos e interação pessoal por meio de redes sociais.

A esse respeito, Mizukami (1986, p. 28), complementa que:

 

O sistema educacional de ensino tem como finalidade básica promover mudanças nos indivíduos, mudanças essas desejáveis e relativamente permanentes as quais implicam tanto a inquisição de novos comportamentos quanto a modificação dos já existentes.

 

 A partir deste pensamento, fica evidente que a tecnologia é uma grande aliada para a aprendizagem da criança, ao ser realizado como recurso didático em sala de aula, ou seja, ao utilizar recursos tecnológicos promove mudanças nas modificações já existentes. Assim, “[...] podemos também ver a relação entre educação e tecnologias de outro ângulo, o da socialização da inovação” (KINSKI, 2007, p. 43).

No entanto é imprescindível a necessidade do conhecimento, valores, hábitos, tendências, atitudes e comportamentos em grupo, a integração do uso da tecnologia será à base dessa educação para que se faça o aprendizado. Pois, “[...] a escola é um local privilegiado (mas não é único) para a aprendizagem e o uso crítico da tecnologia” (ALMEIDA, 2007, p. 48). O autor destaca ainda que:

 

A influência tecnológica se aproxima do conceito de letramento como prática social, e não como simples aprendizagem de um código ou de tecnologia: implica a atribuição de significados a informação, provenientes de textos construídos com palavras, gráficos, sons e imagens dispostos em um mesmo plano, bem como localizar selecionar e avaliar criticamente as informações, [...] a incorporação das práticas sociais de leitura, escrita e comunicação por meio da tecnologia de informações e comunicações favorece a leitura do mundo como fonte de invenção da leitura e escrita da palavra e das possibilidades e contradições do mundo digital.

 

Diante disso, percebe-se que a tecnologia de informação e comunicação está presente no conhecimento e aprendizagem por meio de aparatos tecnológicos, sendo eles televisão, radio computador, dada show, DVD, retroprojetor, tablet, entre outros aparelhos presentes no cotidiano do aluno.  Assim, “o grande objetivo das escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem” (LIBÂNEO, 2007, p. 309).

Além disso, é importante considerar que a inserção da tecnologia nas aulas torna-as mais atraente para os alunos, no entanto essa modelagem é um desafio para os processos de ensino-aprendizagem. Já que essas novas tendências tecnológicas educacionais obrigam as escolas reorganizarem seu modelo de ensino, fugindo dos padrões tradicionais. Assim, para que o professor obtenha resultados satisfatórios por meio desses recursos tecnológicos ele deve “[...] respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que seu uso realmente faça diferença” (KENSKI, 2007, p. 46).

Assim, independente de quaisquer processos de adaptação das instituições de ensino, a tecnologia já está presente no cotidiano de tais, por meio da utilização de vídeo aulas, reprodução de slides com o manuseio de retroprojetores e projetores e salas de informática. Contudo, vale salientar que nos dias atuais, há instituições que já possuem equipamentos tecnológicos adaptados para a instrumentação de aulas mais aprimoradas com a utilização de tablets e quadros virtuais, que proporcionam uma aula interativa e atrativa para os alunos que cresceram envoltos pelo hiperavanço tecnológico.

Segundo Patroni (et al. 2009), enumera tecnologias que constantemente estão sendo utilizadas em sala de aula, como: TVs, rádios, computadores pessoais, celulares, pendrives, câmeras de vídeos e fotografias, internet, blogs, e-mails, redes pessoais e ambientes virtuais de aprendizagem, entre outros. Diante disso, é necessário que o professor, tenha aprimoramento e capacitação para o uso desses recursos tecnológicos, para facilitar o bom aprendizado do aluno.

De acordo com Mamede-Neves & Duarte (2008, p.777):

 

Crianças e jovens “nativos digitais” (Prensky, 2001), os que chegaram ao mundo após a popularização dos computadores pessoais e a criação da internet, compõem um segmento de usuários de TIC que não só faz uso corrente das mesmas como, também, antecipa o que está por vir, explora de forma criativa e diversificada tudo o que essas tecnologias têm a oferecer, ultrapassando, inclusive, os limites originalmente estabelecidos para o uso regular delas.

 

Tendo em vista todos esses aspectos que a tecnologia de informação e comunicação favorece, compreende-se que o aprendizado pode ocorrer dentro e fora de instituições escolares, pois mesmo sem a existência de escolas, historicamente o homem evoluiu, e suas descobertas e conhecimentos conseguiram ser passados ao longo das gerações. Isso determina que o processo de aquisição de conhecimento esteja além dos muros escolares, nada mais justo que trazer para dentro da escola aquilo que faz o ser humano a cada dia se aperfeiçoar, assim em conformidade com as alegações.

A esse respeito, D’Ambrósio (1996, p. 80), complementa que:

 

Estamos entrando na era do que se costuma chamar a “sociedade do conhecimento”. A escola não se justifica pela apresentação de conhecimento obsoleto e ultrapassado e muitas vezes morto, sobretudo, ao se falar em ciências e tecnologia. Será essencial para a escola estimular a aquisição, a organização, a geração e a difusão do conhecimento vivo, integrado nos valores e expectativas da sociedade. Isso será impossível de se atingir sem a ampla utilização de tecnologia na educação. Informática e comunicações dominarão a tecnologia educativa do futuro.

 

Dessa forma, verifica-se que ao longo dos séculos as instituições escolares vêm quebrando tabus em referência ao seu histórico de ser tradicional, ignorando a resistência de alguns que dizem não haver necessidade da implantação tecnológica no ambiente. Assim, o dia a dia de cada integrante do sistema educacional já é um fator de mudança, pois automaticamente a sociedade impõe um convívio com a tecnologia.

Segundo Brandão (2007, p. 07):

 

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturaram a vida com a educação.

 

Nesse sentido, é importante considerar que os itens tecnológicos são considerados uma organização do tempo e espaço em meio à educação, e fazem parte da vida de todos os integrantes envolvidos neste âmbito. Assim, os itens tecnológicos surgem como uma tendência de fenômenos progressivos que visam um ensino-aprendizagem atrativo e inovador, de modo que o aluno se auto-reconheça como um ser integrante racional da sociedade e construtor de sua história e cultura e desperte assim, oportunidades para possíveis novas descobertas.

Portanto, fica evidente que a combinação entre a educação e as TIC’s que se encontra a chave para o aprimoramento do ensino, pois se desenvolver em uma sociedade onde o acesso à informação é imediato requer condições efetivas e de qualidade. Assim, no sentido de promover o processo de escolarização, aonde só pode acontecer quando o professor oferece possibilidades aos seus alunos, ou seja, os estimulando a independência de ideias e possibilitando através do uso coerente das tecnologias a chance de desenvolver inúmeras competências necessárias para o seu aperfeiçoamento técnico e comportamental.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            Através dos dados obtidos nesta pesquisa, evidenciou-se por meio de revisões bibliográficas que se faz necessário o entendimento das tecnologias de informações e comunicação, como recurso pedagógico, pois, sempre que se fala em tecnologia, é do senso comum considerar normal que as crianças da atualidade já deixaram marca e passaram a ser descritas como a geração dos conectados, geração está que está submetida a diversos estímulos tecnológicos de maneira simultânea. Está nova geração já está incorporada nas escolas e com base nisso a necessidade de atualização e reavaliação de métodos tradicionais de ensino tornou-se necessária.

            Percebeu-se no decorrer deste estudo, que embora grande parte dos docentes ainda não esteja familiarizada por completo com as tecnologias, é importante ressaltar que a equipe pedagógica também faz parte deste cenário e precisa compreender a dimensão da inclusão das TICs, fomentando na equipe de professores o despertarem para a utilização de métodos mais interessantes e que estimulem o aluno ao interesse e a consciência de sua autonomia para o aprendizado. Com isso, conclui-se com este trabalho de pesquisa, que com a utilização das TICs que os docentes têm condições de criar novos estímulos que possibilitem a interação explorar novos contextos. Já que na infância as crianças são estimuladas ao contato com o novo criamos formas de inseri-las a sociedade amenizando os impactos da desigualdade. Assim, a escola e os professores precisam adaptar-se ao novo contexto ao qual estão inseridos e utilizar das tecnologias da informação e comunicação para aproximar-se deste novo modelo de aluno que anseia por métodos de ensino cada vez mais próximos a sua realidade.

            Ressaltamos por fim, que pesquisas adicionais são necessárias para melhor compreensão em relação à importância do uso das tecnologias desenvolvida em sala de aula. Assim, visando possibilitar novos estudos que venham acrescentar sobre esta temática.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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[1] Graduada em Pedagogia pela Faculdade UNIP.

[2] Graduada em Pedagogia pela Faculdade UNINTER. Especialista Psicopedagogia, Educação Infantil e alfabetização, pela Faculdade Afírmatibo.

[3] Graduada em Pedagogia pela Faculdade UNINTER.

[4] Graduada em Pedagogia pela UNINTER. Especialista em Psicopedagogia, Educação Infantil e Alfabetização, pela faculdade Afírmatibo.