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O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Joselene de Araujo Padilha
Edenette Moraes Navarro
Patricia Helena da Conceição
Eduarda Falcete Cosmo
Marta Santos Silva Fonseca

 

RESUMO

O presente artigo objetivou um estudo sobre a importância do lúdico no decurso do processo escolar da criança, uma vez que os jogos e brincadeiras são, primordial na estruturação de uma aprendizagem significativa em qualquer estágio escolar. Por meio dessa pesquisa e suas bases teóricas foi possível observar que a utilização dos jogos e brincadeiras na sala de aula auxilia na construção de condutas sociais como respeito mútuo, cooperação, convívio e interação social, contribuindo assim na formação do conhecimento. As crianças têm características muito positivas principalmente a sua criatividade, atração pelas descobertas das atividades e das diversas situações diferentes, ou seja, as descobertas do novo lhe atraem, e tudo que é no concreto. Dessa maneira o processo de aprendizagem na alfabetização e letramento se torna mais prazeroso, fácil e dinâmico. Vale ressaltar que esse estudo se firmou a partir de uma abordagem qualitativa, com uma análise auxiliada por uma pesquisa bibliográfica coletando assim dados de artigos cientifico bem como de acervos da internet, constatando assim que os jogos se forem aplicados de maneira eficaz contribuem muito no processo de desenvolvimento do ensino aprendizagem da criança.

 

Palavras-chave: Lúdico. Alfabetização. Letramento. Ensino Aprendizagem.

 

INTRODUÇÃO

 

O lúdico e a alfabetização são indissociáveis. Sendo assim vale ressaltar a relevância do espaço lúdico adequado para que ocorra uma aprendizagem significativa da alfabetização e letramento. O brincar deve estar inserido de maneira pedagógica na rotina das crianças. Dessa maneira é oportunizado um desenvolvimento das habilidades cognitivas, motoras, afetiva, ética, estética, de ligação interpessoal e de inserção social e a aprendizagem específica da alfabetização.

As brincadeiras são uma fonte de convívio, é por meio da interação do brincar que a criança pode expressar seus sentimentos e demostrar sua vivência. O ato de brincar ajuda no processo de ensino aprendizagem da criança, pois facilita a construção da criatividade, autonomia e no cognitivo.

Quando a criança brinca ela tem a oportunidade de inteirar-se com seu próprio corpo, o espaço físico e social. É brincando que a criança tem chance de construir conceitos, regras, normas, valores e conteúdos conceituais, atitudinais e mecanismos nas mais diversas formas de conhecimento.

            O ato de brincar contribui no processo de ensino aprendizagem da criança, pois propicia a construção da criatividade, autonomia e cognitivo. É através das brincadeiras que a criança tem a possibilidade de expressar seus sentimentos e demonstrar seu aprendizado.

            O lúdico possibilita a autoestima da criança bem como a interação de seus pares, favorecendo situações de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. As crianças trilham um caminho de novas descobertas, explorando assim o desconhecido em busca de novidade. A atitude do brincar é um movimento natural da criança, pois ela se põe à frente do mundo em que vive.

            No processo de alfabetização e letramento a criança não brinca apenas pelo ato de brincar, mas sim com o objetivo e um observar pedagógico.

            Os docentes têm a responsabilidade de mediar os desafios lúdicos, estimulando então o pensamento, raciocínio lógico, orientando a criança de maneira que ela consiga alcançar níveis de desenvolvimento que só depende do interesse dela.

            O processo de alfabetização e letramento ocorre de maneira contínua na vivência da criança, pois o lúdico é nítido nas práticas educativas, nas atividades de aprendizagem, nas oportunidades de atividades livres, nas experimentações e descobertas de novos horizontes, despertando assim o interesse da criança se fazer presente no ambiente escolar.

 

DESENVOLVIMENTO

 

            O processo de alfabetizar tem o significado de instruir o alfabeto, com o intuito de a criança ou adulto usufruir disto como um código de diálogo. A alfabetização tem uma função importante, pois insere o educando em acesso com os bens educacionais mais diversos.

É importante inserir a Educação Física no processo de alfabetização, pois envolve a aprendizagem do aluno no movimento corporal e da cultura corporal, de maneira mescla. Sendo assim, introduzir os conhecimentos de educação física se faz necessário durante o processo de alfabetização e letramento, pois abrange o desenvolvimento do ser como um todo.

Conforme FREIRE:

 

Que a educação seja uma prática corporal, uma prática de corpo inteiro; que se dirija tanto ao indivíduo quanto à sociedade, de modo que João aprenda a ser João, e Maria aprenda a ser Maria, porém ambos disponíveis para o outro, para a sociedade. (FREIRE, 2007, p.10).

           

            Compreendendo os sentidos envolvidos, a brincadeira proporciona que a criança tenha sensações únicas nas experiencias vividas, pois ela busca um significado próprio. É nas brincadeiras que a criança desenvolve as habilidades motora, mental, social e criativa.

Dessa forma, podemos dizer que através dos jogos didáticos e brincadeiras as crianças podem enxergar além do seu imaginário, fazendo relações e interagindo com o meio a sua volta, de forma a construir sua própria identidade, firmando sua personalidade, firmando seu autocontrole e segurança interior, ampliando dessa forma, sua autonomia (KISHIMOTO, 2008).

 

Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida a uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar e abstrair. (MELO & VALE, 2005). 

 

Pavanello e Cawahisa (2007) enfatiza que ao se trabalhar em grupo, o barulho é um pouco inevitável de se conter, sendo que este acompanha todas as discussões para alcançar ao objetivo final. Isso exige que o aluno compreenda o barulho de forma construtiva, pois sem ele é impossível alcançar a motivação que a utilização do jogo impõe. O barulho, as discussões e os conflitos gerados durante o andamento do jogo diminuirão na medida em que os alunos acostumarem com o uso dessa ferramenta em sala de aula (PAVANELLO; CAWAHISA, 2007).

Quando se pensa em letramento, é importante analisar que os alunos não assimilarão realmente se, forem apresentadas atividades repetitivas com pouco interesse, mas sim o objetivo deve ser compreensão do conhecimento sobre a escrita. Para Vygotsky (2007) a linguagem escrita não segue uma linha reta e nem contínua, pois para o autor a linguagem escrita diz respeito à apropriação da produção da cultura, dos modos de vida, das crenças, das concepções dos conhecimentos elaborados e sistematizados partilhados com os sujeitos ou grupos que compõem o contexto mais próximo à criança.

 

O homem realiza sua mediação com o ambiente por meio de instrumentos, de signos (linguagem, escrita, sistema de números etc.) que são criados pela sociedade ao longo do curso da história humana, mudando a forma social e o nível de seu desenvolvimento cultural. Realiza-se assim a internalização dos sistemas de signos, produzidos culturalmente, de modo que o mecanismo de mudanças individuais ao longo do desenvolvimento tem suas reais na sociedade, na cultura. (FREITAS, 1994, p.90)

 

            A escrita dominada é importante para o aluno, pois ela garante uma comunicação mais ampla e diversificada, possibilitando então suas percepções e aprendizagem.

 

O ponto de partida dessa discussão é o fato de que o aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem uma história prévia. (VYGOSTKY, 2007, p.94).

 

O docente precisa observar suas metodologias com o intuito de incluir atividades lúdicas no seu planejamento.

O docente deve ampliar seu norte metodológico tornando o ensino prazeroso e eficiente, pois o papel do professor frente aos desafios da ludicidade na alfabetização e letramento é criar situações de ensino aprendizagem que oportunize ao aluno proporções lúdicas além da sala de aula.  

 

[...] O fundamental da escola é justamente a criança aprender o novo, por isso é a zona de desenvolvimento próximo que determina o campo das mudanças acessíveis à criança, é ela que representa o momento mais importante na relação da aprendizagem com o 98 desenvolvimento, por esse motivo é imprescindível que a intervenção do professor se dê em nível prospectivo. (FACCI, 2010, p.136)

 

            No momento que a criança é motivada, ela compreende mais facilmente as atividades e, dessa forma ela se dispõe a aprender, pois ao compartilhar suas descobertas durante as situações de jogos com os companheiros, vão assimilando o ato de ler e escrever.

Vygotsky (1984) verificou que:

 

Ensina-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita. Enfatiza-se de tal forma a mecânica de ler o que está escrito que se acaba obscurecendo a linguagem escrita como tal (VYGOTSKY, 1984, p. 119 apud REGO, 2008, p. 68).

 

A utilização do lúdico nas escolas é um recurso muito rico para a busca de valorização das relações, possibilitando a aquisição de valores e de novos conhecimentos através da assimilação.  De acordo com Piaget:

 

[...] A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável á prática educativa. O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a este seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. (Piaget, 1962 e 1976, pág. 37).

 

Oliveira (1997, p.62), destaca que:

 

Como na escola o aprendizado é um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo pedagógico privilegiado. O professor tem o papel explícito de inferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente [...].

 

É essencial que os jogos pedagógicos sejam empregados como instrumentos de apoio, constituindo elementos úteis no reforço de conteúdos já apreendidos anteriormente.

 

CONCLUSÃO

 

            Esse estudo objetivou salientar a importância do lúdico no processo de ensino aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental.

            Os jogos no segmento educativo, é notado como ferramenta facilitadora da integração, da socialização, do aguçar lúdico, da brincadeira e primordialmente do aprendizado, focando premência do docente ampliar seus métodos de ensino bem como analisar os jogos que leva à sala de aula evidenciando a relevância das pontuações e regas.

            O professor, agente principal no processo de ensino aprendizagem, deve estar sempre atento quanto a realidade didática do seu aluno, buscando sempre aprimorar sua prática pedagógica.

Sendo assim, trazer o lúdico para a sala de aula deve ter como objetivo alcançar bons resultados, sendo indispensável que a atividade esteja inclusa no planejamento escolar e, justaposta de modo que explore a criatividade do aluno e o conduza a uma aprendizagem significativa.

 

REFERÊNCIAS

 

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Vigotski e o processo ensino-aprendizagem: a formação de conceitos. In: MENDONÇA, Sueli Guadelupe de Lima; MILLER, Stela (Orgs.) Vigotski e a escola atual: fundamentos teóricos e implicações pedagógicas. 2ª edição, 2010.p.49-51.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e terra, 25º edição, 2010.

FREITAS, M.T.de A. O pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil. Campinas SP: Papirus, 1994.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1996.

MELLO, L.; VALLE, E. O brinquedo e brincar no Desenvolvimento Infantil. Psicologia Argumento, Curitiba, V.23, nº 40, p.43 – 48, Janeiro/Março 2005.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

PAVANELLO, R. M.; CAWAHISA, E.C.M. A utilização do jogo na aula de Matemática: uma investigação com o professor do Ensino Fundamental. Anais do IX Encontro Nacional de Educação Matemática. Belo Horizonte: SBEM-MG, 2007.

PIAGET,Jean.A  formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar,1975.

 

REGO, Tereza Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 19 ed Petrópolis, RJ. Vozes, 2008.

 

VYGOTSKY, L. S. A pré-história da linguagem escrita. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984, p. 119-134.

 

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.