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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA LITERATURA INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DO INDIVIDUO

 Ana Paula Ribeiro Andrade
Josmari Versano de Souza Ouchi
Mirian dos Santos Jungles
Leidjane Nicolau Mendes Rodrigues
Dara Gubert Zenatti

                                    

RESUMO

 

Este trabalho visa demonstrar a importância da imagem, do som e de outras artes na Literatura infantil. Sendo este tipo de Literatura uma fonte enriquecedora de conhecimento e informação, que oferece as crianças um método de leitura prazerosa através de uma proposta lúdica, isso fará com que as mesmas possam penetrar no universo da leitura cada vez mais cedo. O universo infantil é sempre muito rico em histórias, desenhos e cores, quando se usa misturar esses elementos dentro da literatura é possível verificarmos a importantíssima ferramenta que possuímos relacionados ao desenvolvimento cognitivo, intelectual, emocional e social. Para que o objetivo do estudo pudesse ser atingido, realizamos uma pesquisa bibliográfica onde recorremos a teóricos como Zilberman (1985), Modesto (2014), Camargo (1999) entre outros autores. Através deste estudo foi possível verificar que quanto mais rico em imagens são os livros infantis maiores será o interesse das crianças por eles. Sendo assim pode-se concluir que é de crucial importância a ilustração e outras artes nos livros infantis, pois possibilita ás crianças o inicio da vida como leitoras.

 

Palavras-chave: Lúdico; Literatura Infantil; Desenvolvimento

 

 

INTRODUÇÃO

 

            A Literatura infantil é uma valiosa ferramenta no desenvolvimento da criança, quando utilizado de maneira correta, pois irá fazer com que ela desperte para o mundo da leitura e como consequência para o conhecimento. Assim sendo quanto mais rico de informações for este livro mais significativo, ou seja, mais prazeroso ele se tornará para o leitor.

         O livro de Literatura Infantil é um instrumento capaz de trabalhar a emoção, imaginação e a capacidade de interação da criança. Sendo assim o individuo terá maior facilidade para aprender e para conviver na escola. Desta forma é imprescindível que o prazer pela leitura seja instigado na criança desde a educação infantil, para que assim possa ir evoluindo para uma atitude de curiosidade leitora que ira despertar para a vida toda.

           A criança adquire seu conhecimento através de brincadeiras e conteúdos lúdicos, que podem ser trabalhados em forma de historia, jogos, etc. Pois estes conteúdos alem de estimular a autoconfiança e a autonomia proporciona também diversas situações onde desenvolvem a linguagem do pensamento criando assim espaços para a construção de conhecimento.

            É na infância que o individuo mais demonstra curiosidade e vontade de interagir com tudo a sua volta. Desta forma destacamos a importância da construção de livros de literatura infantil que sejam ricos em conteúdos lúdicos, sejam elas imagens, ilustrações, sons e outros tipos de artes que irão despertar nas crianças o prazer pela leitura.

            As ilustrações dentro da literatura infantil funcionam como um aspecto enriquecedor, que atrai as crianças pela sua beleza ajudando assim a contar a historia, pois aquelas que ainda não sabem ler poderão entendê-la através dos desenhos, e para os que já sabem, as imagens irão complementar e enriquecer esse conteúdo a ponto de que cada imagem possa gerar diversas histórias.

            Podemos perceber assim o quanto importante são as imagens e outros tipos de artes dentro da literatura infantil, pois tornam-se um caminho relevante para ensinar estes indivíduos a atribuir sentidos ao que é expresso  iconicamente.

 

  1. HISTÓRIA DA ARTE

 

              A Arte faz parte da vida humana deste que o homem na pré historia começo a lutar pela sua sobrevivência. As primeiras manifestações artísticas surgiram em pinturas dentro das cavernas, com representações de animais, onde os indivíduos da época acreditam que ao pintar estes animais, a sua alma era apreendida e assim seria mais fácil capturá-los durante as caças.

            Estes homens pré – históricos eram nômades e faziam destas pinturas no interior das cavernas um ritual, após eles se tornarem sedentários no período Neolítico, ou seja, fixando moradia no mesmo local por um período maior de tempo os homens foram buscando novas formas para se expressarem, atendendo assim suas novas necessidades de vida em comunidade, descobriram a dança, musica e a escultura.

             Toda a vida destes homens e suas transformações foram expostas e registradas pelas suas manifestações de arte nas paredes das cavernas deixando assim vários registros de como era suas vidas naquela época.

            A Arte no contexto escolar possui uma historia muito longa, no Brasil sua trajetória teve inicio em meados do século XIX, período este onde vários movimentos artísticos e socioculturais surgiram dentre eles podemos citar  a criação da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde a presença da Missão Francesa e grandes artistas europeus mobilizaram a pratica da Arte no país.

          Com a criação da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro, iniciou-se oficialmente o ensino artístico. No século XIX, o ensino de Arte tinha suas concepções artísticas desvinculadas de um ideal comum. As escolas primárias e secundárias ministravam isoladamente: desenho, trabalhos manuais, música e canto orfeônico.

            De acordo com Micheletto (2009) nas primeiras décadas do séc. XX, o ensino de Arte desenvolveu-se de acordo com as características de algumas tendências pedagógicas. Inicialmente, a Pedagogia Tradicional seguia uma linha de trabalho de acordo com os princípios da sociedade européia em pleno desenvolvimento industrial, valorizando a técnica em detrimento do fazer e objetivando a produção, por meio da transmissão de conteúdos produtivistas. O aluno deveria assimilar modelos, através da repetição, memorização e cópia.

           Paralela a esta tendência, surge a Pedagogia Nova que era constituída por uma linha de trabalho que trazia como ênfase a expressão, preocupando-se com as necessidades e formas de expressão individuais, valorizando a espontaneidade e crescimento do aluno.

            Segundo Paraná (2006, pág. 46) a valorização da Arte ocupou uma posição de destaque na Pedagogia da Escola Nova, fundamentada na liberdade de expressão de formas, na genialidade individual, inspiração e sensibilidade, colocando o conhecimento sobre a Arte como fundamental, rompendo, pois com a transposição mecanicista de modelos estéticos da pedagogia tradicional.

 

 

3- LITERATURA INFANTIL E SEUS ASPECTOS HISTORICOS

 

            A criança até por volta do século XVII conviviam igualmente com os adultos, a infância não era vista como uma fase especial de desenvolvimento e conhecimento, assim sendo não existia escritos próprios para elas.

            De acordo com Zilberman,

 

[...] a concepção de uma faixa etária diferenciada, com interesses próprios e necessitando de uma formação específica, só acontece em meio à Idade Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a emergência de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua privacidade (impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos) e estimular o afeto entre seus membros. (1985, p.13).

 

            Até então as crianças trabalhavam como os adultos, usavam os mesmos tipos de roupas e frequentavam os mesmos locais. Não tinham um preparo diferenciado para que quando chegassem realmente a vida adulta pudessem agir de forma diferente das quais estavam acostumadas até então.

            A partir do século XVII que a criança passaram a ser vista como um ser diferenciado dos adultos, que devido a sua inocência e falta de experiência precisava de cuidados especiais, dentre estes cuidados estão a educação e as formas de repassar o conhecimento para elas, surgindo assim leituras voltadas para este publico.

            De acordo com Silva (2009, pag. 52), as historias que começaram a surgir nos livros da época era voltados para educar moralmente as crianças, tinham uma estrutura maniqueísta, a fim de demarcar claramente o mal que deveria ser evitado e o bem que devia ser aprendido.

            Diversos autores que abordam a temática em questão nos relatam que os contos de fadas conhecidos atualmente surgiram na França no final do século XVII com Perrault, que retirou passagens de historias contadas pelos camponeses transformando-os em contos mais propícios para ser trabalhados com crianças, entre as historias que surgiram estão as famosas Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno polegar, Gato de Botas.

            No Brasil a Literatura Infantil teve seu inicio de acordo com Cunha (1997, pág. 27) com obras pedagógicas e, sobretudo, adaptadas de produções portuguesas, demonstrando a dependência típica das colônias. Pode-se dizer que a literatura infantil brasileira teve início com Monteiro Lobato, com uma literatura centralizada em algumas personagens em especial.

 

 

  1. A IMPORTANCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR.

 

            A criança desde cedo utiliza diversas formas de linguagem para se comunicar e apresentar seu mundo.  Segundo autores que discutem a temática a criança que tem acesso a diversas formas de arte podem tem a possibilidade de fazer ligações com entre as diversas áreas de conhecimento e seu cotidiano.

A arte irá proporcionar a criança a dimensão do sonho, cores, formas e isso fará com que elas possam desenvolver seu próprio jeito de ver o mundo como também aprender a desenvolver soluções e estratégias para solucionar seus problemas.

De acordo com Brasil ( 1997, pag. 16) a arte tem como objetivo ajudar a criança a se desenvolver livremente, a estimular a criatividade e a expressão. A Arte desenvolve o pensamento artístico, deixando o particular dar sentido as experiências do exterior, onde a criança aumenta a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.

A criança sem o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos.

 

A construção da capacidade de criação na infância é uma forma da criança manifestar a sua compreensão da realidade que o cerca, de exercitar sua inteligência ao criar, alterar, organizar e reorganizar elementos plásticos, é uma construção do ser humano. Na sua interação com o mundo, ela vivencia inúmeros contatos com experiências estéticas que envolvem ideias, valores e sentimentos, experiências estas que envolvem o sentir e também o pensar e o interpretar. Portanto a linguagem visual faz parte da formação integral do indivíduo e não pode ser desconsiderada no contexto da educação infantil. (Moreno, 2007, p.44).

 

A utilização da arte no contexto escolar fará com que a aprendizagem dos alunos seja de forma mais prazerosa, pois o aluno irá aprender de forma lúdica.

 

Além das Artes Visuais trabalharem o afetivo e a interação social da criança, elas contribuem para o desenvolvimento da motricidade infantil e de outros conteúdos trabalhados em sala de aula que irão refletir, futuramente, na vida pessoal, escolar e profissional do indivíduo. ( Sant’Ana, pág. 36, 2010).

 

            Diante do exposto pode-se verificar o quão importante os elementos da Arte significam para o desenvolvimento do individuo,  o modo como ele foi inserido na sua vida escola fará toda a diferença no decorrer de sua vida acadêmica como pessoal futuramente.

            Sendo assim fica evidente que os elementos da Arte podem ser utilizados em varias disciplinas inclusive dentro da iniciação da leitura facilitando assim o interesse dos indivíduos por estes conteúdos, pois fazem com que se tornem menos cansativos e mais dinâmicos facilitando o aprendizado do aluno.

 

 

  1. LUDICIDADE E O SEU PAPEL NA EDUCAÇÃO

 

Cada vez mais se observa nos ambientes educacionais a necessidade de se trabalhar atividades lúdicas, pois isso poderá contribuir com as concepções psicológicas e pedagógicas do desenvolvimento infantil, pois elas colaboram no favorecimento de aspetos cognitivos.

Considerando a importância do lúdico no processo de alfabetização  Barata (1995, pág. 9) nos diz:

 

[...] é pela brincadeira que a criança passa a conhecer a si mesma, as pessoas e que a cercam, as relações entre as pessoas e os papeis que elas assumem. É através dos jogos que ela aprende sobre a natureza e os eventos sociais, a dinâmica inter e a estrutura de seu grupo. As brincadeiras e os grupos tornam-se recursos didáticos de grande aplicação e valor no processo de ensino aprendizagem.

 

As brincadeiras e jogos deverão ser utilizados coma uma forma de auxilio no ensino aprendizagem, como também uma ferramenta que auxiliem na estruturação dos conceitos e interação social.

O procedimento de brincar faz parte da vida do ser humano através de séculos, sem levar em conta a cultura e classe social, todos sem distinção conseguem prendem, socializar, se divertir, comunicar, trocar experiência e interagir.

O processo da ludicidade é visto como uma importante ferramenta diante da mediação entre processo educativo e as crianças por se tratar de um universo de sonho e fantasia, onde realidade e o faz de conta se mesclam, beneficiando o uso do pensamento, desenvolvimento social, cultural e pessoal à concentração favorecendo assim o processo que visa a construção do pensamento.

Atividades lúdicas são de extrema importância para que ocorra o desenvolvimento do individuo tendo ele ou não algum tipo de limitação.

Entendemos desta forma que o lúdico é uma forma de melhorar as formas de aprendizado, mudar os paradigmas, provocando assim a inclusão dos diferentes indivíduos, não sendo apenas uma atividade complementar as demais praticadas no âmbito escolar, mas sim se tratar de uma atividade que deverá auxiliar na construção da personalidade e na identidade da criança. Estimulando assim a aprendizagem, através da ludicidade se aprende a equilibrar as emoções e a lidar com elas.

Dentro do processo educativo existem diversas formas de se utilizar as atividades lúdicas para que esta possa contribuir na aprendizagem, principalmente na educação infantil, fase esta que o individuo está em plena fase de desenvolvimento. Pois as atividades lúdicas acarretam sensações de prazer envolvendo desta forma a criança e o conhecimento, fazendo assim com que ocorra maior interação entre elas e seus colegas e professores.

As brincadeiras e jogos devem ser visto não somente como um passatempo mais sim como uma ferramenta importante no desenvolvimento do individuo, pois elas podem ser usadas como formas de despertar na criança a autoconfiança, afetividade, desenvolvimento psicomotor, pois nas brincadeiras lúdicas a criança ira aprender a se socializar, aprendendo regras e limites.

 

 

 

6- A ILUSTRAÇÃO E OUTRAS ARTES NA LITERATURA INFANTIL

 

              A criança no inicio de sua formação necessita de instrumentos e atividades representadas de forma mais leve para que facilite a sua compreensão, no caso da iniciação a leitura é de extrema importância que lhes apresentem obras que contenham elementos lúdicos juntamente com o textual para que dessa foram elas possam se familiarizar a estes elementos e assim consigam facilitar o seu entendimento e aprendizagem, como nos apresenta Cadermartori (2010, p. 19-20):

 

Em boa parte dos livros para leitores iniciantes, observa-se que a ilustração constitui um acontecimento narrativo, que oferece informações que o texto escrito, em geral enxuto, para se adequar à competência textual do destinatário, não ofereceu. E há também aqueles que os signos visuais representam apenas parcialmente uma situação, uma circunstância, uma personagem, um cenário, ao apenas um objeto que remeta um ambiente narrado. A tendência atual da produção infantil, no entanto, especialmente em livros para leitores iniciantes é a valorização dos dois textos, o visual e o verbal, sendo mantida a interação entre eles que estimula múltiplas percepções, possibilitando diversos reconhecimentos e interpretações nas leituras dos textos compostos por diferentes signos.

 

            As ilustrações e todas as outras artes contidas na literatura infantil são artifícios usados para chamar a atenção das crianças, sendo usado também para substituir um texto, adicionar a ele informações para facilitar a compreensão.

 

Visualizar é, sobretudo, inferir significados, por isso visualização é uma forma de inferência, justificando a razão dessas duas estratégias, serem abordadas mais proximamente. Quando os leitores visualizam, estão elaborando significados ao criar imagens mentais, isso porque criam cenários e figuras em suas mentes enquanto leem, fazendo com que eleve o nível de interesse e, assim, a atenção seja mantida. (SOUZA; GIROTTO, 2010, p. 85).

 

            É na infância que o individuo demonstra maior grau de curiosidade, é nessa fase que a criança demonstra vontade de interagir com o mundo a sua volta.

 

[...] a criança desde bebê mantém contato com as cores visando explorar os sentidos e a curiosidade dos bebês em relação ao mundo físico, tendo em vista que, nesse período, descobrem o mundo através do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com que eles têm possibilidade de interagir. (CUNHA, 1999, p. 18).

 

Assim sendo despertar a leitura nessa fase da vida do individuo é de extrema importância, e o uso de ilustrações e outros tipos de arte é fundamental, pois irá despertar ainda mais a curiosidade, desenvolver a fantasia e a curiosidade.

 

O desenho é uma das manifestações semióticas, isto é, uma das formas através das quais a função de atribuição da significação se expressa e se constrói. Desenvolve-se concomitantemente às outras manifestações, entre as quais o brinquedo e a linguagem verbal (PIAGET, 1973).

 

            De acordo com Coelho (2000, p. 164) a literatura infantil ocupa um lugar específico no âmbito do gênero ficção, visto que ela se destina a um leitor especial, a seres em formação, a seres que estão passando pelo processo de aprendizagem inicial da vida.

 

O livro de literatura infantil não deve ser encarado como um simples objeto do mundo infantil, mas um recurso indispensável no processo de aquisição da linguagem oral e escrita por parte da criança, na medida em que possibilitam diferentes leituras e interpretações, desperta variados conhecimentos e instiga a criança no universo mágico do ato de ler. É portador de inúmeros recursos, dos quais a ilustração caracteriza-se como um dos principais, ao passo que está mais relacionada ao lúdico e o universo infantil, e não deve de maneira alguma ser ignorado ou tratado com menor valor por parte de professores e estudiosos da educação. (Colombo,s/d, p. 5).

 

            E despertar o gosto pela leitura durante a infância é primordial pois é nesse período que as aprendizagens conquistadas serão carregadas para o resto da vida desse individuo. E as ilustrações e outros tipos de artes presentes nos livros de literatura infantil irão fazer com que a história passe a chamar ainda mais a atenção da criança, sendo responsável desta forma por aumentar o impacto da leitura, contribuindo assim para a formação de novos leitores cada vez mais assíduos.

 

 Camargo (1999) ainda afirma que:

 

Muito mais do que apenas ornar ou elucidar o texto, a ilustração pode, assim, representar, descrever, narrar, simbolizar, expressar, brincar, persuadir, normatizar, pontuar, além de enfatizar sua própria configuração, chamar atenção para o seu suporte ou para a linguagem visual. É importante ressaltar que raramente a imagem desempenha uma única função, mas, da mesma forma como ocorre com a linguagem verbal, as funções organizam-se hierarquicamente em relação a uma função dominante.

         

            Desta forma verifica-se a importância ao se escolher para a criança uma historia em que o discurso gráfico e visual se destaque, pois ele poderá acarretar grandes contribuições no impacto que a literatura terá sobre esse individuo.

 

 

  1. LITERATURA INFANTIL E SEU PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DO INDIVIDUO

 

            É através da leitura que o individuo despertas diferentes visões e formas para que consiga adquirir conhecimento, então quanto mais estímulos ele recebe e mais antes for inserido nesse contexto mais desenvolvido ele ficará.

 

[...] a escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do indivíduo. E, nesse espaço, privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas significações; a consciência do 21 eu em relação ao outro; a leitura do mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente - condição sinequa non para a plena realidade do ser. (COELHO, 2000, p.16).

 

            A leitura é uma ferramenta envolvente que faz com que as emoções, sentimentos e imaginação sejam instigados no momento da leitura. E a Literatura Infantil torna-se um grande instrumento que irá divertir e estimular a imaginação desde os primeiros anos de ensino, fazendo com que o raciocínio seja estimulado e o conhecimento desenvolvido aumentando assim seu senso critico.

            A da Literatura Infantil deve ser desenvolvida de forma que consiga prender a atenção da criança, ou seja, deve possuir uma qualidade estética que possibilite a mesma ler e se encantar, para que assim possa sentir e interagir.

 

É a literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discutem, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar, o cidadão para  exercer, plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 2002, p.106).

 

            É na infância que o individuo mais demonstra curiosidade e vontade de interagir com tudo a sua volta. Desta forma destacamos a importância da construção de livros de literatura infantil que sejam ricos em conteúdos lúdicos, sejam elas imagens, ilustrações, sons e outros tipos de artes que irão despertar nas crianças o prazer pela leitura.

            É na Educação Infantil, que a criança passa a conhecer a leitura de maneira formal, desta  forma é de extrema importância que ela se torne uma atividade dinâmica que o individuo possa ter total interesse e assim consiga adquirir um habito que será levado por toda a sua vida.

            Se o mesmo traz de casa o hábito de leitura se torna mais fácil, caso contrário é necessário todo um processo de conquista e de sedução em prol de uma leitura prazerosa, e que tenha sentido para a criança. Esta fase do ensino exige muita ludicidade, pois a crianças em seu processo de desenvolvimento se dispersa muito rápido. Para tanto, deve-se fazer uso das estratégias corretas, e planejamentos adequados, para que o aprendizado torne-se uma tarefa cheia de brilho e de prazer para o aluno.

            A literatura infantil tem por tarefa, na sociedade em transformação, servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio do leitor com o livro, seja no diálogo ou nas atividades literárias pela escola.

 

A literatura infantil, nesta medida, é levada a realizar sua função formadora, que não se confunde com uma missão pedagógica. Com efeito, ela dá conta de uma tarefa a que está voltada toda a cultura - a de conhecimento do mundo e do ser (ZILBERMAN & LAJOLO, 1985, p.25).

 

            A escola é de suma importância para a literatura infantil, porque é o agente ideal para a formação cultural do indivíduo. Ela é o espaço privilegiado onde deverão ser lançados desafios que abrirão caminhos na mente humana rumo à aprendizagem. O estudo literário transmitido na escola é, de maneira geral, e em comparação com qualquer outro, o 3 mais completo no estímulo do exercício da mente, na percepção do real, na consciência do mundo, no próprio estudo e conhecimento da língua e expressão verbal.

 

  1. CONCLUSÃO

 

              Toda a gama de educadores inseridos no contexto do processo educativo deveriam ter como principal alicerce dentro de suas atividades propostas a   ludicidade pois através delas poderão estimular as habilidades infantis, contribuindo fortemente no processo de aprendizagem, envolvendo assim a percepção e imaginação destes indivíduos, fatores estes de extrema valia para a compreensão de diversas áreas do conhecimento humano. 

              Dentro da Literatura o uso do lúdico é uma ferramenta de grande valia para o desenvolvimento do gosto da criança pela leitura. Pois faz com que essa tarefa se torne prazerosa, a imagem juntamente com a historia torna-se um conjunto completo de sedução desses individuo, onde cada pagina se constitui em um grande espetáculo de descobertas e emoções.

              A infância é uma das fases em que o individuo demonstra maior curiosidade, sendo assim quando a criança entra em contato com a leitura nessa fase esse processo será mais proveitoso no desenvolvimento de sua fantasia e criatividade.

              Dessa forma o uso de imagens e outras artes nos livros da literatura infantil é um artifício utilizado que gera grande contribuição no desenvolvimento da criança pois a leitura de imagens muitas vezes antecede a leitura das palavras, assim a criança começa a entender a história pelas imagens. Assim sendo a imagem pode ser vista como uma forma de ancorar a criança na historia, pois prendem o seu interesse do inicio ao fim, principalmente em historias mais longas.

              A ilustração estimula o raciocínio e a criatividade do leitor, sendo assim sua presença é de extrema importância na literatura infantil. Esse tipo de literatura é um grade recurso de incentivo a leitura e auxilio na formação de novos leitores, pois a criança que se torna atuante no processo da leitura poderá se tornar uma pessoa com grandes habilidades em diversas outras áreas de conhecimento  e terá melhores chances no futuro.

              Podemos concluir que a leitura é um dos pilares de formação do individuo e de uma sociedade mais desenvolvida e mais justa, sendo ela uma fonte de inspiração, conhecimento e sabedoria.

             

 

 

9- REFERENCIAS

 

BARATA, D. Caminhando com a Arte na Pré-Escola. São Paulo. Summer,1995.

 

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