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A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE INCLUSÃO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIFICAS NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

Vanessa Teixeira da Silva Rodrigues1

 

RESUMO

Diante da dificuldade de inserção das crianças com necessidades especiais na rede regular, o presente trabalho bibliográfico apresentou como objetivo central conhecer a importância do processo de inclusão das crianças com necessidades especificas na escola regular de ensino, sendo elaborado à luz de notórios autores que através de suas ideias e pensamentos contribuíram para o corpo deste artigo. Buscando refletir sobre o processo histórico de inclusão, abordando uma breve história dos acontecimentos até o momento em que a inclusão foi garantida por lei, examinado o conceito de acessibilidade e inclusão, assim como os tipos de barreiras que impedem a inclusão das crianças com necessidades especificas no ensino regular e os modelos de acessibilidade que garantam o direito dos mesmos frequentarem a escola, uma vez que é fundamental que hajam adaptações no âmbito escolar de ensino no sentido de acolher as diferenças e proporcionar a tão esperada inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais e excluam as barreiras estruturais e humanas impostas as crianças com deficiência.

 

PALAVRAS-CHAVE: Processo histórico de Inclusão. Acessibilidade. Inclusão. Ensino Regular.

 

1. INTRODUÇÃO

 

O presente trabalho analisa a importância do processo de inclusão das crianças com necessidades especificas na escola regular de ensino, abordando o processo histórico de inclusão e como a escola deve proceder para que o aluno com deficiência sinta –se realmente incluído.

Portanto, as crianças (estudantes) com necessidades educativas especiais têm sido foco de grandes e importantes discussões em todo o país, particularmente no que se refere à questão da inclusão desses sujeitos em ambientes da educação regular, uma vez que a criança que nasce com alguma deficiência ou que a adquire no decorrer da sua vida tem no seu cotidiano uma série de dificuldades.

Para que o processo de inclusão seja uma realidade palpável e abrangente, é fundamental que hajam adaptações no sentido de acolher as diferenças e proporcionar a tão esperada inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais no ambiente escolar e excluíssem as barreiras estruturais e humanas impostas à pessoa com deficiência, obstando assim que suas limitações se transformassem em uma forma de proporcionar novas possibilidades a estes seres humanos.

O trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica por sites, revistas, artigos e monografias da internet que tratam sobre o assunto abordado neste trabalho.

Dividiu-se o trabalho em dois temas: o primeiro trata sobre o processo histórico de inclusão de crianças com necessidades especiais na escola regular, ressaltando como ocorreu este processo.

O segundo tema do trabalho ressaltará o conceito de acessibilidade e inclusão, bem como suas dimensões. Por fim, foram elaboradas as considerações finais.

 

DESENVOLVIMENTO

 

2.1. Processo Histórico de Inclusão

 

Ao longo de todo o processo histórico ouve –se falar a respeito da dificuldade em incluir as crianças com necessidades especificas no âmbito escolar de ensino regular devido ao preconceito e a exclusão para com estes meninos. Analisando a história conseguimos comprovar tais fatos, como nos revela Moises (1977 apud GABELONI 2009):

 

Entre os romanos matavam os deficientes ou afogavam com a convicção de separar os sãos, dos malformados para não corromper os outros. Na Grécia Antiga onde era cultuada a perfeição da beleza humana, as pessoas deficientes eram sacrificadas ou escondidas. Já na Idade Média diziam que os deficientes eram possuídos por demônios, loucos sendo excluídos da sociedade, sacrificados e ao mesmo tempo, alguns os despervalorizavam.

 

Contudo, Picolli (2010) relata que:

 

Antes do século XX o sistema educacional brasileiro ignorava os portadores de necessidades especiais. Se uma criança assim nascia, para o estado a responsabilidade era dos pais ou da própria criança e, como tal, ela devia “pagar sua culpa”. Essa afirmação, evidentemente, jamais apareceu explicita em qualquer texto constitucional, mas, ainda que não registrada, simbolizava o pensamento da maioria e a legislação no poder vigente. A exclusão, que aos olhos de hoje tanto revolta, não era encarada como discriminação e, portanto, era abertamente admitida.

 

De acordo com Silva et al (2006) a partir das décadas de 80 e 90 teve início a proposta de Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, numa perspectiva inovadora em relação à proposta de integração da década de 70, cujos resultados não modificaram muito a realidade educacional de fracasso desses alunos.

Segundo a ONU (1983 apud MELO, 2015) de acordo com a Organização das Nações Unidas o processo de formação das pessoas com necessidades educacionais especiais deve ocorrer num ambiente de inclusão, ou seja, nas instituições de educação regulares. Para tanto, é necessário que essas instituições incluam em seus planejamentos, em suas estruturas administrativas e em suas práticas pedagógicas sistemas que garantam a inclusão a partir das adaptações na infraestrutura de acesso e no próprio sistema de ensino, uma vez que somente na Inglaterra os deficientes eram protegidos por lei, tendo direito a um tutor e a um curador, que cuidavam dos deficientes e de seus bens. Isso foi adotado também pela França por orientação do rei Felipe, o Belo. (GABELONI, 2009, pág. 09).

Mediante este contexto, Picoli (2010) aborda que:

 

Em uma Conferência Mundial sobre educação para todos, realizada em 1990, em Jomtien, na Tailândia, ratificada e confirmada na declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Prática na área das Necessidades Especiais, na Espanha, em 1994 tudo mudou. O Mundo assumiu o atraso de um passado de vergonha, deu voz a uma mentalidade social e, para redimir-se, foi criado o mais completo texto sobre a inclusão educacional. Influenciado por essa nova mentalidade social, o Brasil mudou. Oficialmente o país se percebeu usando uma pedagogia de exclusão e, ao assumir a culpa, assinou, juntamente com outros países, a Declaração de Salamanca. Pelo menos do ponto de vista legal, começava a aparecer à pedagogia da inclusão, um amplo conhecido sobre como trabalhar, em sala de aula comum, com quem não era igual aos demais.

 

O documento conhecido por Declaração de Jomtiem fornecia as definições e as novas abordagens a respeito das necessidades básicas de aprendizagem; tem em vista estabelecer compromissos mundiais, para garantir a todas as pessoas os conhecimentos básicos necessários a uma vida digna, mais humana e mais justa, na sociedade. Esse documento tem como finalidade suprir ao longo do processo de ensino e aprendizagem as necessidades encontradas pelas crianças, jovens e adultos. (DECLARAÇÃO DE JOMTIEM 1990 apud DUTRA, 2014).

Com base na declaração cada pessoa - criança, jovem ou adulto - deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam sobreviver e desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. (Declaração, 1998, p.03 apud DUTRA, 2014)

No Brasil o atendimento às pessoas com necessidades especiais teve início na década do Império, com a criação de duas Instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1954, atual Instituto Benjamin Constant-IBC, e o Instituto de Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi do qual nos relata que a:

 

Instituição é especializada no atendimento de pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializada as pessoas com super dotação na sociedade Pestalozzi, por Helena Antipof. (PORTARIA MINESTERIAL n° 555, 2007 apud GABELONI, 2009).

 

Segundo Gabeloni (2009) no ano de 1973 o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com super dotação, mas ainda configuradas por campanhas e iniciativas isoladas do Estado. Por meio da secretaria de educação especial do MEC é desenvolvida uma política que visa à integração das crianças com dificuldades e com necessidades especiais no sistema de ensino, propondo a inclusão sem limites. (PICOLLI, 2010).

Para Dutra (2014) o direito das crianças com necessidades especiais ao acesso, à permanência na escola e a educação de qualidade foram fixados na Declaração de Salamanca, em 1994; onde se afirma que se faz necessária a ajuda de professores capacitados, para atender as necessidades específicas dessas crianças, proclamando que as escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que alunos com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio orientador que as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. (BRASIL, 2006, p.330 apud GABELONI, 2009).

Com base nas Lei de Diretrizes e Bases, lei 9394/96 as crianças com necessidades especificas podiam ser matriculadas na rede regular de ensino, sendo o Brasil signatário de um tratado internacional que selou o compromisso de garantir acesso à educação inclusiva até 2020. (DUTRA, 2014).

Segundo CORDE (2007, p. 28 apud MELO, 2015, pág.12) o Brasil foi um dos países que contribuíram com o processo de elaboração da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. De acordo com a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, o artigo 24 da referida convenção, trata da educação, definindo que:

 

Partes dos Estados reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Portanto para efetivar esse direito que visava a não discriminação das crianças com deficiência pela conquista da igualdade de oportunidades, os estados assegurarão um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizagem, bem como o aprendizado ao longo de toda vida dos educandos com os seguintes objetivos: a. O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e autoestima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana; b. O máximo desenvolvimento possível da personalidade, dos talentos e da criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais; c. A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre.

 

Sendo assim, ao se abrir as possibilidades para a inclusão de alunos com necessidades especiais na educação regular, promove-se a diversidade e com isso o aperfeiçoamento mútuo de alunos com e sem deficiência. Esse processo de crescimento está no fato das pessoas se envolverem num sentimento de ajuda mútua cultivando valores que tornam as pessoas melhores.

 

2.1. Acessibilidade e Inclusão

Para a Universidade Federal do Ceará (2021) os conceitos de acessibilidade  e  inclusão  social  estão  intrinsecamente  vinculados.  No  senso comum,  acessibilidade  parece  evidenciar  os  aspectos  referentes  ao  uso  dos espaços físicos. O conceito de acessibilidade é descrito na legislação brasileira como a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004 apud UNOESC, 2021).

Neste contexto, a Universidade Federal do Ceará (2021) nos que a acessibilidade é uma condição de possibilidade para a transposição dos entraves que representam as barreiras para a efetiva participação de pessoas nos vários âmbitos da vida social. A acessibilidade é, portanto, condição fundamental e imprescindível a todo e qualquer processo de inclusão social, e se apresenta em múltiplas dimensões, incluindo aquelas de natureza atitudinal, física, tecnológica, informacional, comunicacional, linguística e pedagógica, dentre outras.
Segundo a Mais Autonomia (2020), acessibilidade é um termo que devemos sempre estar atentos nos dias atuais, isso porque ela deve ser a ideia que norteia nossa sociedade. Com um pensamento mais inclusivo, vamos abrir portas para que deficientes possam desfrutar de diversos produtos, serviços e/ou informações.

Para Freedom, (2021) a inclusão social é um conjunto de meios e ações que integra todos os grupos de pessoas que são frequentemente excluídas da sociedade. A inclusão social está de acordo com a Declaração de Direitos Humanos e com a Constituição Federal de 1988.

A acessibilidade, portanto, é a possibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida usufruir dos espaços e das relações sociais com segurança e autonomia e para promover a acessibilidade e a inclusão social é necessário possibilitar um acesso amplo e universal a todas as pessoas com algum tipo de necessidade especial.

Romeu Kazumi Sassaki (2010 apud FREEDOM, 2021) nos diz que existe seis dimensões da acessibilidade, no qual limita as pessoas com deficiência que são:

 

As barreiras arquitetônicas- barreiras ambientais físicas. Mais conhecida quando se trata de acessibilidade, tem relação com a estrutura de ambientes públicos e privados; a barreira atitudinal é marcada por preconceitos, estigmas e estereótipos, que infelizmente são comuns na vida de PCDs; a barreira comunicacional é um processo social primário, e é uma das barreiras bastante presente no dia a dia de pessoa com deficiências auditivas ou visuais; a barreira metodológica tem relação com técnicas de estudo e de metodologia. Também é conhecida como acessibilidade pedagógica; as barreiras nos instrumentos e ferramentas de trabalho são as chamadas barreiras instrumentais. As ferramentas de trabalho devem se adequar ao trabalhador, e não ao contrário; as barreiras programáticas são invisíveis embutidas em políticas e normas em que pessoas com deficiência estão inseridas. Tem relação com estatutos e normas de uma empresa, instituição ou legislação de uma cidade. (Apud FREEDOM, 2021).

 

No entanto, Sassaki (2002) relata que podemos identificar seis tipos de acessibilidade:

 

Acessibilidade Atitudinal; Acessibilidade Arquitetônica; Acessibilidade Programática; Acessibilidade Instrumental; Acessibilidade nos Transportes; Acessibilidade nas Comunicações; e Acessibilidade Digital: (Apud UMOESC, 2021).

 

Mediante estes conceitos, segundo o Site COC (2018) todas as crianças e adolescentes têm direito à educação, incluindo também os jovens com algum tipo de deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual. Conforme previsto na Constituição Federal Brasileira, em seu Artigo 208, é dever do Estado prover o amparo educacional especializado às pessoas com deficiência, principalmente na rede regular de ensino. Portanto uma instituição regular de ensino deve conceder educação especial para todo e qualquer tipo de aluno com deficiência. É um processo rigoroso, que exige mudanças, desde o modo de condução e adaptação das aulas, até a maneira de como o indivíduo vai se relacionar com o restante da turma e com as famílias. (RODRIGUES, 2020).

Para Neto et al (2018): um ponto importante que precisa ser destacado para incluir alunos com deficiência está na qualificação da equipe de profissionais escolares e dos recursos pedagógicos. Em vista disto, um professor de sala de aula regular, não pode ser diferente de um professor de inclusão, onde seja valorizado o respeito mútuo à sua capacidade e seu espaço, facilitando assim sua atuação de forma livre e criativa proporcionando a cada um, uma sala de aula criativa e diversificada, dando a oportunidade dos alunos participarem [...]. (SILVA & ARRUDA, 2014).

Almeida & Friedrich (2021) relata que:

 

O papel do professor na educação inclusiva envolve o desenvolvimento das habilidades intelectuais e sociais do aluno, a partir de um plano de aula que contemple toda a turma, sem distinção. Além disso, é imprescindível que o educador estimule o aluno e comemore as suas pequenas conquistas.

 

Mas para que o professor desenvolva seu papel com os alunos com necessidades especiais, toda escola é obrigada por lei a ter uma estrutura necessária para receber crianças com deficiências. Para que a instituição esteja preparada a chegada de um novo estudante com necessidades específicas, é preciso capacitar os funcionários, o corpo docente e adaptar a estrutura física. (WPENSAR, 2021).

WPENSAR expõe 10 dicas para receber os alunos com necessidades especificas nos quais são:

 

Rampas de acesso e nivelar o piso (principalmente nas áreas externas); as portas da instituição também precisam ser adaptadas para garantir a passagem de uma cadeira de rodas; os móveis devem ser adaptados, com fácil acesso e com portas, quando for o caso, que permitam a entrada do cadeirante; a sala de aula precisa estar adaptada para atender esses estudantes com necessidades especiais. As lousas devem ser instaladas a uma altura inferior a 0,90 m do piso; tanto alunos quanto professores precisam ter acesso a banheiros especiais adaptados para cadeirante. Para isso, no mínimo 5% dos sanitários da escola precisam ser adaptados, garantindo que haja pelo menos um banheiro adaptado masculino e outro feminino; os pisos táteis são placas com relevo fixadas no chão. Elas permitem que deficientes visuais se localizem e possam se locomover com autonomia. Existem dois tipos de piso tátil: o direcional, com relevos lineares, e o de alerta, com relevos redondos dispostos uniformemente; Deficientes visuais precisam ter acesso ao material didático. Por isso, é importante fornece versões com letra ampliada e alto contraste para alunos com baixa visão e versões em áudio ou braile para os estudantes cegos; Professores e demais profissionais pedagógicos devem ser treinados para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. É preciso que estes profissionais entendam de forma clara qual é a deficiência do aluno, quais são suas limitações e quais são as consequências dos tratamentos; A Lei da Acessibilidade (Lei 10.098, de 2000, artigo ) determina que todos os espaços de estacionamento devem 2% das vagas, ou no mínimo uma vaga destinada a pessoas com mobilidade reduzida; sinalização como símbolo internacional para as pessoas com deficiência visual, auditiva, motora, etc.

 

Frias e Menezes (2008) relatam algumas adaptações que a escola deve ter para com os deficientes visuais que são:

 

*Posicionar o aluno de modo a favorecer as condições de audição na sala de aula;

-Facilitar a locomoção e o deslocamento do aluno, proporcionando maior grau de independência, evitando acidentes, através da melhor disposição possível do mobiliário.

 

-Explicar verbalmente, de forma detalhada todo o material utilizado visualmente em sala, para que o aluno tenha noção do que e de como está se desenvolvendo a atividade; Oferecer suporte físico, verbal e instrucional, para a locomoção do aluno, no que se refere à orientação espacial;

*Ampliar o tempo disponível para a realização das atividades e provas;

*Evitar dar uma avaliação diferente, pois isso pode ser considerado discriminatório e dificulta a avaliação comparativa com os outros estudantes;

*Ajudar só na medida do necessário;

 

O mesmo autor aborda também algumas adaptações para atender alunos surdos, com deficiência auditiva.

 

Posicionar o aluno na sala de aula de forma que possa ver os movimentos do rosto (orofaciais) do professor e de seus colegas; utilizar a escrita e outros materiais visuais para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente; utilizar os recursos e materiais adaptados disponíveis: treinador de fala, tablado, softwares educativos, solicitar que o aluno use a prótese auditiva, etc.; utilizar textos escritos complementados com elementos que favoreçam sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais; apresentar referências importantes e relevantes sobre um texto (o contexto histórico, o enredo, os personagens, a localização geográfica, a biografia do autor, etc.) em língua de sinais, oralmente, ou utilizando outros recursos, antes de sua leitura; promover a interpretação de textos por meio de material plástico (desenho, pintura, murais, etc.) ou de material cênico (dramatização e mímica); utilizar um sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades e necessidades do aluno: língua de sinais, leitura orofacial, linguagem gestual, etc. Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim, o professor e os colegas devem falar o mais claramente possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil para estes alunos anotarem nas aulas, durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o professor fala; É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência, assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento das palavras e do conteúdo da aula a ser lecionada; este estudante pode necessitar de tempo extra para responder aos testes; Fale com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz; Evite estar em frente à janela ou outras fontes de luz, pois o reflexo pode obstruir a visão; Quando falar, não ponha a mão na frente da boca; Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa (ex: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois e não simultaneamente); Repita as questões ou comentários durante as discussões ou conversas e indique (por gestos) quem está falando para uma melhor compreensão por parte do aluno; Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, para assegurar que foram entendidas; Durante as avaliações, o aluno deverá ocupar um lugar na fila da frente. Um pequeno toque no ombro dele poderá ser um bom sistema para chamar- lhe a atenção, antes de fazer um esclarecimento.

 

Ele menciona também adaptações que se deve fazer para que os alunos com deficiência mental/intelectual possam estar frequentando a escola, no qual deve-se dar atenção a duas áreas:

 

*Funcionamento intelectual – está relacionado com as áreas acadêmicas, a capacidade de um indivíduo resolver problemas e acumular conhecimentos e que pode ser medido pelos testes de inteligência

*Comportamento adaptativo – refere-se às capacidades necessárias para um indivíduo se adaptar e interagir no seu ambiente de acordo com o seu grupo etário e cultural.

 

Segundo a Escola da Inteligência Educação Socioemocional (2019) a capacitação profissional inclui um plano para que os professores e funcionários aprendam como podem contribuir com a educação inclusiva. Dentro de suas funções específicas, uma que todos precisam estar preparados para atuar de forma positiva na educação desses alunos.

Promover a acessibilidade é, portanto, auxiliar na construção de um ambiente escolar inclusivo sendo essencial para uma sociedade cada vez mais justa, ampla e diversificada. Por isso, é tão importante que a escola esteja por dentro das questões estabelecidas pela Constituição Brasileira no que diz respeito à educação das pessoas com deficiência, pois dessa forma, conseguira adaptar e preparar o colégio para receber um número variado de alunos e, assim, atendê-los da melhor forma possível.

 

3. Conclusão

 

Mediante estudos foi possível perceber o processo de inclusão de uma pessoa portadora de necessidades especiais na sociedade e especificamente nas escolas regulares, não é algo tão simples como se parece. A garantia de igualdade de direitos estabelecidas em lei, nem sempre é cumprida em sua totalidade e as condições de acesso e permanência nas escolas às vezes é ineficiente.

Portanto, a escola é um espaço ao qual todos têm direito ao acesso, porém é de suma importância que aqueles que nela ingressam tenham todas as suas necessidades verdadeiramente atendidas. Os alunos portadores de necessidades educativas especiais não são diferentes dos demais ditos “normais”, pois, cada sujeito apresenta a sua singularidade e a escola como instituição que atende a todos deve levar essa singularidade em conta em cada sujeito que atende.

Nesse sentido, a inclusão deve ser um motivo que força o aprimoramento da capacitação profissional dos professores em serviços e que questiona a formação dos educandos. Torna-se necessária uma preparação prévia desse professor, a redução de números de alunos por turma, uma estrutura física adequada e o apoio especializado ao docente regular, um acompanhamento permanente aos pais e uma campanha de conscientização com a comunidade sobre a problemática da inclusão em classe regular de ensino.

 

REFERÊNCIAS

 

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Acesso: 05/09/2021.

 

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Acesso:04/09/2021.

 

DUTRA, Adriana Bastos de Oliveira. A Inclusão de Crianças Especiais na Educação Infantil. IN: Universidade Federal da Paraíba Centro de Educação, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/3027/1/ABOD28032014.pdf.

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FRIAS, Elzabel Alberton ; MENEZES, Maria Christine Berdusco. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: Contribuições ao Professor do Ensino Regular, 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-8.pdf. Acesso: 12/09/2021.

 

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UNOESC Fazendo parte da sua Vida. O que é Acessibilidade? ,2021. Disponível em: https://www.unoesc.edu.br/atendimento/definicao. Acesso: 04/09/2021.

 

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WPENSAR. Como adaptar a sua Escola para Alunos com Necessidades Específicas, 2021. Disponível em: https://blog.wpensar.com.br/administrativo/alunos-com-necessidades-especificas/. Acesso: 05/09/2021.

1Professora Pedagoga.