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CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Claudete dos Santos

Ercilia Oliveira Souza

Edinéia Silvana Macêdo

Francisca Silva Coutinho

Rosalina de Sousa Leite

 

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do processo histórico da concepção da criança e de sua infância e, também, realizar uma reflexão dos jogos no ambiente educacional e suas contribuições. Para comprovar os objetivos propostos utilizou-se uma pesquisa bibliográfica como metodologia. A partir do estudo realizado, compreende-se que no passado a criança ocupava um lugar de menor relevância dentro da sociedade. Estes conceitos foram evoluindo e, atualmente, as crianças são vistas como sujeitos de direitos e produtoras de cultura. Os jogos caminharam na mesma perspectiva de evolução e são vistos como papel fundamental para o desenvolvimento das estruturas cognitivas, físicas e afetiva das crianças. O lúdico desempenha um papel essencial neste conceito. Isto porque o jogo propicia a diversão e o prazer no desenvolvimento do ensino. Assim, enquanto jogam, as crianças se socializam entre si e, consequentemente, se desenvolvem de forma integral.

 

Palavras-chaves: desenvolvimento cognitivo. Infância. Crianças. Lúdico.

 

ABSTRACT

This work aims to provide na analysis of the historical process of the child’s conception and childhood, and also to reflect on games in the educational environment and their contributions. To prove the proposed objectives, a bibliographic research was used as a methodology. From the study carried out, it is understood that in the past the child occupied a less relevant place in society. These concepts have evolved and nowadays children are seen as subjects of rights and producers of culture. Games followed the same evolutionary perspective and are seen as a fundamental role in the development of cognitive, physical and affective structures in children. Playfulness plays na essential role in this concept, since the game provides fun and pleasure in the development of teaching. Thus, while playing, children socialize with each other and develop fully.

 

Keywords: cognitive development. Childhood. Games. Children. Playful.

 

1. INTRODUÇÃO

 

A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, atendendo crianças de zero a 6 anos. Ela é o marco inicial do processo educacional, sendo muitas das vezes o primeiro contato que a criança tem com o ambiente escolar. De maneira geral, a educação pré-escolar tem como objetivo estimular o aprendizado por meio de atividades lúdicas, brincadeiras e jogos.

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação infantil trabalha com dois eixos que estruturam suas práticas pedagógicas, as interações e a brincadeira. Estes eixos estruturantes conduzem a aprendizagem de forma a estimular as crianças a produzirem seus próprios saberes.

No âmbito da educação infantil, a presença dos jogos surge como como um ponto fundamental, com grande contribuição para o processo de ensino e aprendizagem. Ele é um grande motivador, e por meio dele, se obtém o prazer e desenvolvimento cognitivo nas crianças.

O jogo educativo surge apenas no século XVI, como suporte da atividade didática, visando à aquisição de conhecimentos, ao passar do tempo ele conquista um espaço definitivo na educação infantil. Sendo que, atualmente, o jogo educativo se propõe em envolver a criança no mundo da socialização, recreação e ludicidade.

Considerando as brincadeiras e os jogos como construção social e uma das principais atividades da criança pré-escolar, os objetivos propostos neste presente artigo são: refletir ao longo da história o contexto da criança em sua infância, observar o contexto histórico dos jogos. Além disso, se compromete em observar e relatar a importância dos jogos na educação infantil, sua relação com o processo de ensino-aprendizagem e os seus benefícios para o desenvolvimento da criança.

O estudo realizado para a construção deste artigo utilizou-se da metodologia de caráter qualitativo e estruturado em pesquisas bibliográficas por meio de artigos e livros que possam comprovar os objetivos destacados.

 

2.REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 Contexto histórico da criança e as contribuições dos jogos na Educação Infantil

 

Além de apresentar as contribuições dos jogos no processo de ensino aprendizagem da educação infantil, este TCC também pretende contar um pouco da história da criança, sua infância. Com o intuito de uma maior compreensão do lugar que a criança alcançou nos dias atuais e como se desenvolveu socialmente.

Na história, por algum determinado tempo, a sociedade não reconhecia motivos para perceber a criança como um sujeito participante de seu meio de convivência ou de sua cultura, tão pouco necessário para as importâncias da vida em família. O objetivo da criança no passado era apenas atingir a vida adulta, sua fragilidade de sobrevivência tornava-os a espera do amadurecimento. Como eram seres frágeis, normalmente, não viveriam por muito tempo, já não se esperavam tanto das crianças.

Com o passar do tempo, uma nova percepção de criança já se observa. Uma criança que convive entre os adultos, uma criança que joga junto aos demais e que aprende durante a convivência com os membros da sociedade. A criança começa a fazer parte das interações da sociedade, mas ainda, é vista com pouca relevância.

Ao longo do resgate da história, torna-se possível perceber a evolução do ideário e da preocupação com a criança. O desenrolar da história amplia a preocupação com a formação das crianças que eram tidas como adultos em miniatura.

Sobre essa perspectiva, a abordagem tradicional propõe uma reflexão de que, o estudante é considerado um adulto em miniatura e não são respeitadas as características de cada idade (JUNCKS, 2014, p.72). Diante disso, tornavam-se seres que necessitavam ser ensinadas sobre o que a vida adulta irá lhe cobrar. Inicialmente mantidas com o mesmo ideário de criança, mas como um ser vazio para aprender as abordagens tradicionais. Era uma relação apenas de transferências de conhecimento, neste modelo de ensino apenas o professor era detentor de saber.

As abordagens tradicionais perpetuaram por longos períodos e prevaleceram na prática dentro das escolas e junto à educação formal. Mas, como continuidade histórica, tais movimentos filosóficos da educação também foram substituídos por tantos outros. As fábulas e os jogos dos ofícios anunciavam novos rumos para o ensinamento das crianças.

Esta nova demanda de colocar-se, professor e aluno, em interação de igualdade apresenta mais uma necessidade de mudança no contexto educacional. Registrando uma forma mais atual de observar a criança, percebemos o quanto este pensamento mudou e também que, “já no século XIX, a efetiva ideia de que a formação da infância contribuía para uma transformação social” (CARVALHO,2007,p.22). Esta transformação social, segundo o autor, gerou a ampliação do acesso à escola e fortaleceu a ideia de educação das crianças.

Diante ao sentimento de infância, é admissível também adentrar no universo dos jogos e das brincadeiras. Ao longo da história, os jogos também foram de pouco em pouco sendo inseridos no contexto da infância.

Portanto, no passado era comum ver crianças jogarem jogos de azar, jogos de salão e jogos a dinheiro. Brincadeiras infantis e de adultos se misturavam sem nenhuma distinção. Mas com o tempo, foram estabelecidos parâmetros que reconheciam jogos como bons e maus, nascendo assim um sentimento de infância, uma preocupação de preservar a moralidade infantil e de educá-la, negando-lhe a prática de jogos caracterizados maus. E A partir daí começaram a aconselhar para as crianças os jogos bons, (jogos que envolvia benefícios para o corpo e exercícios físico).

Em meados do século XVII, houve uma distinção entre jogos de adultos de fidalgos e os jogos das crianças e dos vilões (ARIES.1986, p.116). Mas muitos jogos de adultos eram proibidos as crianças. Com a evolução ocorrida durante os períodos, estes jogos foram gradualmente transferidos aos jogos infantis e populares.

No campo educacional, os jogos só começaram a ser vistos como possibilidades de ensino quando os colégios jesuítas por volta do século XVII começaram a introduzi-los pouco a pouco como uma atividade escolar. As crianças começaram a vivenciar uma metodologia educacional diferente.

Mas os jogos didáticos só começaram a serem utilizados efetivamente muito tempo depois, no século XVIII, mas ainda muito limitado. Nos séculos seguintes, os conceitos sobre os jogos foram ampliados e começaram a enxergar todo o seu potencial lúdico nas atividades.

A valorização dos jogos como recurso pedagógico, começa a ser implementado efetivamente no Brasil na década de 80 do século XX. Com o aumento da produção científica a respeito dos jogos e com o aparecimento das brinquedotecas. Entretanto, em seus primórdios, as opiniões eram divididas em relação ao uso de jogos na educação, pois para muitos, “educação era coisa séria” e não podia ser associada ao jogo que era “pura distração, passatempo”.

Somente no início do século XXI, que se reiterou a ideia de que os jogos propiciam um ambiente de ensino e aprendizagem. A expansão dos jogos na área da educação dar-se-á no início deste século estimuladas pelo crescimento da rede de ensino infantil e pela discussão sobre as relações entre o jogo e a educação (KISHIMOTO, 2011, p.17). Assim, ele começou a ser reconhecido como um importante aliado no processo educacional.

Neste novo contexto, vale ressaltar que no Brasil houve o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990 que representou um grande marco para a compreensão, o cuidado e a preservação da Infância. O (ECA) tornou-se um instrumento para a garantia dos direitos infantis: como proibição do trabalho, acesso e permanência à educação, direito à infância, dentre outros. Esta nova realidade demandou do governo novas estratégias e novos formatos de se pensar a infância, principalmente dentro da escola.

Junto a esta nova percepção de criança respaldada por leis, o governo brasileiro emitiu em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), que orienta a Educação Infantil como primeira etapa da educação básica.

Após a promulgação da LDB 9.394/96 outro documento apresentou-se necessário para garantir normas às práticas pedagógicas junto a Educação Infantil. Este documento é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) de 1998. Ele reúne normas e teorias para a efetivação da educação para crianças brasileiras, considerando e valorizando crianças de 0 a 6 anos. Este referencial defende uma Educação embasada em importantes princípios, tais como: os direitos da criança; o acesso e participação das crianças à cultura; o cuidado como essencial à sobrevivência e o brincar como forma particular de expressão (BRASIL,1988, p.13).

Analisando a documentação brasileira ressaltamos o mais recente documento do Brasil, conhecido como Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A nova Base Curricular continua reafirmando a importância do brincar dentro da educação infantil, no ciclo da educação básica.

A BNCC ainda traz o brincar e consequentemente os jogos como um meio de adquirir conhecimento possibilitando a aprendizagem. A aquisição de conhecimentos e a socialização das crianças na primeira etapa do ensino básico são compreendidas como parte do brincar, o documento diz,

 

A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções (BRASIL, 2018, p.37).

 

Atualmente, as crianças são vistas como sujeitos de direitos e produtoras de cultura. Atuante em seus espaços, membros de suas famílias, reconhecidas em seus comportamentos e temperamentos, as crianças participam ativamente das ações de sua própria infância.

A história dos jogos e brincadeiras, assim, como a história em geral, é uma construção humana que envolve fatores sociais, econômicos e culturais. Percebe-se que os avanços alcançados ao longo de séculos ocorreram de maneira lenta e gradativa. Estas mudanças foram acontecendo e garantindo avanços para as formas de se pensar, de se aceitar e de se constituir a criança dentro de nossa cultura, os jogos e as brincadeiras vieram assumindo um novo lugar dentro do desenvolvimento infantil.

A partir das construções feitas até o momento, torna-se ainda mais possível a compreensão do lugar assumido pelo brincar e como os jogos se inseriram neste contexto da educação infantil. Assim, agora vamos discutir as contribuições dos jogos, dentro dos conceitos escolares.

Alguns pontos diferem as brincadeiras dos jogos, a principal característica que os separam e a existência das regras nos jogos. As brincadeiras são mais livres e estão ligadas mais ao riso, e a descontração. Já os jogos por sua vez trazem um caráter mais sério eles fazem parte da construção da representação mental.

Para uma melhor compreensão, o jogo pode ser definido assim, em uma competição física ou mental, onde, os participantes a partir de regras tentam ganhar um do outro. A desobediência de regras está sujeita a penalidades, por sua vez, a evolução de ação leva o participante a vitória.

Desde muito tempo vários estudos apontam uma ligação dos jogos no processo de ensino-aprendizagem. O jogo educativo, é um meio de instrução, um recurso de ensino para o professor e, ao mesmo tempo, um fim em si mesmo para a criança que só quer brincar (KISHIMOTO, 2011, p.18). Tornando assim, dentro do contexto escolar uma brincadeira com fins educativos.

Kishimoto (2011) em seus estudos, destaca seis critérios que distinguem os jogos, são eles: não literalidade, efeito positivo, flexibilidade, prioridade do processo de brincar, livre escolha e o controle interno.

Na não literalidade a criança cria suas próprias regras e são elas que ditam o ritmo da brincadeira e o como será conduzida. Já o efeito positivo traz a criança, é um momento prazeroso, ela se sente feliz, uma alegria contagiante ao realizar aquela atividade. A flexibilidade está relacionada a como a criança consegue traçar estratégias diferentes para solucionar o jogo. A prioridade do processo de brincar, é visto na dedicação que a criança tem no momento da brincadeira, ela transfere ao ato toda sua atenção e capacidade de absorver os conteúdos. A escolha do jogo pode se observar quando a criança o escolhe de livre vontade ele pode ser considerado apenas uma brincadeira. Quando ele e escolhido por um educador com uma finalidade ele é considerado uma forma de ensino. O controle interno, está na relação de como o jogo será repassado as crianças.

Seja quais forem os critérios adotados na realização e na aplicação dos jogos, Kishimoto (2011), apresenta algumas características em comum que os ligam a uma mesma família são eles,

 

Liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário e episódico da ação lúdica; o prazer (ou desprazer), o "não-sério" ou o efeito positivo; as regras (implícitas ou explícitas); a relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), a incerteza de seus resultados; a não literalidade ou a representação da realidade, a imaginação e a contextualização no tempo e no espaço. São tais características que permitem identificar os fenômenos que pertencem à grande família dos jogos (2011, p.7).

 

O jogo em seu valor educacional, e relacionado a duas funções: a lúdica e a educativa. A função lúdica pode ser entendida na espontaneidade que a atividade proporciona, sempre buscando a alegria, a satisfação e o prazer. Já sua função educativa é quando se estimula e favorece a criança a produzir um novo saber, e ainda, também, ajuda no processo de socialização contribuindo para sua formação integral.

A sala de aula é um lugar de brincar e de aprendizado, assim, cabe ao professor conciliar essas duas funções em equilíbrio, tendo sempre em mente, que uma complementa a outra. Para que, assim, o educador consiga envolver seus alunos para o aprendizado prazeroso e produtivo. Criando um ambiente onde as crianças divertem e aprendem ao mesmo tempo.

Vários estudos apontam a importância que o lúdico possui no processo de aprendizagem da educação infantil. Ele é uma necessidade humana em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada. Não só como diversão, mas como objetivo de desenvolver a potencialidade da criança, visto que, o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelece na formação integra da criança. Através de uma vivência lúdica, a criança está aprendendo com a experiência, de maneira mais integrada, a posse de si mesma e do mundo de um modo criativo e pessoal (BARCELOS, 2009, p.26).

Então, e necessário conduzir os jogos através do lúdico tornando-o um instrumento capaz de promover e facilitar o entendimento das crianças.

Já foram apresentadas várias características importantes sobre os jogos, mas ainda podemos acrescentar outra, o poder que ele tem em estimular as crianças a explorar e a procurar soluções para problemas. Neste ponto de vista, as crianças desenvolvem sua curiosidade e sua capacidade de encontrar situações novas para cada jogo.

Trabalhar com atividades lúdicas dentro do contexto educacional, é necessário, mas, o educador deve escolher as práticas pedagógicas que estimulem e desafiem as crianças. Portanto, e importante, organizar, selecionar, planejar, monitorar e fazer uma mediação das interações durante a atividade educacional, tudo alinhado a proposta de ensino que se pretende obter.

O educador precisa ser coerente e sempre organizar as atividades de acordo com as capacidades e faixa etária dos alunos. Além disso deve-se envolver os alunos, apresentando a eles as informações, características e algumas possibilidades e principalmente suas regras no momento da aplicação. É importante também estimular o interesse da criança para que elas possam absorver melhor o conteúdo aplicado.

Outro ponto importante, é que o educador também deve estar preparado para solucionar imprevistos que venham a acontecer durante a realização da atividade jogo. Seu olhar deve estar sempre voltado para a questão do emocional das crianças. Visto que, os jogos podem trazer muitas contribuições, mas também, podem gerar situações que dificultam o desenvolvimento das crianças. Como por exemplo: ser frequentemente desafiada muito além das suas possibilidades, o que pode gerar sentimento de tristeza, de insegurança ou de incapacidades (BARCELOS, 2011, p.45). Estes sentimentos podem estar relacionados a dificuldade na realização da atividade, por uma rejeição sofrida pelos colegas, pela perda no jogo ou até mesmo pela própria vida.

São inúmeras as contribuições dos jogos no ambiente educacional, eles exercem um papel de grande importância, visto que, a educação infantil é a primeira etapa da educação básica sendo assim ela é o alicerce para as próximas etapas de ensino que virão. BARCELOS, traz a seguinte reflexão sobre estas contribuições,

 

As atividades que envolvem o jogo, a brincadeira, propostos para crianças num espaço de educação têm um papel fundamental para o desenvolvimento das suas estruturas cognitivas, físicas e afetivas. E, brincando, a criança assimila a realidade de forma frequentemente prazerosa. Brincando, dá os primeiros passos em direção à socialização, através da construção de regras. Através dessas atividades, a criança exercita e aprimora suas características pessoais, construindo as bases para um desenvolvimento cada vez mais pleno (2009, p.45).

 

Assim, o jogo se mostra como um facilitador das construções infantis. Tornando aliado no enfrentamento das dificuldades no processo de ensino aprendizagem. E de grande importância para o desenvolvimento das crianças nas fases iniciais.

A evolução faz parte do contexto histórico da humanidade estamos sempre mudando e aperfeiçoando o desenvolvimento de nossos conceitos. Sempre com um objetivo gradativo que vise a progressão dos pensamentos. E no campo educacional não é diferente, foram várias as mudanças que ocorrem durante séculos e períodos.

Produzir novos conhecimentos ou estruturar conhecimentos já adquiridos demandam desgastes, tanto para as crianças como para os adultos. A escola, como lugar de produção e apropriação de conhecimentos tem por necessidade apropriar-se dos jogos para intermediar estas construções infantis.

Diante de todas as observações, considera-se extremamente importante a utilização dos jogos e brincadeiras no ambiente escolar, principalmente na educação infantil, onde o lúdico deve estar presente em todos os momentos.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante de todas as pesquisas e estudos apresentados neste trabalho pode-se entender o quanto a educação infantil evoluiu ao longo dos séculos e como foi modificando seus conceitos e visões sobre a criança e sobre o seu processo de ensino aprendizagem. Os jogos contribuíram diretamente para essa evolução e, atualmente eles são de grande importância para desenvolvimento da criança.

Percebemos também, que as brincadeiras e os jogos fazem parte do dia a dia das crianças. Isso pode ser verificado desde em uma brincadeira com jogos descontraídos sem um caráter sério, até a um jogo com regras que demandam mais atenção e concentração das crianças.

Os jogos quando são orientados, lúdicos e prazerosos são realmente elementos que contribuem na formação da criança. Além de estimular a interação com os colegas, desenvolver a memória, a concentração os jogos ajudam na exploração e resolução de problemas existentes.

Neste estudo pode se observar, também, que é necessário que as instituições de Educação infantil visem a importância que os jogos desempenham no desenvolvimento da criança. A partir desta observação tais instituições devem introduzir os jogos de forma planejada e organizada, para que, assim, os objetivos sejam alcançados.

As contribuições dos jogos na educação infantil são visíveis, deve se apenas respeitar as capacidades de cada criança e adequar os jogos para que as crianças se desenvolvam de forma cognitiva, física e afetivamente.

Espera-se, por fim, que os jogos e a educação continuem neste processo evolutivo, sempre olhando para a criança como detentora de direitos e produtora de seus saberes. Nesta perspectiva o educador atua como um facilitador no processo de ensino aprendizagem.

 

4.REFERÊNCIAS

 

ARIÈS, P. História social da criança e da família. Tradução Dora Flaksman, segunda edição - Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

 

BACELAR, Vera Lúcia da Encarnação. Ludicidade na educação infantil. Salvador: EDUFBA, 2009.

 

BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental, 1996.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

 

BRASIL. MEC. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Brasília: ME/SEF,1998.

 

CARVALHO, Levindo Diniz. Imagens da Infância: brincadeira, brinquedos e cultura. TESE (mestrado). Universidade Federal de Minas Grais - UFMG, 2007.

 

JUNCKES, Rosane Santana. Filosofia da Diferença e Educação – Editora ânima educação, 2014.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2011.