Buscar artigo ou registro:

 

 

A IMPORTÂNCIA DA RECREAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Janice Conceição de Faria Silveira
Ilma Lima Sousa Barros
Claudimar Barros Alencar
Eliene Ferreira da Silva
Rosecleia Pereira Santos

 

RESUMO

Este artigo visa exibir uma análise teórica aos docentes e profissionais da educação sobre a relevância de utilizar a recreação como ferramenta de lazer associada ao aprendizado na educação. Propõe-se então um reforço em relação a ludicidade na educação infantil utilizando de meios recreativos, seja com jogos, brinquedos e brincadeiras, percebendo que essas atividades recreativas são muito importante no que concerne o aprendizado dos alunos como práticas corporais nessa etapa da educação infantil, pois permite conceber o seu perfil, ampliando assim sua relação ao qual lhe permite sentir prazer e dinamismo, pois as atividades recreativas visam o desenvolvimento integral em decorrência aspectos afetivos, cognitivos e sociais e motores. A metodologia utilizada nesse estudo foi caracteriza-se bibliográfica cujo meio de estudo foi por pesquisas em artigos científicos, livros e sites da internet. Diante dos estudos realizados, observou-se que as atividades recreativas são importantes para o desenvolvimento geral da criança caracterizando-se como práticas lúdicas. Assim sendo, as práticas lúdicas e recreativas e recreativas precisam fazer parte do componente curricular escolar agregando à proposta pedagógica da escola.

 

PALAVRAS-CHAVES: Educação. Recreação. Desenvolvimento.

 

INTRODUÇÃO

 

A recreação na infância contempla a evolução coletiva e pessoal de cada criança, e isso não se resume apenas no âmbito escolar, mas também na sua rotina, no convívio familiar bem como na construção da sua índole. Como as crianças são espontaneamente lúdicas recreadores, ao realizar atividades lúdicas sondando a si mesma e o meio a sua volta, amplifica suas emoções gerando assim a relação ao seu redor. Segundo KISHIMOTO (2011), as brincadeiras desempenham dois papéis fundamentais: a função lúdica na qual oferece diversão e prazer, quando escolhidos voluntariamente e a função educativa na qual leva o indivíduo a buscar seus conhecimentos e preocupação com o mundo. Desse modo as brincadeiras são determinadas e desenvolvidas de acordo com cada faixa etária de idade aplicando uma metodologia específica para tal.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, ressaltam que a prática das brincadeiras deve ser inserida de forma efetiva no sistema educacional. As brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme a cultura regional apresenta-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinhas de gude, atirar com estilingue, pular amarelinha etc, (BRASIL/RCNEI, p.25, 1998).

KICHIMOTO (1993, p. 110) diz que:

 

(...) Brincando (...) as crianças aprendem (...) a cooperar com os companheiros (...). A obedecer às regras do jogo (...), a respeitar os direitos dos outros (...), a acatar a autoridade (...) a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas (...), a dar oportunidades aos demais (...), a viver em sociedade.

 

Portanto é necessário que os jogos e brincadeiras direcionados as crianças menores envolvam ferramentas que contribuam na alfabetização e formação social de cada um. Levando em consideração que, relacionado as crianças maiores, ou seja, já alfabetizadas, se utilizem jogos educativos, como tabuleiro da tabuada por exemplo, auxiliando no raciocínio lógico, bem como na habilidade de pensar e agir. Assim, “através da brincadeira, a criança consegue expressar seus sentimentos em relação ao mundo social e transformar sua realidade que muitas vezes é tortuosa devido aos problemas que traz consigo.” (ARRUDA; MOURA, 2007).

No artigo 205, afirma-se: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família” (BRASIL, 1988). Salientando assim a relevância não somente do Estado, mas também da família durante esse período da vida. Vale ressaltar que a infância é tida como período das brincadeiras, pois por intermédio dessas brincadeiras as crianças comprazem seus desejos estabelecendo sua índole e seu mundo.

O brincar proporciona momentos de convívio, a socialização em grupo, construção de motricidade, criatividade e habilidade para cumprimento de atividades de entretenimento.

Para Vigotsky (1998 apud MAFRA, 2008, p. 11):


As maiores aquisições de uma criança são adquiridas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.” Salienta-se que a aplicação de brincadeiras no procedimento pedagógico é imprescindível para deixar a atividade mais prazerosa.

 

Sendo assim é possível constatar que a criança aprende brincando e, portanto, se desenvolve também por meio das atividades de lazer e recreação. O Brincar se torna uma forma de nos tornarmos mais humanos, reconhecendo e significando representação cultural das crianças, significando que mesmo que as crianças brinquem com o mesmo tipo de brinquedo porém a representação significativa pode ser diferente entre elas, depende da cultura e dos brinquedos inseridos nas representações, já que considera-se um objeto lúdico com diversas funções na infância, inclusive função social.

Na educação de modo geral, e principalmente no processo de alfabetização o brincar é um importante auxilio na aprendizagem, visto que permite, através das brincadeiras, vivenciar a aprendizagem como um processo social e cultural. A proposta do brincar para a criança é de promover uma alfabetização significativa na prática educacional, e dá significado ao conhecimento através das características do conhecimento do mundo.

 

DESENVOLVIMENTO

 

A brincadeira é uma atividade imprescindível na vida escolar da criança, pois permite ocasiões de conhecimentos e de novos descobrimentos. Por meio desse ato as crianças se adolescem em desiguais aspectos, como em relação a autonomia, a linguagem, a motricidade, o cognitivo, etc, dado que durante as brincadeiras as crianças têm a chance de participar, criar, interagir umas com as outras e assim definirem situações que podem aparecer no decorrer das atividades, possibilitando assim uma melhor assimilação e idoneidade de solução.

 

Brincar é assim, um espaço no qual se pode observar coordenação das experiências previas das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem utilizando a ativação da memoria, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando os e transformando os por meio da criação de uma situação imaginaria nova. Brincar constitui se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças. (BRASIL, 1998, p.23 v. 2).

 

Podemos assim dizer que as aprendizagens que ocorrem durante o desenvolvimento da criança são construídas em situações de interações, sendo de essencial importância a mediação e interação com um adulto, neste caso específico o professor, pois é a pessoa responsável pelo planejamento e prática dos serviços propostos a oferecer a melhor exploração do tempo, desenvolvendo atividades recreativas para os mais diversificados grupos.

Muitos professores ainda não tem uma ideia da importância do seu papel na mediação dessa prática. Alguns veem na brincadeira um momento de proporcionar “descanso”, deixando os alunos de maneira solta sem nenhum objetivo didático, nenhuma orientação, o que muitas das vezes o aluno passa a ficar desinteressados na realização das atividades. O brincar é uma experiência diferenciada das outras, pois utiliza recursos, e matérias diversos além de propiciar as crianças o momento de grande conhecimento e por sua vez possibilitar experiências construídas por elas mesmas.

De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, independente de ser na área da linguagem, do movimento, da ciência, da matemática ou social, o faz de conta é indicado e essa essência de brincar na infância se asseguram nos direitos da criança de acordo com a Constituição Brasileira (1988), do Estatuto da Criança e do Adolescente, direito reconhecido também na Convenção dos Direitos da Criança (1989). A escola enquanto espaço de aprendizagem, ao permitir as brincadeiras espontâneas, permite cada vez mais apropriações de conhecimentos, estabelecimento de pontes dos mundos, da realidade e da fantasia.

 

CONCLUSÃO

 

O objetivo deste artigo visou analisar a importância da prática do brincar na escola. Referente a educação infantil, pode-se dizer que as brincadeiras são muito importantes, pois as crianças vão percebendo diversos conceitos que irão ser instruídos. As crianças absorvem melhor a partir dos jogos e brincadeiras lúdicas, pois precisam diferenciar o concreto. Por intermédio do lúdico e do imaginário, a criança principia a compreender o mundo e se importar pelo conhecimento, manifestando suas ideias. Igualmente se torna mais fácil expor suas emoções, lidar com desafios e decepções, saber esperar sua vez, dividir e socializar com os colegas. Para mais, é importante memorar que trilhar entre o real e o imaginário aprimora o raciocínio e as habilidades motoras das crianças.

Quando a criança brinca ela relaciona seus conhecimentos com o que visualiza, sendo capaz de construir seu conhecimento onde muitos deles são novos. Sendo assim é viável salientar que as atividades de entretenimento e recreação contribui ainda para o progresso físico e pessoal, que acaba sendo contemplado com mais simplicidade, cautela e preocupação conforme as faixas etárias, acrescentando mais valor a essas atividades e ao profissional que as exerce.

O professor será o mediador do processo total. Por isso, precisa assegurar que a recreação na educação infantil seja uma vivência em que a criança se perceba confiante e feliz! Divertir-se deve, antes de tudo, ser prazeroso para o aluno.

A mediação do professor na brincadeira pode acontecer, mas dede que seja de maneira orientativa pedagógica ou, e não para advertir a naturalidade e imaginação das crianças. Os jogos e brincadeiras se tornam um facilitador para que tudo aconteça de forma natural e melhor ainda de forma "lúdica”. É necessário ter um objetivo a ser trabalhado, para que assim elas se desenvolvam e mostrem seu potencial, não apenas no "brincar" e sim educando, com essas ferramentas úteis e significativas na vida das crianças fazendo com que o lúdico de modo construtiva abre a portas para a melhores amplitudes do conhecimento.

 

REFERENCIAS

 

ARRUDA, Almir Ribeiro de; MOURA, Terezinha Andrade. Perfil da Recreação escolar e sua importância como ação educativa para alunos de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. 2007. Monografia. (Graduação Licenciatura e Bacharelado em educação Física) – Departamento de Educação Física Núcleo de Saúde, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2007. 76 p.

 

BRASIL. Constituição, 1988): Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro, 1988. Disponível em: . Acesse em: 22 jul. 2013.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.v. 3, 1998. Disponível em: http://www.portalmec.gov.br . Acesso em: 2 out. 2016.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

KISHIMOTO, Tizuco M. Jogos Infantis: O jogo, a criança e a educação. 6ª Edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1993.

 

KISHIMOTO,M. Tizuko. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educação. São Paulo: Cortez, 2011 .O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.

 

Lei 8.069/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em:

 

Lei 8.069/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em:

 

Lei 9.394/1996. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 06 ago 2014.

 

Lei 9.394/1996. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 06 set 2014.

 

Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brincadeira e interações nas diretrizes curriculares para a educação infantil: manual de orientação pedagógica: módulo 1/ Brasília: MEC, SEB, 2012, 64 p.)

 

Ministério Educação e Cultura. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Brasília: MEC, 1998. 3 v.