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ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO

Adriana Moura Silva1

Ana Cleide Barbosa de Oliveira2

Astrea Pereira de Almeida3

Jaissieli Helfenstein4

Silvana Aparecida Lima5

 

RESUMO

O objetivo deste artigo é enfatizar a importância do refletir sobre o papel social de cada um. O ser humano precisa construir o seu novo ser. Atualmente, temos um grande desafio na vida: construir o nosso ser com espírito ético, fraternal e voltado para o resgate de uma segurança social. Tem-se discutido com muita frequência sobre ética, valores morais e culturas. Mas falta explicitá-los de forma mais sistemática que por um lado muitas organizações tentam estabelecer padrões de éticas e responsabilidade sociais em suas atividades e formas de gestão e por outro lado tem-se demonstrado o interesse por meio de acadêmicos, buscando explicitar de que forma a ética e a responsabilidade social deveriam ser implantadas dentro das organizações. A ética é mais sistematizada e corresponde a uma teoria ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida é concebida rigidamente podendo variar de indivíduo para indivíduo e corresponde a uma teoria de ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida menos rigidamente, podendo variar de acordo com cada país, não existe um manual de procedimentos éticos, pois o comportamento ético é um impulso natural por agir corretamente nascido da nossa livre compreensão das coisas. É essencialmente espontâneo. É naturalmente orientado para não causar dor ou sofrimento e para fazer o bem sempre que possível. O respeito profundo por si e pelos outros é à base do comportamento ético.

 

Palavras-chave: Papel social. Responsabilidade. Procedimentos éticos. Comportamento.

 

PROFESSIONAL ETHICS IN EDUCATION

 

ABSTRACT

The objective of this article is to emphasize the importance of reflecting on the social paper of each one. The necessary human being to construct its new to be. Currently, we have a great challenge in the life: to construct our being with spirit ethical, fraternal and directed toward the rescue of a social security. It has been argued quite frequently on moral ethics, values and cultures. But it lacks to explicator them of form more systematic than on the other hand many organizations try to establish standards of social ethics and responsibility in its activities and forms of management and on the other hand has demonstrated the interest by means of academics, searching to explicator of that it forms the ethics and the social responsibility would have inside if implanted of the organizations. The ethics more are systemize and correspond to a theory rigidly established action. The moral on the other hand is conceived rigidly being able to vary of individual for individual and corresponds to a theory of rigidly established action. The moral on the other hand less rigidly, being able to vary each country in accordance with, does not exist a manual of ethical procedures, therefore the ethical behavior is a natural impulse for acting correctly been born of ours exempts understanding of the things. He is essentially spontaneous. Of course it is guided not to cause pain or suffering and to make the possible good whenever. The deep respect for itself and the others is to the base of the ethical behavior.

 

Word-key: Social paper. Responsibility. Ethical procedures. Behavior.

 

1 INTRODUÇÃO

 

Falar sobre Ética é falar sobre valores e virtudes. Valor e virtude, por sua vez, se referem a comportamento humano. Então o campo ético é constituído, de um lado, por comportamento e, de outro, por juízos de valor, pela apreciação sobre esses comportamentos.

A reflexão Ética passa justamente por essa questão: o estabelecimento de juízos de valor para o que está conforme ou contrário às normas de convivência dos homens em sociedade. Daí serem tão comuns as expressões éticas e antiéticas, quando nos referimos a certas atitudes dos indivíduos em sociedade.

A Ética, enquanto estudos dos juízos de apreciação da conduta humana – os juízos de valor - encontra-se frequentemente diante do conflito de ter de decidir entre o que é o Bem e o que é o Mal.

E justamente porque desejamos realizar um projeto de vida diferente – a busca daquilo que queremos ser – é que recusamos a realidade de nossas imperfeições, bem como as imperfeições do sistema em que vivemos.

Por isso contemplamos o universo ético, o universo da construção de um ser humano idealizado, bem como de uma sociedade ideal, mais humana, na qual igualdade e liberdade prevaleçam como valores supremos.

A existência Ética é sempre, um desafio, um convite para realizarmos o projeto de nos tornarmos mais humanos. É porque queremos nos tornar mais humanos que buscamos construir uma sociedade possível, melhor do que a sociedade real.

Por isso a dimensão moral do ser humano compreende, além da esfera individual, privada, a esfera pública, a vida social, a ação do cidadão. Portanto, é somente na relação com os outros homens que os comportamentos individuais podem ser avaliados como virtuosos ou não-virtuosos – como éticos ou não éticos.

A educação pública de qualidade, pedra angular de uma sociedade democrática, tem o dever de proporcionar a todas as crianças e jovens as mesmas oportunidades educativas e é fundamental para o bem-estar da sociedade ao contribuir para o seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Os professores e o pessoal de apoio têm a responsabilidade de fomentar a confiança da comunidade na qualidade dos serviços que se espera que ofereçam todos os que trabalham nesta importante tarefa.

O exercício de critérios responsáveis está no centro da atividade profissional e as ações dos professores e do pessoal de apoio, dedicados, competentes e comprometidos na ajuda a cada aluno para que alcance todo o seu potencial, são essenciais para proporcionar uma educação de qualidade.

À experiência e ao empenho dos professores e pessoal de apoio devem associar-se boas condições de trabalho, o apoio da comunidade e políticas capazes de proporcionar uma educação de qualidade. Só quando todos os componentes necessários estão nos seus devidos lugares é que é possível aos professores e ao pessoal de apoio cumprir totalmente suas responsabilidades para com os estudantes e a comunidade onde trabalham.

 

2 ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO

 

Num mundo pautado pela tecnologia e pela ciência, tenta-se resgatar a humanidade da pessoa como valor mais essencial, não apenas em termos econômicos, mas também – e principalmente – em termos pessoais e sociais.

Há uma recusa planetária a todas as formas de violência contra o homem e a natureza na cultura ocidental. O viés encontrado para combater os males do século foi o do conhecimento e do resgate da dimensão pública, política, comunitária do cidadão: o resgate da dimensão ética. (VALLS, 2016, p. 70).

Ética e trabalho são dimensões de ordem prática, isso significa que se manifestam numa ação concreta, transformadora do mundo e da realidade, precisamos, pois, considerá-las produtos de uma época histórica, de uma visão de mundo determinada pela política, pela economia e pela cultura das sociedades onde se dão. (VALLS, 2016, p. 73).

Certamente não é coincidência nem modismo a demanda da sociedade por comportamentos éticos. A exigência de Ética na política, na medicina, na educação, no direito, bem como a rejeição unânime da corrupção em suas diferentes modalidades significa a busca de qualidade de vida, passando necessariamente pela formação Ética dos indivíduos e, consequentemente, por uma sociedade pautada por comportamentos éticos. (VALLS, 2016, p. 76).

E o que nos parece mais importante: essa procura é tão necessária, tão legítima, tão bem vinda, que não precisa ser imposta por algum tipo de autoridade, ela coincide com o nosso desejo e com a nossa razão, além de refletir o desejo e a razão de toda a sociedade. (VALLS, 2016, p. 79).

A estrutura Ética do ambiente educacional dependerá, portanto, do professor ou do desejo da instituição. No caso de uma opção pela Ética da felicidade, o professor precisa desejá-la, precisa acreditar na possibilidade de que dela derivem princípios e valores contribuam para a educação. (VALLS, 2016, p. 83).

A profissão de educador pode beneficiar com o debate sobre os valores fundamentais da profissão. Assim, uma crescente consciencialização das normas e da ética da profissão pode contribuir para aumentar a satisfação profissional dos professores e do pessoal de apoio, e de potenciar o seu prestígio e auto-estima, aumentando o respeito que a sociedade sente por estes profissionais. (ALARCÃO, 2014, p. 35)

Os professores, o pessoal de apoio e seus sindicatos, por serem membros da Internacional da Educação (IE), estão comprometidos com a promoção de uma educação que ajude as pessoas a desenvolver as suas capacidades, para que possam viver uma vida plena, contribuindo para o bem-estar da sociedade. (HERNANN, 2014, p. 42).

 

Diante das crises evidentes que o mundo moderno vem demonstrando neste início de século, em todos os âmbitos do saber e do fazer humanos, notadamente no da Educação atingindo conceitos de autonomia, emancipação e liberdade, cumpre-nos, mais uma vez, repensarmos e refletirmos sobre as novas competências para ensinar, novos entendimentos sobre ensinar e aprender,aprender a aprender e como apreender as novas formas de relação entre a ética e o agir pedagógico. (DUTRA, 2015, p. 25).
Isto deve ocorrer para que possamos compreender e ensinar a pensar sobre os problemas existentes, diante da pluralidade dos diferentes contextos culturais de uma sociedade que altera profundamente seus processos de socialização e de formação de identidade.
Assim, para Hernann (2014, p. 90):
Embora a sociedade imprima a Educação um caráter de constante mutação, como incontrolável, nós não devemos entender este processo como de desorientação”. E é neste contexto que se torna impossível se sustentar um modelo ideal de Educação e, muito menos, de se continuar com a aplicação das tradicionais práticas pedagógicas.
Para tanto, a pluralidade dos contextos sociais impelem à multiplicidade e ao reconhecimento de um mundo plural que exige do ato de “Educar” novos moldes e técnicas, que se renovam, e constantemente, renovam os objetivos da Educação. (IMBÉRNON, 2016, p. 45).
E é, portanto, dentro desta conotação da realidade que se insere este nosso estudo, despretensioso e em nada inovador, frente aos já publicados neste campo, mas que pode servir de base, auxílio e ponto de partida para momentos de reflexão, quando se pensa nos novos papéis da Escola e de seus Educadores, principalmente sobre a ótica profissional e profissionalizante, na busca de aperfeiçoamento, aprimoramento ou desenvolvimento de novas potencialidades, para uma escola competente, dentro das novas exigências impostas pela cultura plural, heterogênea, ética e facilitadora da cidadania. (MELLO e REGO, 2015, p. 65).
Assim, como pudemos constatar, os professores foram desenvolvendo, pelo seu papel em diferentes ocasiões, várias conotações: a do crente, do mágico, do palhaço, do vendedor de ilusões, do salvador da pátria, do mito, do pesquisador, do cientista, do padre, do pastor, do mestre, do artista e do artesão, quer pelo seu saber acumulado, no passado, pelo preparo científico, quer pela improvisação na resolução de problemas, como no manuseio das práticas pedagógicas, hoje em evidente crise de desprestígio. (PERRENOUD, 2015, p. 35).
Desta forma, fomos em busca de uma educação e de educadores que trabalham realmente para a construção de uma sociedade mais digna, mais feliz, mais respeitável, contribuindo, para que os educandos consigam ter uma vida melhor, que leve ao sucesso, com qualidade, criando sensibilidades que se impõem como novas temáticas para a educação. Daí a educação inter e multicultural, de gênero, para a paz, a ambiental, entre outras, que chegaram para ampliar nossos horizontes de compreensão. (RAMOS, 2017, p. 75).
Assim, neste novo contexto de Educação entendemos a formação continuada dos professores como uma necessidade imperiosa que se impõe, a cada dia, seja pelos mecanismos públicos e gratuitos, seja pela busca incansável de recursos diferenciados, individuais e autônomos, ou promovidos por instituições, agremiações, sindicatos, mas de qualquer forma, sempre consciente, critica, reflexiva, interativa e plural, através da pedagogia das competências, sejam pela autonomia ou pela adaptação da interação entre os três sujeitos: o eu individual, o eu pessoal e o eu social.
Segundo Ramos, (2017, p. 75):
Os professores possuem um amplo corpo de conhecimentos e habilidades especializadas que adquirem durante um prolongado período de formação. O conhecimento pedagógico é construído e ampliado ao longo do tempo pelos profissionais da educação, durante sua vida profissional, como resultado das relações entre teoria e prática, ao passo que o conhecimento da disciplina requer mais técnica, focado nos procedimentos de transmissão.
Porém, a competência profissional é fruto de todo processo educativo, mais a interação entre os professores e o exercício da profissão, com seus próprios alunos. Para as próximas décadas, a tendência deverá continuar a ser a formuladora de uma sociedade em mudança, com sensível desenvolvimento tecnológico e sensível elevação do conhecimento. (RIOS, 2014, p. 45)
Conseqüentemente, a reformulação dos modelos de formação docente não deve mais ser vista e sentida como necessidade, mas como urgência ou emergência, para o professor, posto que o professor acadêmico e tecnicista, transmissor de conhecimentos, faz parte de um arquivo do passado. Atualmente, a expectativa que se tem do papel do professor, é a de que ele intervenha, de forma ativa e reformule sua prática através de avaliações e estratégias diferenciadas, para, com métodos alternativos, atingir a urgente alteridade, com autonomia e participação, consciente e responsável. (ALARCÃO, 2014, p. 55).
Daí resulta a reformulação de sua capacitação profissional para criar um profissional facilitador da aprendizagem, prático reflexivo,envolvendo nesse processo educativo, não só o seu conhecimento como as novas necessidades dos alunos e as ansiedades dos familiares, atingindo metas pessoais, profissionais, institucionais e sociais. Ele se organiza e auxilia na organização educativa. (ALARCÃO, 2014, p. 56).
Este é, pois, o momento de se refletir sobre a necessidade de se continuar a investir em educação, na formação inicial, ao longo de sua vida profissional, de forma contínua, efetiva e eficiente, para que a sociedade colha os frutos através da ação social de seus professores e alunos, como um produto final reerguendo valores de pátria, nação, tornando-a mais humana e humanizadora, com modelos de vida mais digna, mais feliz e mais respeitável, entre seus cidadãos. (ALARCÃO, 2014, p. 57).
De fato, este deveria ser o verdadeiro papel da escola e dos educadores: contribuir para uma vida melhor, mais saudável e respeitável, em todos os segmentos da sociedade, diante da radical pluralidade existente na vida de hoje: político, sociais, artísticos, religiosos ou científicos, pela ação continuada da epistemologia instrumentalizada da pedagogia, inter-relacionada com as demais ciências da educação, indissociáveis e contínuas, considerando o saber em toda sua extensão. (HERNANN, 2014, p. 95)
A educação assim repensada e compreendida desencadeia um processo refletido das relações entre a ética e agir pedagógico, através de uma prática educativa que interfira em nosso conhecimento, em nossas possibilidades, como aprendizes e investigadores, num misto de ação e aprendizagem.
A preparação e desempenho dos professores ligam-se a dois fatores básicos; “o novo perfil que a escola e os professores devem assumir para entender as demandas do mundo contemporâneo”, a questão tecnológica, os modelos de ensino, o desempenho docente e binômio eficiência e eficácia da instituição de ensino; outro fator preponderante é a expansão do numero de matrículas no ensino fundamental, “os avanços, no sentido de universalizar o acesso ao ensino obrigatório, transformam significativamente as expectativas educacionais”, fazendo professores elementos essenciais na realização da construção e atualização das escolas, no atendimento das necessidades de alunos com origens e interesses diversos, para quem a escola até então, não havia feito muito sentido, e para seus familiares, que até então eram excluídos ou não considerados. (MELLO e REGO, 2015, p. 75).
Estes dois fatores têm gerado forte questionamento em torno da escola como pólo de ansiedades sociais e dos professores, na construção da democracia e, por isto mesmo, levado a todos os envolvidos em educação a debates, seminários, simpósios, fóruns, onde se valoriza a troca de experiências entre os profissionais e o conhecimento interativo e interdisciplinar.
Segundo Perrenoud (2015, p. 75):
Nesta era de mudanças criam-se muitas expectativas sobre o professor, e entre elas, contam-se: acolhedor da diversidade, aberto a inovações, comprometido com a aprendizagem, solicito aos alunos.
Com sólida formação cientifica e cultural, com domínio da língua, com conhecimentos tecnológicos, articulador de conteúdos educacionais, interdisciplinar, com profundos conhecimentos de sua área de atuação, que estabeleça relações de integração da sua com outras áreas do conhecimento, implantador de projetos, alguém que valorize quem apreende, visando à melhoria da aprendizagem, do conhecimento, das habilidades e competências dos educandos.(ALARCÃO, 2014, p. 65).
(VASQUES E PALIPÉRIO. S.d., p.1)

 

O desempenho ético da profissão docente depende, naturalmente, da formação ética do professor, da sua capacidade para exercer uma influência, um ascendente sobre o jovem assento na qualidade do seu conhecimento cientifica, na experiência demonstrada e no empenho e gosto pela realização do trabalho, não como algo a que se é obrigado ou que surge apenas como o possível, mas que se realiza com prazer e consciência da importância da função que se desempenha; e nas suas qualidades pessoais, expressas na sua probidade e respeito pela personalidade dos outros. (HERNANN, 2014, p. 85).

Por inerência profissional, o professor, ainda quando isso é negado, é um transmissor de normas e valores socialmente aceites, mas também é um transmissor de normas e valores pessoais. Daí a sua responsabilidade uma vez que em sala de aula, é ele que seleciona os valores que implementa, é ele que escolhe as normas e comportamentos que transmite e as atitudes que espera, é ele que elege os textos a trabalhar e que orienta a sua interpretação, é ele, ainda, que gere os conflitos existentes, que impõe as regras consideradas necessárias ao exercício da sua ação pedagógica e as altera ou sacrifica quando a situação o aconselha. (PERRENOUD, 2015, p. 75).

Segundo Ramos (2017, p. 85):

 

A heterogeneidade cultural e social que atualmente caracterizam as nossas salas de aula, não tem contribuído para facilitar a conduta Ética dos professores, fazendo-os sentir inseguros em relação às atitudes a tomar ou aos valores a defender.

 

Como é que os valores que norteiam a sua vida pessoal se interligam com a ética profissional? Isto é, com os princípios e valores que ele julga deverem regular a sua conduta profissional ou com aquilo que julga ser o dever ser admitido implicitamente pela classe profissional? São totalmente coincidentes (a pessoa é a mesma…)? São parcialmente coincidentes e podem entrar em conflito (a pessoa é o conjunto dos papéis que desempenha e o modo como os gere)? O nível de exigência das normas que se impõem a si próprio é igual no campo pessoal e profissional? Que conflitos de valores podem surgir entre o desempenho de papéis ligados à vida pessoal e o desempenho de papéis ligados à profissão? (RIOS, 2014, p. 75).

 

Com o caráter reflexivo, do professor, deve-se estender a sua competência as ações de revisão sobre sua pratica, envolvendo não só trabalho criativo, autônomo, calcado, não apenas no conhecimento (métodos, conceitos e princípios), mas também nas capacidades de saber, saber fazer, saber como. Como isto, haverá um desenvolvimento da capacidade de aprender com sucesso e com os erros, no aprender com o outro, na troca de experiências, no aceitar responsabilidades, entre outras. (RIOS, 2014, p. 75).
Portanto, a abordagem por competências não pretende mais do que permitir a cada um, aprender a usar seus saberes para atuar, criando, para o ensino de melhor qualidade, condições de formação que saiba, alem das palavras, decodificarem sinais e símbolos do mundo e da cultura de sua época. (DUTRA, 2015, p. 75).
Compreender o mundo, os outros e a si mesmo, bem como as interações entre estes vários componentes, sendo capaz ele de intervir, estabelecendo o alicerce para vivência e a cidadania, posto que é através desta compreensão que nos tornamos preparados para o incerto, para o novo, para o difícil, para outras circunstâncias através de permanente “interação, contextualização e colaboração”, além da capacidade de aprender autonomamente, o que se tornou fundamental, em Educação; aliando-se a tudo isto, as competências de Perrenoud, como por exemplo: organizar e dirigir situações de aprendizagem. (HERNANN, 2014, p. 85).
(VASQUES E PALIPÉRIO. S.d., p.1)

 

Portanto, a ética é mais sistematizada e corresponde a uma teoria ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida é concebida rigidamente podendo variar de indivíduo para indivíduo e corresponde a uma teoria de ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida menos rigidamente, podendo variar de acordo com cada país. (HERNANN, 2014, p. 86),

Podemos afirmar que um dos efeitos da economia global é a adoção por todo o mundo de padrões éticos e morais mais rigorosos, seja pelas necessidades das próprias organizações de manter uma boa imagem perante o público, seja pela demanda direta do público para que todas as organizações atuem de acordo com tais padrões. Valores éticos e morais sempre influenciarem as atitudes das empresas, mas estão cada vez mais homogêneos e rigorosos. (HERNANN, 2014, p. 87)

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Em qualquer educação encontramos a dimensão Ética, mesmo que não de forma explicitada. Que valores orientam nossa vida profissional? Como agir no trabalho para ter uma conduta virtuosa? O que fazer diante de um conflito? Essas questões estão presentes no cotidiano de todo indivíduo e, para respondê-las, precisamos de orientação ética.

A existência Ética é, sempre, um desafio, um convite para realizarmos o projeto de nos tornarmos mais humanos. A prática Ética deve, portanto, fazer coincidir o plano do individual e do coletivo, uma vez que, para ser virtuosa, a ação deve visar o bem comum, indo ao encontro do interesse da coletividade.

Ser ético é um grande negócio. A ética é um investimento que traz muitos frutos. Se você for correto na sua empresa, as pessoas vão ter confiança em você, no trabalho e no produto. O lucro aparece na sequência. Não existe um manual de procedimentos éticos, pois o comportamento ético é um impulso natural por agir corretamente nascido da nossa livre compreensão das coisas. É essencialmente espontâneo. É naturalmente orientado para não causar dor ou sofrimento e para fazer o bem sempre que possível. O respeito profundo por si e pelos outros é a base do comportamento ético.

 

Bem como administrar a própria formação contínua sabendo o como fazer: o que procurar, onde procurar, o que fazer com as múltiplas informações colhidas, para não se tornar num mero receptor ou reprodutor do saber acumulado ao mesmo tempo, recriando-as, distribuindo-as pelos múltiplos saberes, através de estratégias, também apropriadas, como: trabalhar a partir dos erros, a partir dos alunos, do seu próprio saber, desejando vencer obstáculos, estabelecendo relações entre o saber, a experiência e o trabalho, numa visão longitudinal dos objetivos, observando e avaliando as situações, valorizando as tecnologias e os dispositivos didáticos atualizados, disponíveis, interativos e flexibilizados, criando, intensificando e diversificando, o desejo de aprender e reforçando a decisão de aprender.
Para ensinar, então, é preciso, se ter esta conotação, reunir todas estas competências além de saber ouvir, observar, auxiliar, criar, inovar, de forma dinâmica, reflexiva, analítica e critica, consciente e responsável, cidadã e democrática. (VASQUES E PALIPÉRIO. S.d., p.1)

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ALARCÃO, Isabel. Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva. 2ª ed. São Paulo; Cortez, 2014.

 

DUTRA, Luiz Henrique de A. Epistemologia da Aprendizagem (O que você precisa saber sobre). Rio de Janeiro; DPZA Editora, 2015.

 

HERNANN, Nadja. Pluralidade e Ética em Educação. Rio de Janeiro; DPZA Editora, 2014.

 

IMBÉRNON, Francisco. Formação docente profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2016.

 

MELLO, Guiomar Namo de & REGO, Teresa Cristina. Formação de Professores na América Latina e Caribe: A Busca por Inovação e Eficiência. Conferência Internacional: Desempenho de Professores na América Latina, Tempo de Novas Prioridades. Brasília; 2015.

 

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre; Artes Médicas Sul, 2015.

RAMOS, Marise nogueira. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2017.

 

RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2014.

 

VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. 6ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2016.

 

VASQUES E PALIPÉRIO. Educação: Pluralidade, Ética e Competência na Formação Profissionalizante Continuada

dos Educadores. S.d. Disponível em: http://www.hottopos.com/vdletras7/monica.htm

1 Graduação com Licenciatura Plena em Pedagogia e Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Ludopedagogia.

2 Graduação Educação Física Licenciatura e Pós-graduada Educação Física Escolar com ênfase na Educação Infantil

3 Graduada com Licenciatura Plena em Pedagogia, Pós-graduada em Docência do Ensino Superior; Orientação Educacional, Supervisão e Gestão Escolar; Psicopedagogia e Neurociências

4 Graduação em Ciências Biológicas e Pós Graduação em Educação Ambiental.

5 Graduação com Licenciatura em Pedagogia e Pós-graduada em Psicopedagogia.