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A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E DO PLANEJAMENTO ESCOLAR PARTICIPATIVO

Adriana Moura Silva1

Astrea Pereira de Almeida2

Cristiane de Paula3

Meire Ferreira Chaves4

Neusa Ferreira de Brito Martins5

 

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo geral analisar o processo de Gestão Democrática na escola pública, e especificamente, conhecer as concepções desse profissional acerca do processo de Gestão Democrática, verificar como está sendo o ingresso da Gestão Democrática na escola, identificar as principais dificuldades encontradas durante a sua permanência, bem como ações e adequações adotadas na tentativa de superação dos problemas existentes. Utilizou-se estudo bibliográfico com a finalidade de compreender a dinâmica do processo de Gestão Democrática na escola pública. Através de análise e dos estudos realizados constata-se que a Gestão Democrática é um processo ainda em construção, que precisa ser cada vez mais praticado, discutido e analisado, pois, está na dependência de um conjunto de mudanças, concepções e ações adotadas, envolvendo questões éticas, sociais e educacionais. Faz-se necessário pensar também nos trabalhadores da educação e nos demais profissionais envolvidos no processo das continuidades escolares. Isto implica na luta pela garantia da autonomia da unidade escolar, pela implantação de dinâmicas de organização e gestão escolar baseadas em processos que favoreçam a participação coletiva na tomada de decisões. Sendo assim, é importante assimilar o pensamento de alguns autores sobre o conceito de gestão, gestão da educação e administração educacional funciona ora como sinônimos, ora como termos distintos. A gestão escolar surge nas mudanças dos paradigmas rompidos que a sociedade vem passando nos últimos anos como a globalização, os avanços tecnológicos, quantidades das informações geradas com muita rapidez.

 

Palavras-Chave: Gestão Democrática. Gestão Escolar. Gestão Participativa

 

ABSTRACT

The present Post-Graduation Paper aims to reflect the question of the manager's performance in a participatory democratic school. To speak in Democratic Management therefore reminds us almost immediately of autonomy and participation. To think about participative democratic management is to think about the fruit that mobilizes it. It is also necessary to think of the education workers and other professionals involved in the process of school continuity. This implies in the struggle for the guarantee of the autonomy of the school unit, for the implantation of dynamics of organization and school management based on processes that favor the collective participation in the decision making. Thus, it is important to assimilate the thinking of some authors about the concept of management, education management and educational administration, which works both as synonyms and as distinct terms. School management appears in the changes of the broken paradigms that the society has been passing in the last years as the globalization, the technological advances, quantities of the information generated very quickly. It should be noted that in several historical moments the term School Management is spoken of and it is the function of the school to prepare the community for a management model that will have an effective participation in the internal and external institution, that is, a model formed of people who exercise, analyze, forward to situations, acting on them strengthening the school as a whole, making everyone feel part of the process and engage with determination and determination that seek family engagement, community, and finally appreciation of work in a team. Along with this, comes the challenge of building a profile, type of educational action, the style of a manager, democratic management, which extends the development of the school's educational project.

 

Key-words: Democratic Management. School management. Participative management

 

1 INTRODUÇÃO

 

O presente artigo tem como objetivo geral analisar o processo de Gestão Democrática na escola pública, e especificamente, conhecer as concepções desse profissional acerca do processo de Gestão Democrática, verificar como está sendo o ingresso da Gestão Democrática na escola, identificar as principais dificuldades encontradas durante a sua permanência, bem como ações e adequações adotadas na tentativa de superação dos problemas existentes.

Utilizou-se estudo bibliográfico com a finalidade de compreender a dinâmica do processo de Gestão Democrática na escola pública. Através de análise e dos estudos realizados constata-se que a Gestão Democrática é um processo ainda em construção, que precisa ser cada vez mais praticado, discutido e analisado, pois, está na dependência de um conjunto de mudanças, concepções e ações adotadas, envolvendo questões éticas, sociais e educacionais.

Para tanto, faz-se necessário, além de políticas públicas mais eficazes, em envolvimento e uma participação mais efetiva da Secretaria de Educação, gestores e da sociedade como um todo.

 

Organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma tarefa fácil, é algo abrangente, requer uma formação de boa qualidade além de exigir do gestor um trabalho coletivo, que busque incessantemente a autonomia, liberdade, emancipação e a participação na construção do projeto político-pedagógico.
Numa gestão democrática, o gestor precisará saber como trabalhar os conflitos e desencontros, deverá ter competência para buscar novas alternativas e que as mesmas atendam aos interesses da comunidade escolar, deverá compreender que a qualidade da escola dependerá da participação ativa de todos os membros, respeitando individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos individuais novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo.
A educação é o objeto de estudo da escola, ela é um instrumento primordial que viabiliza a prática da gestão democrática, pois seu papel é dirimir a filosofia, o pensamento, o comportamento e as relações humanas que os alunos necessitam para viver numa sociedade, pois dessa forma estarão aptos a construir uma visão sólida e crítica da realidade educativa, buscando alternativas coletivas para os problemas no âmbito social e escolar.
A organização do trabalho pedagógico é uma estratégia educacional para democratizar o processo ensino-aprendizagem, então é de suma relevância para um gestor implementar novas formas de administrar em que a comunicação e o diálogo estejam inseridos na prática pedagógica do docente. Cabe ao gestor assumir a liderança deste processo com competência técnica e política.
Ao assumir esse papel, o gestor deve necessariamente buscar a articulação dos diferentes atores em torno de uma educação de qualidade, o que implica uma liderança democrática, capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade escolar. A liderança do gestor requer uma formação pedagógica crítica e autônoma dos ideais neoliberais. Nesse sentido, o objetivo é construir uma verdadeira educação com sensibilidade e também com destrezas para que se possa obter o máximo de contribuição e participação dos membros da comunidade.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação maior entre educadores, educandos e pais.
A escola precisa ter liderança de um gestor comprometido com a qualidade da educação e com as transformações sociais que possibilite avançar o aluno nos mais variados aspectos: social, político, intelectual e humano.
Organizar o trabalho pedagógico requer enfrentar contradições oriundas das diversas realidades que se encontram numa escola pública, daí a necessidade da escola educar para a democracia, e essa tendência pedagógica deverá ser observada ao longo dessa labuta.
Há pouco tempo, o modelo de gestão escolar se configurava num diretor autoritário e submisso aos órgãos centrais e sua função se restringia a de administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores.
O processo de autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta quando tomou posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto. A partir daí a discursam por uma educação democrática ganhou amplitude e vários movimentos começaram a incentivar a luta por uma escola participativa, autônoma e de qualidade. (QDOC TIPS. S.d. p.1)

 

 

2 A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA

 

Para que aconteça uma gestão democrática é necessário tomar consciência das condições concretas ou das contradições concretas, que apontem para a viabilidade de um projeto de democratização das relações no interior da escola.

Sendo assim, para implantar uma gestão democrática é importante que se tome consciência das condições que a escola oferece e a partir de então, traçar metas a serem alcançadas. Para que a escola contribua de fato para a transformação social, precisa-se analisá-la conscienciosamente e ver se a escola está de fato cumprindo essa função. (FREITAS, 2011, p. 102).

A escola, pela sua natureza, é um lugar de inúmeras e diversificadas práticas, sendo que estas não se sustentam sem uma concepção de sociedade ou de mundo. Daí, essa diversidade de práticas está em permanente movimento no cotidiano da escola, seja para o seu êxito ou para o seu fracasso. (FREITAS, 2011, p. 103).

As práticas de gestão constituem parte importante desse cotidiano e não devem servir apenas para controlar, mas principalmente, para estimular novos conhecimentos, ou seja, as relações de poder devem ir além do administrativo, fazendo-se presente no pedagógico e materializando-se nas relações profissionais do professor com os alunos e a comunidade, e também com mediação no currículo. (FREITAS, 2011, p. 104).

Neste sentido, a gestão democrática tem que atingir todas as esferas da escola, chegando até a sala de aula, que ao contrário do que muitos pensam, não é apenas um local de conteúdos, mas também o lugar da disputa pelo saber, da construção da subjetividade e da educação política.

Para Lück (2017, p. 78) em organizações democraticamente administradas inclusive escolas, os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades do cliente.

Ao se referir as escolas e sistema de ensino, o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.

 

A democratização da educação básica e superior como direito de todos os cidadãos é uma meta não somente de governo ou do Estado, mas é também na aspiração, relativamente manifestada tanto social como individualmente, ainda que de maneira mais ou menos latente, porém muitas vezes negada pelo exercício da restrição aberta ou velada à efetiva democratização da sociedade brasileira. (FLEURY, 2016, p. 77).

 

Com base no autor pode-se compreender:

 

... que a sociedade possui um papel de grande relevância e influência na luta pela escola democrática e na preparação do cidadão com potencial de trabalho, porém passa ser incumbência dela exigir mais competência, flexibilidade e agilidade do sistema de ensino, de modo que o exercício da autonomia pode ser um aliado na busca da qualidade da educação. (QDOC TIPS. S.d. p.1)

 

Complementando:

 

As atitudes, os conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades na formação do gestor da educação são elementos cruciais para o funcionamento da educação escolar. O estudo realizado ressalta a importância e necessidade de um maior aprofundamento e conhecimento por parte da comunidade escolar no que se refere à organização da gestão do trabalho pedagógico na escola pública frente aos princípios de gestão democrática. A construção de um projeto educativo coletivo constitui a identidade de cada Escola e é, sem dúvida, o instrumento primordial que permite uma gestão democrática (LIBÂNEO, 2016, p. 145).
A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante aperfeiçoamento profissional-político, científico, pedagógico de toda a equipe escolar. Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real, observar e avaliar constantemente o desenvolvimento do processo de ensino, analisar com objetividade os resultados, e fazer compartilhar as experiências docentes bem-sucedidas. (FLEURY, 2016, p. 80).
Nessas condições fica evidente que a organização pedagógica necessita de uma gestão qualificada que garanta a eficiência do ensino, no entanto o trabalho em conjunto torna-se indispensável para desenvolver competências que permitam realmente aprender com o outro e construir de forma participativa a democratização da escola pública. (FLEURY, 2016, p. 81).
A organização do trabalho pedagógico é uma forma da educação se desenvolver com mais qualidade, por isso deve ser construído e reconstruindo continuamente para que cada escola tenha autonomia para refletir, indicar e atuar nos problemas e soluções.
A participação fortalece a gestão democrática, contudo há uma necessidade de descentralização e democratização da educação para que venha provocar mudanças pedagógicas no processo ensino-aprendizagem como afirma Luck (2017, p. 15), o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto. (FLEURY, 2016, p. 83).
A gestão participativa é uma necessidade de qualquer gestor que pretende priorizar a qualidade do trabalho pedagógico, nenhuma escola avança sem unidade do grupo, portanto a participação plena promovida pela gestão escolar pode dá sustentabilidade própria ao processo educacional fortalecendo o desenvolvimento de uma consciência social crítica direcionada a formação humana. (VEIGA, 2014, p. 32).
Uma gestão de qualidade requer liderança abalizada e dedicação, visando valores que inspirem a todos a trabalharem em prol de uma escola produtiva. Daí aos responsáveis pela Gestão de criarem um ambiente estimulador para o aprendizado e para a participação de todos no processo educativo. (VEIGA, 2014, p. 33).
A qualidade da educação não depende apenas de uma gestão democrática, mas de um planejamento participativo e de um projeto pedagógico eficiente e contextualizado com a realidade da escola (VEIGA, 2014, p. 34).
A escola é uma organização viva e dinâmica, que compartilha de uma totalidade social, e o seu projeto político-pedagógico deve ser também vivo e dinâmico, norteador de todo movimento escolar seu plano global, seu plano de ensino, seu plano em torno das disciplinas e, inclusive seu plano de aula. (CURY, 2014, p. 83).
Em fidelidade ao conceito de formação, os sujeitos envolvidos-gestores, pais, professores e alunos traduzem o projeto político-pedagógico concretamente, visando à construção da formação humana. E a finalidade das mediações de ordem escolar tem como parâmetro, ou deveria ter a própria formação.
Dessa maneira, o gestor propõe o projeto político-pedagógico numa dimensão humana construída para auxiliar o trabalho educativo de educadores, aprendizes, coordenadores e diretores, estabelecendo uma comunicação dialógica, para propiciar a criação de estruturas metodológicas mais flexíveis para reinventar sempre que for preciso. A confirmação desse contexto só poderá ser dada numa escola autônoma, onde as relações pedagógicas se completam com as relações humanas. (CURY, 2014, p. 84).
Nesse âmbito, faz mister romper com as tendências fragmentadas e desarticuladas do modo de conceber o projeto para resinificar as suas práticas, para criar a identidade de cada escola particularmente. Tendo como ponto de partida, o planejamento. (CURY, 2014, p. 85).
Mudar as relações de trabalho esse é o principal objetivo de uma gestão democrática, para que essa meta seja atingida precisamos redefinir o conceito de educação através de um planejamento pedagógico consistente voltado ao aprendizado do aprendiz. Varias escolas não consegue planejar por despreparo da equipe técnica e no fim acabam perdendo a qualidade do ensino (PADILHA, 2016, p. 30).
Partindo desse princípio, a escola precisa da participação da comunidade como usuária consciente deste serviço, não apenas para servir como instrumento de controle em suas dependências físicas. Trata-se de romper com os muros da escola.
A partir da visão interdisciplinar os professores devem reconhecer a importância de romper com as posições pedagógicas autoritárias para fazerem dialeticamente a relação necessária entre as disciplinas que compõem o currículo escolar e a realidade concreta da vivência do educando. (LIBÂNEO, 2016, p. 96).
Assim, o desafio de um novo projeto pedagógico não deve levar em conta o consenso como ponto de partida, mas o conflito que favorece a diversidade numa trajetória construída coletivamente na tomada de decisões. (QDOC TIPS. S.d. p.1)

 

 

3 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E DO PLANEJAMENTO ESCOLAR

 

Planejamento é o processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas.
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (matérias) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. (LUCK, 2017, p. 84).
Além disso, o planejamento é um suporte pedagógico que norteia todas as pretensões da escola, é ele que dinamiza a ação educativa, buscando a racionalização, a problemática do contexto social e a organização escolar, portanto é uma atividade que está dentro da gestão democrática, com o propósito de evitar impasses e estabelecer caminhos que possam viabilizar a melhoria da educação. (LUCK, 2017, p. 85).
Gestores educacionais no sistema e nas escolas precisam reformular o conceito de planejamento para que identifique os problemas e resoluções de modo mais participativo em questões que envolvam gestão financeira, liderança democrática, grade curricular e as relações interpessoais. (PADILHA, 2016, p. 103).
As escolas públicas devem planejar, a partir de sua realidade, integrando questões administrativas e financeiras com currículo e demais preocupações político-pedagógicas.
A escola e sua equipe devem estar preparadas para ocupar esse espaço com compromisso, competência humana, teórica, técnica e política. A consolidação de uma gestão escolar de cunho democrático-participativo requer competência cognitiva e afetiva, respaldada na contextualização de valores, hábitos, atitudes e conhecimentos, para o desenvolvimento de atitudes coletivas, é importante cultivar o espírito de coesão, a partir da formação da equipe escolar, em torno de objetivos comuns. (PADILHA, 2016, p. 104).
Os percalços da gestão democrática são evidentes em qualquer escola pública exatamente por não possuir uma politica educacional que trate a escola como espaço democrático não como uma prisão cercada por grades para evitar conflitos” (LIBÂNEO, 2016, p. 137).
A educação escolar tem a tarefa de promover a apropriação de saberes, procedimentos, atitudes e valores por parte dos educandos, pela ação mediadora dos educadores e pela organização e gestão da escola.
A principal função social e pedagógica da escola é a de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais e morais pelo seu desempenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento dos processos de pensar, na formação da cidadania participativa e na formação ética. (REDIN, 2017, p. 105).
Partindo desse ponto de vista fica evidente que a educação no contexto escolar exige esforços e maior organização do trabalho educacional, assim como participação da comunidade na realização desse empreendimento, a fim de que possa ser efetiva.
O que não basta ao estabelecimento de ensino apenas preparar o aprendiz para níveis de escolarização mais elevados, uma vez que o que ele precisa é de aprender para compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, como condições para ações competentes na prática da cidadania, e o ambiente escolar como um todo deve oferecer-lhe esta experiência. (REDIN, 2017, p. 106)
A escola pública produz e reproduz diferenças sociais e cabe à organização pedagógica reconhecer essa problemática e tentar tomar medidas que possa superar esses entraves, construindo uma gestão escolar que ofereça reciprocidade, mudança de mentalidade e atitude, sem a qual essa organização não poderia ser efetiva em seu papel social. (REDIN, 2017, p. 107).
A gestão democrática pressupõe a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas, analisando situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto.
Contudo, é fundamental elaborar propostas de inclusão de atividades que elucidem maior contato com a realidade de nossas escolas, estimulando o pensamento crítico na direção de um relacionamento social mais cooperativo e democrático, sem uma práxis não há sociedade que se transforme como um todo. (REDIN, 2017, p.108)
Docentes e estudantes conscientemente comprometidos. Uma grande escola exigirá espaços físicos, culturais, sociais e artísticos, equipados que abriguem toda a sabedoria acumulada da humanidade e toda a esperança de futuro – que não seja continuidade do presente, porque este está em ritmo de barbárie – mas seja sua ultrapassagem. (VEIGA, 2014, p. 108).
Uma grande escola exigirá tempo. Tempo de encontro, de encanto, de canto, de poesia, de arte, de cultura, de lazer, de discussão, de gratuidade, de ética e de estética, de bem-estar e de bem-querer e de beleza. Porque escola grande, se faz com ensino dinâmico,mas, também com grandes corações, com muitos braços, que se estendem em abraços que animam caminhadas para grandes horizontes.(VEIGA, 2014, p. 109)
Portanto, não existe educação sem participação, a escola é um sistema que deve formar, capacitar e humanizar as pessoas que a frequentam dentro dos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, quando se promove a interatividade entre os discentes, entre as disciplinas curriculares, entre a escola e seu entorno, entre as famílias e o projeto escolar a aprendizagem e sem dúvida se torna mais significativa para a vida do que para o mercado de trabalho.
As escolas públicas se diferenciam pela qualidade de ensino e qualidade quem faz é quem organiza o trabalho pedagógico, ou seja, é importante que a gestão esteja embasada numa concepção democrática e participativa, pois os novos tempos exigiram um padrão educacional voltado para o desenvolvimento de um conjunto de competências e de habilidades essenciais, a fim de que os alunos possam fundamentalmente compreender e refletir sobre a realidade, participando e agindo no contexto de uma sociedade comprometida com o futuro. (CURY, 2014, p. 110).
Portanto, o primeiro trabalho do gestor no sentido de provocar mudanças no âmbito escolar é motivar educadores, funcionários e aprendizes, valorizando-os, escutando-os e depois traçando um plano de ação focando o que é prioritário. A partir daí envolver as lideranças do bairro, os meios de comunicação locais e o trabalho voluntário da comunidade. Se escolas públicas perderem o estereótipo de condenadas e recuperarem autoestima qualquer escola poderá ser competente, atuante e inovadora. (CURY, 2014, p. 111)
É notório que as renovações das práticas pedagógicas e da cultura escolar só se concretizaram por meio da democratização do ensino, tendo em vista que os docentes que trabalham numa dimensão democrática, interativa e interdisciplinar conseguem melhorar o rendimento da aprendizagem dos alunos que apresentam mais dificuldades.
Por isso, o gestor deve valorizar as potencialidades dos educadores. Até os docentes com pouca formação pedagógica tem características positivas que podem suscitar o recebimento de elogios se melhorarem a sua autoestima. Docente deve ser considerado um profissional integral com metas educacionais e não apenas como educador preocupado com sua sala de aula. (FLEURY, 2016, p. 118)
A escola deve preparar os educadores para um ensino focado na aprendizagem viva, criativa, experimentadora, presencial-virtual, com docentes menos “falantes”, mais orientadores, ajudando a aprender fazendo; com menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa, experimentação, projetos; com formadores que desenvolvem situações instigantes, desafios, solução de problemas e jogos. (PADILHA, 2016, p. 106)
O gestor deve utilizar os meios burocráticos para facilitar, não para atrapalhar o processo ensino-aprendizagem, o que precisa ficar claro é a perspectiva de uma gestão voltada para as pessoas. Uma escola de sucesso usará todo o potencial crítico e volitivo dos seus recursos humanos e procurará rentabilizar às possibilidades de cada um, pois as escolas tendem a ter os educadores que merecem. (VEIGA, 2014, p. 113)
É fundamental que nesse processo de mudança a escola busque a unidade entre a família, gestor, comunidade, docentes, discentes, funcionários, onde cada um sinta-se responsável em transformar a educação.
Assim, formar crianças que no futuro sejam indivíduos autônomos, criativos e participativos, precisa-se trabalhar a autonomia do próprio educador, levando-o a estabelecer relações democráticas em sala de aula, excluindo o autoritarismo com seus aprendizes, pois só podemos auxiliar as crianças a tornarem-se autônomas e com caráter democrático, por meio de atitudes e posturas das pessoas com quais elas convivem. (VEIGA, 2014, p. 114)
As mudanças nas escolas só irão acontecer de fato se houver uma organização do trabalho pedagógico manada por um corpo técnico alçado diretor e coordenador pedagógico trabalhando em conjunto com o corpo docente, funcionários e demais membros da equipe escolar, avaliando e reconstruindo seus projetos, planejamentos e planos. (QDOC TIPS. S.d. p.1)

 

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Uma gestão democrática busca uma educação que valorize o conhecimento do educando, fortalecendo uma democracia no processo ensino-aprendizagem. Numa gestão democrática, professores, coordenadores, diretores, alunos, pais de alunos e a comunidade devem estar envolvidos, participando efetivamente para que o espaço escolar se torne um ambiente onde se possa exercitar a democracia.
Para se alcançar esse objetivo, é preciso que esse processo se dê desde a educação infantil, para assim formar cidadãos autônomos, participativos e independentes, para tanto, os educadores devem estar dispostos a desenvolver relações democráticas na sala de aula tornando o ambiente em que elas convivem num local verdadeiramente democrático.
A construção, manutenção e bom funcionamento das relações entre escola, família e comunidade requerem, antes de tudo, uma liderança escolar forte e democrática.
É o compartilhamento da gestão na escola, distribuída entre todos os segmentos envolvidos, que vai caracterizar uma gestão participativa, capaz de atender às necessidades dos alunos no processo ensino-aprendizagem mais amplo: aquele que além de construir conhecimentos também prepara para a vida pessoal e profissional e para o exercício da ética e da cidadania.
O gestor-líder é aquele que volta suas ações para os bons resultados da educação e esse objetivo é buscado pela divisão de tarefas e integração de ideias e ações, de forma a se solidificar um grande compromisso com as famílias e comunidades envolvidas.
Portanto, o compartilhamento de um propósito comum entre escola, família e comunidade em torno de uma educação de qualidade para as crianças e adolescentes, nasce a partir da liderança e pode, inicialmente, se manifestar por meio de projetos e ações que, aos poucos, vão desaguar em uma gestão conjunta e parceria, capaz de realizar sonhos e planos que, em um primeiro momento, pareciam impossíveis e muito distantes.
Saber chamar e envolver a família e a comunidade, respeitando suas opiniões, discutindo democraticamente suas ideias e aspirações e promovendo a realização de um trabalho integrado são requisitos indispensáveis ao exercício da liderança compartilhada e competente em gestão escolar.
É preciso refletir sobre a participação da comunidade dentro da escola, num processo em que tenham o poder de decidir e agir, sendo atores escolares, sujeitos de sua história. É preciso romper com o modelo tradicional de educação, através do cultivo da participação, do trabalho coletivo, da ação colegiada, da realização pelo bem comum.
É preciso possibilitar momentos de experimentação da democracia na escola para se tornar uma prática efetiva, consolidada e possível de ser efetivamente vivenciada.
As mudanças que vem ocorrendo nos últimos anos, com, por exemplo, a globalização, os grandes avanços tecnológicos, a quantidade de informação e todas as transformações ocorridas ao longo do tempo e em diferentes aspectos das nossas vidas, têm provocado mudanças em toda a sociedade.
A escola se depara atualmente com duas vertentes: a da que tem resistido às mudanças, mantendo sua estrutura estática, fechada, burocrática e mecânica e a da vivencia e práticas democráticas.
A escola precisa acompanhar as mudanças da sociedade e assumir outras funções sociais. Uma gestão democrática implica a democratização do processo de construção social da escola, mediante a elaboração de seu Projeto Político Pedagógico, onde o gestor, através da articulação entre os diversos segmentos da unidade escolar, compartilha decisões de forma coletiva e modifica as relações de poder, transformando-se em um organismo vivo e dinâmico.
A gestão democrática contribui para a construção de uma educação, na qual todas as crianças, jovens e adultos possam se desenvolver como sujeitos construtores da sua cidadania. (QDOC TIPS. S.d. p.1)

 

A gestão democrática na escola significa, portanto, que o gestor precisa ser comprometido com o trabalho; o mesmo deve exercer importantes atribuições e investir em práticas de gestão participativa, em técnicas motivacionais e reestruturação do estabelecimento de ensino torna-se um caminho eficaz para a concretização da educação na sociedade contemporânea.

 

REFERÊNCIAS

 

CURY, Carlos Roberto Jamil. Artigo: gestão democrática da educação: exigências e desafios. RBPAE (Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Associação Nacional de Política e Administração de Educação), v.18, nº 2 julho/dezembro 2014 p. 13 a 174

 

FLEURY, MT. L Cultura e poder nas organizações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

 

FREITAS. M E. Cultura organizacional: formação, tipologia e impactos. São Paulo: Makron, 2011.

LIBÂNEO, José  Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora alternativa, 2016.

 

LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 21. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

 

PADILHA,  Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. 8. ed. São Paulo: Cortez; instituto Paulo Freire, 2016.

 

QDOC TIPS. GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA. S.d. Disponível em: https://qdoc.tips/2-gestao-democratica-da-escola-publica-pdf-free.html

 

REDIN, Euclides. Nova fisionomia da  escola necessária. São Leopoldo, RS: Unisinos , 2017.

 

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 17. ed. São Paulo: Papirus, 2014.

1 Graduação com Licenciatura Plena em Pedagogia e Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Ludopedagogia.

2 Graduação com Licenciatura Plena em Pedagogia, Pós-graduada em Docência do Ensino Superior; Orientação Educacional, Supervisão e Gestão Escolar; Psicopedagogia e Neurociências.

3 Graduação com Licenciatura Plena em Pedagogia e Psicopedagogia, Educação Infantil e Alfabetização.

4 Graduação em Letras e Literatura da Língua Portuguesa e Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

5 Graduação com Licenciatura Plena em Pedagogia e Psicopedagogia Clínica e Institucional