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MATO GROSSO E SEU CONTEXTO GEOGRÁFICO

Aparecida Damazio de Oliveira

Apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Geografia.

 

RESUMO:

 

O presente artigo de pesquisa bibliográfica foi realizado com o objetivo de compreender a geografia do Estado de Mato Grosso, analisar o contexto histórico cultural, político e ambiental, haja vista que este Estado é muito dinâmico, apresenta uma grande diversidade cultural, sócio ambiental. É de extrema importância que se entenda os momentos relacionais aos homens e a natureza, entender os desafios e como se dá o processo de desenvolvimento, o papel da geopolítica e das diferentes apropriações do território, a expansão do capitalismo, e todo o desenvolvimento ao longo dos anos, entender todo o estado em sua peculiaridade, clima, solo, vegetação, compreendendo todas as regiões do estado.

 

PALAVRAS-CHAVE: Estado de Mato Grosso. Geografia de Mato Grosso. Características de Mato Grosso.

 

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta de forma contextualizada a geografia do Estado de Mato Grosso, com temas relevantes para o estudo de suas características, com o objetivo principal de entender a complexidade geográfica, regionalização, todo o contexto histórico e cultural, bem como aspectos vegetativos, hidrográfica, bioma.

Buscou-se informações relevantes sobre as condições anteriores e atuais referentes ao desenvolvimento do Estado de Mato Grosso, como seu contexto histórico, as transformações ocorridas ao longo dos anos, em todo o contexto, seja socioeconômico, político e ambientais, levando em consideração a extensão territorial, e os fatores preponderantes para seu desenvolvimento.

Foram encontradas informações em todos os períodos históricos, percebe-se a importância do Estado em todo o território nacional, com grande destaque na expansão agrícola, abordando os impactos ambientais sofridos ao longo de sua história.

Mato Grosso sendo o terceiro maior estado da federação, ficando atrás somente do estado do Amazonas, e do Pará, sua área urbana coloca o estado como um dos maiores em urbanização, está em uma localização muito privilegiada, conta com 141 municípios, estes estão subdivididos em cinco áreas geográficas intermediárias, e dezoito regiões geográficas imediatas, conforme a divisão geográfica dos estados brasileiros proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2017.

Para desenvolver o presente artigo foram realizadas pesquisas bibliográficas de diferentes fontes e autores, obtidos em sites, artigos, livros e revistas, para que o mesmo tenha um bom embasamento teórico, ressaltando as transformações econômicas, ambientais e todo o contexto histórico cultural deste estado, possibilitando ao leitor uma compreensão detalhada de todo o contexto geográfico mato-grossense.

 

2 O contexto histórico de mato grosso

O estado de Mato Grosso é um estado da região centro-oeste do Brasil, está localizado em um ponto central da América do Sul, a história de Mato Grosso tem relação ao processo de ocupação do interior do território brasileiro e a busca por metais preciosos na região.

Mato grosso já foi subordinado à capitania de São Paulo, com a entrada das Bandeiras, veio em seguida a descoberta do ouro em Cuiabá, logo a metrópole Portuguesa, criou então a capitania do Mato Grosso, esta foi criada por influência de divergências na fixação limitrófica da região, no início a capital da capitania foi Vila Velha da Santíssima Trindade que ficava as margens do Rio Guaporé.

A economia neste período colonial da capitania de Mato Grosso era agroexportadora, predominava a pecuária paralela as atividades mineradoras, uma das grandes influências do aumento populacional de Mato Grosso, a partir de 1736 surgiu outros povoados, como Diamantino, São Francisco, dentre outros, Mato Grosso ao longo de sua história sofreu grandes transformações.

No início do século XX surgem fatores para a divisão do Estado, devido a diversidade, e o vasto território que dificultava o desenvolvimento, então na década de 1970 e 1980 dividiu-se o Estado.

 

Foi no dia 11 de Outubro de 1977 que o presidente Ernesto Geisel assinou a Lei complementar número 31 dividindo o estado de Mato Grosso e criando o estado de Mato Grosso do Sul. A data vira marco de independência da região Sul em relação à Capital Cuiabá, enquanto alguns condenam as forças diviosionistas outros argumentam que a divisão serviu para impulsionar o desenvolvimento em ambos os estados.( http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0).

 

Nota-se que essa divisão foi um processo demorado, levando em consideração aspectos sócio econômicos, políticos e culturais, nesta época a região centro oeste ainda não era uma região consolidada na visão do capitalismo nacional, era apenas considerado um espaço de transição entre o desenvolvimento capitalista, vindo a tornar-se consolidado no sudeste por ter a emergente fronteira de recursos da Amazônia.

O governo Federal criou diversos projetos de desenvolvimento do Estado, dentre eles a abertura de grandes vias, destacando a pavimentação da BR-163, implantaram distritos industriais em Cuiabá, ocorrendo a partir deste ponto a modernização da agricultura e ocupação dos cerrados pela cultura da atividade sojeira, a qual foi de extrema importância para a economia do país e principalmente do Estado, elevando o Mato Grosso a ser o maior exportador de grãos de soja.

 

O governo Federal se responsabilizou por criar incentivos fiscais e financeiros, bem como realizar investimentos em infraestrutura para a promoção da colonização. Não se tratou somente de possibilitar legalmente a colonização, tratou-se, sim de mobilizar a capitalização da Amazônia através de subvenções financeiras do poder público para viabilizar e amparar a iniciativa privada. Entre várias orientações estava a garantia de formação de áreas de ocupação às margens das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém.(Cunha 2010, p 54).

 

2.1 ASPECTOS NATURAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO

 

Uma parte considerável do território mato-grossense é composta por floresta equatorial, correspondente da vegetação da Floresta Amazônica, o Estado de Mato Grosso possui um território grande e nesse há grande variantes de recursos naturais, diante da sua biodiversidade, temos o relevo, clima, vegetação, hidrografia, também reservas ecológicas presente na região.

O relevo apresenta irregularidades na sua superfície, mas grande parte do território é plano, porém o relevo está dividido em três tipos, sendo todos eles distintos, a partir desses apontamentos temos as elevações principais do relevo no Estado de Mato Grosso, são chamadas Serras: serra dos Parecis, serra Formosa, serra do Norte, serra dos Caiabis, serra do Roncador, além das serras existem outras formas de relevo que são as depressões.

Os biomas de Mato Grosso são Amazonas, Cerrado e Pantanal, segundo Ribeiro (1998 a.) o bioma classifica em 3 categorias, são elas: florestais, savânicas e campestres, com base na estrutura, formas de crescimento e possíveis mudanças estacionais, foi descrita onze tipos fisionômicos distribuídos nas formações florestais.

O estado apresente paisagens distintas; os planaltos com chapadas, ao norte; as planícies inundáveis, ao nordeste; o Pantanal mato-grossense ao sudoeste, este considerado a maior área úmida contínua do mundo. Na entrada da Amazônia, o território é coberto por florestas, nesta região chove bastante. A economia está condicionada a geografia, devido aos largos campos de cerrado, permitindo a pecuária extensiva e o cultivo agrícola, também favorece ao extrativismo outra atividade econômica de extrema importância.

 

O conceito de bioma refere-se a uma subdivisão biológica da superfície terrestre que reflete o caráter ecológico e fisionômico da vegetação e que corresponde aproximadamente com as regiões climáticas, embora outros fatores ambientais possam ser importantes (FELFILI 2002).

 

O clima também sofre várias alterações dependendo da localização geográfica. A temperatura média anual varia entre 17 A 23 graus, porém o clima predominante é o tropical com inverno seco, característica do clima advindo do território amazônico, há elevações da temperatura, em torno de 26 graus em relação a média anual, e as precipitações chegam a 2.000 mm ao ano, o clima tropical também é influente no estado, porém o estado possui duas estações, bem definidas, uma seca e outra chuvosa.

 

Este clima se caracteriza por apresentar uma estação chuvosa no verão, de novembro a abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro (julho é o mês mais seco). A temperatura média do mês mais frio é superior a 18º C. As precipitações são superiores a 750 mm anuais, atingindo 1800 mm (EMBRAPA, s.d).

 

Em relação ao clima do estado sofre influência de outros fatores, assim como toda a região centro-oeste, atuam no estado importantes sistemas como o El Nino, a zona de Convergência do Atlântico Sul e a Zona de Convergência Intertropical. Além desses sistemas as massas de ar influenciam de forma substancial o clima do estado, destacamos a massa topical Continental, a massa equatorial Continental, a massa Polar Atlântica e a frente polar Atlântica.

Desta forma o estado apresenta uma variedade de climas, que sofrem influência dos fatores citados. Além da presença predominantemente do clima tropical com inverno seco, temos no estado a presença de uma faixa sob a influência do clima tropical úmido ou subsumido principalmente na região norte.

O solo de Mato Grosso é de textura leve, considerando os que possuem até 150 cm, distribuição de fração granulométricas nas classes texturais, areia e areia franca, conforme a definição de textura constante em Santos et al.(2013 a.).

Esses solos de textura leve, tem limitações para o uso agrícola, como a baixa fertilização natural.

A soja é um dos principais carros chefes da agricultura mato-grossense, segundo dados do Instituto mato-grossense de economia agropecuária, a produtividade e a área plantada de soja neste estado cresceram quase 10% nos últimos cinco anos.

 

Ao elaborar políticas para a incorporação dos cerrados ao processo produtivo, o Estado assumia a condição de indutor do desenvolvimento capitalista, desenvolvendo ações diretas para a ocupação do território, a exemplo da abertura das grandes vias. A terra barata facilitou os investimentos, os incentivos da SUDAM e as linhas especiais de crédito atraíram os investidores, principalmente do sul do Brasil (BERNARDES, 2007, p.3)

 

A urbanização do estado de Mato Grosso deu-se em partes na década de 1970, utilizando toda a tecnologia da época, foram surgindo pequenos núcleos urbanos, posteriormente transformando-se em cidades. Quando houve a divisão do estado em 1977 saltaram-se os números de cidades de 38 para 53, por volta de 1980 já havia 96 municípios, no censo de 2000 foram catalogados no estado de Mato Grosso 96 cidades.

Devido a interesses políticos e de poder empresarial houve inúmeras emancipações, não levavam em consideração os problemas sociais e econômicos, Gonçalves&Costa quem mais ressalta esta situação. Apesar de Mato Grosso ter sua economia predominantemente agrícola, o estado apresentou elevada urbanização em seus municípios.

 

Mesmo em áreas onde a principal atividade econômica é a agropecuária, a cidade detém a hegemonia dos serviços que sustentam a atividade. Desde o fornecimento de sementes, insumos, maquinários até a armazenagem, estocagem e comercialização/negociação dos produtos. Assim torna-se um centro que irradia ações em escala local, regional, nacional e global. Também merece destaque o uso da tecnologia no campo, fazendo com que o excedente de trabalhadores, os “despreparados” e os “excluídos” se desloquem para os centros urbanos (Souza&Bonfanti, 2003:2).

 

O estado de Mato Grosso é também conhecido como o celeiro do país, devido seu destaque na produção agrícola por favorecimento das grandes modernizações das técnicas usadas no campo, de acordo com dados da Secretaria de Estado e Planejamento de Mato Grosso (SEPLAN) de 2014, o setor agropecuário também apresenta uma grande relevância sendo responsável por 21% do Produto Interno Bruto. O setor serviços este apresenta uma demanda de 61,6% número este impulsionado pelo comercio, a indústria representa apenas 17,4% da economia estadual.

 

3 CONCLUSÃO

Ao longo deste estudo percebe-se a dimensão do estado de Mato Grosso, sua contribuição para a economia mundial, as principais transformações que ocorreram em todo o trajeto de sua história.

A formação territorial, a sua vegetação e clima, bem como os biomas contribuíram para o seu crescimento e destaque.

A urbanização, agricultura e pecuária também apresenta relevante importância na economia e em todo do contexto socioeconômico.

 

 

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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ALMEIDA, I. R de. O clima como um dos fatores de expansão da cultura da soja no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. Presidente Prudente, 2005. 119 f. Tese (Pós Graduação em Geografia) – Universidade Estadual Paulista.

 

Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária Acessado em 04 de Abril de 2016.

 

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SILVA, Carlos Alberto Franco da. Grupo André Maggi: corporação e rede em áreas de fronteira. Cuiabá: Entrelinhas, 2003.

 

SCHREINER, S. Clima e altitude em cidades tropicais: o exemplo de Chapada dos Guimarães e uma comparação com Cuiabá-MT. 2009.

 

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https://www.todamateria.com.br/resumo-geografia-brasil/>acesso em 26/05/2020.

 

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