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INCLUSÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cristiane Pires Santana Penariol
Vanda Pires Santana
Janete Pires Santana
Rosália Santana Magalhães
Márcia Silvana Bonafé

 

RESUMO:

Tendo em vista a dinâmica do mundo moderno que é perpassado pelo desenvolvimento acelerado da tecnologia, na qual a educação não está imune, no dia a dia do desenvolvimento das atividades docentes, os professores estão se adaptando cada dia mais ao uso de ferramentas inovadoras, articuladas à prática pedagógica, uma dessas ferramentas é o uso dos TICs, auxiliando no processo de ensino e aprendizagem de modo geral. Com os avanços tecnológicos vieram grandes benefícios para a sociedade, permitindo tornar a prática docente de forma mais fácil e eficiente. A tecnologia vem ganhando cada dia mais espaço na sociedade e consequentemente na escola, envolvendo as pessoas de tal forma que tornando o seu uso constante. Esta pesquisa tem como objetivo geral, avaliar como é utilizado os TICs na educação, destacando dentro do processo de alfabetização com surdos. Aonde utilizamos o método bibliográfico para a realização da pesquisa. Chegando a conclusão, da importância da tecnologia para a inclusão social.

 

Palavras – chaves: Alfabetização. Tecnológicos. Sociedade.

 

ABSTRACT:

Given the dynamics of the modern world that is permeated by the accelerated development of technology, in which education is not immune, in the day-to-day development of teaching activities, teachers are increasingly adapting to the use of innovative, articulated tools to pedagogical practice, one of these tools is the use of ICTs, helping in the teaching and learning process in general. With technological advances came great benefits for society, making teaching practice easier and more efficient. Technology is gaining more space in society and, consequently, in schools, involving people in such a way that its use is constant. This research has as a general objective, to evaluate how ICTs are used in education, highlighting within the process of literacy with mutes. Where we use the bibliographic method to carry out the research. Coming to the conclusion, the importance of technology for social inclusion.

 

Key words: Literacy. Technological. Society.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

A cada dia que passa o mundo em função da dinâmica da realidade incorpora o uso da tecnologia em todos os setores da vida em sociedade, como forma de melhorar a qualidade de vida.

Nesta direção, fica evidente que os seres humanos possuem uma pré-disposição, para sintetizar a informação que recebem, categorizando e criando associações de forma a gravar esta informação para compreender o ambiente em que vivem. Isto acontece corriqueiramente na educação, visto que o objetivo de quem ensina é que o que foi ensinado seja aprendido e o objetivo de quem aprende é memorizar o que foi ensinado, não havendo a relação de transformar o aprendido em algo aplicável para a melhoria da sociedade. (MIRANDA, 2007).

O ser humano possui uma tendência nata à simplificação da informação que recebe de seu meio. É natural para o homem criar categorias e associações a fim de memorizar e entender o que se passa ao seu redor.

Esta pesquisa tem como objetivo geral, avaliar como é utilizado os TICs na educação, destacando dentro do processo de alfabetização com surdos. Aonde utilizamos o método bibliográfico para a realização da pesquisa. Chegando a conclusão, da importância da tecnologia para a inclusão social.

A inclusão escolar é um desafio do futuro que temos que construir e que busca uma aprendizagem conjunta entre todas as crianças sem levar em consideração as diferenças entre elas. Por isso, pensar na escola democrática é pensar uma ordem social que possibilita isso.

Uma das relações mais comuns em educação envolve reunir ensino e aprendizagem em uma só relação. Isso possui sua razão, já que o objetivo do agente que ensina é de que o conteúdo que transmite seja, pelo aprendiz, absorvido, isto é, aprendido de fato.

 

  1. A ERA DA INFORMAÇÃO

 

Partindo da dinâmica do mundo moderno, que permite que o uso da Tecnologia da Informação e da Comunicação seja cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, em muito tem facilitado a vida em suas diferentes possibilidades, seja ela profissional, educacional ou pessoal. O uso das tecnologias consiste em um meio viável de organização das tarefas humanas, uma vez em boa medida, todas as pessoas utilizam deste artifício para melhorar a qualidade de vida, seja por meio do uso do celular, do tablet ou até mesmo do simples cartão magnético, que permite inúmeras operações desenvolvidas com a ajuda de um computador. (IMBÉRNOM, 2010).

Diante do exposto, a educação não está isenta da influência da tecnologia e, nesta direção, deve tirar proveito desta possibilidade para tornar os processos educativos ainda mais atrativos, razão pela qual a tecnologia pode e deve ser utilizada na educação como forma de minimizar a evasão escolar, possibilitar a inclusão e viabilizar mecanismos pedagógicos para desenvolver os conteúdos curriculares independente da série ou nível de ensino. Importante se faz destacar que quando se menciona as tecnologias da Informação e do Conhecimento não se faz referência somente ao uso do computador. Como bem menciona o termo “Tecnologia da Informação e do Conhecimento”, estas não se resumem ao uso de tecnologia de ponta apenas. (VIEIRA, 2011).

Silva (2010) destaca que se faz importante considerar que as tecnologias, sejam elas novas (é o caso do computador e a Internet) ou velhas (como o giz e a lousa) condicionam os princípios, a organização e as práticas educativas e impõem profundas mudanças na maneira de organizar os conteúdos a serem ensinados, as formas como serão trabalhadas e acessadas as fontes de informação, e os modos, individuais e coletivos, como irão ocorrer as aprendizagens (SILVA, 2010, p.76).

É inegável a importância e contribuição das TICs no contexto escolar e educativo. Contudo, seu uso exige cuidado a fim de que possa cumprir seu papel pela forma dialógica de possibilitar o desenvolvimento das aprendizagens, suscitar o diálogo e questionamentos, perguntas, reformulações que demandam a mediação pela reflexão e pelo diálogo. (IMBÉRNOM, 2010).

A essência do uso das TICs reside na abertura, flexibilidade e comunicação, fatores que mantêm relação necessária quando se faz uso pedagógico das tecnologias. Embora a Informática se apresente na atualidade como recurso indispensável, em função do desenvolvimento de inúmeros trabalhos via uso da internet, por meio do correio eletrônico, hipertexto, páginas da web, comunicação virtual, em processo de ensino e aprendizagem social, o rádio e a televisão continuam a ter sua importância pois também são veículos tecnológicos de informação e de conhecimento. (IMBÉRNOM, 2010).

E diante do contexto atual em que a educação é perpassada pela modernidade que este estudo busca responder a seguinte questão-problema: As TICs se configuram como ferramenta inovadora na prática pedagógica da Escola Municipal “Caminho Para o Futuro, no município de Lucas do Rio Verde em MT? Diante do exposto, a presente investigação busca refletir sobre o uso das TICs no contexto da otimização da prática pedagógica docente, considerando muitos são os fatores que interferem na qualidade da prática pedagógica, essencial para que a aprendizagem aconteça.

Nossa compreensão é a de que a educação consiste em uma possibilidade de transformação de vidas. Contudo, é perceptível também que nem todas as pessoas, mesmo tendo consciência da importância do processo de escolarização para a vida, conseguem permanecer na escola e concluir seus estudos.

De acordo com Patto (1997), a reprovação e a evasão escolar consistem em um fracasso produzido no dia a dia da vida na escola, sendo que na produção deste fracasso estão envolvidos aspectos estruturais e funcionais do sistema educacional, além de concepções de ensino e de trabalho e preconceitos e estereótipos sobre a sua clientela mais pobre. Menciona a autora que estes preconceitos, no entanto, longe de serem umas características apenas dos educadores que se encontram nas escolas, estão disseminados na literatura educacional há muitas décadas, enquanto discurso ideológico, ao se pretender neutro e objetivo, participa de forma decisiva na produção das dificuldades de escolarização das pessoas das classes populares.

Na obra “A Pedagogia do Oprimido” Freire (2004), afirma que para que os discentes aprendam de fato e gostem de aprender, se faz necessário que o seu conhecimento de mundo seja respeitado pelo educador e que este, instigue-o a usar todo o conhecimento trazido da experiência de vida para a escola para a aquisição do aprendizado. “[...] Cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos alunos, para poder ajudá-los a superar suas dificuldades e avançar na aprendizagem” (HAYDT, p.07, 2004).

O avanço tecnológico, bem como as exigências do mundo moderno, tem exigido mudanças também na forma de ensinar e de aprender, uma vez que as mudanças sociais trouxeram novas exigências de formação, ampliando o espaço de educação formal e como consequência as metodologias e práticas educativas. E neste contexto que o uso das TICs pode auxiliar no processo de diminuição do fenômeno da evasão escolar, uma vez que está se faz presente em todos os espaços educativos independente da faixa etária ou nível escolar. (VIEIRA, 2011).

Em pleno século XXI, pode-se afirmar que o uso das TICs consiste em um caminho sem volta também no contexto educativo. A articulação das novas Tecnologias de Comunicação e Informação nos ambientes educacionais permite um processo de transformação, não sendo mais possível uma parada, tendo em vista que as mudanças ocorrem em espaços cada vez mais curtos de tempo. (TAJRA 2004).

 

2.1. O Uso Das TICs no Ensino

 

Há uma preocupação em buscar o bem-estar dos integrantes da escola, tanto de professores e funcionários, que precisam ter um ambiente de trabalho harmonioso, quanto de alunos que passam o maior tempo da sua infância e juventude na escola.

Considerando um recurso auxiliar e em grande expansão na prática pedagógica do professor, a inserção das tecnologias em sala de aula deve ser acompanhada por uma metodologia adequada às necessidades dos alunos.

O uso das TICs na educação pode ser questionado a partir do objetivo que se deseja atingir. Assim, considera-se importante ao professor conhecer as possibilidades metodológicas que as tecnologias trazem para trabalhar o conteúdo, (PEREIRA e FREITAS, 2014).

As autoras ainda afirmam que introduzir recursos tecnológicos em sala de aula requer um planejamento prévio de como inserir de forma adequada as tecnologias de informação, de maneira a promover o processo didático-pedagógico da escola, procurando uma aprendizagem significativa e melhoria os indicadores de desempenho do sistema educacional como um todo, através de processo de desenvolvimento consciente e reflexivo desconhecimento.

De toda feita, o uso dos recursos tecnológicos na sala aula merece uma reflexão de sua importância para que a sua utilização seja devidamente proposta e justificada. 

O professor tem papel fundamental neste processo de ensino aprendizagem do aluno, quanto à essencialidade de sua atuação na disseminação do que apreende na escola, além de absorver que se cada um faz sua parte é possível causar impacto no que diz respeito ao seu desenvolvimento dentro e fora da escola.

Pode-se, desta forma, constatar que o uso do tradicional livro didático e trabalho em grupo, giz e quadro negro, o posterior retroprojetor, a caneta e quadro branco e o projetor multimídia são recursos tecnológicos utilizados em sala de aula.

A escola em tela, embora com dificuldade utiliza a TICs como ferramenta de auxílio para aprendizagem do aluno, tendo em vista que tal possibilidade contribui de forma direta para o crescimento profissional e pessoal de cada um, onde os mesmos buscam se qualificar diariamente, procurando sempre se especializar em diversas áreas como num contexto geral. Assim, a TICs dentro da sala de aula é utilizada constantemente pelo corpo docente, afim de aprimorar o conhecimento dos alunos, entre outros.

As TICs móveis têm tido feito cotidianamente da vida da grande maioria das pessoas, sendo uma ferramenta de fácil acesso e de grande serventia. Aplicar o seu como forma de uso e de se beneficiar no âmbito educacional era questão de tempo.

Para Riedel (2011), educação é a busca pelo autodescobrimento levando de educador e educando a compreenderem-se mutuamente através da transversalidade de métodos, conceitos, teorias e inserção de disciplinas no currículo escolar que possibilitem à vivência, a imaginação, a sensibilidade, não só o intelecto, a cognição.

 

O ser humano em sua manifestação é trino – físico emocional e mental – precisando de saudáveis nutrientes físicos, emocionais e mentais. Assim como existem três cores na natureza: o vermelho, o amarelo, e o azul, criando todas as matizes de manifestação, assim é o ser humano, apesar de uno, se manifesta trinamente em atividade, emoção e pensamento, que compõe o ser psicológico (RIEDEL, 2011, p. 50).

 

E no contexto educacional os professores e o próprio poder público estão buscando utilizar as tecnologias da informação e comunicação TIC, mais especificamente os dispositivos móveis em prol do benefício de oportunizar um aprendizado dinâmico e condizente com a realidade dos alunos da atualidade, onde a tecnologia permeia todos os ambientes.

De acordo com Gomes (2007), a aplicação de softwares (programas pedagógicos) elaborados especificamente com finalidades educacionais é um exemplo metodológico que enriquece a vivência dos alunos estimulando a construção de aprendizagens significativas além de estimular a internalização de regras e limites explorando as possibilidades individuais e coletivas traduzindo assim o conceito de tecnologia, educação e cidadania na prática.

A tecnologia educacional não é uma atividade recente se levarmos em conta a inserção de mídias na educação, atualmente temos a associado a tecnologia a artefatos eletrônicos como o computador ou o tablet.

A tecnologia educacional está presente no cotidiano de cada aluno, através das ferramentas existentes, os professores são responsáveis por separarem as ferramentas mais adequada para a utilização dos alunos dentro das redes de ensino.

Algumas pessoas veem o avanço tecnológico, como uma ferramenta de contribuição para o aprendizado, outras acreditam que a tecnologia atrapalha as pessoas a adquirirem conhecimento e outras ainda acreditam que a tecnologia é uma ferramenta de uso continuo que contribui de forma direta para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo como um todo.

Dentre os diversos dispositivos móveis existentes dentro das redes de ensino, a internet é uma que se faz presente cada dia mais, através da internet as pessoas têm acesso a inúmeras notícias, culturas diferentes, informações de modo geral, com mais facilidade e praticidade, ampliando o seu conhecimento e sendo possível conhecer novos horizontes através do mesmo.

A aprendizagem é importante para a vida de todo ser humano, pois é onde tudo se inicia, a forma como é passado o conhecimento para as pessoas. Fará toda a diferença em seu futuro, novos métodos vêm sendo implantado diariamente.

Segundo Guimarães (2010), nativos digitais e imigrantes digitais são termos que explicam as diferenças culturais entre os que cresceram na era digital e os que não. Os primeiros, por causa de sua experiência, têm diferentes atitudes em relação ao uso da tecnologia. Hoje, há muito mais adultos que migraram e, nos Estados Unidos, quase todas as crianças em idade escolar cresceram na era digital. Pode ser que em alguns lugares os nativos sejam separados dos imigrantes por razões sociais.

O avanço tecnológico quando utilizado com sabedoria e discernimento, pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um, utilizando tudo a favor do conhecimento.

É necessário observar a importância das ferramentas tecnológicas dentro das redes de ensino, e como o avanço tecnológico contribui para o desenvolvimento do aprendizado de cada aluno.

Novaes (2011) apresenta um paralelo entre as gerações e o uso das tecnologias, caracterizando a Geração Z, nascida após 2000 e que estrará no mercado de trabalho aproximadamente em 2020, identificando a dificuldade encontrada pelos professores em ensinar para tal geração, devido a desvantagem do conhecimento tecnológico.

O processo de ensino sofre constante mutação e sempre busca novas soluções para tornar essa prática mais fácil, comunicativa e que promovam mais alegria para as pessoas.

Muitos desses métodos procuram, contudo, também atender as várias necessidades do aluno, a correria dos dias atuais acaba afetando diretamente o aprendizado de cada um.

Ainda, dispositivos móveis caracterizam-se por possuir algum meio de comunicação sem fio, normalmente com uma capacidade limitada de poder computacional e fazendo uso de bateria como fonte de alimentação (MORAIS et al, 2011). Essas tecnologias estão possibilitando não só novas como tudo de novo recursos, como também processos de aprendizagem diferente dos tradicionais.

Importante se faz esclarecer que a inserção da tecnologia na educação apresenta uma evolução tão grandiosa, mais nunca chegaram a importância do estereotipo do professor, colocando-o em questionamento.

A aprendizagem atua como fonte principal no desenvolvimento e aperfeiçoamento do indivíduo, pois interage de forma direta com o comportamento do indivíduo, atingindo de forma direta o seu intelectual, e a sua carreira profissional.

Cada um tem uma personalidade, pois carrega consigo uma história pessoal. Isso nos ajuda a compreender porque nem todas as pessoas conseguem aprender ao mesmo momento, cada pessoa tem seus próprios estímulos sendo este vinculado com a aprendizagem.

Na compreensão de Castells (2001) há diferenças entre um conjunto de papéis e a identidade do indivíduo.

Para Bottentuit Junior e Coutinho (2007, p.614) "o aluno chega à escola hoje com conhecimentos tecnológicos já adquiridos e cabe à escola aprofundar estes saberes e consolidar novas práticas". Os alunos buscam aperfeiçoar suas técnicas e ainda aprender coisas novas para aplicar com as tecnologias que eles já dispõem ou têm acesso com facilidade.

Os docentes utilizam de estratégias diversas, para envolver seus alunos, tendo acesso a um amplo mundo de informações que está a seu dispor, agregando-os em uma única área, onde o foco principal é mediar o seu conhecimento até os alunos, de maneira que aumente a vontade de estuda e a sua curiosidade pelos assuntos expostos dentro e fora da sala de aula.

Muitas vezes os alunos com alguma dificuldade de aprendizado são descritos como, com dificuldade de memorização e problemas com conceitos numéricos e pode ser das mais diversas origens, desde advindas de seu meio familiar à forma com que os conteúdos e propostas pedagógicas são apresentados.

A utilização dos dispositivos móveis pode vir a complementar a aula em sala, já que com acesso à internet este aluno pode acessar de qualquer lugar conteúdos complementares em diferentes mídias (áudio, vídeos, textos,) para poder reforçar ou sanar dúvidas, podendo assim melhorar seu aprendizado.

A cada dia, um número maior de pessoas interessa- se pela mobilidade, o fácil acesso às informações em qualquer lugar, com alcance amplo a qualquer hora, se conectando de forma fácil e rápida a outros dispositivos móveis, localizando pessoas, produtos e serviços personalizados.

A fim de entender como essas novas tecnologias influenciam nos espaços e tempos escolares, propomos esse trabalho que é parte de uma pesquisa que propõe estudar as condições para que essas novas tecnologias possam potencializar o processo de ensino- aprendizagem em situações educativas do ambiente escolar formal.

    1. . A Trajetória da Educação Infantil e sua Constituição Enquanto Espaço de Direito

 

Em cada momento a história fez em seu discurso a transcrição de seu modo de pensar em relação à educação. Conceitos ainda pertinentes na atualidade, tendo uma associação juntamente com a ideia de família, isso em meio a todas as transformações da educação escolar do século XVII. Onde buscou-se a definição da palavra infância, que é natural do latim infantia, significa “incapacidade de falar”. Em seus conceitos supunham que as crianças até os 7 (sete) anos de idade, não teria capacidade de expressar seus pensamentos, seus sentimentos e seus desejos.

Alguns autores afirmam que a idade dos sete anos era vista como um marco referencial, ocasião onde ocorria as mudanças das relações da criança com o meio em que estava inserida. Nas primeiras comunidades as crianças até essa idade não tinham nenhuma pessoa responsável no trabalho de educá-las, elas acompanhavam os adultos em todas as atividades que faziam.

A partir dos sete anos passava a ser responsável pela sua própria sobrevivência. E nesse processo de constituir o discurso conceitual sobre a infância, a história nos aponta para uma diversidade que nos impõe a necessidade de considerarmos a limitação e abordarmos as problemáticas que envolvem as crianças, as quais nos levam a várias questões que nos convocam a um olhar mais complexo e reflexivo sobre a criança e sobre as estratégias educativas que adotamos para trabalhar com as mesmas, bem como, o modo com que as teorias psicológicas têm compreendido o desenvolvimento infantil.

E uma destas questões se concentra na infância, portanto, vários estudos mencionam a infância como algo que vai sendo montado, moldado, criado a partir das novas formas de falar e sentir dos adultos em relação às crianças. Contudo, devemos considerar a infância como uma construção social, deste modo estaremos considerando o sujeito infantil como constituído nas práticas da cultura e por elas mesmas.

Destaco a dificuldade do consenso no que se refere à definição de infância. Kuhlmann Jr. e Fernandes (2004, p.15) apontam o termo infância como, a concepção ou a representação que os adultos fazem sobre o período inicial da vida, ou como o próprio período vivido pela criança. Kramer (1995) afirma que a ideia de infância não existiu sempre e de uma mesma maneira, ela apareceu com a sociedade capitalista, quando mudou o papel social e a inserção da criança na sociedade.

Os estudos de Philippe Ariès, historiador francês, também comenta sobre o aparecimento lento deste sentimento de infância, da consciência de que a criança é diferente do adulto. Nos seus estudos ele ressalta que a infância faz parte de uma construção social, que ela sempre existiu e somente a sua forma de viver ou que cada grupo viveu é que foi diferente tanto no tempo como no espaço.

Neste paradoxo de construção do sentimento de infância a imagem que a modernidade construiu nestes duzentos anos foi de que a criança era um ser inocente, protegido e cheio de alegria, brincadeira e tranquilidade. Muito bem sabemos nós, que não é bem verdade, há um percalço em torno destas afirmações que por muito tempo permaneceram indiscutíveis.

Assim o conceito de infância foi definido historicamente conforme as transformações sofridas pela sociedade. Isso pressupõe na concepção de infância como uma categoria única e definitiva e isso não é possível, ela está sempre relacionada ao tempo, local e sujeitos sociais diversificados. Podemos dizer que a infância tem diferentes significados em diferentes culturas e períodos históricos. Deste modo, as ideias pré-concebidas sobre os modos e formas de se viver essa infância foi-se desmistificando ao longo do tempo e hoje fazemos parte desta reconfiguração.

Ao manifestar suas linguagens como falar, rir, gesticular, dramatizar e desenhar, a criança constrói um referencial de si mesma, e também consegue formar ideia de como tem sido vista no grupo ao qual faz parte. Os seus meios de comunicação abrangem várias expressões de caráter particular. Portanto sua representação precisa ser compreendida de forma ampla, sendo possível fazer um estudo de suas linguagens e de sua história, pois a construção de uma língua se faz na dialética expressão das interações dos indivíduos na sociedade.

 

2.1. Avanços e Retrocessos sem Perder o Foco – A Formação do Educador da Infância

Por mais que se tem elucidado o pensamento sobre as crianças nós nos deparamos com fragmentos que compõem o contexto da infância contemporânea, consequentemente nos encontramos com um novo sentimento em relação a elas, pois, em muitas situações o quadro foi invertido. Percebemos cada vez mais a falta de diálogo entre o adulto e a criança, esse fato nos leva a pensar no distanciamento nas relações entre estes.

Partindo deste pressuposto, a compreensão destes novos paradigmas, se constituem em novos pontos de vista da produção de conhecimento para os especialistas e estudiosos da infância no sentido de ressignificar, e consequentemente permitir que uma nova possibilidade de acordo dos papeis sociais estabelecidos culturalmente.

Deste modo, imagino estar dando possibilidades a várias ações culturais através dos diversos instrumentos educacionais que nos levarão a conquistar condições de democratizar a cultura. A criança apropriando-se do saber científico e cultural, tornando-se emancipadora de suas produções e criações, do pensar crítico do seu próprio tempo no combate a exclusão e discriminação reconhecendo a nossa pluralidade por meio do conhecimento científico, nos mais diversos campos culturais, como: [...] a história, com os livros, com o cinema, com a música, a dança, o teatro, com a linguagem e a arte. [...], Kramer (2007, p, 213).

Neste contexto, a LDB estabelece o prazo máximo de dez anos para sua qualificação, sendo que somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço (LDB, Art. 87).

 

Art. 87-A. Até 2010, é admitida a formação em nível médio, na modalidade Normal, para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, ou equivalentes. Parágrafo único. A partir do ano referido no caput deste artigo, não será mais admitido o ingresso em cursos de nível médio, na modalidade Normal.

 

Deste modo, tem que se dar importância para a formação do profissional da Educação, bem como, o professor ter compromisso ao assumir a responsabilidade de desenvolver ações numa instituição que efetivamente vivencia o binômio educar e cuidar, no tocante aos pequenos cidadãos.

Consequentemente teremos uma Educação Infantil de qualidade, com uma formação inicial (graduação do curso de pedagogia) e continuada dos professores sendo vista como um direito e uma necessidade, na qual exige toda uma conjuntura de políticas educacionais do município, estado e governo federal. Sobre essa questão Kramer (2005, p.111), ressalta: [...] é o compromisso da secretaria, entendendo que priorizar as políticas de formação dos profissionais de educação e valorizar essa formação passam por uma concepção de sociedade e de gestão. [...].

Esse investimento na formação deve conter desafios, questionamentos, necessidades e possibilidades no desempenho da formação daqueles que trabalham com crianças de 0 a 5 anos de idade, sobre esse assunto, Kramer (2005, p.212) assim se expressa.

 

A educação infantil, como espaço de socialização, de troca, de ampliação de experiências e conhecimentos, de acesso a diferentes produções culturais, pode ser um dos caminhos para diminuir as desigualdades, (KRAMER, 2005, pg. 212) [...].

 

Em nosso país as lutas em defesa da educação das crianças de 0 a 6 anos foram de certa forma muito descriminadas, sendo um desafio para as políticas públicas de educação. Muitas iniciativas já existiram, mas ainda não são efetivas, Kramer (2005, p.17), assim se pronuncia acerca dessas políticas,

 

No plano federal, as iniciativas de políticas educativas para a infância existem há pouco mais de 20 anos e se voltam a crianças de 4 a 6 anos.Só em 1974 a pré-escola recebeu atenção do governo federal, evidenciada na criação da coordenação de Educação Pré-Escolar (COEPRE) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e em documentos e pareceres do Conselho Federal de Educação (CEF) (KRAMER, 2005, pg. 17).

 

    1. PROFESSOR, ESCOLA E OS FAZERES NA EDUCAÇAO INFANTIL

 

Uma formação sólida dos professores de Educação Infantil, significa colocar as crianças em espaço de absoluta relevância, juntamente com suas famílias, estabelecendo assim uma relação horizontal, de igualdade no que diz respeito, especialmente, a questão social apontada por Kramer (2005, p.212).

 

[...] A educação infantil, embora seja uma necessidade da sociedade contemporânea, não substitui a ação da família, As crianças precisam da atenção dos pais e familiares, da troca de afeto e conhecimento, partilhando valores, crenças, costumes e tradições que dizem respeito às famílias e às comunidades nas quais se inserem (KRAMER, 2005, pg. 212).

 

Desse modo, enfatizo outros significados a serem atribuídos ao trabalho da educadora infantil, o qual significa ter autonomia que não se constitui em autoridade, tendo a oportunidade de resgatar, por meio das crianças, novas possibilidades de criar e recriar nas unidades / escolas um espaço de direito, de socialização e interação entre escola – criança – família, sendo estes os principais pilares que nos remetem a uma reflexão sobre dimensões fundamentais da infância, constituindo o espaço da escola de Educação Infantil num ambiente afetivo e intenso.

Nesse sentido, é necessário, que o professor tenha uma formação específica, para que possa realizar suas atividades de maneira adequada às crianças dessa etapa, sendo este um facilitador no processo de construção do conhecimento das crianças e mediador entre elas e o mundo que as cercam.

Para tanto, se precisa repensar as propostas educacionais vigentes para a educação infantil, na qual pode-se contar com profissionais competentes, que detêm profundo conhecimento sobre acerca de seu desenvolvimento.

A formação do profissional da Educação Infantil deve ser e ter o foco na criança e suas singularidades, dessa forma, este encaminhamento deve ser contínuo, no qual o professor entenda sua formação enquanto processo que lhe permitirá proporcionar as crianças uma educação e desenvolvimento de qualidade.

Sendo assim, a qualificação dos professores, deverá ser preocupação constante para aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional presente, pois, da forma como ele se apresenta fica claro que não corresponde com as reais necessidades das crianças, os professores com intuito de aprender o saber, tem que, tomar posse dele, para que tenham condições de reivindicar seus direitos e cumprir seus direitos na sociedade.

O professor é o sujeito principal nesse processo, devendo ser confrontado como um elemento peculiar, quanto mais sólida for a sua formação profissional, maiores serão as suas habilidades para desenvolver uma prática educacional significativa.

Segundo Formosinho (2007, p.14), [...] uma pedagogia transformativa, que credita a criança com direitos, compreende a sua competência, escuta a sua voz para transformar a ação pedagógica em uma atividade compartilhada.

No ensaio para compreender a atividade do professor na sua prática, tendo em vista suas concepções teóricas, sua autonomia e identidade profissional que se desencadeia na sua profissionalização docente. Compreendendo que não se pode dissociar a teoria da prática, estas duas dimensões não se separam ambas fazem o elo do ensino-aprendizagem, a respeito Kramer (2005, p.146), contribui,

 

[...] as dimensões da teoria e da prática são indisssociáveis, já que a teoria é um conjunto de regras também práticas e que a prática não é um ato qualquer, mas um ato que concretiza um objetivo e é pensado em relação a princípios. Essa ação refletida remete ao conceito de “práxis” (KRAMER, 2005, pg.146).

 

Portanto, o professor de Educação Infantil deverá reconhecer em sua formação, os meios que favorecem o seu fazer docente, levando em conta que:

 

É preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral, para repensarem sua prática, se reconstruírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimento. E para que possam, mais do que "implantar" currículos ou "aplicar" propostas à realidade da creche/pré-escola em que atuam, efetivamente participar da sua concepção, construção e consolidação. (KRAMER apud MEC/SEF/COEDI, 1996 p.19).

 

Para tanto, se faz necessário uma pedagogia que preconize sua prática educativa através do seu fazer pedagógico, com vista a planejar seu trabalho dentro de uma sequência didática e de acordo com as necessidades das crianças em sua faixa etária.

É relevante que os professores tenham noção da capacidade de conhecimento que a criança constrói na sua relação com o ambiente familiar e sociocultural, para planejar sua proposta pedagógica de modo que venha atender suas necessidades (físicas, emocionais, intelectuais, afetivas e cognitivas).

Deste modo, considero os vários estudos já realizados sobre a aprendizagem e desenvolvimento infantil, onde muitos afirmam que a criança traz consigo uma grande gama de conhecimentos previamente adquiridos em sua vivência e grande parte deles por meio das atividades lúdicas.

Entendo então, a partir, destes princípios que norteiam a Educação Infantil, que o professor deve contemplar sua prática pedagógica com as crianças privilegiando as brincadeiras, através das atividades didático-pedagógicas, pois, desse modo, possibilitará as diferentes manifestações de linguagens que lhes possibilitarão a descoberta de novos significados.

O docente da Educação infantil não pode permitir a desvalorização da evolução natural e espontâneo da criança, em favor, de um conhecimento mecânico, socialmente organizado e formalizado. E menosprezar as dimensões educativas que são construídas por meio das brincadeiras e do jogo, pois elas são reconhecidas como formas ricas e poderosas na motivação a atividade construtiva da criança.

Nesse aspecto se faz necessário então que o educador procure reproduzir cada vez mais as experiências com o espaço físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças. Entretanto, essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na prática. Várias discussões estão sendo feitas no sentido de que os professores devem colocar a proposta da Educação Infantil em prática, em vista de que as crianças desenvolvam, construam e tenham conhecimentos para que sejam autônomos e cooperativos.

Para isso, se faz necessário que os professores reflitam sobre seus procedimentos metodológicos, pois atuando de forma diferenciada irão favorecer na construção do conhecimento significativamente. Ressalto então que, para tanto, os educadores são desafiados a construírem os seus próprios conhecimentos, para que possam atuar com competência no seu fazer docente, reafirmamos que esse processo se dá na formação contínua destes profissionais, onde são levados a repensar em sua prática pedagógica a reavaliando sempre.

Nesse sentido, Formosinho (2007, p.14), afirma que:

 

[...] ser profissional reflexivo é fecundar, antes, durante e depois da ação, as práticas nas teorias e nos valores, interrogar para ressignificar o já feito em nome da reflexão que constantemente o reinstitui (FORMOSINHO, 2007, pg. 14).

 

Repensar o olhar para a proposta pedagógica de Froebel (1912), que visualiza a criança como um ser ativo, isto é, dotado de auto atividade que precisa do adulto para auxiliá-la no seu contato com o mundo exterior, uma complexa integração entre sentimento, percepções e pensamentos.

A Educação Infantil é um período que vivencia um processo, que tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança, devendo ser de forma espontânea com base na liberdade e no respeito à capacidade de cada um, conforme afirma Froebel (1896), [...] o ensino e a educação devem por necessidade adaptar-se, acompanhar, seguir (só resguardando e protegendo), porém nunca prescrever, determinar, impor. (FROEBEL (1896) apud Kishimoto e Pinazza (2007, p.46).

Em suas concepções Dewey (1958) também reconhece a importância das contribuições pedagógicas de Froebel para a construção do conhecimento das crianças, com vistas às práticas pedagógicas voltada para a importância das brincadeiras e jogos na prática educativa. Portanto, Froebel (1896) em sua filosofia explicita o brincar como: Brincar é a mais alta fase do desenvolvimento infantil – do desenvolvimento humano neste período. É a representação auto ativa do interno – representação do interno da interna necessidade e impulso. (FROEBEL, (1896) apud Kishimoto e Pinazza (2007, p.48).

O brincar quando é apresentado de forma educativa sempre acarretará ensino-aprendizagem em ambas as partes criança/educador. Na educação infantil configura uma aprendizagem significativa, pois possibilita ao educador uma melhor compreensão no que se refere à aprendizagem e noção do geral desenvolvimento das crianças, para que deste modo o professor possa procurar oferecer novas possibilidades de ensino, assim enriquecendo a crianças em todas as áreas das dimensões do conhecimento.

A ludicidade está presente na vida da criança, faz parte do ser criança. Na contemporaneidade esta questão tem sido abordada com bastante polêmica entre os tradicionalistas, mas por outro lado muito interessante e prazeroso entre os construtivistas. Pois se compreende que de acordo com os fundamentos e metodologias no ato de educar, é proposto o ensino dos conteúdos a partir de jogos, músicas, oficinas e projetos fundamentados no lúdico.

Reconhecendo que a Educação Infantil é uma etapa importante na vida da criança, sendo que nesta a metodologia lúdica terá grandes benefícios, pois é a partir dela que poderá desenvolver a vontade, a curiosidade e o prazer de aprender.

Piaget acredita que o jogo é importantíssimo para a vida das crianças, para ele o jogo é uma forma de expressão e condição para o desenvolvimento infantil. Vygotsky (2001), também contribui apontado que a criança ao interagir socialmente com os demais e com os adultos tem acesso a informações e aprende as regras do jogo, assim socializa-se e aprende a respeitar os colegas, trabalha de certo modo seu comportamento frente às situações.

O ato de brincar segundo Huizinga, (1980) remota à sociedade primitiva e não se constitui privilégio do ser humano, sendo possível constatar sua presença até mesmo entre os animais. Desta forma, o lúdico é considerado como atividade infantil que compreende todas as dimensões e expressões que são pertinentes na complexidade da criança.

Para este autor, não podemos descartar o jogo e o brincar da atividade humana, pois significará ignorar a presença da magia, do encanto e da fantasia que atravessa as mais remotas civilizações, pois, [...] o jogo é fato, mais antigo que a cultura. (HUIZINGA, 1980, p. 43); nele o mundo se apresenta de várias formas dando vida e expressando suas concepções.

O educador estabelecendo a brincadeira como um processo natural da criança é permitir-se trilhar na emoção e na razão, na busca de um ser inteiro, completo em meio as suas manifestações culturais. Deste modo possibilitará um desenvolvimento natural, rico e em perfeita harmonia na continuidade de seu ser.

Quando a criança passou a ser o objeto de discussão entre os adultos ressaltamos o surgimento de vários estudiosos, em vários países do mundo que deram suas contribuições.

Cada um deles expondo sua visão, suas concepções em relação às crianças e seu desenvolvimento. Uma preocupação com o local apropriado à educação, os métodos adotados, as técnicas utilizadas pelos docentes e todos os instrumentos, que de certo modo, auxiliam na prática de seu trabalho.

Estes métodos foram qualificados por Kramer (2006) como: Prática Pedagógica Romântica, Prática Pedagógica Cognitiva e Prática Pedagógica Crítica. O professor escolhe seu modelo de Prática Pedagógica e a usa muitas vezes de maneira consciente ou inconsciente, pois o modo como aplica depende da sua compreensão de mundo, e está fundamentada em seus princípios, valores e objetivos.

Conforme a qualificação de Kramer (2006), no início as primeiras Práticas Pedagógicas da Educação Infantil se baseavam num trabalho onde a criança era considerada como uma semente que precisava ser germinada. Esse tipo de prática, a Prática Pedagógica Romântica, considera o desenvolvimento espontâneo da criança, o professor no seu papel de cuidar, não percebia a importância de seu papel nos aspectos Políticos Sociais. A criança nesta visão é vista como centro do trabalho pedagógico.

A segunda prática se refere a Prática Pedagógica Cognitiva ou Construtivista. Uma prática que ganhou força e foi organizada por Emília Ferreira e Ana Teberosky, tendo como referencial os estudos de Piaget. Nesta prática a criança é vista como sujeito que pensa e, a escola o lugar onde vai fazer com que esta criança se torne mais inteligente.

Sua fonte de desenvolvimento humano se resulta na interação com o organismo e o meio. O professor sendo o facilitador e estimulador, ele oferece esquemas de aprendizagens para que o conhecimento seja assimilado conforme os estágios de desenvolvimento universal da criança.

 

    1. Educação Inclusiva

 

É importante entender, no âmbito da educação inclusiva, as terminologias que foram usadas ao longo dos anos e que se usa hoje. Inicialmente, usava-se o termo excepcional, depois surgiram termos como pessoa deficiente, pessoa portadora de deficiência, pessoa portadora de necessidades especiais e, hoje, pessoa com necessidades especiais.

De acordo com a história, o movimento de inclusão social originou-se por volta dos anos 80, nos países mais desenvolvidos; mas na década de 90, chegou para todos os países, tornando-se global.

A sociedade inclusiva, segundo Godoy et al. (2000, p. 08) “é democrática, reconhece todos os seres humanos como livres e iguais e com direito de exercer a sua cidadania”. Desse modo, deve-se buscar a construção de uma sociedade onde todos tenham direitos iguais, independente do sexo, da cor, da idade ou da deficiência. Com a inclusão social a sociedade se modifica para atender as pessoas com necessidades especiais.

É através da inclusão social que os tabus e preconceitos são rompidos, possibilitando a aceitação das diferenças individuais, da valorização de cada pessoa, do convívio dentro da heterogeneidade humana e da aprendizagem por meio da colaboração.

 

  1. CONCLUSÃO

 

No tempo atual, a tecnologia incide em uma realidade que beneficia a vida do homem nos diferentes aspectos sociais e econômicos. Tendo em vista sua dinâmica, esta ampara também o campo educativo.

A tecnologia da Informação e do conhecimento, quando ligada ao processo de ensino-aprendizagem, permite novas formas de ensinar e, especialmente, de aprender, em um tempo em que a cultura e os valores da sociedade estão em pleno e constante processo de transformação, imprescindível se faz novas formas de acesso ao conhecimento a fim de que o cidadão requerido pelo mundo moderno tenha como características a capacidade crítica, a competência, a criatividade e o dinamismo.

Assim, quando o assunto é classe social, muitos alunos se vêem superior o que acaba por promover a desigualdade na escola. As atitudes dos alunos das escolas pesquisadas são atitudes de desrespeito às desigualdades e limitações, que estão longe de ser favorável à formação de uma escola democrática, pluralista e aberta para todos.

 

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