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AS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DA LITERATURA EM SALA DE AULA NA VIDA SOCIAL DOS ALUNOS

 

Francielli Ribeiro de Oliveira[1]

Cristiane Bergmann Sartori[2]

 

RESUMO

Neste estudo refletiremos sobre a importância da Literatura na sala de aula, e no contexto social. Reflete também a ação do professor ao incentivar seus alunos a lerem obras mais eruditas. Este artigo tem como principal proposta, analisar as funções que a literatura exerce na vida dos leitores, como também levantar as representações da literatura como patrimônio cultural da humanidade no processo de humanização. Para tanto se realizou uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de autores como CANDIDO (2004), PAULINO E COSSON (2004), PERRONE-MOISÉS (2005), TODOROV (2009) FREIRE (2002) e SILVA (2013), todas elas com o objetivo de esclarecer a grande importância da literatura no contexto social. Concluiu-se que o papel do professor é fundamental para inserir a Literatura na vida do aluno, o mesmo deve apresentar a tal “disciplina” como algo importante, sempre de maneira clara e objetiva, fazendo com que o discente venha se sentir atraído e se interesse por tal assunto a fim de explorá-lo.

Palavras-chave: Aluno. Professor. Literatura.  Obras Literárias.

 

ABSTRACT

In this study we will reflect on the importance of Literature in the classroom, and in the social context. It also reflects the teacher's action by encouraging his students to read more erudite works. This article has as main proposal, to analyze the functions that the literature exerts in the life of the readers, as well as to raise the representations of Literature as cultural patrimony of humanity in the process of humanization. For this, a bibliographical research was carried out considering the contributions of authors such as CANDIDO (2004), PAULINO AND COSSON (2004), PERRONE-MOISÉS (2005), TODOROV (2009) FREIRE (2002) and SILVA (2013), all with the Objective of clarifying the great importance of literature in the social context. It was concluded that the role of the teacher is fundamental to insert the Literature in the life of the student, the same must present the "discipline" as something important, always in a clear and objective way, making the student to feel attracted and Interest in such matters in order to exploit it.

Keywords: Student. Teacher. Literature. Literary works.

 

Introdução

 

O presente trabalho tem como tema central o papel da literatura no contexto escolar e social brasileiro. Há muito tempo a Literatura vem sendo citada como algo importante para o cidadão e para o bom desenvolvimento cognitivo do aluno. Sabemos que vários documentos foram criados a fim de estimular a formação do aluno leitor, um exemplo disso é o PCNEM. Através das reflexões sobre o papel da leitura na escola e a importância do aluno leitor apontaremos os seguintes pontos:

·        Qual o principal papel da Literatura?

·        Como a Literatura está inserida no contexto escolar?

·        O que nós professores devemos fazer para estimular nossos alunos a se tornarem bons leitores?

 O professor precisa contribuir para a formação leitora do aluno, buscando estimulá-lo a fazer boas leituras, e a partir daí se transformar numa pessoa crítica.

 Nesta pesquisa será analisado como são realizadas as práticas de leitura nas escolas no contexto geral e quais as metodologias adotadas pelo professor para incentivar ou transformar seus alunos em pessoas pensantes. Também são expostos alguns pensamentos de teóricos da área sobre a importância da Literatura na sociedade, haja vista que ela a é uma “força” humanizadora. Para tanto foi feito estudos bibliográficos focando algumas ideias de CANDIDO (2004), PAULINO E COSSON (2004), PERRONE-MOISÉS (2005), TODOROV (2009), entre outros.

Através destes será possível compreender que as obras Literárias possibilitam o leitor a fazer várias análises de contexto, de mundo. Muitos autores literários buscam na Literatura uma maneira de expressar seus sentimentos, no passado muitas obras, músicas, eram escritas no sentido figurado, mas com o objetivo de protestar, principalmente do meio político. Só quem é um bom leitor, compreende o que as entre linhas do texto querem dizer.

A Literatura é fundamental para a vida das pessoas, seja ele o rico, o pobre, o negro, o branco, o índio entre outros, é fundamental, pois através dela nos tornamos pessoas mais críticas, mais pensantes e com “n” possibilidades de ver o mundo.

 

AS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DA LITERATURA EM SALA DE AULA NA VIDA SOCIAL DOS ALUNOS

 

Em nossos dias atuais sabemos que a tecnologia está avançando cada vez mais, contribuindo assim com a praticidade para o cidadão. Contudo, a cada momento que passa os indivíduos, principalmente os adolescentes e os jovens, estão perdendo o hábito de ler bons livros, de ler algo que enriqueça suas mentes. Compreende-se então, a necessidade da Literatura nas escolas.

Através das obras Literárias são tratadas as diversas formas de sentimento do ser humano como também as problemáticas do meio onde vive. Antônio Cândido acredita que “a literatura não corrompe nem edifica, mas humaniza em sentido profundo porque faz viver” (CANDIDO, 2004, p.176). A literatura em sala de aula é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento crítico e cognitivo do aluno, já que a mesma faz o cérebro raciocinar.

Encontramos nesta arte a possibilidade de ver os vários tipos de condições humana, como também nos possibilita fazer um auto - julgamento da postura que o indivíduo assume. No que diz respeito à humanização Candido (2004 p.177) afirma:

 

A produção literária tira as palavras do nada e as dispõe como todo articulado. Este é o primeiro nível humanizador (...). A organização da palavra comunica-se ao nosso espírito e o leva primeiro a organizar; em seguida, a organizar o mundo. Isto ocorre desde as formas mais simples, como a quadrinha, o provérbio, a história de bichos, que sintetizam a experiência e a reduzem a sugestão, norma, conselho ou simples espetáculo mental. (CANDIDO 2004 p.177)

 

A citação de Candido (2004) requer uma breve análise. Quando o autor diz que primeiro organiza as palavras que se comunica com o nosso espírito, e em seguida organiza o mundo, nos faz entender que isso acontece a partir do momento em que lemos algo que nos faz raciocinar, que nos faz enxergar o que era obscuro, que nos faz ver a realidade como ela realmente e, a partir daí começamos a nos tornar pessoas críticas, com desejo de organizar e de mudar o mundo.

Apesar da importância da Literatura, sabemos que seu ensino em sala de aula é um tanto quanto desafiador para o professor. A geração de hoje já nasce no meio tecnológico, onde tudo se resolve com mais facilidade. Os alunos estão cada vez se interessando menos pelas leituras. No entanto o hábito da leitura é um processo que se inicia na infância, haja vista que o incentivo dos pais é muito importante para que o filho se torne um bom leitor. Paulino e Cosson (2004, p.68) nos apontam que:

 

Por ser um fenômeno social, a literatura necessita ser ministrada por um
professor que tenha sensibilidade para captar os acontecimentos e os
problemas que envolvem a sociedade. Para que a literatura desperte a
atenção do aluno, ela precisa estar vinculada com a vida, pois, literatura é
efetivamente vida. Dessa maneira, o professor, além de estar informado
sobre a sua disciplina, precisa estabelecer relações que possibilitem a leitura do mundo pelo viés da literatura. (PAULINO E COSSON 2004, p.68)

 

Em muitas escolas públicas presenciamos o descaso à formação de leitores. O incentivo as práticas de leituras é muito pouco, e as aulas geralmente não são motivadoras o suficiente para despertar maior interesse do estudante. Cabe então o papel do professor como mediador trabalhar de forma atrativa fazendo com que seus alunos comecem a perceber a importância da leitura. Vale ressaltar que o professor deve agir com extrema cautela ao incentivar seus alunos a lerem boas obras literárias. Nunca devem desmerecer o gosto que o aluno tem por certa leitura, por mais que ela não influencie na vida dele, o professor deve ser sábio ao sugerir leituras que irão acrescentar na vida do discente, porém sem desvalorizar o gosto do tal.

 Perrone-Moisés (2005, p. 347) ressalta que:

(...) o texto literário tem uma especificidade e um valor que devem ser preservados. Atualmente, há muita informação cultural circulando, o que não redunda em cultura, porque essas informações são superficiais, indiferenciadas, veiculadas sem nenhum critério de seleção e recebidas de modo aleatório. É como um antídoto a essa indiferenciação generalizada da informação que a literatura deve ser ensinada e estudada. A grande obra literária é meio de conhecimento, de crítica do real e exercício da liberdade imaginativa, sem a qual a história é vivida como fatalidade. O acesso às obras dotadas desses valores e ao instrumental que permite a sua melhor fruição é um direito ao qual corresponde um dever do professor e do crítico. (PERRONE-MOISÉS, 2005, p. 347)

 

Através das obras literárias conhecemos culturas diferentes, conhecemos o pensamento de determinada época. Ela nos faz viajar, conhecer lugares, pensamentos e tradições sem precisarmos nos deslocar. Um exemplo desse tipo de obra é “Iracema” de José de Alencar, nesta prosa poética de ficção romântica o autor explora o cenário brasileiro da época. É explicito na obra a mistura do homem branco com o índio. Em tal romance há um argumento histórico: a colonização do Ceará, que se deu em 1606.  Alencar contribuiu com a construção da literatura e da cultura brasileira.

Cosson e Paulino (2004, p.66) nos deixam claro que:


Indiscutivelmente, a literatura é uma parte muito significativa do patrimônio cultural da humanidade, que precisa ser recuperada e preservada, pois é uma das formas de manutenção da identidade de uma nação. Utilizando como suporte a língua nacional, ela não só veicula a tradição consagrada como estabelece os vínculos com o que ainda não ocorreu. É a característica dialógica dessa arte- retrospectiva na medida em que promove a manutenção da tradição. (COSSON E PAULINO 2004 p.66)        

Entretanto, percebemos que as aulas de Literatura geralmente não são apreciadas por grande parte dos alunos, em especial do Ensino Médio, pois tal disciplina é um pouco mais complexa nessa fase do que no Ensino Fundamental, muitas vezes esses indivíduos são obrigados memorizar grande quantidade de informações literárias, como exemplo disso são, o contexto histórico da obra, as características de cada escola literária ou até mesmo a biografia dos autores. No que diz respeito ao contato da Literatura com o aluno Todorov (2009) afirma:

[...] o estudante não entra em contato com a Literatura mediante a leitura
dos textos literários propriamente ditos, mas com alguma forma de crítica, de teoria ou de história literária. [...] Para esse jovem, Literatura passa a ser
então muito mais uma matéria escolar a ser aprendida em sua periodização
do que um agente de conhecimento sobre o mundo, os homens, as paixões,
enfim, sobre sua vida íntima e pública.
(TODOROV, 2009, p.10)

 

Neste caso, a escola e professores necessitam raciocinar que na formação literária as obras não possuem um discurso fixo, pois as análises são diferenciadas, depende de cada um interpretar de seu jeito, tal análise depende muito do contexto social e da mentalidade de quem a lê. O professor como um bom mediador deve introduzir as obras no aluno de maneira cautelosa, não deve jamais desclassificar seus gostos literários, por mais que o aluno se sinta atraído somente por obras mitológicas, fantasiosas.

O docente precisa explicar ao discente que na literatura existem níveis literários, e que ele precisa subir os degraus, explorar uma literatura mais rica, mais erudita. O docente carece dar sugestões para que o discente comece a explorá-la. Falar sobre poesia.  Silva (2013, p. 17) acredita que:

O aluno que lê tende a desenvolver seu senso crítico e melhorar sua escrita. Para tanto, devemos incentivar o aluno para a visão e o uso da literatura como algo bom, natural, fácil e prazeroso. Sendo assim, faz- se imprescindível que o convívio com os livros extrapole o desenvolvimento dos conteúdos sistemáticos aplicados pela escola e que a literatura passe a ser procurada de forma espontânea sem a necessidade de ser uma leitura obrigatória, mas do próprio interesse do indivíduo frente suas dúvidas e vontade própria de se aventurar nas páginas do que pra ele é um bom livro de literatura. Logo se torna necessário que o papel da literatura como disciplina seja repensado de modo a privilegiar o desenvolvimento da autonomia que cada sujeito tem para mobilizar suas próprias potencialidades e ampliar suas capacidades cognitivas a um nível superior de conhecimento. (SILVA 2013, p. 17)

 

            Para tanto, o educador deve mediar seus conhecimentos ao aluno de forma clara, objetiva e atrativa, a fim de que ele possa despertar a curiosidade, o interesse por tais conteúdos, e assim trabalhar de maneira autônoma, sem a necessidade de o professor precisar obrigar o aluno a fazer boas leituras. Paulo Freire (2002, p. 14) afirma isso no seguinte pensamento:

O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervir no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho e se “dispõe” a ser ultrapassado por outro amanhã*. Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE 2002, p. 14)

 

Antônio Candido em sua obra “Direito à Literatura”, faz ressaltas sobre a importância da Literatura erudita na sociedade, ele acredita que todo cidadão têm direito a uma leitura de qualidade, seja ele o pobre, o índio com suas culturas, ou até mesmo o indivíduo mais civilizado. Para ele a Literatura é tão importante quanto a saúde pública, a segurança pública, entre outras necessidades que o cidadão pensa ser essencial. Candido faz uma crítica, dizendo que, se todos nós brasileiros tivéssemos acesso à Literatura, nossa sociedade não vivenciaria com tanta desigualdade social, pois ela nos torna pessoas críticas, nos faz enxergar as coisas como elas realmente são.  Ele afirma que a literatura está presente no nosso dia-a-dia, nas novelas, nos nossos momentos de imaginação fantasiosa ou até mesmo quando estamos indo para o trabalho.

            A leitura de textos literários abre vários horizontes para o leitor, através dela também é possível observar a diferença entre o espaço oral e o escrito, Silva (2013, p. 16) afirma isso dizendo:

O trabalho com textos literários também pode ser um excelente instrumento para que o aluno visualize as diferenças entre a linguagem oral e a escrita, de modo que o aluno possa observar e fazer uso do léxico em diferentes contextos enriquecendo seu vocabulário em práticas linguísticas concretas, podendo também o texto literário levar o aluno a perceber melhor as relações morfossintáticas da língua, observando a distribuição das palavras, frases e períodos dentro da estrutura de determinado gênero literário. Algo bastante diferente dos textos que circulam na esfera social (cartas, entrevistas, relatórios, notícias, receitas, currículos etc.), que já são escritos e lidos com objetivos estabelecidos sem que haja a permissão de uma leitura de múltiplos sentidos. Isso faz com que o aluno perceba que existem outras possibilidades de uso da língua. (SILVA 2013, p.16)

 

Essa afirmação de Silva reforça a ideia de que a literatura não possui uma forma analítica fixa, ela sempre mudará de interpretação, de sentido, dependendo da mentalidade de cada leitor. Ainda sobre os horizontes literários, Paulino e Cosson (2004, p.65) nos mostram que:

O texto literário veicula uma modalidade de conhecimento particular que não se assemelha ao saber produzido pela ciência. Sendo ao mesmo tempo representação e análise, a literatura possibilita o resgate da realidade. Essa modalidade de texto, por sua natureza, possibilita a crítica e a contradição através de uma linguagem não linear, isto é, distinta da linguagem comum. O autor aproveita seu conhecimento de mundo, recria essa experiência através dos recursos de seu imaginário e expressa-a por meio da linguagem artisticamente trabalhada. Uma vez que esse texto relaciona-se com a realidade e a experiência humana, desempenha uma função muito significativa no aspecto comunicativo, pois auxilia o sujeito a emancipar-se na medida em que pode libertá-lo do processo de massificação a que está submetido, pela informação dirigida a qual encobre as contradições e não faz apelo crítico. A linguagem literária, devido a sua especificidade, possibilita uma grande multiplicidade de leituras. Essa modalidade de linguagem, por sua opacidade, remete a uma série de significados autorizados pelo texto os quais precisam ser percebidos pelo leitor, exigindo dele o esforço para construção do sentido. Esse esforço quando executado frequentemente- daí a importância de seu exercício ser enfatizado em sala de aula -, vai oportunizar o desenvolvimento da competência de leitura, tornando o aluno proficiente num aspecto muito significativo para sua vida, pois a leitura competente está profundamente vinculada à educação permanente. (PAULINO E COSSON 2004, p.65).

 

A citação de Paulino e Cosson, afirma mais uma vez o conceito de que a leitura literária modifica o homem porque nos faz pensar e se colocar no lugar do outro. Entende-se que a literatura é libertadora, ela torna o homem livre de seu pensamento.

No que se refere ao ensino da Literatura nas escolas, o professor necessita ser leitor, o mesmo precisa gostar de literatura. Se ele não a pratica como poderá incentivar seus alunos com tais conhecimentos? Como despertará nele a curiosidade pela literatura? O papel do professor é criar no discente o hábito de pensar e deixar que o tal desenvolva suas ideias de maneira espontânea, pois quando o professor fala de maneira gostosa o conteúdo, provoca a curiosidade e o interesse nos alunos. As aulas de forma dinâmica despertariam a atenção do aluno, sabemos que na literatura pode trabalhar com teatro, música, cinema, entre outras maneiras lúdicas. São “n” as opções de se trabalhar com a literatura em sala de aula, o professor deve ser autônomo e procurar estar sempre atualizando suas aulas e conhecimento. . A missão do professor é provocar a inteligência no aluno.

Apesar das propostas de literatura no contexto escolar, compreendemos que um dos fatores que impossibilita a melhor compreensão do contexto literário, são os próprios livros didáticos. Silva (2003, p.516) acredita que:

Embora vários manuais didáticos produzidos contemporaneamente discuta a literatura à luz das contribuições da teoria e crítica literárias, muitos ainda revelam concepções estigmatizadas acerca da literatura. Em alguns livros didáticos, por exemplo, observam-se exercícios que exploram a leitura de textos literários com o predomínio de perguntas que requerem apenas uma leitura superficial, ou seja, o leitor não é estimulado a inferir, preencher as entrelinhas e reconstruir as pistas textuais até atingir um nível maior de criticidade no ato de ler. Nesse sentido, o leitor não consegue desenvolver uma compreensão mais ampla do texto literário, pois o papel dinâmico do receptor é subestimado, sufocado pela leitura imposta pelos roteiros de interpretação dos livros didáticos. (SILVA 2003, p.516)

 

            Infelizmente Silva (2003) tem razão quanto à metodologia proposta pelos livros didáticos, é uma metodologia que impede que o aluno aprofunde melhor o contexto do texto, não estimula uma maior compreensão sobre o tal, já que as questões propostas são na maioria das vezes superficiais. Existe também o tipo de professor que usa os textos literários apenas para avaliar a gramática do aluno, como por exemplo: achar o sujeito em um (a) determinado (a) verso (frase), conjugar alguns verbos dos textos, entre outros. Todavia o propósito da literatura não é esse, mas sim formar cidadãos pensantes, capazes de desenvolver suas próprias habilidades analíticas.  

 

CONCLUSÃO

 

Através do estudo pode-se observar que são inúmeras as metodologias que se pode trabalhar a literatura na sala de aula. Porém ficou notório que o professor enfrenta vários desafios quanto o ensino de tal disciplina no contexto escolar brasileiro. Há grande resistência por parte da classe, um dos motivos pode ser o grande acúmulo de informações literárias que terão que absorver. O ensino da tal deve ser elaborado de forma que venha atrair a atenção do aluno, despertar nele o gosto pela leitura, pois quem lê melhora na pronúncia, na escrita e no modo de pensar.

É evidente também, que a Literatura é fundamental para a vida das pessoas, seja ela o rico, o pobre, o negro, o branco, o índio entre outros, é fundamental, pois através das obras literárias nos tornamos pessoas mais críticas, mais pensantes e com a possibilidade de se sentir no lugar do “outro”.

Conforme Cândido, a Literatura humaniza. Através dela conhecemos culturas diferentes, ideologias diferentes, costumes de épocas, como também lugares diferentes, entre muitas outras coisas que podemos fazer através dela sem precisarmos sequer deslocar do lugar de onde estamos.

 

REFERÊNCIAS

 

PAULINO, Graça; COSSON, Rildo (Org.). Leitura literária: a mediação escolar. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2004.

 

TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.

 

PERRONE-MOISES, Leyla. Estud. av. [online]. 2005, vol.19, n.55, pp. 335-348. Por amor à arte. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300025 acesso em 13 de março de 2016.

 

SILVA, Ivanda Maria Martins In: “Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática escolar”. Anais do Evento PG Letras 30 Anos Vol. I (1): 514-527. Disponível em: www.pgletras.com.br/Anais-30-Anos/Docs/Artigos/5.../5.2_Ivanda.pd acesso em 13 de março de 2016.

 

FREIRE, Paulo, In: “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)

 

CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”. In: CANDIDO, Antonio. Vários Escritos. São Paulo; Rio de Janeiro: Duas cidades: Ouro sobre azul. 4. ed., 2004, p.169-192.

 

SILVA, Jackeline Anne Santos, In: O estudo da literatura no Ensino Médio. João Pessoa: PB 2013. Disponível em: http://www.cchla.ufpb.br/ccl/images/JACKELINE_ANNE_SANTOS_DA_SILVA_O_estudo_da_literatura_no_Ensino_M%C3%A9dio.pdf acesso em 13 de março de 2016.

 



[1] Aluna do curso de Pós-Graduação em Língua Portuguesa e Literatura do Instituto PROMINAS, Licenciada em Língua Portuguesa e Língua Espanhola (UNINTER).

[2] Aluna do curso de Pós-Graduação em Língua Portuguesa e Literatura do Instituto PROMINAS, Licenciada em Língua Portuguesa e Literatura (UNIJUI).