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PROCESSOS E PRÁTICAS DA INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM AUTISMO

Adriana Sardelli

 

RESUMO

Este artigo visa levar a uma reflexão sobre a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ambiente escolar regular e quais as práticas e processos referentes. Tem como objetivo também identificar as metodologias e estratégias usadas pelos docentes no processo de inclusão do aluno autista, identificar práticas pedagógicas. Para este estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa bibliográfica onde procurou-se o entendimento teórico nos estudos de Carneiro (2012), Júnior; Kuczynski (2015), Franco (2012), Tozoni-Reis (2013) e Rampazzo (2013),entre outros. A inclusão do aluno autista numa sala regular de ensino necessita de se planejar práticas para esse tipo de aluno e atender suas necessidades para que tenha autonomia na vida familiar, escolar e social. A formação continuada dos professores também é muito importante para que o processo de inclusão tenha sucesso. A criança com autismo pode ser tratada igual a uma criança que não tenha este diagnóstico. Mesmo que tenha algumas dificuldades para interagir e se comunicar. Mas se os cuidados com essa criança autista for feito de maneira certa, a instituição escolar e a família ajudarão no desenvolvimento das ha­bilidades e proporcionarão aprendizado e qualidade de vida.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Práticas pedagógicas. Inclusão escolar.

 

ABSTRACT

This article intends to lead to a reflection about the inclusion of the student with Autism Spectrum Disorder (ASD) in the regular school environment and what practices and processes refer to it. It also aims to identify the methodologies and strategies used by teachers in the process of inclusion of the autistic student, to identify pedagogical practices. For this study, a qualitative bibliographical research was carried out where the theoretical understanding was sought in the studies of Carneiro (2012), Júnior; Kuczynski (2015), Franco (2012), Tozoni-Reis (2013) and Rampazzo (2013), among others. The inclusion of the autistic student in a regular classroom needs to plan practices for this type of student and meet their needs so that they have autonomy in family, school and social life. Continuing teacher education is also very important for the inclusion process to succeed. The child with autism can be treated the same as a child who does not have this diagnosis. Even if you have some difficulty interacting and communicating. But if caring for this autistic child is done right, the school institution and the family will help develop the skills and provide learning and quality of life.

 

Keywords: Autism Spectrum Disorder. Pedagogical practices. School inclusion.

 

Desenvolvimento

 

O ser humano tem uma certa dificuldade de lidar com as diferenças, seja elas deficiências ou não. Essa dificuldade quando vem junto com o preconceito forma uma barreira que impede de lidar com o outro por ele não ser igual aos outros. Sendo assim nem todos os ambientes são inclusivos socialmente. No caso dos autistas o descaso começa dentro da própria família, quando esta tem dificuldade de aceitar o filho autista.

Uma boa aceitação familiar é muito importante para a inclusão do indivíduo autista nos ambientes sociais, sendo a família a primeira instituição que ele tem contato. E se não houver apoio e aceitação torna-se muito mais difícil uma inclusão social em geral.

Uma criança com autismo, sem apoio da família e da escola fica isolada socialmente. Os pais, às vezes não sabem lidar com algumas situações, sentindo receio de deixar o filho na escola, mas, devem trabalhar em conjunto para a que a criança autista tenha uma melhor qualidade de vida.

 

O aluno aprende. O aluno com o transtorno do espectro autista aprende. Essas são as primeiras ideias que queremos enfatizar neste pequeno texto. A aprendizagem é característica do ser humano. O ensino e aprendizagem são dois movimentos que se ligam na construção do conhecimento. É uma construção dialógica e não interpretativa; expressão imanente da nossa humanidade, que abarca também o aprendente com autismo (CUNHA, 2016, p. 15).

 

Hoje em dia, proporcionar uma educação para todos é um grande desafio, fazer um trabalho na educação voltado e adaptado às necessidades educacionais especiais de alguns alunos também. Assim, Borges (2005, p. 3, apud BORTOLOZZO 2007, p.15) afirma que um aluno tem necessidades educacionais especiais quando apresenta dificuldades maiores que o restante dos alunos da sua idade para aprender o que está sendo previsto no currículo, precisando, assim, de caminhos alternativos para alcançar este aprendizado.

Uma instituição escolar precisa ter práticas, adaptações, metodologias e recursos para oferecer um trabalho de qualidade junto aos alunos com necessidades especiais. Sendo assim, Miranda e Filho (2012, p. 12) mostram que “nesse processo, o educador precisa saber potencializar a autonomia, a criatividade e a comunicação dos estudantes, e, por sua vez, tornar-se produtor de seu próprio saber”.

 

O termo Necessidades Educacionais Especiais vai ser utilizado nesse trabalho em virtude da expressão “[...] representar melhor a diversidade discente quando falamos de inclusão. Trata-se de um público muito heterogêneo, abarcando dificuldades orgânicas e não orgânicas, deficiências e transtornos comportamentais (CUNHA, 2016, p. 42)

 

Escolas e docentes devem buscar sempre rever suas estratégias de ensino, e de apoio aos seus alunos para que possam ter suas necessidades atendidas por completo e tenham como se desenvolver plenamente. O espaço de uma instituição escolar deve estar adaptado para receber um aluno autista. Tudo precisa estar organizado e planejado para dar condições aos alunos para que tenham um ensino de qualidade. O aluno com Autismo ou TEA (Transtorno do Espectro Autista), tem características variadas, tanto sociais como de linguagem, por isso precisa de adaptações e apoio. Sendo assim, uma oferta de escolarização para todos, na perspectiva de inserir os alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular, “[...] aos poucos vem ocorrendo em nosso cenário educacional [...]” (CARNEIRO, 2012, p. 13).

Este trabalho tem por objetivo entender de que forma as práticas pedagógicas são usadas pelos docentes na sala de aula do ensino regular para que ocorra o processo de inclusão do aluno autista. Também se justifica pelo fato de que é preciso refletir sobre o modo como acontece o atendimento educacional especializado para a efetivação da inclusão do aluno com autismo. Conforme Cunha (2016, p. 48) a “literatura pedagógica ligada à prática na educação especial também contribui para o estado das coisas. A maior parte da produção acadêmica vem da área médica. O professor fica sem suporte específico para o trabalho docente”.

Enfim, este estudo se destina a compreensão das questões que envolvem a inclusão das pessoas com deficiência nas escolas, suas práticas pedagógicas inclusivas e a sua efetivação. É dever das escolas serem planejadas para oferecer uma educação para todos, mas nem sempre foi assim. Ainda hoje enfrenta dificuldades para conseguir atender as diferenças de cada aluno e por isso acaba, segundo afirma Martins (2006, p. 17), “[...] segregando e excluindo, de várias formas, os que fogem destes padrões por requererem em seu processo de aprendizagem respostas específicas ou diferentes das que são comumente dadas à média dos alunos”. Por isso a inclusão se tornou uma prática importante quando se fala de um ensino de qualidade.

No seu Art. 27º, do direito à educação, o Estatuto das Pessoas com Deficiência, apresenta os direitos destas pessoas e favorece condições de oportunidade para o seu desenvolvimento:

 

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidade de aprendizagem (BRASIL, 2015, p. 12)

 

A responsabilidade de promover a inclusão fica a cargo do Estado, da família e da comunidade escolar. Estes devem planejar e articular ações para a inclusão dos alunos na sociedade e nas escolas. Os professores devem entender que cada aluno é diferenciado e precisa de metodologias direcionadas a eles. É preciso envolver todos, escola, família e comunidade, “a conscientização da inclusão é também um trabalho que deve ser feito com os pais [...]” (RAMOS, 2010, p. 4).

As instituições escolares precisam ser modificadas na sua organização e na sua rotina de funcionamento, fazendo as adaptações e mudanças educacionais necessárias, para que seja uma escola para todos. Conforme Lima (2006, p. 63), a inclusão, portanto, não é algo que se fala, mas algo que se vive, intensa e conscientemente, contínua e tenazmente, concreta e francamente. A inclusão é a participação de todos pelo todo, com todos. A inclusão não é uma mera teoria da moda, mas uma atitude de vida; uma expressão de sociedade e cidadania; uma compreensão de que todos os seres humanos são humanos sem distinção.

O atendimento especializado para as crianças autistas deve trazer muitos benefícios para a interação, desenvolvimento e aprendizagem. É preciso entender que a proposta do ambiente inclusivo na educação é privilegiar a todos.

 

A instituição escolar deve esclarecer os pais quanto aos benefícios da proposta de inclusão, pois a ameaça (imaginária) de que a presença de crianças com necessidades especiais possa interferir negativamente, atrasando o ritmo de trabalho do grupo, ou trazendo algum outro tipo de prejuízo, pode tornar-se um forte obstáculo à entrada ou permanência dessas crianças na escola. (SEKKEL; CASCO, 2008, p. 26).

 

Assim entende-se que a inclusão é algo que está sempre em mudanças conforme com os movimentos sociais. Sempre lutando contra a desigualdade e divisão das pessoas na sociedade. A inclusão continua crescendo e precisa de estruturas bem organizadas, para que todos sejam respeitados e a sociedade entenda que a inclusão é responsabilidade de todos.

Mantoan (2015, p. 33), alega que a inclusão é prática primordial, tendo em vista a notável necessidade de melhorias nas condições da escola, que, para muitos, é o único lugar de acesso ao conhecimento. Segundo esta autora a inclusão se justifica “[...] a partir de três questões que são o alvo das iniciativas inclusivas, [...]”, que são: a questão da identidade e diferença; a questão legal e a questão das mudanças. Sendo assim, Mantoan (2015, p. 28) conclui que a inclusão “[...] prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular”.

O nível de transtorno do autismo é o que vai indicar o desempenho escolar do aluno. Algumas crianças com níveis maiores de autismo são mais dependentes de ajuda. Outras, com autismo leve, ou apenas alguns traços de autismo são capazes de acompanhar as aulas e conteúdos didáticos. Assim é preciso empenho e esforço do professor, por isso este deve ter uma formação adequada. É necessário conhecer bem o aluno para que seja possível o planejamento das suas práticas pedagógicas. É importante também que sejam feitos exames médicos e avaliações para ter todas as informações sobre o autista. Isso inclui vários profissionais como professores, fonoaudiólogos, terapeutas, psicólogos e familiares, para escolher a melhor metodologia a ser aplicada.

As instituições escolares tem um papel de fundamental importância para se ter o diagnóstico do autismo, é na escola que começam a ser percebidos os sintomas. Cunha (2014) afirma que na escola os estímulos devem ser próprios ao aluno para que ele possa desfrutar de um aprendizado eficiente. A educação é citada na LDB, conforme o artigo 58:

 

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. BRASIL (1996)

 

Para garantir que a inclusão realmente ocorra de fato, conforme o que diz LDB é preciso que exista o apoio diferenciado quando for solicitado na escola para atender alunos autistas. Deverão estar matriculados em salas de aula a não ser que o nível de autismo precise de serviços mais espe­cializados. A oferta para que ocorra a educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil (BRASIL, 1996; 2014).

Segundo Cunha (2014), é primordial que a escola entenda todo o impacto que a criança com autismo produz na vida familiar, tendo conhecimento que essa criança necessita de cuidados, atenção e entendimento especializado, e esse entendimento das dificuldades implica um olhar extensivo à família, para que juntos possam trabalhar nesse processo de educação.

 

Em qualquer que seja o grau de autismo da criança, Cunha (2014) informa que uma grande ajuda para esses indivíduos vem da relação fami­liar, em razão da interação social e do afeto. Assim, a escola e a família precisam estar unidas para garantir a aprendizagem, de forma que ela aconteça de forma igual na escola e na casa da criança. Assim o docente deve planejar e desenvolver práticas pedagógicas para incentivar aluno, “[...] a independência e autonomia diária do aluno, por meio de atividades, jogos ou brinquedos que representem e exercitem [...] aspectos da vida cotidiana” (CUNHA, 2016, p. 91). São algumas práticas pedagógicas para a inclusão de alunos com autismo:

  • Atividades para comunicação, cognição e linguagem: livros, jogos coletivos, pareamento de concreto com símbolo, música, desenho, pintura, jogos e atividades que utilizem novas tecnologias digitais e estimulem o raciocínio;

  • Atividades para desenvolvimento matemático: blocos lógicos, pareamento do concreto com o simbólico; encaixes geométricos, jogos e atividades que utilizem novas tecnologias digitais, atividades com temas do cotidiano e que estimulem o raciocínio lógico matemático;

  • Atividades para o desenvolvimento motor: exercícios que trabalhem as funções motoras e sensoriais, encaixes diversos, colagem, recorte, atividades físicas, atividades com música e de vida prática;

  • Atividades para socialização: atividades esportivas individuais e coletivas; atividades pedagógicas em que o aluno possa compartilhar com a turma o seu saber; atividades que possam ser realizadas por todos os alunos;

  • Atividades para o desenvolvimento do foco de atenção: atividades e pesquisas em áreas distintas do conhecimento sobre temas que o educando tem interesse; atividades com novas tecnologias digitais, recortes diversos com tesoura, música, arte, desenho, pintura e vida prática (CUNHA, 2016, p. 95).

Imagens ou figuras de paisagens, objetos, família, brincadeiras de faz de conta, são práticas da linguagem que o professor pode usar para incentivar o aluno a se comunicar, “[...] proporcionando condições para a construção de novos significados” (CUNHA, 2016, p. 69).

Sobre a rotina de alunos com autismo, alguns comportamentos podem trazer momentos de agitação e desconforto. Sendo assim o professor pode usar recursos e atividades na sala de aula para adaptar o ambiente para esta rotina. Tanto na escola como no lar pode ser organizado o dia a dia da criança autista. Dessa forma ela conseguirá se estruturar melhor e ter mais autonomia.

As práticas pedagógicas são muito importantes para a inclusão e o aprendizado. O professor pode fazer uso de estratégias para ajudar a aprendizagem e o desenvolvimento e capacidades do aluno. Este precisa ter a oportunidade de aprender numa sala de aula que deve ser transformada para ele. A inclusão escolar precisa ser também uma inclusão social para o aluno autista, para que exista uma escola para todos. Sobre o AEE – atendimento educacional especializado, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – PNEE (BRASIL, 2008) mostra que:

 

[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas [...] diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vista à autonomia e independência na escola e fora dela (BRASIL, 2008, p. 16).

 

A PNEE - Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 2008) faz uma orientação para as instituições sobre o AEE, atendimento educacional especializado. Trata este recurso como muito importante na inclusão de alunos especiais. Tem a função favorecer condições para o aluno ter autonomia e ser incluído nos meios sociais. O AEE, portanto, faz parte da educação especial, com salas de recursos multifuncionais.

 

O atendimento educacional especializado apoia o desenvolvimento dos alunos em todas as etapas da educação básica. É obrigatório nos sistemas de ensino e é realizado no turno contrário ao período comum, escola ou algum centro especializado que realize esse serviço educacional (BRASIL, 2008, p. 16).

 

É necessário também um planejamento bem organizado para atender os alunos autistas. Para isso a atuação dos professores de salas regulares e professores de atendimento especializado tem que trabalhar em conjunto com a escola. Pesquisando e buscando novas práticas, metodologias, atividades diferenciadas. É muito importante fazer o planejamento sabendo quais são os objetivos que pretende alcançar. As salas de recursos pode fazer com que os alunos com autismo fiquem mais independentes e tenham autonomia, acontecendo assim de fato a sua inclusão. Isso tudo com práticas sendo planejadas observando sempre a necessidade de cada aluno.

 

É o professor quem pode e deve entender o que cada aluno autista precisa, assim as práticas pedagógicas acontecem de acordo com o atendimento do aluno e conforme seu desenvolvimento. Cada vez mais são estudadas as características do autismo e muitas informações podem ser adquiridas, fazendo assim com que as estratégias de ensino sejam sempre mais satisfatórias atingindo os objetivos propostos. Para que a inclusão tenha sucesso a avaliação é muito importante, assim o professor faz as reflexões necessárias para as mudanças nas práticas pedagógicas. Sendo assim a avaliação também deve ser muito bem organizada e planejada, visando melhorar as práticas futuras para que tenham mais qualidade.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O autismo é algo bastante complexo, muitas vezes precisa ter o apoio de diversos profissionais, para que seja garantida a inclusão e a socialização. É preciso fazer mais estudos e avançar ainda mais em prol desta causa. Como proceder na inclusão quando ainda se tem muitos desafios a superar? Ainda existe um espaço grande entre a teoria e a prática inclusiva.

 

A criança autista deve ser tratada com igualdade perante a uma criança que não possui o diagnóstico, alguns compor­tamentos realmente são os mesmos. O autista poderá apresentar dificuldades de interação e comuni­cação. Mas se o trabalho com a criança autista for feito de maneira certa, o professor ou os próprios pais conseguirão desenvolver as ha­bilidades desta criança, alcançando assim a melhoria em sua qualidade de vida.

 

Apesar de algumas dificuldades, o autista pode, de acordo com o grau de autismo, aprender comportamento da sociedade, e se integrar cada vez mais. Com a escola fazendo sua parte, se tornando um ambiente inclusivo e preparando a criança. Nosso país tem leis específicas que garantem os direitos das pessoas com necessidades especiais. Mesmo assim é possível fazer algo a mais para que a inclusão realmente aconteça, com a união da escola e da família e também de toda a sociedade para mudar a imagem existente da inclusão.

Cada indivíduo pode fazer a sua parte na contribuição para mudar a realidade da inclusão, tornando-a de fato aceita totalmente pela sociedade. Para que aqueles que são considerados diferentes sejam tratados de forma igualitária. O processo de aprendizagem de um aluno com necessidades educativas especiais é ainda vista como um desafio. Mas as políticas públicas da educação inclusiva, através de documentos legais e orientadores, faz com que as instituições escolares estejam adequadas para esta realidade.

A inclusão de alunos autistas precisa das devidas adaptações de acordo com as diferenças individuais de cada um no processo de ensino-aprendizagem. As mudanças se forem necessárias podem acontecer ao se fazer reformulações na gestão escolar, por exemplo. Ao promover a formação continuada dos docentes, incentivando as reflexões, adaptações e novas metodologias.

A inclusão está em constante movimento, sempre mudando, se adaptando, renovando as práticas pedagógicas em sala de aula. A cada passo da inclusão do aluno com deficiência, em especial o autista, está sendo garantido a ele o direito de aprender do seu modo e no seu tempo, Ele vai sendo valorizando em suas características e capacidades, e seu aprendizado vai acontecendo de acordo com seu ritmo. Incluir significa estar sempre mudando, superando, resistindo a toda forma de desigualdade de indivíduos perante a uma sociedade.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394). Brasília: 1996.

_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Políticas Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008

_______ Ministério da Educação. Lei nº 13. 146, de 6 de julho de 2015.

BORTOLOZZO, Ana Rita Serenato. Banco de dados para o uso das tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica de professores de alunos com necessidades especiais. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2007.

CARNEIRO, Relma Urel Carbone. Formação de professores: da educação especial à inclusiva – alguns apontamentos. Jundiaí: Paco Editorial, 2012. p. 7-24.

CUNHA, E. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: WakEd, 2014.

CUNHA, EUGÊNIO. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2016.

LIMA, Francisco José de. Ética e inclusão: o status da diferença. In: MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis/RJ: Vozes, 2006. p. 54-66

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Summus, 2015.

MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. Inclusão escolar: algumas notas introdutórias. In: MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis/RJ: Vozes, 2006. p. 17-26.

MIRANDA, Theresinha Guimarães e FILHO, Teófilo Alves Galvão (org.). O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, 2012, p. 17-24

RAMOS, Rossana. Inclusão na prática: estratégias eficazes para a educação inclusiva. Summus, 2010.

SEKKEL, M. C.; CASCO, R. Ambientes inclusivos para a educação infantil: considerações sobre o exercício docente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. p.19-37.