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AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO

 

Aline Borrego Soares[1]

Angélica Araujo Cerizza[2]

Márcio Roberto Hobold[3]

 

 

RESUMO

 

Como há de se verificar foi observado através de uma visão neuropedagógica a associação da afetividade entre professor e aluno contando ainda com a contribuição dos teóricos, Jean Piaget, Henri Wallon, Vigotsky. Não se pode perder de vista o aspecto afetivo emocional de cada indivíduo que integra as suas experiências de vida, incluindo a alegria, o medo, a vergonha e a sexualidade. Partindo desse pressuposto o professor deve considerar o aluno como um todo tanto na sua forma cognitiva quanto na afetiva. Acima de tudo é fundamentar ressaltar através das emoções o aluno exterioriza seus desejos. Como se observa são manifestações que exprimem um universo importante e perceptível, porém pouco estimulado pelos métodos tradicionais de ensino.

Tendo como objetivo não somente descrever a importância da afetividade, como também relacionar na pratica sua influencia no processo de ensino aprendizagem.

 

Palavras-chave: Afetividade, percepção, aprendizagem.

 

ABSTRACT

 

As will be noted verify through a vision neuropedagógica the association of affection between teacher and student still counting with the contribution of theorists, Jean Piaget, Henri Wallon, Vygotsky and reporting of teachers working in the classroom.One can not lose sight of the emotional affective aspect of every individual who integrates their life experiences, including joy, fear, shame and sexuality. Based on this assumption the teacher should consider the student as a whole both in its cognitive and the affective. Above all is to emphasize support the student through the emotions externalizes his desires. As noted are manifestations that express a universe important and noticeable, but not stimulated by traditional teaching methods.
Aiming not only to describe the importance of affectivity, but also relate in practice its influence on the learning process.

 

Keywords: Affectivity, perception, learning

INTRODUÇÃO

 

Este trabalho tendo como foco a Neurociência através do estudo da Neuropedagogia, visando responder a associação da afetividade entre professor aluno. Nunca é demais lembrar o peso e o significado, uma vez que esta relação possui papel fundamental no desenvolvimento da criança.

O aspecto afetivo emocional de cada indivíduo integra as suas experiências de vida, incluindo a alegria, o medo, a vergonha e a sexualidade. Partindo desse pressuposto o professor deve considerar o aluno como um todo tanto na sua forma cognitiva quanto na afetiva.

Acima de tudo é fundamentar ressaltar através das emoções o aluno exterioriza seus desejos. Como se observa são manifestações que exprimem um universo importante e perceptível, porém pouco estimulado pelos métodos tradicionais de ensino.

O presente estudo tem como objetivo não somente descrever a importância da afetividade, como também relacionar na prática sua influência no processo de ensino-aprendizagem.

O trabalho se divide em: primeiro uma breve introdução, sequentemente a perspectiva de Neuropedagogia, seguido do conceito de afetividade sobre uma perspectiva da abordagem de Henri Wallon, Vigostsky e Jean Piaget, continuando o estudo não tão menos importante quanto os tópicos anteriores da pesquisa a relação professor e aluno, e por fim a conclusão.

 

desenvolvimento

 

 

2. a neuropedagogia

 

A Neurociência é o estudo do desenvolvimento do cérebro, a Neuropedagogia é o aproveitamento do estudo desta ciência em favor da educação, desta forma ajuda a escola a verificar os métodos realmente eficazes para o aprendizado. De acordo com RIESGO (2006) a Neuropedagogia é a interconexão entre saúde e educação, na qual o assunto é o aprendizado normal e seus principais conflitos.

Para Antunes (1999) o cérebro é o órgão por excelência da inteligência, desta forma para compreender como o ocorrem os processos intelectuais é preciso conhecer os mecanismos cerebrais. O cérebro é dividido em três partes fundamentais: o hipotálamo, o córtex e o sistema límbico.

O hipotálamo tem o tamanho de uma ervilha, apesar do seu tamanho, tem grande importância para os comportamentos humanos. Ele controla a temperatura corporal, a fome, sede, e os ciclos circadianos. È responsável pela expressão física das nossas emoções.

O córtex cerebral é a fina camada cinzenta que cobre o cérebro. Ele é dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) e subdividido em lobos (frontal, parietal, temporal e occipital). É responsável pelos movimentos do corpo humano e armazenamento de memória.

O sistema límbico é a região que controla nossas emoções como a afetividade. A inteligência é modificada pelo sistema límbico associando-se a várias outras funções ( a perceptivo motora e a cognitiva) e também  é percebida em diferentes regiões do cérebro. Para que a aprendizagem aconteça é necessário que a memorização aconteça, de acordo com Machado (2006, p.283):

 

[...] depende do sistema límbico, que está envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas e possivelmente também em seu armazenamento temporário e transferência para áreas neocorticais para armazenamento permanente.

Desta forma é possível verificar a relação entre o sistema límbico e a aprendizagem, onde ambos estão interligados pois esse participa do mecanismo da memória.

Ao nascer o cérebro tem cerca de cem bilhões de neurônios, transmissores de informações, que são capazes de produzir milhares de sinapses.

 

Eles dissolvem conexões pouco utilizadas ou fortalecem as ativas de uso freqüente. [...] Até idade avançada, sinapses serão fortalecidas ou enfraquecidas por novos estímulos, experiências, pensamentos e ações, o que [...] possibilita aprender durante toda a vida (FRIEDRICH e PREISS, 2006, p. 52-53).

 

De acordo com a Neurociência, os processos de aprendizagem modelam o cérebro através das sinapses, desta forma o ensino é estimulo a produção de sinapses, acionando o cérebro para que a aprendizagem aconteça.

 

3. Conceito de afetividade

 

A palavra afetividade é um termo que deriva das palavras afetivo e afeto. A Alencar apud Ranguetti (2002, p.88):

 

É composta de prefixo latino affectivus (que exprime desejo),pela vogal i, e de sufixo latino dade (ação, resultado de ação, qualidade, estado). Por sua vez, a palavra affectivus é formada pela partícula ad + verbo fácere. Por sua vez, a assimilado em af é indicativa de proximidade, intensidade. E o verbo fazer (fácere) tem significado de ação de alguém junto a outre [...].

 

Ela faz parte da vida do ser humano desde quando nasce, é através dela que o homem se desenvolve, esta possui importante papel nas suas relações em sociedade.

Segundo Aragão (2002, p.2):

 

Os afetos podem ser comparados ao tempero dos alimentos, que conferem características sem as quais eles perderiam qualidades individuais, capazes de enriquecer a experiência. O afeto é importante para se fazer um juízo das vivências, no sentido de serem boas ou más agradáveis ou desagradáveis, certas ou erradas, bonitas ou feias. A vida se torna vazia, sem sabor.

 

Dessa forma percebe-se que a afetividade dá “sabor à vida”, ela motiva as pessoas, então o professor deve tomar consciência dessa importância e ter isso como algo que transforme a sala de aula em ambiente, que releve não apenas o aspecto cognitivo, mas também o afetivo, pois este influência no aprendizado da criança.

As primeiras relações afetivas que a criança estabelece são com a família ou pessoas próximas. Ao entrar na escola ela se depara com outras crianças diferentes dela e também o professor, muitas vezes essa mudança deixa a criança insegura, por isso a importância da criança se sentir acolhida e valorizada, para que os aspectos afetivos sejam positivos.

 

3.1 Teoria de Henri Wallon

 

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu no ano de 1879, em Paris na França. Formou-se psicologia, medicina e fez também filosofia. Foi filiado ao partido comunista e sua obra originou-se do estudo com mais de duzentas crianças doentes, portadoras de retardo, epilepsia e outros tipos de patologia. Para este teórico o ser humano é organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar” (Dantas, 1992). Sobre a importância do meio, Wallon, afirma que:

 

O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e a suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras...

Não é menos verdadeiro que a sociedade coloca o homem em presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução e diferenciação individual. A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui uma possibilidade de escolha pessoal... Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela sonha constituem a “fôrma” que amolda a sua pessoa. Não se trata de uma marca aceita passivamente. (Wallon, 1975, p. 164,165,167)

 

A teoria Walloniana no aspecto pedagógico afirma que o desenvolvimento intelectual envolve mais do que os aspectos orgânicos, abalando assim as convicções em uma época em que erudição e memória eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon foi o pioneiro a levar em consideração não somente o corpo da criança, mas também suas emoções, para a sala de aula.

Como destaca Mahoney e Almeida (2006, p.59):

 

Partindo de uma perspectiva psicogenética, a teoria de desenvolvimento de Wallon assume que o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores ambientais. O foco da teoria é essa interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e sócioculturais.

 

 

Sendo assim para este teórico, a consciência tem origem nas emoções e será através destas que o sujeito passará do orgânico para o social e formará o seu psiquismo, tendo a todo o momento impacto das situações externas e internas.

 

3.1.1 As fases das inteligência na Teoria Walloniana

 

Wallon(1995) aponta que o ato mental nasce a partir do ato motor, no primeiro ano de vida a criança está apenas preparando suas condições sensório-motoras, desenvolverá as funções de pegar, andar e olhar, dominando estes aspectos poderá ao longo do segundo ano terá inicio uma exploração mais sistemática do ambiente que a cerca.

Suas ideias estão baseadas em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Para este teórico são cinco os estágios do desenvolvimento infantil, Wallon (1995, apud GALVÃO) descreve os períodos de desenvolvimento da criança:

. Impulsivo-emocional, que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê as pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico.

. Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da pressão, dão a criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estagio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores.

. Personalismo, ocorre dos três aos seis anos. Nesse estagio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas.

. Categorial, os processos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior.

. Predominância funcional, ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido ás modificações corporais resultantes da ação hormonal.

Para Wallon, as fases do desenvolvimento não são superadas, mas a cada passagem de uma para a outra há um processo de incorporação das conquistas anteriores que vão se tornando mais complexas.

 

 

3.1.2 A afetividade e o aprendizado na obra de Wallon

 

Para Wallon a emoção é um aspecto central no desenvolvimento do ser humano e está absolutamente ligada ao conhecimento. Portanto para este autor a escola somente será capaz de ensinar se levar em conta os sentimentos da criança e como estes interferem na aquisição do conhecimento.

A afetividade pode ser um fator aliado ao desenvolvimento. Segundo Wallon (1979 apud GALVÃO, 2003:

 

Paralelamente ao impacto que as conquistas feitas ao plano cognitivo têm sobre a vida afetiva, a dinâmica emocional terá sempre um impacto sobre a vida intelectual. […] É graças à coesão social provocada pela emoção que a criança tem acesso à linguagem, instrumento fundamental da atividade intelectual. (GALVÃO, 2003, p.76)

 

Portanto a escola proposta por Wallon supera a separação afetivo/cognitivo e procura aliar razão e emoção como processos que precisam estar integrados para que o desenvolvimento e o aprendizado ocorram, considerando este caráter unificado das emoções, no âmbito da prática pedagógica, é possível verificar o fortalecimento da afetividade na relação professor/aluno para que a aprendizagem se torne eficaz e prazerosa.

 

3.2 Teoria de Vigostki

 

Tendo como foco o desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre desenvolvimento e aprendizado, buscando compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da historia da espécie humana , como destacou Almeida, (2006).

A principal tese de Vigotsky defendeu a dualidade entre as teorias das emoções existentes, com base no pressuposto da filosofia cartesiana de que as emoções separam o corpo e a mente, essa teoria lhe trouxe estimulo no estudo do comportamento, ciências naturais e mais próximo da filosofia, voltado para a compreensão de significados e motivações humanas.Perdurando em uma grande dose de afeto e a cognição sendo tratados separadamente de forma isolada do funcionamento psicológico humano, Molka, (1995).

O individuo nasce como ser biológico, com uma estrutura filo e autogenética, havendo uma construção social-histórica através da inserção cultural.

Para Vigotsky o nível de desenvolvimento real da criança caracteriza o seu desenvolvimento de forma a referir a etapas já adquiridas pela criança, dessa forma as funções psicológicas que fazem parte do nível de desenvolvimento são aqueles já estabelecidos ou seja processos de desenvolvimento já concluídos. De acordo com Oliveira, 1991:

A concepção de Vigostky sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizado, e particularmente sobre a zona de desenvolvimento proximal, estabelece forte ligação entre o processo de desenvolvimento e a relação do individuo com seu ambiente sócio-cultural e com sua situação de organismo que não se desenvolve plenamente sem o suporte de outro individuo de sua espécie. É na zona de desenvolvimento proximal que a interferência de outros é mais transformadora. (Oliveira de K. Marta, 1991, pag.61)

 

Para Chalita, (1990) a inserção dessa concepção de Vigotsky para o ensino é imediata, a noção de desenvolvimento proximal é essencial, pois um individuo só imita as ações do outro, se esse outro está dentro de sua zona de desenvolvimento proximal. Ao Salientar a importância das interações sociais, introduz a interação da internalização como sendo fundamental para a aprendizagem, concluindo-se que se adquire o conhecimento apartir da interação entre as pessoas, se inserindo na cultura , assim moldando seu desenvolvimento.

A partir de Vigostky (2006) destaca-se a afetividade que surge entre professor e aluno como elemento inseparável do processo de construção do conhecimento, contando com a qualidade da interação pedagógica, vai transmitir a afetividade para o objetivo de conhecimento.

 

 

3.3 Teoria de Jean Piaget.

 

Jean Piaget estuda a lógica do pensamento, onde a gênese se encontra na lógica das ações dos primeiros 24 meses de vida. De acordo com Piaget o desenvolvimento psicológico é uno em todas as suas dimensões afetivas e cognitivas, ou seja a correspondência entre as construções cognitivas e afetivas, ou seja a correspondência entre as construções cognitivas e afetivas ao longo da vida do individuo ocorrendo as relações entre a afetividade, como destaca, Carrara (2004).

Afirmando que a afetividade e a inteligência são indissociadas e integradas no desenvolvimento psicológico, não havendo a possibilidade de ter duas psicologias para se explicar o comportamento. Na passagem do período sensório-motor( 0 á 2 anos) para o período pré-operatório( 2 á 6 anos) com o desenvolvimento através de jogos e símbolos e da imitação nota-se o papel dos sentimentos e das relações interindividuais na formação do sistema afetivo do desenvolvimento psicológico.

De acordo com Oliveira (1991) de modo geral a afetividade evolui a partir dos sentimentos instintivos vindos dos reflexos até as simpatias e antipatias e os correspondentes as construções representacionais para chegar aos sentimentos ditos normativos correspondentes ao sistema operatório da inteligência.

 

...a educação forma um todo, e a atividade que a criança executa com relação a cada uma das disciplinas escolares supõe um esforço de caráter e um conjunto de condutas morais, assim como supõem uma tensão da inteligência e mobilizações de interesses.

(Piaget, 1998,p.43)

 

Como observa-se Oliveira (1999), para Piaget a afetividade sozinha não sustenta o objetivo, sendo assim, faz se necessário a junção das funções cognitivas, bem como ditas anteriormente, acreditando na importância da distinção do predomínio dos aspectos cognitivos no meio. Defendendo ainda que toda conduta existe dois tipos de ações, a ação primaria e a ação secundaria que de acordo com sua tese ambas existem aspectos afetivos ligados como um regulador de forças.

Segundo a teoria de Piaget a afetividade é aspecto necessário, complementar e fundamental no desenvolvimento intelectual da criança,não havendo essa complementação não haverá desenvolvimento intelectual e cognitivo desse individuo.

 

4 RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO.

 

O professor se encontra em uma posição de estimável importância, desde a época dos primórdios da cultura grega, sendo vital para o amadurecimento da sociedade e a propagação da cultura.

Partindo desse princípio, Chalita (1990) resalta se que é de fundamental importância uma boa relação entre professor e aluno, pois tendo um bom relacionamento o aluno se sentira mais receptivo ao aprendizado, proporcionando um trabalho construtivo. Faz se necessário um conjunto de ações, como elaborar situações justas nas provas e atividades com dosagens que estimulem o aluno, a aplicação de aulas diferentes com os recursos possíveis. Utilizando dessas estratégias o professor busca um melhor relacionamento, dando assim a oportunidade para o dialogo estando aberto para novas experiências, aos sentimentos e aos problemas de seus alunos.

Sendo referencia de comportamento, valores e atitudes, sendo levado como modelo de conduta, modelo esse que reflete sobre sua vida, resgatando em muitos alunos a crença de que ele pode ser cuidado.

 

...Respeito ao aluno é o elemento fundamental a ser obedecido se se quer formar uma geração com capacidade simultânea de sonhar e de executar, uma geração que imagina utopias e lute para a concretizacão delas que se imponha metas e não tenha medo de tentar atingi-las, em qual quer idade... (CHALITA,GABRIEL. 1990. P.137).

 

Devendo se atentar de que o alunos traz com sigo uma bagagem de experiências de sua família, sejam ansiedade, bloqueios, medos, que propiciam uma possível barreira no processo de aprendizagem, onde se faz necessário o educador se dispor a ir ao auxilio desse aluno, se dispondo a diálogos para se obter um conhecimento prévio da situação que se encontra seu educando, trabalhando a partir desse momento com um método que se enquadre com a sua dificuldade, resgatando a alto confiança desse aluno, o professor amigo pode ser um farol que mostra a luz.Como destaca Freire (2007):

 

 

Não é certo,sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor de for severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponho nas minhas relações com os alunos, no trato dos adjetos cognoscíveis que devo ensinar.A afetividade interfira no comprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade.Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior o menor bem querer que tenha por ele. (FREIRE, PAULO.2007. P.141)

 

 

 

Conhecer o universo do aluno é um elemento muito importante é o caminho para que haja mediação de conhecimentos no qual deve ser realizada pelo professor. Compreende-se ainda que, em sala de aula a afetividade não será eficaz se não houver por parte do educador a competência didática, ficando assim a qualidade do ensino prejudicada.

Freire (2007) lembra que o conhecimento do universo e realidade do aluno deve ser feita de modo a não invadai-lo, deslumbrar-se e aprender coisas novas com o aluno é um facilitador para que o educando aceite a realidade que o professor leva para a sala de aula, dessa forma se sentindo parte integrada do aprendizado. A escola é um espaço onde se constroem relações humanas é a mola propulsora do desenvolvimento intelectual.

Segundo Freire (2007) a interação educador e educando vai além dos limites profissionais, escolares, bimestrais, e do ano letivo, é uma relação que deixa evidencia e deve sempre buscar a afetividade e o dialogo como construção e união do espaço escolar se tornando uma alavanca desencadeadora de mudanças no nível escolar como no sistema social, econômico e político.

O aluno sendo tratado com devido respeito, e sua história de vida sendo valorizada, será um aluno otimista, engajado, sendo a promessa para o país que queremos, pois é das escolas que sairão as pessoas que assumirão os postos de comando da nação, são as referencias para os novos tempos.

O relacionamento entre professor e alunos na sala de aula deve ir além da transmissão de conteúdos, a afetividade deve ser um elemento a mais para que a aprendizagem aconteça.

 

5. CONCLUSÃO

A partir das analise efetuadas com a contribuição dos teóricos Jean Piaget, Henri Wallon, Vigostki e ainda com base na neuropedagogia e relatos de profissionais da educação, neste presente trabalho pode se observar que o conceito de afetividade é uma peça chave para a do conhecimento.

Salienta-se ainda que a mesma está interligada as emoções das quais influenciam no processo de aprendizagem da criança, pois não há afinidade, haverá um comprometimento na aprendizagem não ocorrendo uma recepção adequada do que se está sendo ensinado, comprometendo o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem da criança.

Nunca é demais lembrar o peso e o significado, uma vez que é muito importante o profissional da educação manter um vinculo afetivo sólido com seu aluno, para assim o processo de ensino aprendizado se tornar prazeroso e benéfico para ambos, consolidando o processo de aprendizagem com êxito.

REFERÊNCIAS

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ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional: Novas estratégias. Petrópolis: Vozes, 1999.

 

CARRARA, KESTER .Introdução á psicologia da educação:Seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004.

 

CHALITA,GABRIEL. Educação a solução está no afeto. São Paulo:Gente,12° Ed. 1990.

 

CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Sextante. Rj, 2003.

 

FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia, saberes necessários e praticas educativas.São Paulo: Paz e terra, 2007.

 

FRIEDRICH, G.; PREISS, G. Educar com a cabeça. In: Viver, mente e cérebro. Ano XIV nº 157. Duetto Editorial. São Paulo, Fev/2006.

 

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento

infantil. Petrópolis/RJ: Vozes, 1995.

 

L.S. VIGOTSKI .A formação social da mente.O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo:Martins Fontes, 7°ed,2007.

 

MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

 

MOLKA, A. L. B. & GÓES, M. C .A linguagem e o outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. São Paulo: Papirus,1995.

 

OLIVEIRA, DE KOHL,MARTA.Vygotsky, aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-historico.São Paulo: Scipione, 1991.

 

OLIVEIRA,J.H.B DE FREUD E PIAGET .Os procedimentos da educação moral.In:(org.)Jean Piaget -sobre a pedagogia.São Paulo:Casa do psicólogo,1999,p.25-58.

 

OLIVEIRA, J.H.B DE FREUD E PIAGET. Afetividade e inteligência. São Paulo:Porto,1991.

 

ROTTA, Newra Tellechea. OHLWEILER, Lygia. RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

 

 

 

[1] Aline Borrego Soares. Licenciada em Pedagogia. Atua na área da Educação.

[2] Angélica Araujo Cerizza. Licenciada em Pedagogia. Atua na área da Educação.

[3] Márcio Roberto Hobold. Licenciado em Normal Superior e Química. Atua na área da Educação.