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O PAPEL DO GESTOR NA MEDIAÇÃO DOS CONFLITOS NO CONTEXTO ESCOLAR

Elisangela Aparecida Burgo Guevara

Ericléia Cristiane dos Santos Peres

Lucinéia Guevara Vieira

Neuvane Gamero Andrade Guevara

 

RESUMO

Os estabelecimentos de Educação Básica têm enfrentado dificuldades relacionadas à conduta dos seus professores, funcionários, alunos e pais diante dos conflitos que sucedem diariamente em suas dependências, e isso tem gerado um clima de insatisfação e angustia entre os profissionais e prejudicando o bom andamento das questões educacionais e relações de convivência. Compreendendo que o Gestor é o profissional que se encontra à frente das instituições e responde por ela surgiu este estudo com o tema: O papel do gestor na mediação dos conflitos no contexto escolar. Utilizando-se de uma pesquisa bibliografia foi possível compreender que o ser humano é um ser social e que as relações interpessoais fazem parte de sua existência e consequentemente os conflitos também, visto que cada ser é único e possui ideias, personalidades e visão de mundo diferente. O gestor escolar é peça fundamental para o desenvolvimento de um ambiente saudável onde a aprendizagem se efetive de forma concreta. Concluiu se no que se tange ao ambiente escolar o gestor tem o papel de mediar esses conflitos de forma imparcial se utilizando do diálogo, do respeito como meios onde os conflitos podem ser uma ferramenta de transformação e de mudança e não algo nocivo que destrói vínculos e atrapalha o crescimento.

 

Palavras-chave: Gestão. Relação Interpessoais. Conflitos. Mediação.

 

Introdução

 

Conflitos podem ocorrer em vários contextos de uma sociedade, no entanto o ato de administrar conflitos não é usualmente observado nas gestões de Instituições de Ensino, onde a cultura da gestão escolar dita que é mais correto sufocar conflitos do que mediar os mesmos, no entanto adotar tal posição pode trazer mais transtorno do que benefício, visto que essa postura pode abalar a relação existente entre gestor e reclamante “quebrando” definitivamente o círculo de confiança e respeito existente entre esses.

É incontestável a importância de uma atmosfera escolar que contemple uma convivência harmoniosa entre seus sujeitos seja para o desenvolvimento da aprendizagem, o principal objetivo da escola, seja para a formação do aluno de modo geral e o bem-estar de todos.

Nesse contexto, cabe ao gestor compreender as relações que se estabelecem no interior das instituições de ensino e ser capaz de negociar os conflitos que surgirem, se esforçando para oferecer um ambiente saudável aos diversos níveis de convivência. Sem dúvida, uma das tarefas mais difíceis para um gestor educacional é atuar diante da diversidade de comportamento. Por isso essa pesquisa buscou primeiramente compreender o que é gestão e as atribuições compatíveis a este cargo. Procurou também abordar o campo das relações interpessoais, visto que o homem é um ser social e se relacionar faz parte da sua existência. Em seguida entrou se no campo dos conflitos e seus sujeitos no ambiente escolar. Para finalizar buscou se identificar os caminhos usados pelos gestores para a possível solução dos conflitos dentro dos espaços escolares.

 

  1. 1. GESTÃO ESCOLAR

 

A educação é uma das principais bases da sociedade. Com isso em mente, pode-se imaginar a grande responsabilidade que envolve as tarefas relacionadas à gestão escolar.

Desde o século passado, o mundo experimenta um ritmo extensivo e intensivo de transformações provocando conflitos na sociedade, exigindo ressignificar a atuação dos profissionais e a gestão nas organizações. À medida que os problemas sociais colocam novos desafios e reeditam as incertezas, a globalização traz novos argumentos para o debate em torno da gestão escolar, direcionando-se no sentido de estabelecer relações entre as mudanças na economia mundial e as mudanças nas políticas/sociais, logo nas práticas educativas.

Mas o que é gerir? Embora não seja possível encontrar uma definição universalmente aceite para o conceito de gestão e, por outro lado, apesar deste ter evoluído muito ao longo do último século, existe algum consenso relativamente a que este deva incluir obrigatoriamente um conjunto de tarefas que procuram garantir um resultado eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organização, a fim de serem atingidos os objetivos pré-determinados.

Segundo Henry Fayol (1970)

 

O gestor é a pessoa a quem compete a interpretação dos objetivos propostos pela organização e agir, através do planeamento, da organização, da liderança ou direção e do controlo, a fim de atingir os referidos objetivos. Daqui se conclui que o gestor é alguém que desenvolve os planos estratégicos e operacionais que considera mais eficazes para atingir os objetivos propostos, concebe as estruturas e estabelece as regras, políticas e procedimentos mais adequados aos planos desenvolvidos e, por fim, implementa e coordena a execução dos planos através de um determinado tipo de comando e/ou liderança e de controlo. (FAYOL,1970)

 

Gestão significa gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas, a ser gerida ou administrada.

De acordo com Luck (2008, p.96) “gestão é um processo pelo qual se mobiliza e coordena o talento humano, coletivamente organizado, de modo que as pessoas, em equipe, possam promover resultados desejados”.

Na visão de Leme (2010, p. 113) “a importância da gestão para o cumprimento da missão educativa da instituição escolar dispensa maiores argumentos, em vista do consenso sobre esta posição”.

Gestão é uma expressão que ganhou força no contexto educacional, a partir da mudança de paradigma, do conceito de chefe, diretor, ou seja, com a comunidade escolar passando a ter uma participação efetiva nas tomadas de decisões que favorecem o trabalho dentro do ambiente escolar, porém sob a orientação e mediação do mesmo.

Deve-se observar, segundo Chiavenato (1994), que existe diferença entre chefe e líder; chefe é aquele que dispõe de autoridade formal mediante a investidura em um cargo, que tem o poder de deliberar e decidir dentro das limitações de sua competência, é aquele quem manda. Já o líder é aquele que é seguido, mesmo não dispondo de nenhum cargo de chefia, é líder porque é respeitado, e aceito por seus pares, é capaz de unir o grupo e de manter um bom relacionamento entre todos.

Segundo Freire:

 

Interessou-nos sempre, e desde logo, a experiência democrática através da educação. Educação da criança e do adulto. Educação democrática que fosse, portanto, um trabalho do homem para o homem, sem ele (2001, p.70).

 

Logo, não se admite mais no âmbito escolar a ideia de administração numa perspectiva autoritária, num controle de produção. Embora sejam tidas como sinônimas nos conceitos, na prática o termo gestão vem ganhando novas definições e conceitos indo além do trabalho de gerenciamento como é posto nas empresas. No âmbito escolar o termo gestão ganha essa nova semântica num sentido de democracia, em que o trabalho e participação de todos têm sua relevância.

O conceito de gestão está associado ao fato de que, o ensino necessita ser democratizado, e a partir dessa democratização o processo pedagógico e administrativo terá a participação de todos, visando à garantia de se buscar mediante um compromisso coletivo a melhoria significativa da educação e do relacionamento no ambiente escolar.

Na escola democrática, não há lugar para o individualismo, o “eu”, é preciso exercitar a democracia, a cooperação que tanto aparecem nas propostas pedagógicas das escolas, mas que pouco vemos na prática.

Dessa forma, Ferreira esclarece:

 

Porque a escola é um espaço por excelência de socialização, é à escola que compete à formação de um cidadão que, por estar bem inserido no seu meio, pode sem perda de identidade abrir-se a outros meios, ao diálogo que essa abertura comporta e ao respeito das identidades e de outras formas de estar no mundo. Tornar a escola um espaço dialógico de construção de identidades implica, como tem sido repetidamente notado, que a escola se torne numa organização democrática e participativa, aberta ao meio e dotada de um sentido de comunidade e da sua relação com a comunidade. (FERREIRA, 2006, p. 57).

 

A administração do espaço escolar vai além da resolução de problemas de infraestrutura e organização, ele tem de garantir a qualidade de ensino, e tudo isso lidando com pessoas diversas. Por isso é importante conhecer as estratégias que ele pode lançar mão para resolver possíveis conflitos, pois, quando bem conduzidos, os conflitos podem ser positivos, gerando a abertura de problemas ignorados, possibilitando novas ideias e estimulando a motivação, performance e produtividade.

A gestão democrática constitui uma importante prática no processo educativo, tanto pelo planejamento participativo, quanto pela capacidade de resposta urgente na resolução dos problemas enfrentados diariamente nas Instituições Escolares, pois entende-se que há um comprometimento maior por parte dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, o que facilita na mediação dos conflitos

Entender o papel do gestor escolar como uma das atividades que exige boa formação e constante busca na aquisição de novos conhecimentos aprimorando suas habilidades para que se crie um ambiente escolar saudável e produtivo é primordial, afinal “a qualidade da educação deve realizar-se mediante orientação da mais elevada competência e conhecimento profissional”. (LÜCK, 2009, p.9).

 

2. RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS NO AMBIENTE ESCOLAR

 

De acordo com a Psicologia e a Sociologia, podemos definir Relacionamento Interpessoal como a ligação, conexão ou vínculo entre duas ou mais pessoas dentro de um determinado contexto. Este, por sua vez, pode ser o ambiente de trabalho, familiar, social, religioso, amoroso ou educacional, por exemplo. Neste sentido, segundo o psiquiatra austríaco Sigmund Freud, considerado o pai da Psicanálise, o homem é, em sua essência, um ser relacional. Isso quer dizer que eu, você e as pessoas ao nosso redor temos esta característica nata.

O ser humano é um misto de físico, afetivo e cognitivo, não devendo ser pensado de forma estática e desmembrada, uma vez que ele é único e indissociável. No entanto, este ser global não é acabado e sua constituição se dá a partir da interação com o outro.

Fritzen (1987, p. 73) afirma que “as relações interpessoais constituem a medula da vida. Elas formam e entretêm a nossa identidade pessoal. Em certo sentido, nós nos tornamos e ficamos aquilo que somos graças à atenção que nos é dispensada pelos outros”.

Cada indivíduo, ao nascer, segundo Strey (2002, p. 59), “encontra-se num sistema social criado através de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-relações sociais”. O homem, desde seus primórdios, é considerado um ser de relações sociais, que incorpora normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade. Assim, a formação da personalidade do ser humano é decorrente, segundo Savoia (1989, p. 54), “de um processo de socialização, no qual intervêm fatores inatos e adquiridos”. Entende-se, por fatores inatos, aquilo que herdamos geneticamente dos nossos familiares, e os fatores adquiridos provém da natureza social e cultural.

De acordo com o tipo de relação estabelecida, a interação social pode ser:

  • Interação Social Recíproca: quando há interação entre as partes que interagirão, que pode ser, pessoas ou grupos. Nesse caso, ambos se influenciam e determinam os comportamentos sociais, tal qual numa conversa com os amigos.

  • Interação Social Não-Recíproca: nesse tipo de interação, a principal característica é a unilateralidade, ou seja, quando não ocorre a interação social de ambas as partes, por exemplo, quando estamos vendo televisão (somente nós que somos influenciados por ela e não o contrário).

A escola é um sistema social que é composto por pessoas com diferentes culturas que interagem no espaço escolar. As interações sociais assumem um papel importante quando se pretende promover um desenvolvimento e uma aprendizagem significativa. Assim, e tendo em conta que é através do desenvolvimento destas interações com os outros e com o meio que desenvolvemos as competências sociais necessárias ao saudável crescimento de qualquer ser humano, é através do contato com os outros que sobre as práticas que devemos adaptar e sobre aquelas que devemos melhorar, sendo isto fundamental para uma vida plena em sociedade e consequente convivência democrática com os outros.

Um grupo de pessoas se transforma em uma equipe quando consegue criar um espírito de trabalho coletivo no qual as diferenças pessoais se transformam em forças na busca de objetivos comuns.

O respeito mútuo que se estabelece garante a harmonia das relações interpessoais na escola e na sala de aula e é caracterizada como um verdadeiro fenômeno social. Nas relações interpessoais, encontram-se ações consideradas negativas e positivas, sendo Positivas: aceitar as pessoas como elas são, ouvir com atenção os sentimentos do outro, ser paciente, ser simpático, demonstrar interesse e respeito pelo outro e etc, e Negativas: acomodar-se, se tornando um indivíduo “morno” e sem graça, julgar de forma equivocada e desnecessária, impor pensamentos e opiniões e etc, conforme nos afirma Minucucci (1978) “saber ouvir é uma das mais importantes ferramentas de comunicação interpessoal, vindo em segundo a empatia, pois a sensibilidade social faz com que o sujeito compreenda determinadas situações sem precisar se envolver de forma direta”

Na visão de Weiss (1992, p.17) “uma vez que cada um aceite o outro como e pelo que ele é, torna-se possível empregar métodos para que o relacionamento se dê de maneira eficaz”. Ou seja, ao entender o comportamento do outro, consegue-se lidar mais facilmente com os obstáculos criados nas relações.

 

3. CONFLITOS NO AMBIENTE ESCOLAR

 

Desde o início da humanidade os conflitos existem, fazem parte do processo de evolução dos seres humanos. Os homens vivem em um mundo social cheio de tensões e contradições, que se manifestam de diferentes formas de conflitos, onde a desigualdade é a força que os move. Esta dinâmica é o ponto central das relações humanas, condição básica para a vida social e, no entanto, indispensáveis para o desenvolvimento e crescimento de quaisquer sistemas sociais organizacionais, seja este familiar, social, político, entre outros.

Homem vive uma vida de conflitos, desde os conflitos próprios da infância, passando pelos conflitos pessoais da adolescência e, quando, visitados pela maturidade, continua a conviver com o conflito intrapessoal (ir/não ir, fazer/não fazer, falar/não falar, comprar/não comprar, vender/não vender, casar/não casar etc.) ou interpessoal, que surge de uma divergência entre dois ou mais indivíduos, como, por exemplo, no âmbito escolar entre alunos, professores, pais e demais funcionários.

Tuvilla Rayo (2004, p.129) pontua que: “O conflito pertence à natureza humana, indispensável ao crescimento e desenvolvimento das pessoas e das sociedades”. Mas, se forem mal gerenciados podem desencadear comportamentos violentos, impossibilitando assim convencia e o bom funcionamento da instituição.

Segundo Neves (2011:582), para que haja um conflito interpessoal é preciso que cada uma das partes interprete a situação, depois que exista alguma forma de oposição e incompatibilidade, e por último que ocorra alguma forma de interação ou de interdependência entre as partes.

Assim sendo, Bilhim (1996) defende o conflito como um processo no qual o esforço é propositadamente feito por “A” para destruir o esforço de “B”, com recurso a qualquer forma de bloqueio que resulte na frustração de “B”, no que concerne à prossecução das suas metas e ao desenvolvimento dos seus interesses.

Na escola o convívio é diário, e esse contato traz consigo a possibilidade de conhecer o outro mais de perto, percebendo de maneira mais intensa, entendendo as características, constatando os gostos, as habilidades ou dificuldades. Nesse convívio diário surgem as afinidades, amizades e o convívio tornar-se algo muito importante nesse ambiente relacional de troca de conhecimento, de partilha e de atitudes que ajudam um ao outro. Pode ser também um lugar de conflito, pois nem todos gostam das mesmas coisas, existem diferenças comportamentais e atitudes que podem gerar situações de desigualdade e conflito. Segundo Mosquera e Stobäus (2004), a “grande parte dos problemas que as pessoas têm provêm de sua própria pessoa ou da relação que estabelece com as outras pessoas” (2004, p. 92).

O conflito escolar pode ter origem tanto fora como dentro da escola. Os indivíduos normalmente trazem para dentro do ambiente de ensino uma carga de natureza social e individual significativa.

Conflitos gerados por meios extraescolares têm raiz nos problemas sociais, de sobrevivência, de qualidade de vida, de relações familiares ou mesmo problemas de saúde psíquica e isto pode afetar diretamente o ambiente de trabalho, causando baixo rendimento, desmotivação, atrapalhando o bom funcionamento da instituição gerando consequentemente conflitos internos, como baixa autoestima, desmotivação, desanimo apatia, etc.

Dentro da escola, os conflitos podem ter origem em aspectos como a proposta curricular, a metodologia do professor, o desinteresse do aluno, as condições do local de trabalho, o salário, a probabilidade de crescimento profissional, o descumprimento das normas internas, dentre outros aspectos.

Não há como ignorar que os conflitos estão presentes na escola e que apontam aspectos essenciais que precisam ser contemplados dentro da proposta pedagógica e da prática educativa, ou seja, é preciso educar para o conflito como destaca Saéz:

 

Como a convivência entre os seres humanos está cheia de conflitos de todo tipo, os quais habitualmente se resolvem por meio da força, da coerção ou da violência, o objetivo de uma educação para a paz seria a generalização de um tratamento desses conflitos baseado no diálogo, na cooperação e no respeito mútuo entre os principais atores envolvidos nos problemas. Mais do que de educar para a paz, é preciso educar para o conflito. (Saéz, 2003, p.66)

 

Ao definirmos conflito como o resultado da diferença de opinião ou interesse de pelos menos duas pessoas ou conjunto de pessoas, devemos esperar que, no universo da escola, a divergência de opinião ocorra entre alunos, professores, pais e demais funcionários (administrativos, limpeza e cozinheiras)

 

3.1 CONFLITOS ENTRE PROFESSORES E ALUNOS

 

Percebe-se um quadro preocupante para todo o sistema educacional. Professores se ausentando das aulas com licença médica devido ao stress ou mudando de profissão; alunos sofrendo com a troca constante de professores e baixos índices de aprendizagem.

No passado professores tinham que lidar com alguns alunos difíceis por turma, mas hoje as coisas se inverteram, e o que era exceção aos poucos foi se tornando a regra. Professores estão tendo que lidar com turmas fora de controle o tempo todo, em alguns casos, com mais da metade de alunos mal comportados por sala, sem respeito por regras e que desprezam qualquer tipo de autoridade.

O cenário que o professor como um todo enfrenta é de baixa remuneração, superlotação das salas de aula, aumento da indisciplina e do desrespeito, desvalorização social e falta de estrutura e de recursos nas escolas. Essa pressão tem tido repercussões, esses profissionais chegam nas salas de aulas fragilizados, em um nível de stress altíssimo, muitos têm deixado a profissão mais cedo e cada vez menos estão entrando nela.

Do outro lado o aluno que traz consigo uma história de vida, embora ainda tão pequena, marcada muitas vezes por abandono, maus tratos, famílias desestruturadas, rejeição e miséria, ou então crianças que vivem abandonadas nas mãos de babas para os pais trabalharem e que sentem a necessidade de suprir toda essa ausência fazendo todas as suas vontades, em consequência criam filhos sem limites, sem aprender o real valor das coisas que não conseguem ouvir um não.

Segundo Grillo (2004, p. 79),

 

Todo aluno traz para a sala de aula uma história pessoal, com experiências particulares vividas na família, na sociedade, com disposições e condições diversas para realizar seu percurso de estudante, e expectativas diferenciadas com relação a um projeto de vida (GRILLO, 2004)

 

 

3.2 CONFLITO ENTRE ALUNOS

 

Desde os primeiros anos escolares, o estudante deve entender a importância do companheirismo, da partilha e cooperação. Aprender a respeitar desde cedo, dividir tarefas, discutir e respeitar opiniões, auxiliando no crescimento como estudante e como pessoa.

O relacionamento entre os alunos não é algo muito simples, por apresentar pessoas com histórias diferentes e com objetivo de vida diferente, é uma relação rodeada de competição, de disputa de espaço, de poder e necessidade de autoafirmação junto aos colegas.

Capucho e Marinho (2008) diz:

 

Denota que geralmente os autores das agressões são oriundos de famílias desestruturadas onde os vínculos afetivos entre os seus membros são muito frágeis, e que é comum o uso da agressividade para solucionar os problemas cotidianos pelos próprios pais ou responsáveis, que são o referencial.

 

Desse maneira, à medida que se abordam circunstâncias de conflitos entre estudantes, tem que se levar em conta como modificar os padrões comportamentais da vítima, com o objetivo de que esta apresente-se menos propensa a outras investidas, em vez de somente culpabilizar o agressor, o que muitas vezes de fato não contribui efetivamente para o problema.

A tendência da maioria dos professores é valorizar alunos obedientes, submissos e passivos, levando algumas crianças a concluir que quaisquer outras soluções para conflitos são indesejáveis.

No entanto Burguet (2005) esclarece que:

 

Os alunos necessitam entender os conflitos, aprender formas alternativas para resolvê-los e buscar soluções que sejam satisfatórias para todos. As frequentes soluções a que se chega com um ganhador e um perdedor – com todos os danos psicológicos e políticos que isso comporta – poderiam ser diferentes favorecendo formas nas quais as duas partes sejam ganhadoras, (BURGUET, 2005, P.42).

 

Bullying, notas, amizades, desafetos e até relacionamentos. Os motivos podem ser simples ou fúteis, mas as brigas nas escolas podem tomar dimensões ainda maiores, fazendo vítimas do trauma em um ambiente que deveria representar acolhimento e atenção. As redes sociais potencializam ainda mais as diferenças entre os jovens e dão ainda mais visibilidade aos conflitos dentro e fora de sala de aula, deixando a questão ainda mais preocupante.

Outra preocupação no ambiente escolar são as armas de fogo. Seja para impressionar os colegas, ameaçar ou causar pânico, é cada vez mais comum, mesmo nos colégios brasileiros, a ocorrência de adolescentes que levam armas para dentro das salas de aula. Casos já aconteceram inclusive no Brasil. Em 2017, um menino de 14 anos, que era alvo de bullying por alguns dos colegas, levou a arma de um dos pais, policiais, para uma escola particular em Goiás, e assassinou dois alunos e deixou outros feridos

 

3.3 CONFLITOS ENTRE FUNCIONÁRIOS DA ESCOLAS

 

Todo conflito no trabalho pode ser entendido como a manifestação de pequenas ou grandes frustrações acumuladas ao longo do tempo. Essas, por sua vez, costumam resultar de expectativas não atendidas. Alguém tem uma visão sobre onde quer chegar com um projeto em que está envolvido e, por algum motivo, acaba se sentindo tolhido, limitado ou mesmo prejudicado por outro colega.

Quando os colaboradores não se dão bem entre si é comum que ocorra a perda de produtividade no setor em que eles atuam. Sem sinergia e com pouco espírito de trabalho em equipe, dificilmente uma atividade será realizada com a maestria necessária.

Chiavenato (2009), afirma que os conflitos são largamente conhecidos por suas consequências, destrutíveis e indesejáveis como o sentimento de frustração para o grupo ou pessoa que perde a disputa, hostilidade, ansiedade, aumento da coesão grupal gerando perda da eficácia no desempenho, desvio das energias que deveriam ser voltadas para realização do trabalho, recusa na cooperação entre os grupos que tentam bloquear as atividades da outra parte.

As principais causas de conflitos estão relacionadas a: choques de interesses, medo, frustração, disputada pelo poder, mudanças estruturais e até mesmo falhas de comunicação os “mal entendidos” são um dos mais frequentes causadores de conflitos.

Pessoas fracas e inseguras assumem constantemente a posição de ataque ou de defesa. Suas ações podem não condizer com as suas palavras. As percepções podem tornar-se constantes, começam a criticar os seus oponentes e considerá-los como inimigos. Quem pensa que é o bom não é realmente bom para a saúde da organização.

 

3.4 CONFLITOS ENTRE PAIS E ESCOLA

 

Atualmente, a relação família escola tem sido alvo de discussões de teóricos da educação e, também, dos diversos segmentos da sociedade, que apostam nessa relação, como um dos fatores que deverão garantir o sucesso dos alunos em suas trajetórias escolares

Porém o que se tem visto ultimamente são pais procurando a escola para declarar insatisfação com relação aos professores. As reclamações mais comuns são: professores que atrasam a saída dos alunos, que não corrigem tarefa, que não deixam ir ao banheiro e que gritam com os alunos. Muitos pais alegam que a função de educar é da escola e que eles não tem tempo para isso já que trabalham o dia todo.

Do outro lado professores reclamam que os pais não participam da vida escolar dos filhos e que estes chegam na escola sem ter limites, mimadas e que acabam prejudicando não somente a si própria como os colegas de classe e atinge até mesmo o emocional dos professores e funcionários da escola.

Sobre a relação de pais e professores Cunha (2000, pg47), diz:

 

[…] Se perguntarmos aos pais, possivelmente obteremos uma extensa lista de insatisfações quanto à escola que cuida de seus filhos. Se fizermos a interrogação aos professores, é provável que estes apontem inúmeros aspectos em que as famílias deixam a desejar. No momento, vemos intensificado esse confronto por causa dos inúmeros fatos que compõem o lamentável quadro de violência que atinge as instituições e a todos preocupa.

 

4. O PAPEL DO GESTOR NA MEDIAÇÃO DOS CONFLITOS NO AMBIENTE ESCOLAR

 

A gestão de conflitos dentro de uma instituição de ensino requer estratégias, lidar com as diferenças entre professores, alunos, pais e demais colaboradores demandas diferentes abordagens para um mesmo problema, sendo assim o cabe ao gestor educacional buscar conhecimentos para resolver as possíveis situações de conflito.

Lembrando que um dos princípios que sustentam a resolução de problemas é a mediação, para Almeida (2009) torna-se necessário lidar com o conflito mediante soluções criativas e cooperativas, substituindo o paradigma ganha-perde pelo paradigma ganha-ganha, proporcionando satisfação mútua às partes discordantes

A autora Lília Maia de Morais Sales conceitua a mediação como:

 

[…] procedimento consensual de solução de conflitos por meio do qual uma terceira pessoal imparcial – escolhida ou aceita pelas partes – age no sentido de encorajar e facilitar a resolução de uma divergência. As pessoas envolvidas nesse conflito são as responsáveis pela decisão que melhor a satisfaça. A mediação representa um mecanismo de solução de conflitos utilizado pelas próprias partes que, motivadas pelo diálogo, encontram uma alternativa ponderada, eficaz e satisfatória. O mediador é a pessoa que auxilia na construção desse diálogo.

 

O mediador é o elemento imparcial que auxilia e estimula o diálogo entre as partes litigantes, com o objetivo de esclarecer todos os detalhes e aspectos do conflito, dando-lhe uma nova interpretação e possibilitando uma solução justa, satisfatória e definitiva, por meio de técnicas que valorizem as relações humanas.

Muszakt (2003) Observa que a mediação é essencial para pôr fim a decadente mentalidade que nos leva a situação de vítima e algoz, do bem contra o mal, enfim, é pela prática da mediação que temos a possibilidade de mitigar as análises equivocadas e a geração de processos judiciais longos e ineficazes.

De acordo com Jares (2002), o processo de mediação deverá:

 

1. Favorecer e estimular a comunicação entre as partes em conflito, o que traz consigo o controlo das interações destrutivas;

2. Levar a que ambas as partes compreendam o conflito de uma forma global e não apenas a partir da sua própria perspectiva;

3. Ajudar na análise das causas do conflito, fazendo com que as partes separem os interesses dos sentimentos;

4. Favorecer a conversão das diferenças em formas criativas de resolução do conflito;

5. Reparar, sempre que viável, as feridas emocionais que possam existir entre as partes

 

 

Em um cenário de conflito cultivar o diálogo é fundamental. Mas o diálogo não surge do nada! É preciso criar um ambiente escolar favorável para que ele apareça e cresça.

A comunicação do gestor deve ser constante com professores e funcionários da sua escola, para que o trabalho de equipe na elaboração e execução do seu planejamento seja uma realidade, para que o trabalho coletivo sirva como um fator de sinergia para os resultados das instituições educativas. Com os pais dos alunos e demais membros da comunidade, para que estes participem da vida escolar e contribuam para o seu melhoramento.

O gestor deve adotar na escola uma cultura permanente de diálogo, o exercício do diálogo não pode acontecer apenas quando houver atrito, mas deve ser um trabalho sistemático e contínuo.

O papel do Gestor Escolar é ser estrategista, animador, incentivador e promotor de ações que afetam e contribuem positivamente com o todo da escola

A escola numa perspectiva democrática deixa de ser mera receptora das decisões para se tornar sujeito da ação educativa, superando assim o autoritarismo e a exclusão. Tratando-se de um processo de gestão participativa, subentende-se a participação da instituição como um todo. Segundo Lück (2002, p. “o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.

Segundo Gadotti (2001, p. 28-30).

 

A pedagogia da práxis é a teoria de uma prática pedagógica que procura não esconder o conflito, a contradição, mas, ao contrário, as afrontas, desocultando-os. Mas, a pedagogia da práxis não é uma pedagogia inventada a partir do nada. Ela já tem uma história. Ela se inspira na dialética. […] Conflito é uma categoria que continuo utilizando como essencial a toda a pedagogia: o papel do pedagogo é educar e educar supõe transformar e não há transformação pacífica. Ela é sempre conflituosa. É sempre ruptura com alguma coisa, com preconceitos, com hábitos, com comportamentos, etc. […] Ela continua sendo minha pedagogia, a pedagogia que procuro praticar, mesmo reconhecendo as dificuldades. Nem sempre estamos dispostos a enfrentar o conflito. Nem sempre estamos dispostos a assumir o ônus de nos envolver, de assumir o risco do engajamento. Mas só assumindo esse risco é que podemos nos tornar educadores. O educador é aquele que não fica indiferente, neutro, diante da realidade. Procura intervir e aprender com a realidade em processo. O conflito, por isso, está na base de toda a pedagogia. O referencial maior dessa pedagogia é a práxis, a ação transformadora. […] Práxis, em grego, significa literalmente ação. […] A pedagogia da práxis pretende ser uma pedagogia para a educação transformadora.

 

 

De acordo com a citação acima, e tendo em vista ser a escola um espaço privilegiado para que as relações aconteçam, se faz necessário o diálogo entre os partícipes e envolvidos no trabalho da educação, objetivando a efetivação de uma gestão escolar democrática e visando a ressignificação dos processos pedagógicos

Segundo Freire (1996), ensinar exige saber escutar, e escutar significa “a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro” (p. 119). Nos alerta, ainda, que o diálogo não pode existir sem esperança e sem o amor pelos outros homens: “o diálogo é uma necessidade existencial” (p. 96). Essa também deve ser a crença do mediador, que deve estar especialmente atento aos sem voz, aqueles que já desistiram de falar e assim os encorajar a expor suas ideias, incertezas e sugestões

Ferreira (2007, p. 1242-1243), diz que:

 

Respeito, paciência e diálogo como encontro de ideias e de vida “única forma superior de encontro” dos seres humanos, os únicos seres vivos que possuem esta condição e possibilidade e que não a utilizam. Diálogo, como fundamental caminho em todas as suas possíveis formas, entendido como “o reconhecimento da infinita diversidade do real que se desdobra numa disposição generosa de cada pessoa para tentar incorporar ao movimento do pensamento algo da inesgotável experiência da consciência dos outros” (FERREIRA apud FERREIRA, 2007, p.1242).

Diálogo com uma generosa disposição de abrir-se ao “outro” que irá “somar” compreensões convergentes ou divergentes no sentido da construção da humanização das relações. Diálogo como confraternização de ideias e de culturas que se respeitam porque constituem diferentes produções humanas. Diálogo como uma verdadeira forma de comunicação humana, na tentativa de superar as estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e as práticas educativas a fim de se construir, coletivamente na escola, na sociedade em todos os espaços do mundo, uma nova ética humana e solidária. Uma nova ética que seja o princípio e o fim da gestão democrática da educação comprometida com a verdadeira formação da cidadania. Fraternidade, solidariedade, justiça social, respeito, bondade e emancipação humana, mais do que nunca, precisam ser assimilados e incorporados como consciência e compromisso da gestão democrática da educação – princípios que necessitam nortear as decisões a serem tomadas no sentido da humanização e da formação de todas as pessoas que vivem neste planeta. (Id ibidem).

 

 

Diante do exposto, percebemos que a prática do diálogo pode ser uma alternativa que leve os gestores, junto a as instâncias colegiadas, a uma verdadeira práxis como ação e reflexão para uma educação transformadora onde o ambiente escolar seja saudável, harmonioso em que os alunos, professores, funcionários e pais tenham liberdade para interagir com seus colegas. Os conflitos estarão sempre presentes tanto nos ambientes escolares como em qualquer outro, pois são inerentes ao ser humano, porém quando resolvidos com base na razão e na natureza, a mobilização dos recursos e da energia entre as partes promove a busca criativa de soluções, eleva a habilidade das pessoas para o trabalho em equipe e, acima de tudo, estimula a confiança e o relacionamento entre as partes.

 

Considerações Finais

 

A escola é um conjunto de fatores materiais e humanos interligados, é um espaço de construção das relações, por possibilitar aos seus sujeitos uma maior interação e por estar aberta a novas experiências. Assim sendo possibilita que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de maneira autônoma, participativa e prazerosa.

Em uma escola ou em qualquer outro ambiente de trabalho as pessoas não precisam ser melhores amigas, mas elas precisam entender que para trabalhar lá elas devem deixar as questões pessoais, as diferenças e muitas vezes “tirar o olho do seu próprio umbigo”, para se focar em um objetivo maior. Mas, nem sempre é isso o que acontece, no ambiente organizacional é frequente a existência de conflitos decorrentes de uma série de fatores causados pela união de inúmeras culturas, pensamentos diferentes, insatisfações e frustrações, tudo isso em um mesmo ambiente.

Infelizmente, nossa educação até hoje tem privilegiado a fuga dos conflitos, não o seu enfrentamento. Então ficamos com um monte de conflitos pequenos sem solução que vão se acumulando até que viram quase insolúveis. Em segundo lugar, é fundamental estar aberto ao diálogo, ouvir todas as partes que fazem parte do conflito. Dialogar com imparcialidade e tentar encontrar as estratégias adequadas para aquele conflito.

O gestor é mediador nessas relações, é ele que chama para si a responsabilidade de unir o seu grupo em prol de um bem comum a todos, que é a aprendizagem significativa dos alunos.

Após este estudo, podemos concluir que o gestor para ajudar a solucionar um conflito primeiramente deve ser imparcial na análise da questão, é importante olhar para a situação com os olhos do outro e analisar qual é de fato o motivo do conflito. Através do diálogo, do respeito e do amor ao próximo é possível que o gestor desempenhe o papel de mediador de forma eficiente.

 

 

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