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EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA: A RESSIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CUIABÁ - MT

Jadilson da Silva1

Rubiane Augusta Marques 2

Simone Tsunoda3

Vanessa Filártiga Brites da Silva4

Vanessa Valadares Pinheiro da Silva 5

 

Resumo:

O artigo evidencia a prática pedagógica desenvolvida por um grupo de professores e Técnicos de Desenvolvimento Infantil- TDI junto à educação Infantil em tempos de Pandemia em uma Escola e um Centro de Educação Infantil vinculado à Rede Municipal de Ensino em Cuiabá-MT. Trata-se da um estudo de natureza bibliográfica via descrição de uma experiência educativa que exigiu dos educadores a ressignificação de suas práticas, tendo em vista a urgência apresentada pela necessidade do distanciamento social em função do Covid 19. O artigo possui como foco o ano de 2020 e se baseia em autores e documentos relativos à temática. Como resultados temos que chegou ao fim a hegemonia da didática comeniana, a ruptura de paradigmas até então cristalizados e abre espaço para novas possibilidades educativas, dentre as quais o Ensino Remoto.

Palavras Chave: Educação Infantil. Práticas Pedagógicas. Ressignificação. Rede Municipal de Ensino. Cuiabá-MT.

 

Introdução

O ano de 2020 certamente será lembrado pela humanidade por inúmeras razões, dentre as quais pela pandemia do Covid 19- SARS-CoV-2, fenômeno que tem colocado em xeque convicções, posturas e o próprio futuro. Neste sentido, nos colocamos a refletir quanto ao processo de ressignificação das Práticas Pedagógicas desenvolvidas junto à Educação Infantil na rede Municipal de Ensino em Cuiabá-MT.

Ao longo do tempo e mais especialmente no decorrer dos séculos XX e XXI as discussões sobre a Educação a Distância ganharam espaço via o desenvolvimento de teorias que absorveram a utilização das tecnologias de informação e comunicação no sentido de criar as possibilidades de ensino e de aprendizagem, apresentando-se como uma modalidade de ensino. Na atualidade, a modalidade de Ensino a distância, reconhecida pelo Ministério da Educação6, não se trata de uma novidade em se tratando das diferentes modalidades de ensino, sendo amplamente utilizada por docentes e estudantes em lugares e em tempos diversificados e inclui a Educação Infantil.

Partindo da idéia de que a realidade consiste em um devir em movimento e em processo em conformidade com o pensamento de Morin (2007), a pandemia do Coronavírus (COVID-19), exigiu que as escolas no mundo paralisassem suas atividades presenciais e abriu um debate sobre o Ensino a Distância (EaD), no sentido de contemplá-la também na Educação Básica.

A necessidade do distanciamento social gerou a necessidade da mediação pedagógica não presencial tornando-se uma realidade presente no espaço das unidades educacionais a exigir novas possibilidades didático-pedagógicas, com novas formas de interação pelos espaços e meios virtuais ou remotos também na Educação Infantil. E o questionamento de todos aqueles que lindam com a educação, professores, gestores, técnicos ou pais é: como trabalhar o Ensino a Distância (EaD) com estudantes da Educação Básica?

Diante do exposto, cabe questionar: Qual a função de um projeto pedagógico com o uso das tecnologias? Como desenvolver o processo de construção do conhecimento? Existe uma metodologia única? Ou seja, qual a proposta de currículo e de ensino poderá ser efetivada por meio desse projeto? Como identificar as relações a serem estabelecidas, facilitadas e mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação no âmbito do ensino e da aprendizagem de estudantes da Educação Básica?

A pandemia mostrou que se faz necessário refletir sobre o cerne do currículo da Educação Básica, agora perpassado por um complexo e inevitável processo de alteração didático-pedagógica. Com base na teoria da complexidade de Edgar Morin (2007) e as teorias de Maturana e Varela (2005), os educadores se vêem na necessidade de considerar a interatividade, intersubjetividade, emergência, auto-organização e causalidade como elementos fundantes para desenvolver um processo educativo coerente com as reais necessidades na contemporaneidade.

O pensar de modo complexo em conformidade com o pensamento de Morin (2007) e as teorias de Maturana e Varela (2005) dispensa as simplificações e a fragmentação da realidade, por isso é diferente do paradigma tradicional, de forma a se apoiar na separatividade, na fragmentação, na causalidade linear e numa suposta ordem. Fica evidente que no século XXI em função da pandemia, não é mais possível absorver o modus operandi do Ensino, tendo em vista que na atualidade as relações estão mediatizadas pelas redes sociais digitais, em que os estudantes se relacionam e se encontram virtualmente para conversar sobre assuntos de interesse comum. Ou seja, a pandemia oportuniza a criação de novas formas de se relacionar, em uma dinâmica de compartilhamento de informações e conteúdo das atividades diárias que absorvem também, as suas experiências de estudo e escolarização.

É diante desta nova realidade que envolve as relações e compartilhamentos de saberes que surge o ensino híbrido, evidenciando que a unificação no ato de aprender não justifica. Ou seja, nesta abordagem a aprendizagem consiste em um processo que se dá em diferentes espaços e diferentes maneiras, portanto, professores e gestores educacionais são convidados a cooperarem na produção e distribuição de conhecimentos e de informações compartilhadas, via ensino a distância e em em uma perspectiva coletiva.

Nesta direção, a Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá tomou a decisão de implantar o Programa @Portal da Escola Cuiabana de Ensino a Distância com a participação dos familiares, a ser desenvolvido de forma inclusiva para possibilitar o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento dos estudantes.

A primeira medida foi organizar um projeto piloto mediante um conjunto de orientações e sugestões de atividades amparadas nos aportes do Ensino a Distância, denominado @Portal da Escola Cuiabana, desenvolvido de 23 de março a 05 de abril de 2020, em todas as unidades educacionais. Em seguida, foram realizadas pesquisas de campo para avaliar o resultado desse projeto piloto e diagnosticar a situação das famílias e dos estudantes em termos do acesso à internet e equipamentos tecnológicos e midiáticos.

Assim, a Secretaria Municipal de Cuiabá – SME, com base nos resultados de pesquisas, nos aportes teóricos contemporâneos e nos marcos legais, e ainda, considerando as discussões das instituições nacionais e internacionais, como Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), CNE (Conselho Nacional de Educação) e MEC (Ministério da Educação), propõe caminhos viáveis para oferecer Ensino a Distância.


Aspectos Legais da Educação Infantil

No Brasil a educação consiste em um direito social preconizado pela Constituição Federal. A mesma faz parte do rol de elementos fundamentais para o exercício da cidadania, conforme destaca José Murilo de Carvalho na obra “Cidadania no Brasil Um longo Caminho” (2009).

Carvalho (2009) destaca que cidadania consiste na plena utilização dos direitos: Direito Político, Direito Civil e Direito Social. Direitos civis, segundo o autor, são os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei. Os direitos sociais seriam os garantidores da participação na riqueza coletiva, ou seja, o direito a educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. O cidadão pleno seria titular dos direitos políticos, civis sociais.

Na Carta Magna de 1988, o direito à educação está claramente prevista em seu artigo 225:


A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2006, p. 134)


Partindo do pressuposto de que a educação, na perspectiva do direito, que compreendemos a educação infantil. Nesta direção, a LDB em seus artigos 29, 30 e 31 preconiza que:


Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.


O artigo em tela evidencia a necessidade de um atendimento preciso unto a criança e o mesmo deve abranger as diferentes dimensões que envolvem o ser humano, em uma perspectiva em que a família e a comunidade participem efetivamente do processo do desenvolvimento do ser em formação. Para tanto, a família poderá contar com espaços preparados para o atendimento específico e com a qualidade desejada, conforme expresso no artigo 30 da LDB, a saber:


Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 


Na busca pela garantia do direito à educação e mediante qualidade desejável o artigo 31 apresenta os condicionantes relativos ao processo de organização da Educação Infantil, conforme se pode observar:


Art. 31.  educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;

II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 

III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; 

IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; 

V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. 


É possível constatar que em se tratando da educação em um contexto geral, muitos são os desafios. Quando se trata da educação em uma comunidade quilombola, os desafios se apresentam de forma ainda mais complexa.


Aspectos Teóricos da Nova Possibilidade

No Brasil, a didática comeniana se apresentou por muito tempo como a base para o desenvolvimento da prática. Contudo nos últimos tempos tem sido crescente a utilização do AVA/Moodle como recurso para o desenvolvimento de ensino e aprendizagem na esfera dos cursos de EaD. Trata-se de um recurso e prática que já está consolidado e, que sua utilização como recurso tecnológico de apoio ao ensino e a aprendizagem em cursos presenciais de graduação e pós-graduação caminha a passos largos para a consolidação, de cursos de licenciatura, a cursos de medicina, como confirmam os trabalhos de Pereira e Chaves (2007), Vianna, Rapoport (2013), Leão, Rehfeldt, Marchi (2-13), Machado, Bagni, Zanetti (2014), Melo (20150), Melo, Mallmann(2015) Cardoso, Silva (2016), Nascimento et al (2016) e Squizani e Barin(2017).

É perceptível que a utilização de AVAs como recurso tecnológico de apoio ao ensino presencial vem se firmando como uma boa alternativa se pode inferir da utilização de outras plataformas no âmbito do ensino básico e superior como atesta alguns trabalhos (BRUGGER et al.,2005 e MOURA; MELO, 2018).

No ensino fundamental e médio, a utilização de AVAs como recurso tecnológico no ensino presencial, em disciplinas específicas, em projetos pedagógicos e até em experiências de inovação tecnológica em redes de ensino, escolas públicas e privadas, vem ganhando espaço de forma visível, conforme afiançam os estudos de Faria, e Giraffa (2012), Oliveira e Nardin (2012), Terra, Wildner (2017), Santos et al (2017), Moura e Melo (2018).

Moran (1994, 2002) chama a atenção para o fato de que as TIC tornam evidente na educação a distância, o que é o âmago de qualquer processo educativo, a saber, a importância da contínua interação entre professor e aluno, independentemente da modalidade de ensino/educação. Não se trata de educação a distância, conceito que até mesmo vem sendo questionado na atualidade, mas de um ensino com tecnologias que vem sendo designado como ensino híbrido Moran (2015), Bacich; Neto;Trevisan (2015).

É neste contexto que visualizamos a ressignificação da relação ensino e aprendizagem por meio do Ensino Híbrido, na perspectiva de uma nova possibilidade de ensino com foco na autonomia discente.

O ensino híbrido consiste em:


[...] uma abordagem pedagógica que combina atividades presenciais e atividades realizadas por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs). Existem diferentes propostas de como combinar essas atividades, porém, na essência, a estratégia consiste em colocar o foco do processo de aprendizagem no aluno e não mais na transmissão de informação que o professor tradicionalmente realiza. De acordo com essa abordagem, o conteúdo e as instruções sobre um determinado assunto curricular não são transmitidos pelo professor em sala de aula. O aluno estuda o material em diferentes situações e ambientes, e a sala de aula passa a ser o lugar de aprender ativamente, realizando atividades de resolução de problemas ou projeto, discussões, laboratórios, entre outros, com o apoio do professor e colaborativamente com os colegas. (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015, p. 13)


Como resultado têm-se o desenvolvimento de vantagens educativas entre as quais se pode mencionar: melhor aproveitamento do tempo em sala de aula, a criação de um novo espaço/tempo para interação, a flexibilização do ensino e da aprendizagem, a possibilidade do desenvolvimento de um ensino personalizado, o atendimento individualizado, a retroalimentação constante, o acompanhamento do processo e a avaliação formativa (ZAMBRANO; VILLALOBOS, 2013, p. 5). É possível afirmar que a educação nunca foi tão rica em variedade de informações e fontes.


Alçando Vôo – A Ressignificação das Práticas Pedagógicas

Tendo em vista a necessidade do desenvolvimento de uma educação como prática da liberdade, a educação no município de Cuiabá-MT “respaldada nos aportes teóricos contemporâneos, em pesquisas, legislações e ainda, considerando as discussões das instituições nacionais e internacionais, propõe caminhos viáveis para oferecer Educação à Distância (EaD)” (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 1, 2020).

A SME na busca por organizar o regime de aulas durante o período da pandemia relativa ao Covid 19, optou pelas aulas via EAD, a fim de


[...] serem validadas como carga horária do calendário letivo, bem como de desenvolver atividades pedagógicas dos componentes do currículo escolar com aulas programadas com recursos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), mídias sociais, recursos midiáticos, tecnológicos, impressos, iconográficos, cinematográficos, entre outros, respeitando as condições de acesso do estudante. Garantir que o desenvolvimento das atividades pedagógicas em EaD estejam de acordo com a Política educacional da Escola Cuiabana, com a sua Matriz Estruturante e Matriz de Referência Curricular. (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 1, 2020).


A fim de cumprir com sua função social, a SME instituiu um programa para validação e para legitimar o processo de aulas EAD do período da pandemia, em função do Covid19. Nesse sentido a SME se apresentou como um Núcleo Central do Programa, que passa a ser responsável pelas ações que envolvam aspectos de regulamentação, funcionamento, manutenção, monitoramento e avaliação geral do trabalho desenvolvido.

Nesta direção, buscou promover a mediação, suporte, assessoria pedagógica, bem como, a formação continuada dos professores dos Polos; elaborar ou coordenar o processo de produção do material didático para aulas disponibilizadas em programas de televisão, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e outros, se necessário. (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 2, 2020).

É possível observar que a SME, na perspectiva de mentora do Programa @Portal da Escola CUIABANA foi também à responsável por todo o processo Administrativo e Pedagógico da elaboração e produção de material didático no Ambiente Virtual sendo suporte e garantindo a formação continuada dos Professores dos polos em que cada Unidade Educacional representa um Pólo.

Nesse sentido a organização curricular do Programa fundamentou-se nas “Diretrizes Curriculares Nacionais e na Política Educacional da Escola Cuiabana: Cultura, Tempos de Vida, Direitos de Aprendizagem e Inclusão, com as Matrizes: Matriz Estruturante da Escola Cuiabana; Matriz de Referência Curricular da Escola Cuiabana”. (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 2, 2020).

Assim, o Programa instituiu que o Projeto Didático-Pedagógico de cada Unidades Escolar deve atender o tempo de 20 horas aulas semanais e 800 horas anuais. Utilizando a mediação dos recursos organizados sistematicamente e apresentados em diferentes suportes de informações utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 3, 2020).

Partindo da idéia de que toda crise apresenta uma gama de possibilidades, a crise provocada pela pandemia implicou em transição e passagem. Ao considerar que toda passagem envolve ações ousadas e oportunidades; independentemente dos riscos e das oportunidades, toda transição possui uma dimensão de continuidade e outra de novidade. Na situação de necessidade de isolamento social, institui-se um modelo pedagógico dinâmico e pouco experimentado até então se tornando um desafio tão grande quanto o combate em si ao corona vírus.

Nesta direção, a mediação didático-pedagógica dos processos de ensino e aprendizagem do Programa @Portal da Escola CUIABANA ocorreu mediante a utilização de: (TDICs); tutoria do professor; Atividades impressas; Acompanhamento, monitoramento e avaliação compatíveis; Registros das atividades enviadas e recebidas no período; portfólios. (Programa @Portal da Escola CUIABANA, p. 3, 2020).

A interação com os estudantes se deu por meio de: Grupos de WhatsApp; Facebook; E-mail; Blog; Google Drive; Google forms; Google sala de aula – Classroom; Cópias e livros - Mídia física. No contexto de pandemia, a expansão da educação em aulas remotas e híbridas tornou-se uma realidade nacional.

Trata-se de uma experiência diferente, que exigiu adaptações no cotidiano da educação, das Professoras e Professores que passou a lecionar em “home office”. Entre webnários, lives e livros, a formação das professoras e professores se oficializa.

É imprescindível reconhecer que as adaptações foram mais desafiadoras para os adultos, pois os estudantes já nasceram em meio à tecnologia. Trata-se de um tempo de aprendizagem para todos, oportunidade em que a Rede Municipal de Educação de Cuiabá-MT e suas Unidades Escolares planejaram e organizaram a Escola Cuiabana em tempo de pandemia. A Secretaria Municipal de Cuiabá SME, “realizou um elo com o aspecto de novidade do momento para ressignificar suas ações e alçar vôo, instituindo uma nova forma de ação” (STERING, 2008, p.48).


Considerações Finais

O estudo evidencia que a pandemia, diferente do que muitos pensavam, não trouxe para o campo da educação apenas problemas. É claro que o contexto educativo sofreu e foi fortemente desafiado, contudo teve a oportunidade de ressignificar suas ações, como podemos visualizar mediante a realidade da Rede Municipal de Ensino em Cuiabá –MT.

A Secretaria Municipal de Cuiabá SME, conseguiu diante da necessidade adotar novas possibilidades de ação de forma a fazer uso das Tecnologias de Comunicação e Informação. A nova realidade passou a exigir do professor o uso de recursos tecnológicos e midiáticos no desenvolvimento de seu trabalho docente.

Tal perspectiva deu origem ao ensino híbrido, uma modalidade que mescla, em seus componentes curriculares, ensino tradicional presencial com o ensino mediado pela tecnologia (on-line ou em rede) – onde o ensino on-line se torna uma extensão da sala de aula tradicional, resultando em um currículo mais adaptável as necessidades de aprendizagem do aluno, proporcionando-lhe uma maior oportunidade de buscar o conhecimento e aplicá-lo nas atividades presenciais, evitando perder completamente a presença do professor, tornando a aprendizagem mais robusta e humanizada.


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1 Historiador - Especialista em Educação Especial - AEE. Docente Na Escola Municipal de Ensino Básico Senador Darcy Ribeiro. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

2 Formação em Letras Português/Espanhol - Ênfase na Educação Infantil (Magistério). Atua no Centro Municipal de Educação Infantil Manoel Barros. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

3 Pedagoga - Especialista em Educação Infantil. Atua no Centro Municipal de Educação Infantil Manoel de Barros. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

4 Pedagoga. Atua no Centro Municipal de Educação Infantil Manoel de Barros. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

5 Pedagoga - Especialista em Educação Infantil e Especial. Atua no Centro Municipal de Educação Infantil Manoel de Barros. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

6 Maiores Informações consultar o Artigo 80 da Lei nº 9.394/96 e o Decreto nº 9.057 de 25 de maio de 2017.