A IMPORTÂNCIA DA MUSICALIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Ana Karina de Mora¹

Najela Aparecida de oliveira²

Sandra Zatar Pereira³

 

RESUMO

É por meio da musicalização que a criança tem a possibilidade de explorar o seu meio, percebendo-se como indivíduo capaz de gerar mudança na sociedade e em si mesmo. Ou seja, por intermédio da música, a criança explora e reflete sobre a realidade e sua cultura. A música ajuda o indivíduo a criar laços, desperta emoções e sentimentos, transmite encantamento, diversão, socialização e comunicação. A finalidade da música é contribuir para tornar o sujeito atraído e envolvido pelos sons, como ela pode auxiliar no processo de ensino aprendizagem, sua aplicação e seus benefícios para o desenvolvimento do indivíduo, o ajudando a promover o contato com o mundo musical que já existe dentro dele. Por meio da revisão bibliográfica e pesquisa exploratória, o objetivo geral desse artigo buscou abordar a relevância da música no contexto escolar da Educação Infantil. Por fim, chegou-se à conclusão que, a música pode ser um instrumento com potencial de contribuir para o processo de aprendizagem da criança, uma vez que, a musicalização tornou-se um recurso pedagógico imprescindível para o desenvolvimento integral da criança na fase pré-escolar.

 

Palavras-chaves: Musicalização. Música. Desenvolvimento. Ensino e Aprendizagem.

 

INTRODUÇÃO

 

A música é uma prática cultural que existe em todos os grupos humanos, ela é uma linguagem sonora e universal, por isso, esse artigo traz uma breve discussão sobre a importância da música no desenvolvimento infantil, proporcionando uma reflexão acerca de como esse elemento reflete no processo de aprendizagem da criança. A música, como um dos principais instrumentos culturais de uma sociedade, configura-se como uma linguagem capaz de expressar sensações desde cedo na vida do indivíduo, permeia momentos marcantes da sociedade e acompanha todas as etapas do desenvolvimento humano.

Como recurso pedagógico, a música é um instrumento valioso para ajudar no trabalho do educador da educação infantil, uma vez que, por meio dela a relação entre o aluno e a escola pode ser ressignificada. De modo geral, a música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. Por isso, ela representa mais que uma forma de expressão e integração com o meio; a música possibilita desenvolver habilidades, conceitos e hipóteses, contribuindo para formação integral da criança.

Logo, na intenção de contribuir com o andamento da pesquisa, definiu-se como objetivo geral abordar a relevância da música no contexto escolar da Educação Infantil. E como objetivos específicos apresentar a influência música no desenvolvimento infantil; discutir sobre a importância das atividades musicais na prática pedagógica como recurso facilitador do processo de ensino-aprendizagem; refletir sobre as contribuições da música no desenvolvimento infantil. Finalmente, a problemática que guiou esse estudo baseou-se na pergunta: como a música pode contribuir para o desenvolvimento integral da criança?

O trabalho educativo que se faz através da música oportuniza ao educador conhecer a realidade acerca dos pensamentos e emoções do aluno, o que por sua vez, possibilita realizar um trabalho pedagógico mais direcionado às necessidades de cada criança, utilizando-a na intenção de ampliar a construção do conhecimento. Mediante esses fatores, a explanação dessa temática mostra-se relevante por mostrar a importância da música para o pleno desenvolvimento da criança em seus aspectos físico, motor e cognitivo, além da formação em caráter intelectual, social e emocional, uma vez que, refere-se a um elemento que permite à criança dar vazão aos seus sentimentos de modo assertivo.

 

METODOLOGIA

 

Considerando as características dos métodos de estudo, o presente artigo é composto pela investigação exploratória a fim de explanar a importância da temática, também de caráter descritivo por observar, registrar, interpretar e discutir a música como recurso pedagógico no contexto educacional, obviamente, sem a interferência acadêmica nos resultados da pesquisa. No que se refere aos meios, essa pesquisa procurou explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em obras científicas, e neste caso foram baseadas em obras sobre a musicalização na educação básica.

Vergara (2007), refere-se ainda a pesquisa como a coleta de informações para um estudo sistematizado desenvolvido com base no levantamento de material publicado em livros, revistas, jornais ou sites. Portanto, o método utilizado nessa proposta correspondeu à pesquisa bibliográfica por conta da fundamentação teórica que se construiu para discutir os resultados do artigo, que tem como principal característica “explorar por meio de diferentes autores a essência de um determinado assunto” (LAKATOS, 2007, p. 107).

Finalmente, para viabilizar o levantamento de informações e a elaboração desse artigo, a metodologia adotou a abordagem qualitativa, utilizando-se de estudos de casos e artigos sobre a música no contexto escolar. Todo o estudo e construção da produção textual aconteceu entre os meses de dezembro de 2020 a janeiro de 2021.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Historicamente, a concepção de infância sofreu inúmeras modificações em virtude das transformações econômicas, sociais e culturais ocorridas na sociedade, ocasionando a criação e implantação de políticas públicas para esse público. Segundo Andrade (2010), a partir disso, a criança passou a ser percebida como sujeito social e histórico, detentora de direitos e ocupante de um espaço social significativo e relevante. Assim, conforme garantido pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988), a finalidade da educação infantil é promover o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade.

E, nesse cenário, a educação voltada para o público infantil também sofreu mudanças em sua conjuntura, passando a assumir função imprescindível para o desenvolvimento integral do ser humano, dotado de habilidades e potencialidades. Com isso, a CF/1988 estabeleceu a garantia de atendimento educacional para crianças na primeira infância, dessa forma, as pré-escolas incorporaram o núcleo de instituições educativas. E, a partir disso, diversos estatutos e leis foram criados a fim de assegurar os plenos direitos da criança.

Mendes (2018) comenta que a etapa da educação infantil é o início do processo educativo da criança. Nesse sentido, é necessário o rompimento da concepção assistencialista que massacra os educadores atuantes nessa fase, sobretudo, porque, conforme a autora, a educação infantil é igualmente composta por práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagem e desenvolvimento, visando o pleno desenvolvimento da criança em seus aspectos físico, intelectual, emocional, social, linguístico e cognitivo, complementando a ação da família e da comunidade.

Nesse momento, surge o conceito de educação infantil, que consiste na escolarização de crianças com idades entre zero e cinco anos e onze meses. Nessa fase escolar inicial, as crianças são estimuladas a exercitar suas capacidades e potencialidades diversas, fazendo exploração, experimentação e descobertas sobre si e o meio. Além disso, de acordo com Welter e Moraes (2016), compreende-se por educação infantil a inserção de crianças em turmas de pré-escolares, visando às interações e às brincadeiras, a fim de potencializar as relações e interações e, assim, consecutivamente, trocas de experiências entre o saber constituído e os novos saberes do indivíduo.

Além do mais, é importante perceber a educação infantil como um serviço educacional que busca potencializar o pleno desenvolvimento do aluno, em um ambiente rico em experiências formativas, educacionais e emocionais, o que que lhe permitirá adquirir habilidades, hábitos, valores, bem como desenvolver sua autonomia, criatividade e atitudes necessárias em seu desempenho pessoal e social. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9394/96), essa etapa da educação infantil é de grande importância para a criança por constituir as primeiras ações educativas fora do contexto familiar.

 

A MÚSICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI, 1998) dá ênfase à presença da música na educação infantil, esse documento traz orientações, objetivos e conteúdos que devem ser explorados pelos educadores nessa fase escolar. E na concepção adotada pelo documento, a música é compreendida como linguagem e área de conhecimento, considerando que, ela possui estrutura e características próprias de produção, apreciação e reflexão.

No universo infantil a música se torna mais expressiva e significativa, apresentando as possibilidades de explorar a voz, o corpo, a encenação, brincadeiras e a interação com o outro. E, por ser uma linguagem tão expressiva, torna-se indispensável na educação como um todo e, de forma especial, na Educação Infantil. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9394/96), a música deve ser conteúdo obrigatório no componente curricular. Isso quer dizer que, o currículo escolar deve proporcionar vivências musicais significativas visando a contribuição para a construção do ser humano em sua totalidade.

 

A música tem o poder de encantar e motivar os alunos a participarem das atividades, despertando sua expressividade e oralidade; é uma ferramenta que contribui para formação integral do ser humano. Por meio dela a criança entra em contato com o mundo letrado e lúdico. Ensinar utilizando-se da música, ajuda a criança a valorizar uma peça musical, teatral, concertos, pois, dando a oportunidade do conhecimento dos vários gêneros musicais ela tem a oportunidade de construir sua autonomia, criatividade, aquisição de novos conhecimentos e criticidade (GONÇALVES et al, 2009, p. 3).

 

No contexto escolar, a criança não é um ser estático, ela interage o tempo todo com o meio e a música tem o caráter de provocar essa interação, já que, ela traz em si ideologias, emoções e histórias vivenciadas. Contudo, é preciso salientar que música na Educação Infantil significa o trabalho com linguagem musical, exploração dos sons, resgate cultural, repertório musical da infância, conhecimentos esses que não necessitam formação específica do educador. Sobre isso, Gonçalves et al (2009) diz que, as atividades musicais realizadas na escola não visam a formação de músicos, mas propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser.

Assim, a partir do momento em que a criança entra em contato com a música, seus conhecimentos se tornam mais amplos e este contato vai fazê-la descobrir o mundo a sua volta de forma prazerosa. Contudo, cabe trazer à discussão que, a música no contexto escolar pode envolver outras áreas de conhecimento, mas deve ser utilizada de forma contextualizada, para que não perca a finalidade da sua aplicação com fins em si mesma.

Segundo Gonçalves et al (2009), trabalhar usando a música como ferramenta de ensino é estimulante, principalmente por ela dar condições de observar a percepção musical das crianças e a sua melhora na sensibilidade, no raciocínio e em sua expressão corporal. Ou seja, enquanto recurso pedagógico, a música dá ao educador a oportunidade de observar e acompanhar o desenvolvimento do aluno, percebendo momentos de possíveis intervenções para otimizar o processo de aprendizagem ligado à descoberta e a criatividade.

Com relação a exploração da música no contexto escolar, Godoi (2011) afirma que, existem inúmeras possibilidades de buscar as contribuições da música no desenvolvimento da criança, de maneira planejada e contextualizada pelo educador. Para Chiarelli (2005), a música é importante para o desenvolvimento da inteligência e a interação social da criança e a harmonia pessoal, facilitando a integração e a inclusão. Para ele a música mostra ser essencial na educação, tanto como atividade e como instrumento de uso na interdisciplinaridade na educação infantil.

Contudo, é preciso enfatizar que, o ensino por meio da música tem como propósito favorecer e colaborar no desenvolvimento de todos os alunos, sem privilegiar ou excluir alguns grupos. E, para que essa intenção seja plenamente alcançada, o educador tem por compromisso a elaboração de um plano de aula que considere as necessidades individuais e coletivas da turma; é preciso pensar em como a proposta pode gerar um resultado pedagógico válido e condizente com os interesses educacionais.

 

Para ser significativa e atingir seus objetivos, a música deve ser trabalhada de diferentes formas, como por exemplo, com exercícios de pulsação, parâmetros sonoros, canto, parlendas, brincadeiras cantadas, sonorização de histórias. Pode-se trabalhar com os alunos ruídos cotidianos, o que parece muito interessante, uma maneira de explorar os sons ou ruídos de uma forma muito completa. Na educação infantil, pode-se buscar um trabalho que permita ao aluno experimentar sensações e sentimentos como de tristeza, alegria, e que ele venha a expressar esses sentimentos através da manipulação dos instrumentos musicais que lhes serão colocados à disposição pelo professor (GODOI, 2011, p. 21).

 

Com a colocação do autor supracitado, percebe-se que, os resultados da inserção da música como recurso pedagógico dependerá do nível de interesse com que os alunos participarem das propostas, e por sua vez, o interesse dos alunos será instigado pela maneira criativa com que essas propostas forem elaboradas e conduzidas no contexto escolar. Ou seja, os bons resultados do uso da música para o desenvolvimento infantil dependem de um planejamento eficiente.

 

A MÚSICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

 

Participar de propostas que envolvem o contato com a música ajuda a criança a desenvolver o interesse pela vivência e linguagem musical, além de ampliar a interação e comunicação social da criança. A música desperta, estimula e desenvolve o gosto da criança pelo universo lúdico, que é fundamental para atender suas necessidades de expressão afetiva, estética e cognitiva. Desse modo, a música possibilita a construção do conhecimento da criança, estimulando aspectos relacionados a fantasia e a imaginação no universo infantil.

 

A música é uma linguagem comum a todos os seres humanos e assume diversos papéis na sociedade, como função de prazer estético, expressão musical, diversão, socialização e comunicação. Na escola, [...] a música é linguagem da arte, [...] é uma possibilidade de estratégia de ensino, ou seja, uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas (ROMANELLI, 2009).

 

Nisso, percebe-se a importância da utilização da música no cotidiano da educação infantil, auxiliando as crianças a se transformarem culturalmente ativos, criando, recriando e admirando as possibilidades musicais. Além disso, o contato com a música favorece o desenvolvimento intelectual da criança, criando possibilidades de ampliar a socialização e a interação, uma vez que, a criança sente-se motivada a envolver-se com atividades espontâneas e prazerosas, nas quais elas podem ser expressar naturalmente.

Sobre isso, Martins (1985) comenta que a utilização da música como recurso pedagógico desperta na criança a compreensão acerca da sua autoimagem e autoestima. Ainda, a música contribui diretamente no aluno, desenvolvendo a capacidade de se expressar através de uma linguagem não verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o intelecto, o corpo e personalidade. Isso quer dizer que, “a música se presta para favorecer uma série de áreas da criança. Essas áreas incluem a sensibilidade, a motricidade, o raciocínio, além da transmissão e do resgate de uma série de elementos da cultura” (DEL BEM; HETSCHUKE, 2002, p. 52-53).

Portanto, é notável que a música possibilita o pleno desenvolvimento da criança no contexto escolar, envolvendo não apenas os aspectos culturais, mas intelectual, cognitivo e motor. No campo da educação infantil, esse desenvolvimento integral é fundamental, uma vez que, essa etapa prepara o indivíduo para a construção de novos conhecimentos. Dessa forma, desenvolve-se a área de interação social e facilidade de raciocínio da criança, abrindo portas para possibilitar o acesso a novas culturas e participação na produção da linguagem na sociedade.

 

RESULTADOS

 

A educação escolar deve oferecer propostas sólidas de instrução, preocupando-se em proporcionar um ensino de qualidade, elevando assim, a capacidade dos educandos em compreender o universo do qual faz parte, os valores sociais, econômicos e culturais intrínsecos na formação pessoal e profissional ao qual estarão submetidos. E, para que essas propostas obtenham êxito, mediante o alcance de objetivos da aprendizagem, muito depende das ferramentas utilizadas para articulação do processo educacional.

A música possibilita a construção do conhecimento da criança, estimulando aspectos relacionados a fantasia e a imaginação no universo infantil. Assim, percebe-se a relevância da música na prática pedagógica, tendo como preceito a ludicidade como excelente ferramenta de apoio pedagógico, oferecendo a possibilidade de explorar as capacidades criativas e intelectuais da criança.

Desse modo, atribui-se à musicalização um valor educacional capaz de potencializar os objetivos básicos da escola, que se refere a transformar uma sociedade, promover cidadania, habilidades e competências, com plena condição de ensino e desenvolvimento integral da criança ainda em fase pré-escolar.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Por meio do estudo realizado, percebeu-se que, a música contribui na formação completa da criança, integrando aspectos culturais, sociais e motores. Esse elemento proporciona a valorização da cultura, desenvolvendo a sociabilidade e capacidade de expressão e cooperação. Além disso, a música trabalha a simultaneidade de movimentos, ampliando a capacidade motora da criança. Tais aspectos influenciam significativamente a autoestima da criança, incentivando a livre expressão de emoções e sentimentos. Sem dúvida, a junção desses fatores contribui para a formação educacional da criança de modo pleno e seguro.

A partir do momento em que a criança entra em contato com a música, seus conhecimentos se tornam mais amplos e este contato vai fazê-la descobrir o mundo a sua volta de forma prazerosa. Além disso, a música no contexto escolar pode envolver outras áreas de conhecimento, ampliando a capacidade de assimilação da criança, por isso, deve ser utilizada de maneira contextualizada, para que não perca a finalidade da sua aplicação com fins em si mesma.

Logo, diante da contextualização proposta, conclui-se que a música é um recurso imprescindível para o desenvolvimento integral da criança na fase pré-escolar. E o educador infantil tem a responsabilidade de criar propostas que vão de encontro com tais necessidades, estimulando o interesse da criança por participar de atividades prazerosas. Portanto, é possível afirmar que, a música possibilita ao educador conhecer o universo infantil e intervir sempre que necessário, possibilitando o pleno desenvolvimento da criança desde seus primeiros anos de vida.

 

REFERÊNCIAS

 

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LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

 

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MENDES, Brígida Couto. Proposta Curricular para Território Mato-grossense: Educação Infantil. Cuiabá: SEDUC, 2018.

 

ROMANELLI, G. Como a música conversa com as outras áreas do conhecimento. Revista Aprendizagem, Pinhais, 2009.

 

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2007.

 

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