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RESUMO EXPANDIDO: DISLEXIA, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Kellen Cristina Ventura da Silva

Mayara Poquiviqui Santana

 

RESUMO

O presente trabalho ocupa-se acerca do entendimento dos principais sintomas da Dislexia, bem como com relação ao seu diagnóstico e o tratamento visando reduzir as dificuldades de aprendizagem impostas por tal distúrbios à criança. Sendo um distúrbio que afeta diretamente a capacidade de aprendizagem, memorização, decodificação das letras e palavras na leitura e escrita. Tal distúrbio, pode desestimular a criança em seu processo de escolarização, já que impele grandes dificuldades em acompanhar o ritmo dos colegas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Dislexia. Tratamento. Práticas pedagógicas.

 

INTRODUÇÃO

 

Entende-se a aprendizagem como capacidade inerente aos seres humanos perante a incorporação de informações novas e às experiências vivenciadas vêm promover modificações dinâmicas no manejo e instrumentalização da realidade vivenciada.

Frente a esta questão, o presente resumo atenta-se ao estudo da Dislexia, como um importante transtorno capaz de dificultar e mesmo inviabilizar o processo de aprendizagem caso o indivíduo não seja devidamente acompanhado.

Neste sentido, buscam-se entendimentos acerca dos sintomas, diagnóstico e tratamento deste transtorno no sentido de oferecer às crianças com Dislexia a possibilidade de levarem uma vida escolar o próximo possível do é considerado normalidade.

 

METODOLOGIA

 

Visando o cumprimento dos objetivos aqui propostos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográfica à luz de trabalhos de importantes teóricos e pesquisadores do processo de ensino/aprendizagem e sobretudo a Dislexia, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.

Em um primeiro momento buscou-se conhecer o “estado da arte” no que se diz respeito aos estudos relativos à Dislexia, através de pesquisar amplas sobre o tema. Em seguida selecionaram-se os materiais mais pertinentes ao objetivo da presente pesquisa para uma posterior organização das teorias que embasaram o presente texto.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

O termo Dislexia tem origem no Grego, onde “dis” significa difícil e “lexis” significa palavra. Sendo entendida hoje como sendo um distúrbio hereditário de causas genéticas que dificulta, em diferentes graus, o processo de aprendizagem por parte dos indivíduos que o possuem. Tais dificuldades originam-se principalmente da dificuldade na leitura e na escrita.

Devido às dificuldades impostas pela Dislexia, muitas crianças que apresentam o problema tendem a apresentar desinteresse pelo estudo e pela escola, muitas vezes levando profissionais menos capacitados a confundir tal distúrbio com a simples preguiça de estudar.  

Na convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU,2007) constitucionalizada no Brasil por meio do Decreto nº 6.949/09, são apresentados critérios sociais, além dos critérios médicos, visando conceituar “deficiência”:

 

Pessoas com deficiência são aquelas com impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com uma ou mais barreiras, podem obstruir a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (art.1).

 

Assim, a legislação vigente reconhece que deficiência não é algo especifico da pessoa e sim às classificações imposta pela sociedade. Deste modo, deficiência mostra-se como algo que uma pessoa tem (intelectual, mental ou sensorial) capaz de impedi-la, ou limitá-la no tocante à interação com as outras pessoas em determinado ambiente, (pelo fato de a arquitetura, comunicação, tecnologias serem desenvolvidas para a maioria e não pelos que possuem alguma modificação no seu ser) que todos os outros estão inseridos.

Entende-se que o conceito de dislexia teve sua origem atrelada a uma patologia, haja vista de crença por parte dos estudiosos da época de que constituía uma doença, porém no decorrer do tempo descobriu-se tratar-se de uma deficiência e não uma doença; o primeiro estudo ocorreu com o médico Pringle Morgan no ano de 1896, que apresentou o caso de uma garota de 14 anos que não apresentava nenhum problema mental ou visual e ser inteligente, tinha incapacidade em relação a escrita. No Brasil a dislexia foi caracterizada por Cacilda Cuba dos Santos em 1975, que intitulou a dislexia de desenvolvimento ou de evolução que se trata da dislexia herdada dos pais, já a dislexia adquirida como o próprio nome descreve e adquirida através de algum acidente ou traumatismo craniano.

Os sintomas mais comuns da dislexia geralmente são a troca de letras, quando possuem sons parecidos b por d, m por n, z por d, entre outros; ou pulam ou trocam de lugar as silabas na escrita ou na leitura, pronunciam as palavras com dificuldade, tem problemas na localização esquerda ou direita, não consegue estudar, confundem palavras com o memo som, por exemplo rolo e bolo, cadeira e esteira; erram bastante na hora de escrever ou leem vagarosamente.

Assim, os indivíduos disléxicos precisam de um tratamento diferenciado no que tange ao aprendizado a leitura, no reconhecimento, soletração e decodificação das palavras. Desta forme percebe-se que é uma dificuldade e não uma deficiência.

Conforme a Constituição federal de 1988, no seu artigo 208, inciso III, entre as atribuições do Poder Público,

 

“o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente nas redes regular de ensino”. Educar a todos sem qualquer discriminação ou exclusão social e acesso ao ensino fundamental, para educandos, em idade escolar.

 

De acordo com as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996), no seu artigo 4º, inciso III, a LDB diz:

 

... o dever do Estado, com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.

 

De acordo com o Conselho Nacional de Educação, Parecer CNE/CEB n. º l7/2001, de 03 de julho de 2001 e a Resolução CNE/CEB n.º 02,

 

... de 11 de setembro de 2001, que os sistemas de ensino devem matricular todos os educandos com necessidades educacionais especiais. A Resolução CNE/CEB n.º 02, de 11 de setembro de 2001, assim se pronuncia, no seu artigo 5º: l) Os educandos com dificuldades acentuadas de aprendizagem (inciso I).  Esses educandos são aqueles que têm, no seio escolar, dificuldades específicas de aprendizagem, ou “limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares”.

 

Existem duas principais formas de alfabetizar as crianças disléxicas, associadas ao tratamento, sendo elas:

  • Método fônico - Indicado para crianças mais novas e deve ser adotado logo no início da alfabetização.
  • Método multissensorial – Indicado para crianças mais velhas com histórico de frustração escolar.

Contudo, o docente deve atentar-se ainda para alguns detalhes como falar mais devagar com as crianças disléxicas, não exigir que leiam em voz alta diante da turma, fazendo com que sofram constrangimentos; apresentações visuais em Power point também ajudam o aluno a memorizar e se desenvolver na leitura.

Atualmente, conta-se ainda com a tecnologia, que oferece aos alunos recursos mais atrativos e eficientes como auxílio ao processo de aprendizagem.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Frente à presente pesquisa, percebe-se a necessidade de o professor estar capacitado e atento para perceber os sintomas em seu aluno, buscando formas alternativas e adequadas ao tratamento ao ensino de indivíduos com dislexia, procurando ajuda se necessário, para que se possa oferecer ao aluno a tenção adequada para garantir seu direito à aprendizagem.

Neste sentido, a colaboração da família também se mostra de grande importância para o desenvolvimento da criança.

Contudo percebe-se que a criança com Dislexia quando tem o acompanhamento adequado acaba por desinteressar-se completamente da escolarização e do estudo, fato que leva a sérias consequências em sua vida adulta.

 

REFERÊNCIAS

 

PALAZZI, Thais Isabelle. Dislexia sintomas tratamento e causas. Hospital CEMA. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dislexia Acesso em: fev. 2021.

 

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ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. (APA). DSM-5 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Madri: Pan-Americana. 2014. http://dx.doi.org/10.7213/psicolargum.35.90.21906 Acesso em: fev. 2021.

ASSOCIAÇÃO ANDALUZA DE DISLEXIA (ASANDIS). Guia geral sobre dislexia. 2010. Disponível em: https://maestrovirtuale.com/tipos-de-dislexia-definicao-sintomas-e-causas/Acesso em: fev. 2021.

 

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SOCZEK, Maria Elena. Direitos de quem tem dislexia. Disponível em: http://professoraelena.com.br/dislexia/ Acesso: fev. 2021.