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BRINCADEIRAS E JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Luciane De Lima Gomes

Artigo apresentado ao curso de Formação Pedagógica para Graduados Da Universidade Centro Universitário de Jaguariúna (UNIFAJ), orientada pela professora Pamela de Oliveira Jorge, como requisito parcial para obtenção do título em Graduação.

 

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir sobre como as brincadeiras e os jogos podem contribuir para o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança, ganhando ao longo dos anos um destaque muito importante nos planejamentos de ensino. Para que esse processo seja desenvolvido incialmente questiona-se sobre como utilizar os jogos e as brincadeiras, como essa transição é realizada. É sabido que sua utilização nos processos de ensino e aprendizagem auxilia o desenvolvimento escolar dos alunos. Nesse intuito utilizar-se desses recursos é um diferencial em sala de aula motivando-os a aprender ao mesmo tempo em estão brincando, uma estimulação e incentivo a mais nos estudos. Esse processo pode se tornar um pouco mais lento de se utilizar devido a alguns processos pelas quais passam para que sejam utilizados como recursos auxiliadores nos planos de ensino e aprendizagem. Portanto é importante discutir sobre essa abordagem, como também a sua importância para o processo de ensino e aprendizagem, como também como pode auxiliar o docente em sua pratica com alunos com dificuldades de desenvolvimento.

 

Palavras-chave: Jogos e brincadeiras. Processos de aprendizagem. Prática pedagógica.

 

Abstract:

This work aims to discuss how games and games can contribute to the child's development and learning process, gaining over the years a very important highlight in teaching plans. For this process to be developed initially, it is questioned about how to use games and games, how this transition is carried out. It is known that its use in teaching and learning processes helps students' school development. In order to make use of these resources it is a differential in the classroom motivating them to learn while they are playing, a further stimulation and incentive in their studies. This process may become a little slower to use due to some processes that they go through to be used as auxiliary resources in teaching and learning plans. Therefore, it is important to discuss this approach, as well as its importance for the teaching and learning process, as well as how it can assist the teacher in his practice with students with developmental difficulties.

 

Keywords: Games and games. Learning processes. Pedagogical practice.

 

1 Introdução

 

O objetivo deste presente trabalho é discutir sobre como utilizar os jogos e brincadeiras na escola, e como é importante para o desenvolvimento do aluno em sala de aula e em sua aprendizagem. Refletir e demostrar sobre a importância e o valor da brincadeira dentro do contexto escolar e formação da criança.

Em tempos de mudanças e inovações, as escolas estão sempre buscando alternativas diferenciadas de metodologias que proporcionem ao aluno uma forma mais fácil e ao mesmo tempo divertida de aprender, portanto a escolha do tema é um assunto que pode proporcionar ao aluno um aprendizado com prazer, e ao professor uma forma mais dinâmica de ensinar.

Esse estilo vem trazendo a muitas instituições bons resultados, e vem ganhando mais abertura, tornando-se importante no desenvolvimento cognitivo, social, motor e afetivo do aluno.

O tema pode embasar muitas pesquisas e análises no intuito de verificar como os jogos e brincadeiras podem ser grandes influenciadores no crescimento e desenvolvimento da criança, por ser uma estratégia que começa a ser muito utilizada ultimamente nas escolas no processo de ensino e aprendizagem e como isso auxilia em sua formação como ser humano.

Se for verificar, observar bem nota-se que os jogos e brincadeiras permeiam a vida infantil desde sua tenra infância, e que a criança está aprendendo enquanto brinca.

Alguns filósofos como Freud (1996) e Winnicott (1975), expõe que a brincadeira pode revelar diversas informações sobre a criança, que ela consegue inconscientemente se expressar, que ao brincar ela desenvolve seu cognitivo, buscando seu lugar.

O ato de brincar leva a criança a diversos benefícios, sendo assim é importante não só averiguar como também compreender as diferentes nuance desse caminho.

Para embasamento deste contexto, em que o jogo e a brincadeira têm grande influência no crescimento da criança como ser humano, autores como Dias, Friedmann, Kishimoto, Vygotsky, Oliveira, auxiliaram na estruturação esse trabalho.

Tendo esse estudo organizado em etapas, contendo introdução, metodologia, desenvolvimento e conclusão referente ao resultado final obtido através das leituras e aprendizagem adquirida.

 

2 educação infantil e o brincar

 

A escola está sempre em busca de desenvolver melhores estratégias de ensino no intuito de aprimorar a aprendizagem na educação infantil, na busca de que a linguagem ensinada seja repassada de forma correta para o aluno.

Desde muito nova a criança passa a se desenvolver e a se comunicar através dos brinquedos e jogos, faz parte de sua essência desde muito novo, ligando aos seus, com sua historia. “O brincar já existia na vida dos seres humanos bem antes de as primeiras pesquisas sobre o assunto: desde a antiguidade e ao longo do tempo histórico, nas diversas regiões geográficas, há evidência de que o homem sempre brincou. (FRIEDMANN, 2012, p. 19)”.

Não são todas as escolas que tem em seus projetos pedagógicos a inserção do lúdico nos planos de ensino. Utilizando-se de modelos tradicionais de ensino, não levando em consideração se esse aluno esta realmente aprendendo ou apenas tentando absorver algum conteúdo.

Educação Infantil de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, artigo 29:

 

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

 

Nesse sentido a criança se comunica, interage, amplia seus horizontes, tornando os jogos e brincadeiras um elemento essencial em seu processo de formação. Ao utilizar jogos e brincadeiras em sala de aula deve-se levar em consideração que não é só uma distração para o aluno, apenas se divertir, mas sim que através dos jogos e brincadeiras, possa atingir os objetivos definidos que é aprender.

 

Existem diversas razões para o brincar, desde o prazer que o lúdico proporciona até mesmo a importância para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. É sabido que é na brincadeira que a criança expressa suas vontades e desejos (DIAS, 2013, p. 8).

 

As brincadeiras fazem parte do ambiente infantil, e com elas e os jogos é possível identificar as diferentes maneiras, visões que a criança observa tudo ao seu redor. É no brincar, jogar, que a criança aprende e se diverte, “o brincar é uma parcela importante na vida da criança, por meio da qual esta adquire experiência (SOMMERHALDER, 2011, p. 27)”.

Uma das mais importantes etapas da vida, que revela suas atitudes, seu pensar, suas características, seu processo de formação inicial como pessoa, sua socialização.

 

O brincar também contribui para a aprendizagem da linguagem. A utilização combinatória da linguagem funciona como instrumento de pensamento e ação. Para ser capaz de falar sobre o mundo a criança precisa saber brincar com o mundo com a mesma desenvoltura que caracteriza a ação lúdica. [..] O que faz a criança desenvolver seu poder combinatório não é a aprendizagem da língua ou da forma de raciocinar, mas, as oportunidades que tem de brincar com a linguagem e o pensamento (KISHIMOTO, 2008, p. 148).

 

A criança brincando manifesta toda a sua desenvoltura, e aproveita dos jogos e brincadeiras para treinar sua linguagem, seus pensamentos, é nesses momentos que a criança vai formando relações, interagindo com o outro, “o brincar faz parte integral da formação da criança e os pais, e a escola devem encarar isso de maneira a estar seriamente comprometido com o brincar de forma a desenvolver e educar a criança” (DIAS, 2013, p.7), portanto, auxiliar a criança nesse processo de transição de aprendizagem é essencial para pais e professores, onde aproveitam essa conexão que a criança tem com jogos e brincadeiras para usar como apoio no processo de ensino e aprendizagem, pois nessa fase a criança esta desenvolvendo suas habilidades motoras, cognitivas, esta criando uma conexão com o mundo ao seu redor.

Para que a criança possa se desenvolver de forma ampla

 

É importante criar uma parceria entre escola, família e criança afim de explicitar os benefícios do ato de brincar na educação infantil, visto que além de deixar as crianças mais alegres, possibilita o desenvolvimento de habilidades, físicas, motoras, cognitivas etc. (DIAS, 2013, p. 8).

 

Essa ligação da criança com a brincadeira é importante para o seu desenvolvimento, portanto pais e escola devem perceber essa interação e aproveitar e usar a seu favor no desenvolvimento e aprendizagem educacional do aluno, fazendo com que o mesmo aprenda mais, de forma dinâmica, prazerosa e divertida.

Não é simplesmente utilizar-se de jogos e brincadeiras para relaxar a criança, distrai-la, ter apenas momentos de lazer, ou um processo de perda de tempo, eles vão muito, além disso,

 

O jogo não é somente divertimento ou recreação. Não é necessário provar que os jogos em grupo são uma atividade natural e satisfazem o ser humano; necessário é justificar seu uso em sala de aula. As crianças muitas vezes, aprendem mais por meios de jogos em grupo do que lições e exercícios (FRIEDMANN,1996, p.65).

 

E nesse processo de atividades pedagógicas é importante que a família participe ativamente, acompanhando a aprendizagem da criança, para que a mesma possa ter um bom desenvolvimento.

De acordo com RCNEI (BRASIL, 1998, p. 67, v.1) os jogos e brincadeiras, são

 

Componentes ativos do processo educacional que refletem a concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares d aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil.

 

Ou seja, fazem parte do processo de ensino e aprendizagem do aluno, não é um recurso sem importância, sem fundamento, que não irá trazer benefícios, melhorias, o brincar traz sim importantes indicadores de que é importante nas práticas educacionais e auxilia o aluno em seu desenvolvimento educativo.

A cada etapa em que a criança vai passando, ela vai agregando conhecimentos, aprendizados, e a brincadeira possibilita a ela essas interações, aflorando seu potencial, suas capacidades, seu entrosamento com os outros ao seu redor.

Por mais que as escolas busquem sempre estar inovando, melhorando suas práticas educacionais, são poucas que ainda utilizam as brincadeiras e jogos como um auxílio nos planos de aula. Geralmente os jogos e as brincadeiras são utilizados para relaxar o aluno, distraí-lo, como um período de recreação, ou é colocada de forma errada, buscando um determinado objetivo, que no final acaba sem nenhum fundamento. Quando utilizar-se de jogos e brincadeiras no intuito de facilitar e auxiliar o ensino, o professor deve planejar estratégias de ensino que o levem a resultados satisfatórios.

 

[...] a brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto todo- da vida natural/interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] a criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para de seu bem e dos outros [...] O brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (FROEBEL apud, KISHIMOTO, 1999, P.23).

 

Em todo o seu desenvolvimento pessoal, vem inserido também todo o aprendizado adquirido através dos jogos e das brincadeiras, em um processo que fica por toda sua vida, o homem nunca deixa de brincar, quando isso acontece é como se perdesse seu ser.

Em sala de aula o professor deve sempre instigar o aluno a aprender de várias formas, aguçando o desenvolvimento do aluno, instigando-o na construção de seus conhecimentos.

O professor é o elo entre o aluno e o conhecimento, aquele que esta sempre estimulando o aluno a sempre aprender, a construir, transportando informações, aprendizados de forma lúdica, proporcionando ao aluno diferentes formas do saber com prazer.

 

Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso (VELASCO, 1996, p. 78).

 

Uma criança que não brinca deixa de participar de diversos conhecimentos, brincar é um tempo de encontros, de produzir relações, ter outro panorama, outro cenário ao redor do seu mundo. Brincando a criança encontra novas possibilidades, novos valores, aprende a compartilhar, a dividir, a cooperar, aprende também a ser líder, a ouvir, vai criando maturidade.

É importante não deixar que a criança perca esse processo, que estude e aprenda através dos métodos tradicionais, como se tivessem programadas para seguir aquele padrão. O propósito de uma educação diferenciada é que a criança não aprenda porque lhe é imposto, que suas ações sejam ao mesmo tempo brincar e aprender.

 

(...) cuidar da dimensão lúdica das tarefas escolares e possibilitar que as crianças pudessem ser protagonistas, isto é, responsáveis por suas ações, nos limites de suas possibilidades de desenvolvimento e dos recursos mobilizados pelos processos de aprendizagem (MACEDO, 2004, p.15).

 

As brincadeiras e jogos são parte do cotidiano do ser humano de sua tenra idade até sua vida adulta, a partir do momento em que a criança brinca ou joga ela tem outra visão das tarefas, das regras, da sua conexão, relação, visão com mundo. Ele passa a vivenciar e resolver as situações de forma diferente, mais passiva, sem stress. A criança não se sente muito pressionada para aprender dessa forma, ela cria uma conexão com o estilo de ensino, pois lhe dá prazer e estímulo e passa a se desenvolver e aprender mais.

 

3 o brincar, o jogar, a criança e o educar

 

A escola deve inserir em seu projeto pedagógico, como também incentivar os professores a utilizarem o lúdico nos planos de ensino, no intuito de melhorar o aprendizado do aluno, como também que esse processo seja prazeroso.

 

(...) O efeito educativo da brincadeira infantil, na qual as crianças se sentem ligadas por toda uma rede de regras complexas ao mesmo tempo aprendem a subordinar-se a regras a essas regras como a subordinar a elas o comportamento das outras e a agir nos limites rigorosos traçados pelas condições da brincadeira. (VIGOSTSKI, 2004 p.263).

 

O lúdico expõe a desenvoltura da criança, seja na utilização de sua imaginação, nas invenções criadas pelo mesmo com os objetos e brinquedos a mão (VYGOTSKY, 1991, p.122). Ele usa de sua criatividade para transformar qualquer objeto ou jogo de acordo com o que vive. E o professor pode aproveitar-se desenvolvendo atividades que possam inserir essas brincadeiras e jogos fazendo com que o aluno aprenda mais.

 

Considerando que a brincadeira deve ocupar um espaço central na educação infantil, entendo que a professora é figura fundamental para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo-lhes material e partilhando das brincadeiras das crianças. Agindo desta maneira, ele estará possibilitando às mesmas uma forma de acender às culturas e modo de vida adultos, de forma criativa, social e partilhada. (WAJSKOP, 2001 p. 112).

 

Sendo o elo principal entre o aprendizado e desenvolvimento do aluno, ele é que organiza os espaços, os brinquedos, proporcionando a criança uma educação animada, divertida, com muita reciprocidade, e as atividades fluem, pois o aluno aprende com mais facilidade.

Algumas escolas e professores ainda encontram dificuldades em inserir as brincadeiras e jogos nos planos de ensino, especificando que as mesmas podem ocasionar muita confusão, desorganização, fora o descontrole dos alunos, gerando muito barulho. Mas é papel do professor assegurar que isso não ocorra que a disciplina dos alunos seja mantida, adaptando atividades, que não cansam a criança, que a deixe fadigada para aprender. Estabelecer uma relação com o aluno, para que tudo possa fluir adequadamente.

 

A criança que brinca pode adentrar o mundo do trabalho pela via da representação e da experimentação; o espaço da instituição deve ser um espaço de vida e interação, e os materiais fornecidos para as crianças podem ser uma das variáveis fundamentais que auxiliam a construir e a apropriar-se do conhecimento universal (WAJSKOP, 2001, p. 27).

 

Portanto a escola deve entender que os jogos e brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento da criança, não os empregando apenas para se distrair e se divertir, mas para auxiliar no aprendizado e crescimento do aluno. A criança tem mais facilidade de aprender quando está brincando, e dependendo da atividade maior absorção da matéria.

De acordo com Carvalho (1992, p.14)

 

[...] desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.

 

Os jogos e brincadeiras intervêm na formação de caráter da criança desde cedo construindo seus aspectos cognitivos e sociais, fazendo com que a criança aprenda com seus erros e acertos, que aprenda a dividir, a compartilhar, a ter disciplina. Quando brincam, elas se encontram, se pronunciam, produzem, começam a fazer parte da sociedade em que vive, das regras impostas.

Segundo Kishimoto (1993, p. 15):

 

Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social”.

 

Toda brincadeira ou jogo realizado em sala de aula tem uma fundamentação, um significado, portanto o professor deve levar em consideração todos os sentidos que eles dão para inserir nos métodos pedagógicos, jogos e brincadeiras que além de fazer sentido para as crianças, inconscientemente também estão fazendo com que aprendam. Dorneles (2001, p. 103) expõe que:

 

(...) o brincar e o jogo documentam como o adulto coloca-se com relação a criança e mostra suas concepções e representações do sujeito criança. O jeito de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar as brincadeiras das crianças (...). A criança expressa-se pelo lúdico e é desse ato que a infância carrega consigo a brincadeira. (...).

 

Utilizando-se dos jogos e brinquedos na sala de aula, os docentes oferecem as crianças momentos e experiências significativas. Brincar é uma das funções mais importantes na vida de um indivíduo, sendo um dos principais auxiliares em questão de coordenação motora infantil, pois impulsiona o crescimento da criança. É por meio da brincadeira que também estabelece relações, realiza descobertas, conhece a si próprio, desenvolve sua linguagem, autonomia.

 

Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. (Brasil, 1998b, p.23)

 

As brincadeiras e jogos devem ser aderidos aos projetos pedagógicos de forma definitiva, de forma que possa contribuir para o aprendizado e desenvolvimento da criança. Muitos colocam que a escola é um ambiente para aprender, para estudar, não para que a criança possa brincar, onde o brincar se torna alternativa apenas de relaxamento, de distração para os alunos. Portanto essa visão deveria ser outra, ter outro olhar sobre a importância dos jogos e brincadeiras em sala de aula.

 

o jogo infantil tem sido objeto, sobretudo nos últimos anos, de estudos, pesquisas e das mais diversas abordagens. A importância do jogo no desenvolvimento da criança é uma questão fundamental dentro do currículo da pré-escola. Os professores pré-escolares devem ter consciência da importância da necessidade de um espaço, tanto físico, quanto temporal para o jogo acontecer (FRIEDMANN, 1995, p. 54).

 

A escola deve observar que não é só o ato de passar conteúdo para que o aluno aprenda e que através da disciplina e regras já pré-estabelecidas vai dessa forma que a criança será um cidadão exemplar, capaz de realizar suas funções perante a sociedade.

Winnicott (1979, p. 163) relata que

 

as crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e por adultos [...]. A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, que quer dizer vivência [...]. A brincadeira fornece uma organização para a iniciação de relações emocionais e assim propicia o desenvolvimento de contatos sociais.

 

Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal (OLIVEIRA, 2000, p. 160).

 

A construção do conhecimento se dá através do aprendizado, e a criança em sua fase de crescimento, já tem em sua realidade, diversos tipos de jogos e brincadeiras que fazem parte de seu cotidiano, ela já explora, já aprende e adquire conhecimentos.

Quando esse processo é incluído nas atividades escolares, favorece não só o processo de ensino e aprendizagem, como também a interação entre os alunos, a criança tem maior interesse, prazer, dependendo da atividade, instiga ainda mais sua curiosidade, sua persistência dependendo da atividade que possa desafiá-lo.

Quando a criança é estimulada a aprender brincando ela não sente a tensão do dia a dia, a pressão de aprender, aquela obrigação, o brinquedo se torna um instrumento pedagógico essencial nas práticas educativas.

 

O brinquedo educativo se auto-define como agente de transmissão metódica de conhecimentos e habilidades que, antes de seu surgimento, não eram veiculadas às crianças pelos brinquedos. Simboliza, portanto, uma intervenção deliberada no lazer infantil no sentido de oferecer conteúdo pedagógico ao entretenimento da criança (OLIVEIRA, 1984, p. 44).

 

Essas brincadeiras e jogos criam uma relação não só entre aluno e professor como também com seus colegas, pois permite uma interação, socialização. Brincando a criança acaba lidando com diversas situações, que acabam por auxiliá-lo mais tarde. O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30) diz que:

 

O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos

 

O professor tem um papel importante no desenvolvimento do aluno, ele não apenas distribui o conhecimento, ele ajuda a criar, construir, estimular. Como mediador desse processo faz com que o aluno busque o conhecimento, investigue, procure soluções. E isso se dá através das interações em sala de aula, onde o professor organiza a sala e os materiais possibilitando um ambiente acolhedor para a aprendizagem do aluno, pois é

 

(...) no ato de brincar que toda criança se apropria da realidade imediata, atribuindo-lhe significado. Em outras palavras, jamais se brinca sem aprender e, caso insista em uma separação, esta serie de organizar o que se busca ensinar, escolhendo brincadeiras adequadas para que melhor se aprende (ANTUNES, 2004, p.31).

 

Todo o aprendizado que a criança absorve brincando e jogando ela levará para a vida toda. A criança que aprende brincando pode torna-lo um melhor cidadão crítico, consciente de seus direitos, de sua convivência em sociedade.

A utilização de jogos e brincadeiras no cotidiano escolar se faz necessária, pois ela não é só uma mera atividade, ela é um dos pilares do processo de formação da criança,

 

A ludicidade, tão importante para a saúde mental humana, precisa ser mais considerada; o espaço lúdico da criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço para a expressão mais genuína do ser, é o espaço de exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. (CUNHA, 2005 p. 09).

 

Deixe que a criança explore, se expresse, se socialize, use a imaginação, as histórias de faz de conta, permitindo que ela cresça, aprenda brincando, se divertindo, com prazer.

 

4 PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

 

A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, utilizando de diversas leituras em livros, jornais, trabalhos acadêmicos, de diversos autores sobre o tema abordado, para compreensão e entendimento sobre o assunto (MARCONI e LAKATOS, 2010, p. 166).

Sendo uma das diversas etapas de um determinado trabalho cientifico, a pesquisa bibliográfica, é realizada através da revisão bibliográfica, que são as leituras realizadas nos trabalhos já feitos e publicados de autores.

Dessa forma é possível absorver mais informações, mais conhecimento, para melhor finalização dos questionamentos e objetivos propostos do trabalho.

 

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as varias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação (BOCATTO, 2006, p.266).

 

A pesquisa bibliográfica coloca “o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto” (TRUJILLO, 1974 apud MARCONI e LAKATOS, 2010, p. 166), fazendo com que o pesquisador tenha em mãos materiais de qualidade para analisar e manusear suas informações.

De posse de todas as informações possível, das leituras realizadas e analisadas, processou-se as informações de forma a ter um material conciso com conhecimentos adquiridos e expandidos e objetivos realizados.

 

5 RESULTADO E DISCUSSÃO

 

Em uma sala de aula o professor de educação infantil, deve ter noção de que não é somente a distribuição de conteúdos para as crianças e deixá-los a vontade para realização das atividades após explicação. Ele juntamente com essas atividades, também pode disponibilizar a criança experiências significativas, sempre estimulando a criança a interagir, a participar, se relacionar. Ele deve fazer com que o aluno seja o próprio protagonista do seu aprendizado. E um meio disso acontecer, é a inserção do lúdico nos métodos pedagógicos.

A utilização do lúdico como metodologia propicia uma interação e um contato maior, entre crianças e professor. Através dos jogos e brincadeiras a criança se prepara para desempenhar o seu papel em sociedade, pois essas atividades podem lhe dar autocontrole, prazer, desenvolvimento social, motor, afetivo e cognitivo.

Através do trabalho realizado, foi possível perceber que pode sim, a ludicidade ajudar bastante tanto o professor quanto à criança no ensino e aprendizagem. Essas brincadeiras e jogos influenciam muito as crianças de forma que torna até mais fácil elas aprenderem.

Verifica-se que o mais importante é saber o momento certo de inseri-las e como usá-las, pois se trabalhada adequadamente os momentos proporcionados e os ensinamentos adquiridos são enriquecedores.

E para que todo esse processo dê mais certo ainda é importante que todos participem, os pais, professores, coordenação, se envolvam para que possam contribuir para o crescimento educacional das crianças.

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

As brincadeiras e jogos ajudam muito no desenvolvimento educacional e cognitivo do aluno. É nesse tempo nas relações com os demais que a criança passa a criar laços, a compartilhar, dividir, respeitar, observar os limites de cada um.

Nesses momentos divididos, com interação, a criança vai se desenvolvendo, obtendo conhecimento, aprendendo.

Através de todas as pesquisas realizadas é possível averiguar que em todo o processo de construção e desenvolvimento da criança os jogos e a brincadeira tem papel fundamental, pois contribui em sua formação e aprendizado.

É importante que os professores possam inovar suas práticas escolares, com métodos e metodologias que possam alcançar mais o aluno no seu aprendizado. Que busquem atividades mais próximas de seu cotidiano inserindo-as em seus conteúdos, auxiliando assim no processo de ensino e proporcionando ao aluno se divertir e aprender ao mesmo tempo, criando um ambiente de descontração para os estudos.

Quando a criança tem uma infância feliz, os privilégios que terá ao longo de sua vida, será a de que aproveitou bem, se divertiu bastante, foi feliz, pois brincar é essencial para o seu crescimento, desenvolvimento.

Ao brincar ela não define um objetivo expecífico, ela brinca com o que estiver ao seu alcance, ela inventa seus brinquedos e jogos, usa a imaginação, seja com qualquer tipo de brinquedo que tenha a mão. Portanto o professor tem em suas mãos grandes desafios, e ele deve aproveitar e fazer desses momentos, alternativas educacionais, criar planos de ensino que envolva essas brincadeiras e jogos no intuito de aperfeiçoar o aprendizado e desenvolvimento do aluno.

 

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