Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): contextos e contrastes em educação na Pandemia da Covid 19
1Jaime Martins da Silva
RESUMO
As Tecnologias de Informação e Comunicação, no contexto atual da educação, tem como base uma reflexão sobre o processo de construção do conhecimento proporcionando um olhar diferenciado sobre as questões sociais que impedem o desenvolvimento de uma prática docente que seja feita com qualidade. O objetivo deste trabalho é analisar os contrastes sobre a aplicabilidade da Tecnologia de Informação e Comunicação nos contextos educacionais diante das condições atuais que existem em alguns países do mundo. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, utilizando-se obras de autores como Sancho (2006), Dawbor (2013), Castilho (2011), Guarezi (2009), Unesco (2020), Dias (2020) e outros que contribuíram para fundamentar a pesquisa fazendo-nos refletir na possibilidade de inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação como ferramentas de trabalho no dia a dia de uma instituição de ensino. No entanto, conclui-se que o profissional de educação consegue desenvolver uma prática pedagógica, com comprometimento e qualidade, se as condições de utilização de aparelhos tecnológicos estiverem presentes onde há a necessidade de formação de professores e aprimoramento de laboratórios de informática com acesso à internet de boa qualidade para docente e discente, proporcionando a criação de ações inovadoras que contribua com a construção de conhecimentos necessários para atender o perfil do aluno na realidade.
Palavras chave: educação. Tecnologia. Informação. Ensino.
INTRODUÇÃO
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no processo de ensino e aprendizagem tornaram-se importantes no contexto educacional pelo fato de facilitar a construção do conhecimento na medida em que as situações de trabalho, na atualidade, requerem mais agilidade e criatividade das pessoas.
No contexto educacional as informações permeiam para que o conhecimento científico possa ser contemplado com o desenvolvimento de práticas pedagógicas que contribuam com a aplicabilidade de ações que são desafiadoras no cotidiano do indivíduo. Desta forma é necessário que todo projeto pedagógico institucional seja pensado a favor da mediação do conhecimento, que é feita pelo profissional de educação, para que o aluno consiga compreender, de fato, que as mudanças que ocorrem ao seu redor, de forma acelerada, são oriundas do processo de desenvolvimento tecnológico. E que em toda situação nova pode surgir alternativas e atitudes diferenciadas na tentativa de resolução dos problemas que existem no âmbito social.
A questão problema em destaque nesta pesquisa é “se as Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem para que aconteça um ensino de qualidade na instituição de ensino”. A hipótese é que a utilização dos recursos tecnológicos no meio educacional pode facilitar o aprendizado do aluno porque existem diversas ferramentas no meio eletrônico que auxiliam na busca de conceitos e práticas inovadoras no âmbito profissional de muitos seguimentos no mercado de trabalho fazendo com que o aluno possa aprender de forma prazerosa sentindo-se motivado quando ele é o detentor das próprias habilidades.
O objetivo geral da pesquisa é analisar os contrastes sobre a aplicabilidade das tecnologias de informação e comunicação nos contextos educacionais em alguns países do mundo.
As ações específicas para consolidar a proposta geral da pesquisa destacam-se em: Identificar a importância da utilização das tecnologias de informação e comunicação na consolidação do conhecimento na Educação Básica; Analisar o modo, pelo qual, a internet (Rede Mundial de Computadores) está influenciando o modo de vida social na contemporaneidade; Conceituar os enfoques que as tecnologias de informação e comunicação proporciona ao Ensino Superior; Analisar o perfil do ensino a distância no mundo de acordo com o relatório da Unesco publicado em 2020, no período da Pandemia da Covid 19.
Este estudo baseou-se numa pesquisa bibliográfica, onde os dados relevantes foram analisados sob a ótica de diferentes autores da área de tecnologia da informação e comunicação onde evidenciam o caráter metodológico no processo ensino aprendizagem como sendo primordial para que aconteça a construção do conhecimento.
Considerando o contexto atual da educação, o objeto a ser aprendido, o sujeito que aprende e os sujeitos que ensinam, as políticas públicas educacionais, em todo o mundo, devem priorizar investimentos financeiros em tecnologia de informação e comunicação para que os professores desenvolvam uma prática docente ligada ao desenvolvimento pessoal e profissional do aluno e de si mesmo.
O enfoque ideal no processo da Tecnologia de Informação e Comunicação no contexto da Educação Básica
Entende-se que as tecnologias, em geral, oportunizam romper com as paredes das salas de aula e de toda a instituição, integrando a comunidade que a cerca, a sociedade da informação e a outros espaços produtores de conhecimento.
É importante compreender que a presença da tecnologia de informação e comunicação nas instituições de ensino traz oportunidades que devem ser componentes importantes para aumentar as possibilidades de inserção de atividades nas diversas práticas pedagógicas e também no convívio social.
Neste contexto, alguns dos entraves que resultam do pouco envolvimento com as tecnologias de informação e comunicação por parte dos profissionais de educação é o fato de que muitos profissionais da educação estão encontrando dificuldades em se adaptar a esse novo modelo de ambiente informatizado e também pela falta de investimento em máquinas e sistemas de comunicação que ainda persiste em muitas escolas brasileiras. Na opinião de Castilho (2011, p. 20),
O sistema não consegue gerir reações imprevistas e imediatas de alguns indivíduos, o que contribui para que, não sendo atendidos, desistam. O sistema implica mudanças profundas nas práticas de trabalho típicas dos métodos tradicionais de ensino. Muita gente não consegue alterar a maneira de trabalhar e se sente incomodada com os processos.
Diante deste fato, acredita-se que a escola deve ser um local onde a contextualização de práticas pedagógicas com uso das tecnologias possibilite despertar os interesses e necessidades dos alunos, no contexto real e na intencionalidade pedagógica por meio da criação de situações que possam favorecer o processo de construção do conhecimento do aluno. Isto significa que a prática do professor deve ser orientada por uma pedagogia relacional e compatível com as características da sociedade do conhecimento e da tecnologia.
Segundo Brito (2013, p. 23), “sabemos que o cenário tecnológico e informacional requer novos hábitos, uma nova gestão do conhecimento, na forma de conceber, armazenar e transmitir o saber, dando origem a novas formas de simbolização e representação do conhecimento”. Sendo assim, a generalização das novas tecnologias digitais, interativas e multimídias mudaram a forma como produzimos e relacionamos uns com os outros, até mesmo como nos divertimos. Elas não só fazem parte do nosso cotidiano, como também do espaço escolar, facilitam e auxiliam o nosso acesso à informação.
No entanto, a urgência em sabermos lidar com as novas tecnologias não são, apenas as questões de moda, pois, estes novos recursos põem a disposição dos profissionais da educação, múltiplas possibilidades para aquisição de novos conhecimentos por meio da informação disponibilizada na rede mundial de computadores. Permitem inclusive a interação com pessoas das mais variadas culturas, possibilitando o intercâmbio das diferentes formas de compreender a realidade.
Sendo a educação a nossa esfera de ação, é nas tecnologias de informação e comunicação que depositamos a nossa esperança e abraçamos com força esses recursos no sentido de garantir acesso ao conhecimento em todas as classes sociais.
No âmbito educacional, o professor/educador tem que saber tirar proveito destas tecnologias para enriquecer a sua prática pedagógica. Sendo assim, o educador não pode ser desajustado, muito menos ser uma pessoa que não incentive os alunos a aproveitarem os recursos disponibilizados pelas novas tecnologias.
No contexto educacional a tecnologia de informação e comunicação estão sendo cada vez mais uteis, porque facilita a comunicação entre professores/alunos favorecendo o desenvolvimento pessoal, profissional e grupal, bem como a compreensão da realidade e a atuação na transformação da sociedade.
Segundo Dowbor (2013, p. 49), “estamos passando de um universo onde o conhecimento era trabalhado por um segmento especializado da sociedade, o mundo da educação, para um universo onde o conjunto das atividades humanas se torna intensivo em conhecimento”. A gestão do conhecimento torna-se assim um espaço mais amplo, no qual a educação tem de reconstruir o seu papel, reencontrar o seu lugar.
Segundo o autor as instituições de ensino devem modificar seus conceitos de ensino, buscando novos recursos didáticos, assumindo um novo papel ao surgimento dessas tecnologias, refletindo e analisando a ação pedagógica dos professores, e assim, propor metodologias que possam contemplar aprendizagens e que venham suprir as necessidades e/ou dificuldades dos educandos. Nesse sentido, a atualização das tecnologias de informação e comunicação como suporte ao ensino e aprendizagem deve ser mais abrangente.
Outra abordagem que merece destaque parte da autora Sancho (2008, p. 75). Ela afirma que,
A integração da TIC em processos formativos pode permitir uma maior flexibilização, mediante o desenvolvimento de opções como: favorecer o domínio de capacidade do uso das TIC, especialmente quando esse domínio faz parte dos objetivos da própria atividade formativa; estimular a interação entre os professores e os estudantes, ao dispor de mais canais para sua comunicação; e, em especial, favorecer uma melhor adaptação dos estudantes ao plano do trabalho formativo.
Sancho destaca que, pensar em tecnologias dentro da escola é averiguar um pensamento informatizado onde as informações e os meios de comunicação são tão globais e rápidos que nos viabiliza uma postura de mudança da prática pedagógica de um repensar educacional mais dimensionado. As novas tecnologias têm uma grande importância na vida das pessoas, invadindo todas as áreas do cotidiano compreendendo a educação, a saúde, o esporte, o lazer e principalmente a profissionalização. Avançando na discussão, Demo (2009, p.13), aponta que,
A pedagogia tradicional sofre uma aparente derrota, porque o percurso até agora andado pela aprendizagem virtual reconhece, cada vez mais que a parceria pedagógica lhe é simplesmente essência, para não dizer sua razão de ser. “Aprendizagem virtual” não pode ser apenas uma brincadeira virtual; precisa acima de tudo, ser “aprendizagem.
Sendo assim os professores não podem ser simplesmente, aprendizes de técnicas. Para dar conta de um aluno integrado na nova era, e apto em viver em ambientes informatizados, conscientes, críticos no seu papel social num mundo sem as antigas fronteiras geográficas e de conhecimento, o professor precisa ir muito além de que aprender a manusear o computador.
O uso apropriado e criterioso das novas tecnologias de informação na educação, tem por objetivo, também, levantar uma questão sobre como as mídias (internet, televisão e outras ferramentas digitais), afetam as crianças, pré-adolescentes e adolescentes e como a instituição de ensino pode tornar a relação mídia - receptor mais saudável.
Para Castilho (2011), “os meios de comunicação fazem parte do cotidiano das crianças, jovens e adultos em geral e que segundo dados do IBGE, as crianças brasileiras passam em média 5 horas diárias em frente à televisão e assistem aproximadamente 40 mil propagandas em 1 ano”.
Esta reflexão contribui para que os professores encontrem procedimentos pedagógicos adequados para utilizar, cada vez mais frequente, as mídias em sala de aula como ferramenta didática e assim, transformar a tecnologia em aliada a prática docente. Desta forma é possível que aconteça a construção de conhecimentos a partir dos conteúdos interdisciplinares que venham contribuir para a formação da cidadania planetária.
Então, num mundo em que as informações se entrelaçam a todo momento também a que se preocupar com as fontes naturais que faz com que o sistema econômico de um país gire em torno das necessidades da nação de forma sustentável.
Nas palavras de Castilho (2011),
O planeta Terra exige um pensamento policêntrico capaz de apontar o universalismo, não abstrato, mas consciente da unidade/diversidade da condição humana; um pensamento policêntrico nutrido de culturas do mundo. Educar para este pensamento é a finalidade da educação do futuro, que deve trabalhar na era planetária, para a identidade e a consciência terrena. (CASTILHO, 2011, p. 27)
Desta maneira, reconhecer a interdependência dos diversos elementos que compõem a realidade local e global e que a compreensão desse todo implica uma comunicação entre os diversos saberes, que envolve o científico, tecnológico e cultural, determinantes para a relação entre sujeito e a vida no planeta.
Assim, reunir práticas pedagógicas de educação fica em pleno sentido, visto que a utilização das linguagens e tecnologias de comunicação ajudam a formar opinião pública e promover informação sobre assuntos diversos. Na escola de educação básica, quanto mais próximo a tecnologia de informação e comunicação está do aluno, mais impacto ela causa.
Os meios de comunicação de massa têm a função social de informar ao público sobre assuntos de seu interesse. No sistema comunicacional emissor – mensagem – receptor, os meios de comunicação são o emissor, o conteúdo é a mensagem e o público é o receptor. A mensagem passa por processos e, ao chegar ao receptor, pode causar um efeito planejado ou não pelo emissor.
Ao longo do século XX, especialmente entre os anos de 1940 e 1970, o telefone, “o cinema, o rádio, as revistas e a televisão constituíam-se em um sistema que ao desenvolver-se transformou-se em aparato de última geração ao integrar outros avanços tecnológicos mais recentes como celulares”. (CASTILHO 2011, p. 54)
O avanço tecnológico se colocou presente em todos os setores da vida social, e na educação não poderia ser diferente, pois o impacto desse avanço se efetiva como processo social atingindo todas as instituições, invadindo a vida do homem no interior de sua casa, na rua onde mora, nas salas de aulas com os alunos etc. Desta forma, os aparelhos tecnológicos participam das atividades do ser humano e condiciona o pensamento, a forma de agir, e de raciocinar, bem como interferir na relação com as pessoas.
A partir desses posicionamentos é possível concluir que as tecnologias multiplicaram enormemente as possibilidades de pesquisa de informação e os equipamentos interativos e multimídia vieram colocar à disposição dos educandos um manancial inesgotável de informações. Munidos destes novos instrumentos, os educandos podem tornar-se exploradores ativos do mundo que os envolvem. Uma vez despertado pelo interesse de se comunicar e entender esse universo as perspectivas de sucesso aumentam. Tudo isso sustentado em um modelo que prima pelo aspecto social.
O contexto atual sobre o uso da internet (Rede Mundial de Computadores)
O computador, ao mostrar ser uma máquina revolucionária, jamais criada antes, tornou-se uma ferramenta quase impossível de viver sem seu uso nos dias atuais. O uso generalizado da internet fez com que esse meio de integração e comunicação se consolidasse em nossa sociedade, onde mostra que vivemos em um mundo de imediatismo, criando-se atalhos práticos no nosso dia-a-dia.
Essas significativas transformações em decorrência das evoluções tecnológicas e sociais, trazem consigo as mudanças no comportamento da sociedade em geral. Com esta revolução na formação de novos hábitos da sociedade, mesmo sendo observados vários pontos positivos ao uso cotidiano, traz consigo condutas infracionais como crimes virtuais, o qual adapta-se às normais atuais, visto ser uma nova modalidade de delito, o que vem aumentando gradativamente, e a falta de tipificação acaba por abrandar tais crimes.
Segundo Oliveira (2011, p. 124),
Apesar de ser uma rede “sem dono”, pois não existe uma empresa ou entidade que administre mecanismos de segurança, criptografia e redes privadas, são criadas e implementadas diariamente na internet de forma a proporcionar um ambiente seguro cada vez mais estável e seguro para as aplicações.
Diante disso, observa-se que os crimes virtuais são frutos da nossa evolução social cibernética, essa união “Direito e Informática” devem andar alinhados na busca de mecanismos de prevenção contra esse novo crime.
Combater os crimes virtuais é tarefa árdua, visto que temos em mãos um Código Penal ultrapassado, escrito ainda em 1940, quando, por exemplo, punia-se o adultério. Ora, a sociedade evolui e, com ela, os crimes alcançam patamares jamais imaginados àquela época.
Desta forma, enviar um e-mail com uma isca, um phishing (defraudar) bancário, não é crime – salvo se houve comprovação de que referido programa levou terceiro a ter prejuízo financeiro, caracterizando-se o crime de estelionato.
A grande questão que abarca o assunto são as ferramentas disponíveis, bem como uma equipe, de fato, preparada para investigar tais crimes virtuais. Atualmente o deficit de agentes judiciários voltados para área criminal é mínimo considerando a evolução constante deste país em relação aos crimes. Para Oliveira (2011, p. 112) “atualmente as máquinas estão cada vez mais modernas, mais confiáveis e redundantes, e os sofrwares (programas de computadores) cada vez mais elaborados e complexos. Entretanto, tudo isto é possível de falha”.
Segundo Guarezi (2009, p. 90),
A tarefa de estruturar um processo comunicativo multidirecional, que estimule a interação entre os envolvidos, pode parecer difícil na medida em que sejam empregadas tecnologias de ponta e que se contempla não serem essas tecnologias suficientes para fazer a interação.
Neste sentido, para haver segurança virtual é necessário que exista uma equipe especializada, com carga de experiência na área virtual para poder identificar àquele que oprime a sociedade de forma geral. Haja vista que no aspecto da segurança virtual, temos a legislação branda que não satisfaz a demanda colacionado em tempos atuais.
Com a evolução da informática, o direito penal face aos crimes cometidos pela Internet, mostram que na atual legislação brasileira ainda não está regulamenta os crimes cometidos na rede.
Nas palavras de Guarezi (2009, p. 117), “os modelos desenvolvidos com a utilização de mídias integradas são, portanto, um avanço, pois soma múltiplas possibilidades de representações, incorporando o conteúdo com a promoção efetiva do diálogo entre todos os participantes”.
Guarezi (2009, p. 117), continua afirmando que,
A utilização da internet, consorciada a outras formas de comunicação, além da facilidade de contato com pessoas de diversos lugares, ainda possibilita a construção de espaços nos quais as pessoas podem interagir e estabelecer trocas que atendam aos seus interesses e que produzam conhecimento de forma colaborativa.
Então o avanço da tecnologia serve para que o governo brasileiro passe a investir mais em pesquisas que dê conta de fiscalizar e punir os possíveis os criminosos que provocam os ataques cibernéticos que acontecem nas empresas colocando em risco a segurança de milhares de pessoas.
Neste contexto, a população brasileira deve estar ciente de que há uma realidade crescente de crimes cometidos pela internet e que novas leis precisam ser discutidas para que tais delitos possam ser combatidos o quanto antes, pois com leis antigas e antiquadas pouco voltadas para a área tecnológica, as brechas são imensas, fazendo com que muitas das vezes, esses hackers passem impunes.
A Tecnologia de Informação e Comunicação no Ensino Superior
É possível compreender que nos dias atuais a Tecnologia de Informação e Comunicação correspondem as tecnologias utilizadas de forma integrada, para interferir ou mediar os processos de informação e comunicação entre os seres humanos. Quando se fala em informação e comunicação, as tecnologias surgem com uma alternativa da era moderna para facilitar a construção do conhecimento.
A inserção de tecnologias na educação possibilita um amplo acesso à informação, ao passo que a concepção da Educação à Distância (EAD) tornou um meio de universalizar esse acesso ao ensino fazendo uso das ferramentas tecnológicas para a formação de professores.
Franco (2012), explica que o ensino superior, no Brasil, pode então ser considerado oficialmente, a partir de sua organização sistemática, o que apenas ocorreu no ano de 1934, com a fundação de Universidade de São Paulo. Um evento que passou a representar uma condição histórica contemporânea na educação nacional. Todavia, o autor acredita que não se pode deixar de falar sobre o pós guerra, que alçou o Brasil a uma condição de pais que expandiu com mais excelência seu sistema educacional, não somente nos níveis mais básicos, mas também no ensino superior.
[...] desde o final da década passada, o crescimento da educação superior no Brasil, numa média de 7% ao ano, produziu uma diversificação da forma de atendimento aos ingressantes, sobretudo na graduação. Contudo, o autor alerta sobre o que se vê desde então, isto é, uma situação de hierarquização institucional sem necessariamente o aprimoramento na relação entre o projeto pedagógico das instituições e as reais necessidades dos jovens e do mercado. Este processo de expansão foi acompanhado pela ampliação de vagas, mudanças de alternativas metodológicas e organizativas desta etapa educacional no país, e a definição de sua inserção no mercado, em que se pese a agressiva influência política entre as décadas de 1960 e 1970 até o início dos anos 1980, quando a maioria das instituições se ensino superior seria originada do setor privado. (p. 54)
Macedo ET AL. (2005) explicam que a formação universitária que prevalecia em grande parte dos países ocidentais ao longo do século XX seguia um mesmo modelo que, neste ponto encontrava-se em profundo esgotamento. Ao passo que as razões para isto são inúmeras, tanto no ritmo quanto na intensidade das transformações do mercado de trabalho, a evolução do conhecimento em todos os setores, as mudanças na ciência e no saber da força produtiva, o surgimento constante de novas especialidades, além da demanda permanente por novos e melhorados tipos de profissionais, com marca pela flexibilidade de interdisciplinaridade em níveis quase inimagináveis.
Cunha (1992), explica que um das etapas da reforma universitária consiste na aprovação das bases legais da modalidade de Educação à Distância (EAD), por meio do decreto nº 5.622/05, que foi responsável por regular o art. 80 da lei nº 9.394/96 (LDB) revogando ainda outros decretos. Tal decreto passou a regular esta modalidade para os graus de ensino básico, profissional e superior. De modo que a EAD se atribui de um crescimento importante já há alguns anos, porém, a partir de 2001 foi elevado de maneira importante o volume de cursos e de vagas ofertadas nesta modalidade no nível de graduação.
Segenreich (2003), explica que no mesmo ritmo seguiu-se a expansão de tal modalidade no âmbito educacional privado, sendo que apenas oito instituições privadas ofereciam cursos e disciplinas EaD no ano de 2002, sendo que dois anos após, em 2004, o número se elevou para 37. O Censo da Educação Superior 2018 registrou 7,1 milhões de vagas na EaD, enquanto os cursos presenciais contabilizam 6,3 milhões. O levantamento realizado, anualmente, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revela ainda que, entre os 3,4 milhões de estudantes que ingressaram em cursos de graduação em 2018, 40% (1,4 milhão) optaram por cursos EaD. (INEP 2020). Vejam que tal modalidade não é apenas limitada a um nível de graduação, mas se apresenta também como uma opção de pós-graduação lato sensu e stricto sensu.
Contudo, o autor também ressalta alguns dos fatores que podem ser considerados preocupantes, em sua ótica, podem tornar dificultada uma análise criteriosa tanto qualitativa, quanto quantitativa da aplicação da modalidade EaD no ensino superior do Brasil.
A primeira questão que o autor levanta seria a ausência de fontes e de dados oficiais, além dos desafios tamanhos na regulamentação do EaD, as diversas possibilidades e as ofertas dos cursos e das instituições capazes de se credenciar, incluindo que a oferta do EaD pode ser aplicada independentemente de espaços geográficos, a questão da dificuldade de avaliação de tais cursos, etc. Retomando a questão da reforma universitária, cabe dizer que a mesma já se encontra em sua quarta versão, o que faz com que o governo federal exiba um processo de concepção democrática, contudo, por meio de decretos, acaba implementando uma série de normas de interesse pessoal que doutrinam a educação superior no Brasil.
A título de previsão do futuro para a educação superior no Brasil, é possível notar, conforme o texto da lei nº 13.005/14, que promulga o plano nacional de ensino 2014-2020, que alguns dos principais desafios apontados e que precisam ser contemplados neste período, são especialmente sobre a formação e qualificação de professores. Além de apontar sobre a consideração das TIC como meios para o cumprimento das metas do PNE (Plano Nacional de Educação).
De modo que uma das principais estratégias de ampliação do acesso à educação superior, se encontra relacionada ao desenvolvimento da EaD, sobretudo pelo sistema UAB, (Universidade Aberta do Brasil). Sendo que um dos maiores desafios neste sentido da inserção das TIC é a inclusão qualificada das mesmas tecnologias nas práticas educacionais, como essencial para os processos de formação das instituições de ensino superior.
De acordo com Pimenta (2006), quando os alunos ingressam no ensino superior, possuem formado, conceitos acerca do ambiente tecnológico, o que difere este aprendizado a ser aplicado, daquele que seria aplicado no ensino fundamental, por exemplo. No ensino superior o aluno já possui uma carga tecnológica incorporada em sua utilização diária, uma vez que a maior parte dos recursos tecnológicos já faz parte do cotidiano destes acadêmicos, seja em casa, no trabalho ou em aparelhos móveis.
A autora (p. 81) comenta ainda que o ensino na educação superior concerne à preparação destes jovens a fim de se “[...] elevarem ao nível da civilização atual, de sua riqueza e de seus problemas, a fim de que aí atuem. Isso requer preparação científica, técnica e social”.
Pimenta (2006), também acredita que a formação acadêmica no sentido tecnológico é imprescindível e indispensável, de modo que a educação seja um processo de evolução que esteja constantemente se encaminhando para novas fronteiras. Tal aprendizado passa então a se encontrar com as descobertas e lançamento de tecnologias inovadoras, que sejam capazes de colaborar para que o docente aplique seus conhecimentos a atue como mediador entre a descoberta do aprendizado, que deve ser constante, e o conhecimento que é obtido.
Neste sentido, a autora explica que o docente deixa de ser cerne da questão de modo que não é ele a total e única referência que o aluno possui como fonte de informação, assim como se ausenta da posição de detentor exclusivo de conhecimento, uma vez que uma série de outros mecanismos também passa a ter potencial e eficácia na construção do aprendizado, tanto quanto a figura do docente.
O docente, por sua vez, passa a adquirir outra atribuição, mais ampla e humanizada, sendo a de gerenciar, orientar, traduzir, interpretar e viabilizar as ferramentas, que são disponibilizadas, em meio a uma infinidade de recursos e informações que caracterizam a tecnologia, a fim de auxiliar o acadêmico em seu aprendizado.
A utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação no ensino a distância segundo o “Resumo de política para educação durante o covid-19” da UNESCO – publicado em agosto de 2020
Garantir a continuidade da aprendizagem durante o tempo do fechamento de escolas tornou-se uma prioridade para os governos em todo o mundo, muitos dos quais se voltaram para a TIC, exigindo que os professores migrassem para o fornecimento online de série de aulas. Os países relataram que algumas modalidades foram usadas mais do que outros, dependendo do nível de educação, com variabilidade entre as regiões.
Em algumas áreas com conectividade combinada, os governos têm usado mais modalidades tradicionais de ensino à distância, e muitas vezes, uma mistura de programas educacionais de televisão, rádio e distribuição de materiais impressos. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sabemos que a crise causada pela Covid-19 resultou no encerramento das aulas em escolas e em universidades, afetando mais de 90% dos estudantes do mundo (UNESCO, 2020).
Relativamente poucos países estão monitorando o alcance e uso efetivos do ensino à distância nesta modalidade. No entanto, as estimativas indicam variação na cobertura abrangente: o ensino à distância nos países de alta renda cobre cerca de 80-85 por cento, enquanto isso cai para menos de 50 por cento nos países de baixa renda (UNESCO 2020). Esta deficiência pode ser atribuída, em grande parte, levando à exclusão digital, com os desfavorecidos tendo acesso limitado a serviços domésticos básicos como: moradia, eletricidade; falta de tecnologia, falta de infraestrutura e baixos níveis de acesso digital entre alunos, pais e professores.
O fechamento de escolas exigiu mudanças no modo de viver e em alguns casos, causou graves interrupções, por exemplo, em como os alunos são avaliados. Na maioria dos países muitas tentativas e exames foram adiados. Em alguns, as avaliações foram canceladas enquanto em outros, as avaliações pontuais foram substituídas por avaliações contínuas ou modalidades alternativas, como testes online para exames finais.
Avaliação contínua inovadora é um método que têm recebido muita atenção. O progresso do aluno pode ser monitorado com dispositivos móveis e pesquisas feitas por telefone, monitorando o uso das tecnologias no seu desempenho com esquemas de aprendizagem baseados no trabalho que foram capazes de se adaptar em alguns países. De acordo com a Unesco, (2020 in Dias 2020),
A natural queda na aprendizagem poderá alastrar-se por mais de uma década se não forem criadas políticas públicas que invistam em melhorias de infraestrutura, tecnologias, formação, metodologias e salários, além do reforço da merenda, melhor aproveitamento do tempo, tutoria fora do horário usual das aulas e material adicional, quando possível.
Dentro de muitas instituições de ensino superior houve mudanças nas estatísticas do aumento do número de plataformas e aplicativos de aprendizagem implementados para um sistema de avaliações de aprendizagem rápida para identificar lacunas do aprendizado. Cada solução tem o seu próprio desafio, nomeadamente em termos de equidade. Para alguns setores, veio o ensino a distância com desafios distintos. Na primeira infância, alguns países, foram capazes de colocar um jardim de infância virtual para crianças de 3 a 6 anos de idade.
A aprendizagem técnica e profissional no ensino a distância tem sido uma oportunidade para expandir modalidades de aprendizagem flexíveis, definindo o palco para uma mudança sustentada para mais aprendizagem online neste subsetor no futuro. Soluções sustentáveis devem se basear em experiências no contexto das ciências com o uso generalizado da tecnologia para garantir a continuidade da aprendizagem durante a pandemia, inclusive para os mais marginalizados. Na opinião de Dias (2020), “a educação a distância (EaD) não pode ser a única solução, esta metodologia tende a exacerbar as desigualdades já existentes, que são parcialmente niveladas nos ambientes escolares, simplesmente, porque nem todos possuem o equipamento necessário”.
Na aprendizagem inclusiva esforços feitos para promover a aprendizagem também estão acontecendo. Conforme os estados adotam práticas de ensino à distância, alunos com deficiência estão enfrentando barreiras devido à ausência de equipamentos necessários, acesso à internet, materiais acessíveis e o suporte que lhes permitiria seguir online os programas de ensino. Alguns países estão em desenvolvimento de ferramentas e recursos para alunos com deficiência construindo
laços com seus pais. Isso requer aprimoramento de recursos de acessibilidade, como narração de áudio, vídeo em linguagem de sinais e texto simplificado, bem como, o fornecimento de dispositivos assistivos e, em alguns casos, acomodação razoável.
Para alcançar as 700 crianças com deficiência que estão matriculados em campos refugiados no Azraq e Za'atari, acampamentos na Jordânia, por exemplo, uma inovação tem sido o uso de máscaras transparentes, para que as crianças surdas ainda possam ler os lábios.
Segundo Vieira e Ricci (2020),
Diante da situação emergencial, Governos Estaduais e Municipais, prescindindo da estrutura necessária para a prática de EAD, depararam-se com a necessidade de concentrar esforços na preparação dos professores para o desenvolvimento de situações de aprendizagem remota, que, em geral, estão sendo mediadas pelo uso das tecnologias. Diante disso, foi demandada, por parte dos docentes, a capacidade de experimentar, inovar, sistematizar esse conhecimento e avaliar o processo de aprendizagem de seus alunos, fazendo o melhor uso possível dessas ferramentas, cujo uso, para muitos, era até então desconhecido.
Os resultados negativos de fechamentos de escolas prolongados têm um impacto desproporcional nas crianças deslocadas. Esta situação é especialmente precária para as crianças, mais em risco de abandono permanente. Em alguns países pobres os governos tomaram medidas para garantir que crianças e jovens deslocados possam acessar alternativas de aprendizagem de apoio psicossocial e ofereceu treinamento de saúde para professores e atividades de conscientização da comunidade, durante a atualização de água e saneamento com instalações de treinamento dentro e ao redor de espaços de aprendizagem.
Nas palavras de Vieira e Ricci (2020),
No Brasil, na ausência de uma política nacional de enfrentamento por parte do Governo Federal, os Estados estão se organizando de forma diversa. São Paulo, maior Estado do país, optou pela oferta de educação não presencial, com suporte via canal televisivo TV Educação, em parceria com o centro de Mídias Estadual. Neste sentido, foram preparadas aulas, oferecidas neste canal televisivo e virtual em horários alternados, conteúdos curriculares oferecidos de acordo com a série e a etapa da educação básica.
Mais de 70 países adaptaram seus programas de alimentação escolar continuem apoiar as crianças durante o fechamento das escolas. Quase 50 países estão oferecendo, para levar para casa, a alimentação dos alunos que serviriam para alimentá-los na escola se estivesse tendo aulas normais. (UNESCO 2020). Algumas nações preferiram servir as refeições prontas para crianças e suas famílias em vários ambientes, inclusive por meio de entrega de refeição diária nas residências. Vinte e dois países optaram por substituir as refeições com vouchers ou dinheiro que as famílias pudessem usar para comprar comida ou outros itens essenciais. Alguns dos 6,9 milhões de alunos em 45 países de baixa renda essas tentativas foram alcançadas desde o início da crise com distribuição de alimentos feito pelo governo para levar para casa com o apoio do sistema das Nações Unidas. (UNESCO 2020).
Nas escolas, desde o início da pandemia, os professores foram imediatamente encarregados de implementar, a distância, modalidades de aprendizagem, muitas vezes sem o suficiente de orientação, treinamento ou recursos. Isso ocorreu em todos os níveis de ensino pelo mundo. Em muitos contextos, o professor mudou para online rapidamente ou foi disseminado o atendimento pelo telefone e aplicativos de vídeo, mas professores marginalizados podem ter perdido esse apoio.
Reuniões de aula baseadas na web e aplicativos de mensagens se tornaram ferramentas úteis e novas formas de comunicação com seus alunos e a comunidade educacional foram surgindo. Para Vieira e Ricci (2020), “todavia, sabe-se que um processo desta envergadura não se conclui de forma rápida. Trata-se de um grande desafio às redes e aos professores e de um processo lento de aceitação até que se colham os resultados, afinal, trata-se de uma vasta rede de ensino”.
Professores em todo o mundo eram pouco compreensíveis para apoiar a continuidade da aprendizagem e adaptar-se às novas metodologias de ensino. Na África subsaariana, apenas 64 por cento do ensino primário e 50 por cento dos professores secundários têm ou receberam o treinamento mínimo, que muitas vezes
não inclui habilidades digitais básicas. (UNESCO 2020).
Muitos contextos com infraestrutura inadequada e condições péssimas de conectividade, educadores carecem do mais básico possível incluindo habilidades com a TIC, o que significa que provavelmente terão dificuldades com seu próprio desenvolvimento profissional contínuo, sem falar em facilitar o ensino à distância de qualidade.
Diante disso a formação inicial e contínua de professores precisa de reforma para treinar melhor os professores com novos métodos de entrega de educação. A saúde física dos professores foi colocada em risco quando exigido para fornecer educação face a face para os filhos de trabalhadores essenciais e crianças nervosas.
Somando-se ao medo de ser exposto ao vírus e o medo de perder salários e benefícios, ao mesmo tempo em que lida com o aumento da carga de trabalho e responsabilidades familiares. Isto é especialmente verdadeiro para professoras que tiveram que continuar ensinando no mesmo momento que tiveram que dividir as responsabilidades familiares.
Vieira e Ricci (2020), afirmam que,
Seja em escala nacional ou mundial, apesar de todos os esforços empregados nestas ações, os sistemas de ensino têm esbarrado na fragilidade da educação. A pandemia evidenciou e lançou holofotes sobre as desigualdades, demonstrando o quanto ainda há por se fazer até que alcancemos um patamar de equidade no atendimento a educação - no caso específico do Brasil, fazendo valer o que rege a Carta Magna do País, que garante o acesso igualitário à educação como direito social.
Alguns países integraram o apoio psicológico aos profissionais de educação para que eles pudessem suportar seus planos de contingência. Muitos manuais e guias foram distribuídos para professores e associações locais como as ONGs mobilizadas para fornecer apoio e todo suporte que fosse possível.
Muitos professores precisaram de suporte técnico para si próprios, se quisessem atender às necessidades de seus alunos. Sem este atendimento muitos profissionais teriam a tensão elevada e poderiam levar ao esgotamento, resultando em altas taxas de absenteísmo, podendo até levar alguns professores a deixar seus empregos, por causa do exaustivo esforço para construir a educação escolar.
Segundo Vieira e Ricci (2020),
Além das dificuldades encontradas, tornou-se claro que assentir às mudanças do campo educacional e às tecnologias exige um grande movimento, que envolve investimento massivo, tanto em Políticas Sociais - uma vez que a igualdade e equidade de acesso aos bens sociais conversam com esta questão -, quanto em Políticas Educacionais e de formação e valorização docente.
Já não bastasse as tensões geradas pela mudança brusca no trabalho outro agravamento surgiu na carreira com alguns profissionais de educação. Os impactos variados no emprego e salários. Os dados recentes apontam que apenas uma minoria de países pagou professores estatutários. No entanto, atrasos no pagamento de salários foram muito comuns.
No setor público, os trabalhadores com contratos temporários foram especialmente afetados, pois os contratos não foram renovados e os pagos por hora estavam sem trabalho.
Em países de baixa renda, em particular, onde parentes pararam de ajudar a pagar as despesas muitos professores foram incapazes de ensinar remotamente e perderam seus meios de subsistência. Uma pesquisa da Education International revelou que, entre 93 sindicatos de professores de 67 países, quase dois terços relataram que trabalhadores da educação em instituições privadas foram significativamente afetados, os professores em tempo de contratos diversos e pessoal de apoio foram a maioria afetados. (UNESCO 2020).
Os professores refugiados que frequentemente não fazem parte do sistema nacional de educação também estavam vulneráveis à cessação de salários e perdas de empregos enquanto as escolas não estavam em funcionamento. Fracasso de escolas não estatais, seja agora ou no futuro, vão deixar os sistemas de educação pública para absorver um grande número de alunos adicionais.
O não pagamento de salários de professores não só representa um problema para o indivíduo, família e bem-estar da comunidade, como também prejudica a oferta de educação de qualidade. A curto prazo, muitos professores podem precisar recorrer a alternativas de outras fontes de renda para sobreviver e não será capaz de fornecer um bom trabalho para alunos no ensino à distância. No longo prazo, as escolas podem enfrentar falta de professores devido a este atrito. A crise tem sido um lembrete de que o papel do professor é essencial na educação e os governos tem que entender que são parceiros-chave para cuidar da educação.
Os desafios logísticos relacionados a garantir continuidade educacional à distância durante os fechamentos desejados são substanciais. Prolongando os fechamentos das escolas ameaça a implementação do calendário escolar e de exames que os alunos precisam fazer para ter acesso ao ensino superior. Em relação as mudanças na reabertura, 23 por cento do países tentam planejar e recrutar mais professores, 23 por cento aumentará o tempo de aula, 64 por cento irão apresentar programas corretivos, 32 por cento irão introduzir programas de aprendizagem acelerada e 62 por cento planejam ajustar o escopo de conteúdo curricular que será abordado. (UNESCO 2020).
No entanto torna-se quase impossível colocar medidas corretivas em todos os programas educacionais garantindo uma segurança total. Por fim, existem riscos para o bem-estar e proteção de alunos (fornecendo refeições na escola, protegendo as crianças de abuso e violência), enfim, há uma necessidade de abordar o bem-estar nas questões de saúde de alunos e de professores.
Com base no fornecimento de suporte remoto, incluindo a formação de professores em pedagogia online, muitos países começaram planejando reabrir escolas em todo o país, de acordo com o nível do ano ou série e priorizando o exame de aulas, por meio de vagas localizadas em regiões com menos casos de contaminação do vírus. Contudo, dada a continuação da virulência, a maioria dos países pesquisados em maio-junho de 2020 ainda não haviam definido a data de reabertura.
Considerações finais
Partindo do pressuposto que a Tecnologia de Informação e Comunicação faz parte do dia a dia de todas as pessoas nas diferentes esferas sociais, o setor educacional que tem a responsabilidade de conduzir o processo formativo contemplando o desenvolvimento intelectual das pessoas, tem o compromisso de contribuir com o aprimoramento de ideias que possibilite o engajamento de atividades pedagógicas criativas e motivadoras para garantir a satisfação do aluno no quesito formação educacional.
Neste sentido, as políticas públicas direcionadas para as instituições de ensino, tanto da educação básica quanto do ensino superior devem ser capazes de agregar valor à um sistema de ensino onde o andamento das práticas pedagógicas também perpassa pela utilização dos computadores em diversas instâncias. E neste viés de entendimento o principal precursor de novas habilidades de ensino é o corpo docente, mas diante de tais desafios como investimento financeiro e formação profissional, os profissionais de educação ainda sentem-se desconfortáveis em utilizar os meios tecnológicos em sala de aula, com alunos, por entenderem que ainda existem dificuldades no manuseio com as máquinas, programas computacionais e acesso para todos.
Outro aspecto importante em destaque, no sentido de utilização da internet é que, na atualidade, existem pessoas que aproveitam da eventualidade do surgimento de novas formas de se comunicar e se relacionar socialmente e estão cometendo crimes cibernéticos com pessoas e empresas, fazendo com que a rede mundial de computadores deixe a desejar no sentido de oferecer segurança nas informações que ali são veiculadas.
Sendo assim, quanto mais a sociedade torna-se dependente da utilização das ferramentas tecnológicas, mais perigo tem se tornado a troca de informações sigilosas que podem comprometer os processos de muitas atividades profissionais em âmbito mundial. Neste sentido, observa-se que o sistema de punição de crimes virtuais em nosso país ainda não alcançou o efetivo necessário para acompanhar o desenvolvimento tecnológico.
Em termos de formação em nível superior, é possível perceber que a tecnologia de informação e comunicação se faz presente em alguns contextos. Mesmo que haja uma grande liberdade e facilidade, para os alunos fazerem pesquisas e se organizarem nos estudos contemplando espaços virtuais de aprendizagem entre docente e discentes, em muitas situações o acesso às máquinas e também a internet ainda não é realidade.
No entanto, a comunicação em grupos possibilita a troca de informações em tempo real favorecendo a qualidade do trabalho pedagógico que por sua vez coloca o aluno como autor de sua própria atividade tornando-o pronto para a inserção no mercado de trabalho. Mas as condições de trabalho, tanto no âmbito da operacionalização quanto na aplicabilidade do conhecimento tecnológico também faz a diferença no contexto de ensino e aprendizagem em todos os níveis educacionais.
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1 Mestre em Ciências da Educação, Licenciado em Pedagogia, Especialista em Docência no Ensino Superior e Supervisão Escolar. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.