PROFESSORES MARINHEIROS DE PRIMEIRA VIAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
[1]Gisele Oliveira
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[2]Rosangela Ferreira Nobre Romera
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[3]Tatiana Aparecida Ferreira Romera
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RESUMO
A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse princípio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo. O termo inclusão já traz implícito a ideia de exclusão, pois só é possível incluir alguém que já foi excluído. O desmoronamento de sonhos e projetos que uma família com criança especial possui mostra que a maneira como elas devem se reestruturar depende da compreensão e conhecimento que cada uma possui, bem como da ajuda externa. A Escola Jayme Veríssimo de Campos Júnior (Alta Floresta/ MT) no ano de 2015 recebeu uma grande quantidade de alunos portadores de necessidades especiais de forma diversificada e todas com laudo médico o que assegura um acompanhamento da aprendizagem de uma forma diferenciada, mais específica. Após o diagnóstico feito, os professores ficaram preocupados com a carência de conhecimento desses alunos e depois de investigações sobre como atuar em sala de aula, procuraram os gestores e as providências foram tomadas via Assessoria Pedagógica e SEDUC, bem como contratação de profissional capacitado a fim de reorganizar e apoiar com trabalhos didáticos visando à melhora no processo ensino aprendizagem. Surgiu assim a ideia de escrever um livro sobre pessoas portadoras de necessidades especiais e que este, pudesse retratar através de desenhos que pessoas especiais podem alcançar seus objetivos com o apoio dos familiares e profissionais especializados bem como com sua própria força de vontade. Formado o grupo, os rascunhos dos desenhos foram ganhando vida e a história tornou-se realidade.
Palavras chave: educação inclusiva, necessidades especiais, objetivos.
1 INTRODUÇÃO
Toda mulher sonha em ser mãe, ter o fruto da vida de seu próprio ventre, seja de forma independente ou constituindo uma família tradicional. Sonhos a serem concretizados, namoro, noivado, casamento e início de uma vida a dois.
De repente tudo alegria, a vinda de um filho para aumentar a felicidade do casal. Preocupações com parto e finalmente chega o grande dia: o nascimento.
Primeiro saber se está tudo bem com a mãe e com a criança. Depois, a vida vai seguir em casa com o crescimento e desenvolvimento daquela coisinha tão linda, esperada e amada. Pai, mãe, avós, tios, todos em prol do futuro daquele ser tão pequenino.
Então, a surpresa após o teste do pezinho, ou observação dos familiares. Algo de diferente está acontecendo. O desmoronamento de sonhos e projetos mostra que a maneira destas famílias se reestruturarem depende da compreensão e conhecimento que cada uma possui, bem como da ajuda externa encontrada. É comum encontrar escritos e depoimentos do sofrimento inicial causado nos pais após o diagnóstico, o que alguns autores chamam de sentimento de luto pela perda do filho esperado. De acordo com Werneck (1993, p. 22), o estado de tristeza, que surge depois de recebido o diagnóstico médico, é comum em todas as famílias. Esse ‘período de luto’ pode ser passageiro ou constante: “cada casal tem seu próprio tempo de reclusão, necessário para amortecer o impacto da chegada desse filho, que se dá em vários patamares: do financeiro ao emocional”.
O que fazer??????? Muitos pais acreditam que um dia seu filho vai responder a normalidade (?), outros, sabiamente utilizam o amor e a aceitação como arma principal para vencer essa guerra emocional a qual se encontram e buscam meios para realmente proporcionar maior qualidade de vida a essa criança.
E a criança? Alguém já se preocupou se ela quer ser questionada sobre sua condição?
Dependendo da necessidade que a criança apresenta, o questionamento cabe sim, se utilizado de forma construtiva, para reconhecimento dela sobre si mesmo e suas limitações iniciando assim a cumplicidade entre como vencer e amenizar essas dificuldades.
Propiciar subsídios para estimular os filhos, aumenta a autoestima dos pais que passam a perceber as crianças a partir de suas capacidades e não pelo prisma da deficiência. Percebe-se que determinados programas favorecem o desenvolvimento da criança, superando a lógica de isolamento social historicamente imposto às crianças com deficiências e conscientizam as famílias para incorporar atitudes estimuladoras, percebendo os filhos como sujeitos históricos, capazes de desenvolverem-se, embora de maneiras diferentes.
A educação de pessoas com necessidades especiais, denominada Educação Especial, é entendida como uma modalidade de educação escolar que perpassa todos os níveis de ensino, ou seja, contempla desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. (Política Nacional da Educação Especial (BRASIL, 1994, p. 18)). Estimulação Essencial é conceituada como “conjunto de estímulos e treinamentos adequados, oferecidos nos primeiros anos de vida a crianças já identificadas como deficiente e àquelas de alto risco, de modo a lhes garantir uma evolução tão normal quanto possível”.
A Constituição de 1988 garante às crianças, em seu Art. 205, o direito à educação para que assim possam desenvolver-se plenamente, ficando assegurado o “atendimento em creches e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”.
No Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal 8.069/1990 (ECA), Art. 3º, fica compreendida que (BRASIL, 1990):
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social em condições de liberdade e de dignidade.
A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse princípio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo.
A inclusão está respaldada na dialética inclusão/ exclusão, com a luta das minorias na defesa dos seus direitos.
Segundo Figueira, (1995,) "palavras são expressões verbais de imagens construídas pela mente. Às vezes, o uso de certos termos, muito difundido e aparentemente inocente, reforça preconceitos. Além dessas falas, temos observado, o medo da mudança com a certeza do fracasso e medo da diferença onde se sentem ameaçados, os que provocam afastamento, o estigma e consequentemente o preconceito. O professor desconhece quem é este sujeito, suas possibilidades, seu desejos, suas dificuldades e limitações".
2 METODOLOGIA
Um grupo de profissionais da Escola Estadual Jayme Veríssimo de Campos Júnior diante do relato da profissional da sala de recursos multifuncional em parceria com a acadêmica da Unemat e, em reuniões na Sala do educador e tendo como experiência a sala de aula com alunos portadores de necessidades especiais, manifestou o interesse em criar um livro de imagens contando a história de crianças ditas “normais” que sofrem um acidente e mesmo assim buscam alcançar seus objetivos com o auxílio de suas famílias, profissionais competentes e acima de tudo, com sua própria força de vontade.
Assim, após vários encontros, as ideias foram sendo transferidas para o papel de rascunho; montada a história, iniciou-se o processo de desenho, pintura e acabamento e com a contribuição de profissionais com habilidades nesta área conseguimos concluir o trabalho.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O livro “Bem assim” trouxe um resultado gratificante ao grupo e muita satisfação em poder realizar um sonho de escrever uma história que irá ser lida em variadas unidades escolares que possuam ou não alunos portadores de necessidades especiais.
A inclusão social é uma medida de ordem econômica, sendo que o portador de deficiência e outras minorias tornam-se cidadãos produtivos, participantes, conscientes de seus direitos e deveres. Dessa forma, lutar a favor da inclusão social deve ser responsabilidade de cada ser humano pois não podemos prever o futuro e sim viver o agora.
E é Bem Assim!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MEC - Ministério de Educação - Secretaria de Educação Especial Política Nacional de EDUCAÇÃO ESPECIAL, Brasília MEC - SEEDSP 1994.
Montoam, Maria Tereza Eglér e colaboradores, INTEGRAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - editora Memnon edições científicas Ltda, 1997.
ANEXOS
Fotos do livro de imagens
[1] Professora com Licenciatura Plena em Informática.
[2] Professora Especialista em História de Mato Grosso.
[3] Professora Especialista em Educação Especial e Neuropsicopedagogia.