EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A CONTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES NO PROCESSO DE INCLUSÃO
Wesleia Patricia Lemes dos Santos
RESUMO
Os alunos com necessidades educativas especiais que frequentam a Escola enfrentam muitas barreiras. Para tanto neste trabalho buscou-se verificar o processo de inclusão na rede regular de ensino, constatar a real contribuição dos professores no processo de inclusão do aluno com necessidade educativa especial, apresentando breve histórico sobre a educação especial, conhecendo os direitos e deveres dos alunos especiais. Identificando as dificuldades em se lidar com esta situação, observando os mecanismos para ao menos amenizá-los, realizando realmente um diagnóstico e colaborando com o desenvolvimento de novas formas de ensinar, adequadas a diversidade dos aprendizes e compatíveis com uma educação inclusiva. Através da pesquisa se observou que o mundo se modificou e com essa mudança vieram conquistas plausíveis para a educação especial, como novos direitos e empenho por parte da sociedade e comunidade escolar em realizar adaptações e promovendo um trabalho de concientização com os pais e demais alunos sobre o intuito do processo de inclusão no desenvolvimento da criança e a necessidade de qualificação dos profissionais da educação.
Palavras-chave: Professor. Escola. Inclusão.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade precisa possibilitar transformações que contribua para o esclarecimento de dúvidas de todos que ainda não sabem lidar com os alunos excepcionais. Melhorando o papel do professor quanto à educação inclusiva e o desenvolvimento das potencialidades dos alunos com necessidades educativas especiais que estudam no ensino regular. Mantoan, Artiolli entre muitos outros defendem a educação inclusiva, desmistificando esse tabu existente entorno do aluno excepcional.
Os objetivos deste trabalho são: apresentar um breve histórico sobre a educação especial, constatar a real contribuição do professor no processo de inclusão, conhecer os direitos e deveres dos alunos com necessidades educacionais especiais, averiguar como á inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais tem ocorrido no interior da escola.
Existem leis de proteção e garantia dos direitos dos alunos excepcionais, onde vários órgãos estão ligados á discussão, através de artigos, cláusulas e que deveriam estar em pratica, mas que na realidade isto só está no papel. O distanciamento entre a lei e realidade nós mostra uma realidade cruel com esses alunos, em que a lei existe só falta fazermos funcionar na prática.
Uma grande defesa dessa educação é a Declaração de Salamanca, que é uma declaração de direito humanos e uma proposta de ação, ocorrida em 1994, na Espanha, nesta declaração objetiva-se garantir o direito a todos os alunos com qualquer grau de deficiência, tentando assim construir um comprometimento ético-politico de todos nas diferentes formas de poder com responsabilidade.
Na história da educação especial, a palavra integração tem permitido pensarmos na inclusão, identificando o porquê da não inclusão. Identificando assim recursos que possibilite transformações que contribua para o esclarecimento de dúvidas de todos que ainda, não sabem lidar com os alunos com necessidades educacionais especiais.
O Maior objetivo deste trabalho não é só atualizar dados da Educação Especial, mas sim com base nos dados obtidos e na literatura especializada, conhecer qual percepção do professor a respeito da inclusão do aluno com necessidades educativas especiais.
Efetuando um levantamento para colher o maior número possível de informações, desde caracterização do professor, aos aspectos físicos da escola, ao material, os alunos, até mesmo a indicação de problemas e mudanças relacionadas à contribuição do professor na Educação Inclusiva.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Uma das considerações mais importantes que nos leva a falar da educação inclusiva segundo Penna está no fato de ela guardar características próprias de suas funções. Não se trata simplesmente de extrair informações educacionais, mas sim o relacionamento, o convívio entre sociedade.
A educação inclusiva é parte integrante do sistema educacional, isto significa que nós não podemos ter preconceito por esses alunos excepcionais, porque todos são seres humanos, capazes de se socializar com a sociedade em construção, a sociedade deve sim se comprometer com a construção deste sistema educacional inclusivo.
A lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei nº. 4.022/61) veio explicitar o compromisso do poder público brasileiro com a educação especial, no momento em que ocorria um aumento das escolas públicas no país. A LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) nº 5.692 de 11 de agosto de 1971, para os ensaios de 1º e 2º graus, diz em apenas um artigo (artigo 9), revogada pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996:
Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação. (PCN, 1999, p. 98)
Onde deixa claro que os conselhos estaduais de educação garantiriam aos deficientes o recebimento de tratamento especial na escola, hoje a educação especial fica a cargo de instituições filantrópicas nas escolas regulares embora seja lei, as condições necessárias em relação ao suporte financeiro.
O parecer do CFE nº848/72 mostra claramente a atribuição de importância á implementação de técnicas e serviços especializados para atender o aluno excepcional.
Com a Constituição Federal de 1988, a onde a educação contempla a reabilitação do deficiente, além de sua integração a vida comunitária, nota-se a preocupação em igualar as oportunidades de acesso ao ensino escolar dos alunos com necessidades educativas especiais ao ensino regular. O Brasil segue pelo caminho que busca meios adequados e justos para que as instituições promovam o acesso às escolas regulares de forma democrática.
A declaração de Salamanca, que é uma declaração de direitos e uma proposta de ação. Surgiu na Conferência Mundial patrocinada pela UNESCO, em junho de 1994, em Salamanca na Espanha, o objetivo era de garantir o direito a todos os alunos com qualquer grau de deficiências ou distúrbios de aprendizagem, ao que comumente chamamos de educação regular. Segundo Penna a Declaração de Salamanca diz:
As políticas educacionais deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações. Deve ser levada em consideração, por exemplo, a importância da língua de sinais como meio de comunicação para surdos, e ser assegurado a todo o surdo acesso ao ensino da língua de sinais de seu país. (PENNA, 2010, p. 68).
São tais dispositivos que faz construir um compromisso ético-politico de todos nas diferentes formas de poder com responsabilidades definidas para sua atuação na realidade escolar.
2.2 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MATO GROSSO
Segundo a SEDUC (Secretaria de Educação de Estado de Mato Grosso) o Governo de Mato Grosso tem por responsabilidade assegurar serviços voltados à igualdade para a permanência de alunos com necessidades educacionais especiais na escola, independente de suas condições pessoais, sociais ou culturais. Conforme Resolução n.º 261/02 do CEE-MT, a Educação Especial é:
Conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, bem como promover o desenvolvimento das potencialidades aos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais. (BRASIL, 1994, p.75)
Para alcançar o desenvolvimento pleno do educando, os conjuntos de serviços organizados devem se unir para oferecer e garantir a educação em todas as modalidades, garantindo o desenvolvimento das habilidades do educando que apresenta necessidade educacional especial. A Constituição do Estado do Mato Grosso de 1989 declara no Artigo 230:
O Estado assegurará as pessoas portadoras de quaisquer deficiências instrumentos para a inserção na vida econômica e social para o desenvolvimento de suas potencialidades dentro do meio escolar inclusivo, com pleno apoio da comunidade educacional seja ela governamental ou não governamental. (MATO GROSSO, 2005, p.105).
Neste contexto verificamos que por lei os deficientes têm sua vida assegurada para que com isso viva uma vida inclusa no resto do mundo e dentro da lei. Para que a inclusão realmente ocorra, em muitas escolas o projeto de inclusão no papel é o melhor. Goellner refere-se à constituição federal consistente em relação aos direitos do deficiente:
A constituição Federal assegura as pessoas com deficiência, pelo simples fato de serem pessoas, dispor do direito á igualdade, saúde, educação, cultura, esporte, acesso á justiça e defesa pelo ministério publico, dentre outros. (GOELLNER, 2010, p.9).
O poder público apoia o deficiente em todos os setores, dando acesso a serviços essenciais. A educação para deficientes é direito de todos, podendo ser ministrada por uma instituição publica ou sem fins lucrativos. A educação Especial é uma educação especializada em lidar com os tipos de deficiências ou distúrbios de aprendizagem, sendo formada por especialista na área. A inserção do educando especial no meio escolar é uma forma de tornar a sociedade democrática.
A educação inclusiva propõe o atendimento da criança de classe comum, garantindo a especificidade necessária, com um atendimento de um professor especialista ao professor de classe comum. O papel exercido pela educação especial na conjuntura atual de desenvolvimento das forças produtivas, as consequências das transformações históricas no mundo do trabalho no processo de humanização e desumanização dos sujeitos. (GOELLNER, 2010, p. 56).
A educação especial defronta com a forma como os indivíduos necessitam de um atendimento especializado são vistos pela sociedade e que recursos são utilizados para a integração ou exclusão deste indivíduo.
A secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso ampliou-se e descentralizou o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais para todo o Mato Grosso, através de Projetos. Com os Projetos, o acesso da população aos serviços de avaliação diagnosticada e de apoio pedagógico especializado e facilitado, pois escolas localizadas em diferentes municípios de Mato Grosso são preparadas e orientadas para o atendimento.
Para que o atendimento seja de qualidade aos alunos com necessidades especiais, todos os profissionais estarão especializados para qualquer tipo de eventualidade que possa ocorrer em uma instituição que trabalhe com á inclusão.
No município de Matupá - MT existe a APAE que atende as pessoas com necessidades especiais independente da idade, as escolas do município em sua maioria já tem sala de recurso e trabalham com a inclusão, sendo uma das primeiras escolas do município a aplicar a inclusão escolar a Escola Estadual Cecília Meirelles ao qual demonstra estar conseguindo a integração e aceitação dos alunos com necessidades educativas especiais.
Com a inclusão social em todos os setores acontecerá então a inclusão de todos com qualidade de vida. Para ocorrer o modo de organização do sistema educacional deve-se atingir os que fracassam na escola, reconhecendo e respondendo as necessidades diversas dos alunos, respeitando o ritmo de cada ser dentro da sala de aula.
O professor deve apresentar algumas características especiais [...] A relação professor-aluno é ponto básico do atendimento ao aluno com necessidades de superdotação. Da qualidade dessa relação dependerá o sucesso de todo o trabalho do aluno e da vontade de criar e frequentar a sala de recursos. (PCN, 1999, p. 47).
O reconhecimento do diferente é que é sinônimo de igualdade, onde se aprende a lidar de forma igualitária com a variedade, com respeito valorização digna do novo.
Os desafios devem ser implantados de forma que tragam melhorias as suas necessidades, benefícios que possam ser de utilidade par sua autonomia e independência.
A inclusão escolar impõe a abertura de novas frentes de trabalho especializado, mas só conseguem percebê-las e encontrá-las os que conseguem se desvencilhar das amarras do passado e vislumbrar o futuro, como tempo de novos desafios, conquistas, mudanças de toda ordem. (MANTOAN, 1997, p. 28).
É colocado em funcionamento um conjunto de ações que quer trazer o aluno para uma vida social e integrada com a sociedade. Essa luta entre a manutenção da normalidade e o desafio da diferença, nos faz pensar se realmente deixamos o preconceito e a discriminação de lado ou continuamos com essa disputa entre o normal e o anormal.
2.6 Características do professor de educação especial
Neste século encontramos pessoas com necessidades especiais em os lugares, em lojas, praças e em vários outros locais, o processo de inclusão não é fácil e não acontece de um dia para o outro e por isso é desafiador e pleno de possibilidades para os professores e alunos, observamos que á um movimento para incluir e obstáculos par inclusão.
Cabe ao professor acompanhar, encorajar e fornecer subsídios a cada um na execução das atividades propostas por ele e o currículo pedagógico. (BAPTISTA, 2006, p. 22).
O aluno necessita sentir orgulho do professor por seu desempenho, a alegria por suas conquistas e a cumplicidade por seus anseios. Com isso tanto professor, como o aluno sentirá vontade em colaborar com o desenvolvimento da sociedade.
É necessário a construção e o fortalecimento de uma mentalidade inclusiva especialmente na preparação dos professores para receber essas crianças. O professor deve contar com ajuda especializada, pois nunca saberá sobre todos os tipos de deficiência, pois elas mudam, alteram-se, por isso deve ser encarada como um compromisso. (PENNA, 2010, p. 66).
Mas para que haja professores qualificados se faz necessário oferecer cursos de capacitação e atualização na área de educação especial, para uma melhor compreensão dos aspectos de conduta e postura pedagógica que se deve ter durante o atendimento educacional especializado.
O professor de educação especial deve ter alguns desses aspectos, tais como criatividade, habilidade em organizar, entusiasmo pelo processo de aprendizagem, calor e sinceridade em aceitar e encorajar os alunos com necessidades educacionais especiais, conhecimento dos métodos de solução de problemas utilizados no entrosamento das estratégias do ensino especial, flexibilidade e disponibilidade para dispor de tempo, afeição para as experiências obtidas com os alunos excepcionais. (PENNA, 2010, p. 65).
Com essas e outras características que se conseguiu abrir um caminho de dinamismo, abertura para o novo e de simpatia envolvente, deixando que o potencial humano se desperte tudo isso com a ajuda do educador.
A inclusão requer enfoques dos processos de ensino e aprendizagem, constitui um motivo para que as escolas se transformem e os professores mudem a sua maneira de ensinar. O ensino é avaliado pelo que o educador conhece do comportamento escolar de seus alunos e sua capacidade de criar alternativas. (PENNA, 2010, p. 44).
As escolas e professores precisam sofrer mudanças para que se ajustem as características de um ensino para todos. Uma boa estratégia é a troca de ideias e opiniões entre os professores, familiares e comunidade escolar, constituindo a integração da criança junto à escola.
É necessário contribuir para a construção de um novo projeto educativo, o professor pode adotar uma metodologia própria de ensino-aprendizagem para ocorra uma melhora no atendimento especializado. Devemos levar em conta os aspectos afetivos em relação ao cognitivo da aprendizagem.
CONCLUSÃO
Pode-se observar com a realização desse trabalho em que a maioria dos professores não estão qualificados para trabalhar com os alunos com necessidades especiais, apesar de serem a favor da inclusão, assim como os pais necessitam de uma conscientização de um verdadeiro papel da educação inclusiva, em que possa estar observando que seu incentivo e essencial para o desenvolvimento de seu filho na sociedade.
Os objetivos desse trabalho foram todos alcançados seja na pesquisa de campo em que pode se notar que a escola esta adaptada, bem como oferece suporte ara essa educação inclusiva ou pelo referencial teórico que foi possível conhecer os direitos e deveres do aluno com necessidades especiais e sua história no Brasil e no estado de Mato Grosso, com o estudo de vários autores que ajudaram a concretizar esse trabalho de maneira cientifica.
Precisa-se uma conscientização geral do valor do ser humano, tem que se propor e efetivar mudança na educação com métodos e ideais que estejam engajados no respeito á diversidade, a proteção de valores que trazem ética vida de nos seres humanos. A contribuição dos professores é um dos principais fatores para que ocorra
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128525/lei-de-diretrizes-e-base-de-1971-lei-5692-71 hrs: 15:00 19/10/2020