PARALISIA CEREBRAL E DESENVOLVIMENTO SOCIAL INTERVENÇÃO E ANÁLISE
Nilza Batista Puger
Tatiane Lozano da Silva
Isa Helena de Aquino
Regiane Soares Gomes
Tatiane Cristina Disperatti de Aquino
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi analisar o desenvolvimento social de uma criança com idade cronológica de 7 anos com paralisia cerebral do tipo espástica bem como os efeitos de um programa de intervenção pedagógica, as atividades observadas foram realizadas em uma escola municipal de ensino regular por um período de 4 meses e registradas semanalmente, os resultados foram apresentados mediante quatro categorias e discutidos através de relatos da mãe do aluno e constatou que a integração social não apresentou nenhum ponto negativo e em todas as categorias analisadas houve um Resultado positivo.
Palavras-chaves: Desenvolvimento Social. Paralisia cerebral intervenção pedagógica.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento Social de uma criança determina-se pelos inúmeros fatores externos e internos os quais manifestam-se em suas vidas. Na área da Educação analisar o desenvolvimento social através de uma intervenção pedagógica realizada com um portador de paralisia cerebral torna-se relevante uma vez que é observado a maneira que ele se relaciona com os pares e como ele se vê socialmente. Observando o contexto escolar o dia a dia de um aluno portador de necessidades educacionais especiais bem como as práticas pedagógicas utilizadas pelo professor trabalhando a socialização autoestima e auto aceitação.
Neste sentido este trabalho tem o objetivo de analisar o desenvolvimento social nas atividades propostas de uma criança com idade cronológica de 7 anos com paralisia cerebral e interpretar os efeitos de acordo com as respostas da mesma através de recursos metodológicos utilizados. Caracterizar a proposta de intervenção pedagógica e identificar as necessidades físicas e sociais da criança; caracterizar a Integração Social descrever os efeitos da intervenção nos movimentos da criança.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A paralisia cerebral pode ser definida como uma deficiência motora causada por uma lesão no cérebro, tendo como consequência um problema Irreversível, não progressivo, que altera a coordenação motora, o equilíbrio ou a fala, retarda ou impossibilita o desenvolvimento normal da criança, podendo vir ou não acompanhado de deficiência mental ou sensorial. (MAZZILLO).
Paula (2004 p. 391) define paralisia como uma desordem neurológica crônica do movimento e da postura, causada por lesão cerebral não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Pode ter origem antes, durante ou logo após o nascimento, se manifesta na perda ou no comprometimento do controle sobre a musculatura involuntária e é caracterizada por alteração do tônus musculares e persistência de reflexos primitivos. Pode ser do tipo espática (hipertonicidade). Atetósica (movimentos lentos contorcidas involuntários e descoordenação muscular), atáxica (equilíbrio pobre e falta de coordenação muscular) e mista.
Os tipos de paralisia cerebral mais comuns são a espástica, a atetósica e a atáxica (Castro 2005).
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Espástica e a mais comum e caracteriza pelo aumento dos tônus musculares (hipertonia), bem como sua dificuldade de estiramento as dificuldades em realizar movimentos precisos.
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A atetosica caracteriza pelo fluxo contínuo de movimentos das várias partes do corpo o movimento é lento involuntário e incontrolável.
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Atáxica e a mais rara e caracteriza pela dificuldade na fala tremores desorientação Postural e é difícil de ser detectada.
Em crianças que foram acometidas por uma forma de paralisia cerebral pode se apresentar dificuldade na realização de atividades da vida diária como ato de se vestir ou amarrar os cadarços dos sapatos. (MAZZILLO).
Deve-se existir um grande aparato de uma equipe de profissionais como objetivo de inserir o portador de necessidades educacionais especiais na sociedade. Ao profissional da educação cabe um papel desafiador e fundamental em tratando-se das adaptações didáticas e práticas para o desenvolvimento das capacidades especialmente motora desse aluno, sendo importante o trabalho educacional ser assessorado por professores especializados em educação especial.
Referente a motricidade e a coordenação motora. Quando estas são afetadas tornam-se papel do professor analisar como o aluno utiliza seu corpo para executar as atividades propostas ou mesmo as experiências deste em sala de aula. O professor deve agir em conjunto com os demais professores e os pais, procurando compreender e descobrir novos caminhos para estimulação do potencial do aluno. O trabalho deve ser realizado com o propósito de melhorar a adaptação ao mundo exterior, as capacidades de equilíbrio, domínio e controle, orientações espaciais, lateralidade, integração.
Um grande aliado do profissional de educação física são as atividades aquáticas uma vez que o contato com a água permite uma melhor mobilidade nos tônus musculares da criança auxiliam no fortalecimento dos músculos propiciando uma melhor postura relaxamento e especialmente auxilia no melhor funcionamento do sistema respiratório.
No aspecto social a escola tem um papel importante para a inserção de crianças com paralisia cerebral no ensino regular de aprendizagem.
Os preconceitos de pais e professores referentes a inclusão pode influenciar de forma negativa o relacionamento de crianças portadoras de necessidades com as demais.
Assim como existe uma relutância de professores em relação a permanência de alunos com deficiência em salas regulares por acharem que a turma toda será prejudicada no que tange a aprendizagem continuada. Pais também se mostram desconfortáveis e pode de alguma maneira instigar o preconceito e diferenciação de comportamento de seus filhos.
Em uma sala de aula o professor consegue observar preconceitos entre os alunos em relação a etnia, sexo a partir da educação infantil. Dessa forma uma criança portadora de necessidades pode se sentir inferior com alto grau de subestimação em relação aos demais. A maneira em que a criança se vê socialmente e também os estímulos propostos para chegar até uma consciência de si própria e de seu estado físico deve ser cuidadosamente estudada.
Esse trabalho propõe um estudo do desenvolvimento social de criança com paralisia cerebral dentro de uma classe regular em aula, buscando analisar o grau de integração social, autoestima e Auto aceitação.
MÉTODOLOGIA
Caracterização do estudo:
O método da pesquisa é um estudo de caso de um aluno com idade de 7 anos portador de paralisia cerebral do tipo espástica caracterizada pela um braço e duas pernas paralisados.
Coleta de dados
Para coleta de dados foram utilizados relatórios de observações durante as atividades, ministradas por uma professora de pedagogia e uma professora de educação física, com o apoio da acompanhante Itinerante, bem como questionário de perguntas aleatórias realizado com a genitora do aluno G. O acompanhamento teve duração de 3 meses.
Análise de dados
Os dados foram analisados por meio das informações apresentadas através de relatos das observações das professoras e pelos questionários realizados com a mãe bem como interpretados através de embasamento teórico.
Durante a minha apresentação a turma observei a presença do aluno G através de informação levei que o aluno é portador de paralisia cerebral do tipo espástica.
Através de relatos da Mães ou mesmo já nasceu com paralisia. O aluno G possui uma comunicação regular havendo, portanto, uma compreensão boa do que ele fala aula por aula observei e através de relatórios diários estudei sua integração. Com seus pares por meio de intervenção pedagógica.
Fundamentando-se basicamente (Castro 2004) p. 146:
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Na identificação das necessidades e capacidades de cada aluno a compreensão do processo de desenvolvimento; estabelecimento de metas; o professor deve permitir a participação de todos; promover desafios e autonomia; evitar situações frustrantes; respeitar as limitações e enfatizar o potencial do aluno; adequar os recursos materiais; avaliar o desenvolvimento durante todo o processo.
O ambiente escolar em que foram realizadas as aulas propiciou uma didática variada, pois trabalhou-se atividades em quadra em sala e na piscina da escola.
A água pode ser utilizada para reabilitação física e mental, desenvolvimento da autoestima e alegria. (Arnheim & Sinclair,1985).
Atividades na água proporcionam menor atrito nas articulações, o peso do corpo diminui classificando uma melhor mobilidade do aluno em muitos casos. Os riscos de lesões também tendem a diminuir.
Para Tolói (2004 p. 328) a água proporciona aos indivíduos com deficiência inúmeros benefícios como reeducação e estimulação de músculos paralisados, fortalecimento da musculatura que auxilia na postura, alívio das dores, trabalho de força sem preocupações com atrito, entre outras.
No aspecto social as atividades na água são benéficas no que tange a melhorar a autoconfiança e estimular a coragem.
Ainda segundo Tolói, as atividades aquáticas podem proporcionar em diversos contextos, oportunidades de estar incluindo pessoas com deficiência nos mesmos programas de pessoas sem deficiências. As atividades quase sempre são realizadas em pequenos grupos, o que auxilia muito na socialização.
“ Campion (2000) acrescenta que a atividade aquática apresenta uma expressiva vantagem social pois quando as pessoas com deficiências têm a habilidade de nadar, podem se colocar em posição de igualdade praticando a mesma atividade que seus amigos e pares não deficientes praticam. ” (P. 336).
Pessoas com paralisia cerebral, devido a quase ausência de potencial flutuante, tem dificuldades para realizar a tarefa independentemente. Por isso torna-se necessário a utilização de materiais flutuantes.
Uma criança com paralisia cerebral pode muito bem compreender o que ocorre a sua volta e ter um encontro conhecimento acadêmico adquirido na escola, porém sua adaptação física é possibilidades motoras influenciam a forma como ela se relaciona com os pares e como ela se vê socialmente. (Castro 2004).
Avaliação do domínio afetivo social (Castro 2004 p. 547).
Em uma aula e importância observar se ocorrem:
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Comportamentos estereotipados;
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Comportamentos de autodestruição;
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Agressão aos outros;
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Isolamento social;
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Letargia;
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Teimosia;
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Autoestima;
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Autossuficiência;
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Auto competência;
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados foram apresentados seguindo as seguintes categorias:
1- Comportamentos estereotipados e de autodestruição:
Em todas as observações em nenhum momento houve apresentação de reações incomuns do gênero acima citado pelo aluno G. ou dos demais colegas. De acordo com relatos da mãe, colocar o aluno G. Em uma escola de ensino regular torna-se mais apropriado e o ajuda no Desenvolvimento Social.
2- Agressões aos outros
O respeito eu espírito de solidariedade estavam bem presentes entre os colegas, a preocupação dos alunos com aluno G deixaram estas observadoras bastantes surpresas.
3- Isolamento social e teimosia
As atividades foram cuidadosamente proposta para evitar o isolamento da criança. Diante de relatos da mãe quando perguntado se se em algum momento percebeu algum tipo de preconceito referente ao aluno G. Sabendo que o preconceito pode induzir o aluno a isolar-se esta respondeu que não. Em minhas observações a resposta também é a mesma.
Já a teimosia, foi observada de maneira natural da criança mediante a situação vivenciada a solução foi bastante satisfatória, sem maiores transtornos.
4- Auto estima autossuficiência e Auto competência
Diante da fala: “eu não consigo tia”, observa-se uma falta de confiança do aluno G. essa situação foi trabalhada com cautela, procurando dar suporte ao aluno para que ele mesmo concretizasse sua capacidade de fazer.
De acordo com os relatos da mãe o aluno G mantém relação de amizade com colegas fora do ambiente escolar o que implica muito para a sua integração e Desenvolvimento Social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do trabalho realizado constatou-se que em nenhum momento foi observado uma reação de inferioridade ou não aceitação do aluno G.
Através da intervenção pedagógica proposta sua Integração Social com os demais colegas e vice-versa obteve uma avaliação bastante positivas. Em relação aos efeitos para o seu desenvolvimento social, é sugerido uma proposta de intervenção mais longa para que se proponha atividades individuais do aluno, variando as atividades para minimizar o comportamento de dependência diária e aumentar o poder de capacidade e integridade.
REFERÊNCIAS
MAZZOTTA, Marcos J.S. educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 2. Ed São Paulo Cortez, 1999.
Revista Mundo Jovem: um jornal de ideias. Ed. 349. Rio Grande do Sul 2004, p.11.
MAUERBERG de Castro. Atividade física adaptada. Ed. Tecmedd.- São Paulo, 2005.
WWW. scielo. Revista brasileira de Educação Especial- desenvolvimento motor de criança com paralisia cerebral: avaliação intervenção.
WWW.scielo. Educação Inclusiva- Paralisia cerebral.
WWW scielo. Educação inclusiva- inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental.