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ESTÁGIO: O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Elaine Müller Cruz

Silvia José da Cruz Nunes

Tatiane Nunes da Cruz

Wagner Junior Cruz

 

RESUMO

O estágio supervisionado é um componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores que estabelece um diálogo entre a teoria apreendida no curso de formação e a prática nas escolas. Trata-se do relato de uma experiência vivenciada no contexto do estágio supervisionado do curso de Licenciatura em matemática, construídas por pesquisa bibliográfica, observações em sala de aula, e projeto de estágio e regência, na etapa final na escola a regência onde o futuro professor tem o contato direto com a profissão que escolheu talvez seja uma das mais importantes e está relatada no decorrer do paper final de estágio.

Palavras-chave: estágio, ensino, aprendizagem.

 

1 INTRODUÇÃO

 

O estágio é uma atividade obrigatória e de extrema importância dentro de um curso de graduação, neste caso o curso referido é o curso de Licenciatura em Matemática. O estágio é o principal momento em que o aluno, futuro professor poderá aliar a teoria aprendida durante o curso à prática docente, deste modo se preparando melhor quando chegara sua vez de assumir o comando de uma sala de aula.

O desenvolvimento da investigação no estágio oportuniza maior aquisição de habilidades inerentes ao trabalho do pesquisador, bem como da reflexão e de produção acadêmicas imediatas. Paralelo a esse processo investigativo a preocupação com o fazer pedagógico do futuro profissional da educação também é trabalhada no Curso.

O paper de estágio foi desenvolvido pelo aluno Wagner Junior Cruz, estudante do curso de Licenciatura em Matemática Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, na escola estadual Rui Barbosa. Os principais objetivos para a realização do Estágio Supervisionado justifica-se pela necessidade do acadêmico/estagiário ter a oportunidade de conviver com as questões que envolvem a futura profissão, bem como refletir sobre a sua ação, além de poder confrontar a teoria estudada durante o curso a prática em sala de aula.

Segundo Bortolanza 2015 em seu material de aula, diz que:

 

A função do estágio supervisionado é vincular a ciência produzida historicamente com a prática social educativa, com ênfase nos saberes, priorizando o desenvolvimento da pesquisa como produção do conhecimento e, também, como postura reflexiva sobre a práxis pedagógica e que a aquisição de experiência profissional, contribui significativamente para sua inserção/atuação no mercado de trabalho  (2015, p. 86).

 

Fica clara em poucas palavras toda a importância do estagio supervisionado, uma vez que o futuro professor tem a seu dispor toda uma ciência que foi produzida ao longo da historia da educação. O estagiário deve confrontar essa ciência histórica em seu estágio conseguindo com isso uma ação pedagógica objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

Priorizar a pesquisa, e dar uma postura reflexiva sobre a ação pedagógica que o futuro professor irá adotar adquirir experiência profissional para contribuir com a sua inserção/atuação no mercado de trabalho também é um dos objetivos do estagio supervisionado.

Dessa forma o paper de estágio está organizado da seguinte forma: resumo, onde traz a ideia central do paper, introdução discorre sobre a importância do estagio e qual a ideia do paper de estagio, fundamentação teórica embasa os principais autores estudados que justificam o tema do trabalho em questão, a vivência do estágio, onde aborda a parte do contato direto do acadêmico com a escola e sala de aula, considerações finais, uma breve reflexão sobre o que foi vivenciado no estágio, referências onde traz todo o material bibliográfico estudado para a elaboração do paper de estágio, por último os anexos.

 

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

 

A matemática não deve ser vista ou entendida apenas como um conjunto de fórmulas e técnicas, mas sim, como historicamente importante na construção humana, onde estabelece inúmeras relações com outras áreas do conhecimento, melhora hábitos de linguagem e pensamento, proporciona a ampliação do entendimento, interpretação e avaliação daquilo que nos rodeia. A Base Nacional Curricular Comum, BNCC propõe oito competências específicas de matemática para os estudantes do Ensino Fundamental, entre elas destaca, que deve ser conhecer a matemática como uma necessidade humana de grande importância.

 

  1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho.
  2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo. (BRASIL 2018 p. 267).

 

A matemática exerce um papel importante no mundo e na vida pessoal individual de cada cidadão, e é vista como um problema por muitas pessoas em especial pelos alunos que muitas vezes não conseguem compreender o que é transmitido pelo professor, à multiplicação tem lugar de destaque nas dificuldades que os alunos encontram nas aulas de matemática.

 

Matemática no Ensino Fundamental deve contribuir na formação integral dos estudantes, tornando-os cidadãos críticos e protagonistas da sua própria aprendizagem, capazes de compreender e transformar a sua realidade, a partir da interação com o outro e com o meio sociocultural. (CEE/MT 2018 p. 200).

 

Vários pesquisadores, dentre eles Souza (2010), indicam que uma das principais dificuldades no ensino e na aprendizagem deste algoritmo é a concepção equivocada de que o processo deva ser repetitivo e memorizado mecanicamente, prejudicando, de certa forma, sua compreensão, como se neste nível de aprendizagem, a compreensão, estivesse fora dos objetivos escolares. Segundo Michels (2009), uma atitude que deve ser evitada é a de levar o aluno a memorizar uma sequência de operações, sem ao menos fazer qualquer reflexão quanto à sua lógica e validade, pois sua aprendizagem não se reduz a uma simples memorização ou a um treinamento concebido sob a ótica da reprodução. Na competência 5 da BNCC propõe:

 

  1. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados. ( BRASIL, 2018 p.267).

 

Reconhecer a importância do o uso da matemática nos diversos contextos socioculturais, cabendo ao professor zelar pela aproximação entre a matemática e a vida de cada estudante e respeitando a diversidade humana. (CEE/MT 2018 pag. 206).

 

Diante do descrito acima fica claro a importância do professor no processo de ensino aprendizado de matemática, cabendo a ele estimular e instigar a curiosidade e o prazer pelo aprendizado de matemática. A exposição interrogada gera a dúvida, a dúvida gera o estresse positivo e este estresse abre as janelas da inteligência. Assim formamos pensadores e não repetidores de informações.

Pimenta e lima (2004), o estágio por meio da pesquisa e investigação abre possibilidades para o futuro professor compreender as situações vivenciadas e observadas nas escolas e seus respectivos sistemas de ensino formando assim professores críticos-reflexivos e pesquisadores.

 

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997)
“(...) A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática” (PCN 1997 p. 19).

 

O educador necessita ter bases sólidas adquiridas na formação inicial. A efetivação da prática docente exige formação adequada, pois a realidade escolar determina uma ação condizente com o esperado desse profissional para que assim consiga um bom ensino/aprendizado.

Como futuro professor o estagiário da oportunidade de confrontar a teoria estudada com a prática vivenciada em sala de aula, refletir sobre sua futura pratica pedagógica, qual o melhor método para ensinar e por meio do estagio que se efetiva a aprendizagem teórica, dando confiança e segurança de que sua teoria estudada foi eficaz e por meio dela conseguirá ser um professor seguro e atuante, não só com os alunos, mas, também com toda a sociedade e comunidade escolar.

Segundo Freire 2011:

 

Não há ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continua buscando, procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e para comunicar o novo. (p.30).

 

O professor tem papel significativo na vida do aluno, podendo ser positivamente, como negativamente, por isso o professor tem que ter conteúdo, mas precisa muito mais de didática, de afetividade, de interação e de um olhar atento às diferenças encontradas nos alunos, para conseguir ajudá-los a adquirir conhecimento. É muito importante que ocorra a relação de professor e aluno para que seja possível ocorrer o processo de ensino aprendizagem, contendo o conteúdo sim, mas de forma diferenciada e atrativa para conseguir cativar os alunos para o aprendizado, e desta forma prepará-los para a vida.

 

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

 

A formação do educador é um fator essencial para o ensino e a aprendizagem dos alunos, com profissionais preparados, competentes, qualificado e valorizados será a sociedade quem ganhará, com cidadãos criativos e críticos, desta forma os cursos de formação precisam oferecer não só conhecimentos científicos, mas atividades práticas como o estágio supervisionado unindo a teoria á prática, onde seja possível aprimorar os conhecimentos e perceber a importância que nos docentes temos na vida e cada aluno de forma diferenciada.

O estágio supervisionado favorece ao futuro profissional um momento de análise do cotidiano de trabalho em sala de aula, além de proporcionar ao acadêmico confrontar o falado com o vivido no curso de formação. Assim o universitário tem a oportunidade de refletir sobre que tipo de professor quer se tornar, suas deficiências, e buscar a superação das dificuldades para melhorar seu desempenho.

A relação com os professores regente foi ótimos, sempre muito atenciosos e prestativos, colocou-se a disposição para qualquer dúvida ou dificuldade que viesse a surgir. Através da experiência vivenciada com o momento do estágio permite que o futuro docente perceba o quanto está disposto a ser um verdadeiro professor, trabalhando com amor e alegria para tornar essa profissão única e verdadeira.

Com a experiência adquirida até o momento, posso afirmar com grande alegria, que o trabalho do professor ficando sem palavras para definir o quanto fica satisfeito quando percebe que o aluno conseguiu adquirir o aprendizado. Assim, posso concluir que percebi que os professores devem estar sempre em busca de aperfeiçoamento e adequações diante da realidade necessária no âmbito escolar, com um único objetivo que é o pleno desenvolvimento do aluno. Apesar das dificuldades e desvalorização encontradas amo profissão que escolhi e tenho certeza que fiz a escolha certa

 

4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS)

 

O primeiro passo foi conhecer a estrutura da escola coordenação, direção e secretario fazer a estagio III foi muito significativo, pois, foi o primeiro momento de contato direto como professor no ensino médio, acredito que aliar a teoria aprendida durante o curso à prática docente, é a melhor maneira de se preparar para quando chegar minha vez de assumir uma sala de aula fazer uma educação de qualidade, respeitando os limites de cada aluno e fazendo um aprendizado de qualidade.

Segundo Cardoso (2011)

 

Nos cursos de graduação o estagio supervisionado de licenciaturas, oferecem uma importante oportunidade para que o acadêmico vivencie a realidade, aprofunde habilidades e conhecimentos em sua área de estudo, além de conhecer o futuro ambiente profissional (p. 100).

 

A prática é diferente da teoria, mas muito significativa, a teoria estudada foi o alicerce de todo o meu estágio, fiz um trabalho seguro e confiante porem, encontrei varias dificuldades que foram superadas quando ao adentrar o estabelecimento fui recebido por todos os funcionários da escola muito bem, assim como pelos alunos.

 

O estagio é o momento de exteriorização da aprendizagem, constituído em uma atividade que se efetiva mediante a inserção no espaço educacional e no contato com os professores que se dispõem a receber, acompanhar e orientar os futuros professores no processo de aprendizagem da docência (FRANÇA 2006 p. 11).

 

O estágio nos faz conhecer a realidade que existe por de traz das teorias, nos faz vê a realidade do dia-dia enfrentado por cada professor, e apesar de toda dificuldade não me desanimam de minha profissão e fazer um trabalho muito bem feito com afeto carinho amor e responsabilidade, me deparei de frente com a realidade vivida por muitas escolas brasileiras, que em sua maioria tem professores pulsos firmes que não desisti de uma educação de qualidade, foi uma etapa difícil e ao mesmo tempo produtiva e significante.

Pimenta e Lima (2008) ao afirmarem que o estágio oferta novas possibilidades de ensinar e aprender a profissão docente, inclusive para os professores formadores, convidando-os a rever suas concepções sobre o ensinar e o aprender. O estágio curricular supervisionado se apresentou como uma importante ferramenta para a construção da identidade profissional, a qual é constituída em desenvolvimento com a ação. Lugar de interlocução entre o espaço de formação institucional e o campo de atuação profissional.

Fiquei muito feliz, pois o professor regente da sala me instruiu como é feito todo o planejamento das aulas bem como os conteúdos a serem trabalhados no decorrer do bimestre, me deu plenos poderes para ficar sozinho na sala e comandar a aula com minha própria didática, é claro que com uma teoria muito bem instruída pela faculdade consegui fazer a regência tranquilamente dominando o conteúdo proposto no plano de aula e tirando duvidas dos alunos que surgiu no decorrer da aula.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª séries). Brasília: MEC/SEF, 1997a., 10 volumes.

BORTOLANZA, Dilce Maria. Estágio Supervisionado em Educação Infantil (04 a 05 anos). Dilce Maria Bortolanza. Dourados: UNIGRAN, 2015/1.

CARDOSO, et al. Estágio Supervisionado em Unidades de Produção Agrícola. Editora da UFRGS. Porto Alegre/RS, 2011. 100p.

CURY, Augusto JorgePais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

FRANÇA, D. Formaçao de professores: a parceria escola universidade e os estágios de ensino. In: UNIrevista, São Leopoldo, 2006.

FREIRE, Paulo. Prática docente: primeira reflexão. In: Pedagogia da Autonomia. 45º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. p.23-46

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia.4 ed. São Paulo: Edusp, 2005.

LIMA, O. G. Prática de ensino e pesquisa: o processo formativo do professor pesquisador. In: GHEDIN, E.; BRITO, C. L.; ALMEIDA, L. S. C. de. Estágio na formação de professores: diferentes olhares. Manaus: UEA, 2006. p. 61-82

MICHELS, J. O Processo Ensino Aprendizagem da Tabuada: desvendando práticas e criando possibilidades. Criciúma, SC, 2009. 59p. Monografia do Curso de Especialização em Educação Matemática. PPG, UNESC.

 

Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf

Acesso em: 05/03/2019 as 14:35 hrs.

PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008

SOUZA, K. N. V. As Operações de Multiplicação e Divisão nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Revista de Iniciação Científica da FFC. v. 10. n. 1. 2010.