DIFICULDADES, E FACILIDADES, NA EDUCAÇÃO DE DEFICIENTES INTELECTUAL
Berenice Sampaio Eleodoro[1]
Eni Mackaulli Da Silva Pilger[2]
Wancléia Batista Vilalva[3]
Angélica Wagner Da Silva [4]
Eliete Maria Dos Santos [5]
RESUMO
A abordagem apresentada pretende trazer reflexões sobre uma educação para todos. O universo da deficiência intelectual, pois estamos inseridos em uma sociedade diversificada, heterogênea que caminha constantemente com a Inclusão. Para entender melhor as dificuldades na aprendizagem do deficiente intelectual; quais as suas especificidades, perspectiva, o quanto é importante saber e entender para atuar na educação especial.
PALAVRA CHAVE: Deficiência Intelectual, Inclusão, Educação Especializada.
- INTRODUÇÃO
O presente trabalho mostra as dificuldades de aprendizados do deficiente intelectual, e os avanços na inclusão junto a educação especializada. O estudo foi construído a partir de uma pesquisa bibliográfica enquanto parte do curso de Pós-graduação em Educação Especial Inclusiva Ação Docente Especializada. O estudo oscila entre as características da deficiência intelectual, dos transtornos da aprendizagem, e do desenvolvimento, da inclusão escolar dos alunos com deficiência intelectual. Com este estudo pretende-se compreender melhor a deficiência. Conhecer o processo de inclusão das crianças com necessidade especiais, e o atendimento educacional especializado. Detalhar aspectos da deficiência intelectual que influenciam os processos de desenvolvimento e aprendizagem no contexto escolar.
Diante desta complexidade no ambiente escolar, procura-se alternativa pedagógica para solucionar ou encaminhar a aprendizagem desses alunos que vem sofrendo por falta de estratégia que mude suas vidas.
CARACTERIZAÇAO DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
BRASIL (2004) apud SANTOS E BARBOSA (2016, P.109)
A deficiência intelectual até o ano de 2004 essa condição recebia o nome de “deficiência mental ”e, segundo a AAMR (Associação Americana de deficiência mental), é quando a pessoa tem um funcionamento intelectual significativamente inferior á média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades : comunicação , autocuidado , vida doméstica , habilidades sociais ,relacionamentos interpessoal ,uso de recursos comunitários ,autossuficiência ,habilidade acadêmicas ,trabalho lazer saúde e segurança.
A classificação da OMS-CID 10 (organização mundial da saúde) é baseada ainda no critério quantitativo por essa classificação, a gravidade da deficiência está relacionada às nomenclaturas retardo mental profundo, severo, moderado, leve e não especifico.
A dificuldade de diagnosticar a deficiência mental tem levado a uma série de reversões do seu conceito. A medida do coeficiente de inteligência (QI), por exemplo foi utilizado durante muitos anos como parâmetro de definição dos casos .O próprio CDI 10 (código mundial de saúde ),ao especificar o retardo mental (F70-79),propõe uma definição ainda baseada no coeficiente de inteligência, classificando –o entre leve, moderado e profundo, conforme o comprometimento.
Até 2004,essa classificação por graus da deficiência deixava claro que as pessoas não são afetadas da mesma forma contudo atualmente procura-se não enquadrar previamente a pessoa com deficiência intelectual em uma categoria baseada em generalizações de comportamentos esperados para a faixa etária deve-se considerar a pessoa de acordo com as relações estabelecidas socialmente, por exemplo seu convívio familiar ,os estímulos recebidos ,enfim todos aqueles aspectos que possam agravar a deficiência orgânica já existente.
Esse conceito converge com estudo de VYGTSKY (1997) apud SANTOS E BARBOSA (2016, P.197) quando considera que O meio social contém uma imensa quantidade de aspectos e elementos muito diversos que sempre estão em flagrante contradição e luta entre si. Não devemos conceber o ambiente como um todo estático elementar e estável, más como um processo dinâmico que se desenvolve dialeticamente. Deve-se considerar a pessoa de acordo com as relações estabelecidas socialmente, por exemplo. seu convívio familiar, os estímulos recebidos, enfim todos aqueles aspectos que possam agravar a deficiência orgânica já existente.
O diagnostico deverá ser confirmado tanto pela avaliação clinica quanto por testes de inteligência padronizado individualizados. O teste de (QI) é uma estimativa da habilidade cognitiva de uma pessoa, expressada por um valor, padronizado a partir da relação com a idade da pessoa avaliada. O teste deverá ser realizado por um profissional habilitado e capacitado, como psicólogo geralmente com formação em Neurologia.
A maior parte da população tem inteligência normal e dentro de uma média, e mesmo nesta faixa normal existem pessoas mais ou menos inteligentes. Da mesma maneira quando falamos em DI temos diversos níveis, em diferentes graus de comprometimentos e limitações em seu funcionamento adaptativo.
A organização mundial da saúde (CID-10 p. 110) defini e classifica a em quatro níveis ,considerado os resultados dos testes de quociente de inteligência (QI) e na capacidade funcional da pessoa : (retardo mental leve ,QI entre 50-60); (retardo mental moderado ,QI, entre 35-49), (retardo mental grave,QI,20-40) ,(retardo mental profundo ,QI ,abaixo de 20 ) . Quanto mais leve for o grau de comprometimento intelectual, menor a possibilidade de encontrarmos uma causa.
Estas condições deficitárias são próprias daquelas pessoas, uma característica herdada geneticamente. Por outro lado, quando maior for o grau de deficiência, maior a possibilidade de identificação a causa, através de exames apropriado.
Deficiência intelectual é um desafio para a educação na escola regular e para a definição do conceito de apoio educativo especializado, pela própria complexidade que a envolve e pela grande quantidade e variedade de abordagem que podem ser utilizadas pare entendê-la. Não tem sido possível estabelecer diagnóstico preciso da deficiência intelectual exclusivamente a partir de causa orgânica nem tampouco a partir da avaliação da inteligência: quantidade, suposta categorias ou tipos de inteligência.
Tanto as teorias psicológicas, como as de caráter sociológicos ou antropológico apresentam ideias mais ou menos claras a respeito da condição mental das pessoas, nenhuma dessas perspectivas ou outras, nem todas elas juntas conseguem definir um conceito único que traduza de forma satisfatória a complexidade da questão da deficiência intelectual.
. Em suma, a deficiência mental não se esgota na sua condição orgânica e ou intelectual, nem pode ser definida por um único saber. Ela é, como o próprio conceito de pessoa, uma interrogação e um objeto de interrogação para todas as áreas do conhecimento. ALMEIDA (2017)
DESENVOLVIMENTO ESCOLAR;
Embora a deficiência intelectual seja um desafio no ensino escolar em fase de seu objetivo curricular, tanto na sala comum quanto no atendimento educacional especializado é possível estabelecer um contexto pedagógico politico tendo em vista os objetivos educacionais de desenvolvimento pessoal, cultural e cidadã.
Portanto, fato é que a didática no ensino do aluno com dificuldade intelectual precisa ser especifica em relação as peculiaridades do quadro da deficiência como também em relação a individualidade de cada sujeito. mesmo
que a deficiência não permita sua reversão completa, uma vez que consiste em um desenvolvimento neurológico eficiente, sendo assim, avanços escolares são possíveis. A educação escolar é mais que um progresso é um contexto para a promoção da aprendizagem de conteúdos. Devendo também promover a convivência humanas das interações próprias ao contexto escolar.;
A escola é um desafio perante a promoção integral do desenvolvimento da formação do aluno. A educação inclusiva assume fortemente essa responsabilidade de adquirir métodos e reflexões que possam garantir a todo e qualquer aluno o direito á educação formal (escolar) com o aluno que possui deficiência intelectual não é diferente, mesmo que as características próprias desse quadro impeçam a aquisição suficiente dos conteúdos propostos pelos programas curriculares.
GONZÁLES, (2007) apud SANTOS E BARBOSA (2016, p. 29) esclarece que, A educação é uma só, mas tem diferentes ajustes para atender á diversidade das crianças e dos adolescentes e cabe á escola oferecer meios para que cada um aprenda em um contexto mais normal possível.
Para incluir os alunos com deficiência intelectual na escola comum, inicialmente faz-se necessário desconstruir paradigmas que envolvem o aprender e a concepção de diferença. É necessário quebrar com barreiras atitudinais que por muito tempo, nos deixaram indiferentes nesse processo;
BRASIL (2007b, p.16) apud SANTOS E BARBOSA (2016. P.16) A deficiência mental desafia a escola comum no seu objetivo de ensinar, de levar o aluno a aprender o conteúdo curricular, construindo o conhecimento .O aluno com essa deficiência tem uma maneira própria de lidar com o saber. Não corresponder ao esperado pela escola pode acontecer com todo e qualquer aluno, mas os alunos com deficiência mental denunciam a impossibilidade de a escola atingir esse objetivo , .Eles não permitem que a escola dissimule essa verdade.
Segundo as outras deficiências não abalam tanto a escola comum, pois não tocam no cerne e no motivo da sua urgente transformação: considerar a aprendizagem e a construção do conhecimento acadêmico como uma conquista individual e intransferível do aprendiz que não cabe em padrões e modelos idealizados”. BRASIL (2007) apud SANTOS E BARBOSA (2016 . p. 16) . A processo; escola comum não se diz preparada para receber grupos que desafiam os projetos políticos pedagógicos. Entre as principais adaptações no cotidiano da escola em relação ao trabalho pedagógico ,as de pequeno porte estão as adaptações curriculares. Essas devem ser analisadas pelo professor de sala e organizada com o auxilio do coordenador pedagógico da escola, pois tem relação com o que realmente será ensinado a esse aluno com deficiência intelectual.
O principio básico da inclusão escolar consiste em que as escolas reconheçam diversas necessidades dos alunos e a elas respondam, assegurando-lhes uma educação de qualidade, que lhes proporcione aprendizagem por meio de currículo apropriado e promova modificações organizacionais, estratégias de recursos, dentre outros quesitos.(UNESCO apud MENDES,2002,p.56).
EDUCAÇÂO INCLUSIVA;
Todo aluno possui uma característica, interesses capacidades e necessidades de aprendizagem que são singulares. Os sistemas educacionais devem ser projetados e os programas educativos implantados de tal forma a considerar a ampla diversidade dessa característica e necessidades. As escolas devem acomodar todos alunos independente de suas condições físicas, intelectual sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
O desafio para uma escola inclusiva é o de desenvolver uma pedagogia centrada no aluno uma pedagogia de educar com sucesso todos os alunos, incluindo aqueles com deficiência severas, de acordo com limitações e necessidades de cada aluno, Há recursos que se adequam melhor a cada situação, ou seja, o professor em parceria com a equipe escolar , a família e os profissionais que atendem á criança devem pensar nos recursos que vão beneficiar – lá. Tecnologia software, consistem em um auxilio para promover ou ampliar uma habilidade ou realização de uma tarefa a ser oferecida. Possibilitar diferentes formas de apoio, desde uma ajuda mínima em classes comuns até programas adicionais de apoio á aprendizagem bem como a assistência de professores especialistas, e de equipe de apoio.
SALAMANCA (1994, p.31) o principio fundamental da escola inclusiva consiste em que todas as pessoas devem aprender juntos, onde quer que isto e possível não importa quais dificuldade ou diferenças elas possam ter. Escola inclusiva precisa reconhecer responder às necessidades diversificadas seus alunos.
Com base na declaração de (SALAMANCA,1994), conceituar inclusão escolar é construir a nossa própria identidade docente precisamos entender que só conseguimos nós afastar dos ranços da exclusão e da discriminação quando enxergamos os ambientes de aprendizagem como espaços de diversidade, com diferentes saberes e potencialidades.
Podemos perceber que construir uma escola inclusiva não e simples é preciso acreditar nas possibilidades de aprendizados de aceitação é também quebrar com barreiras atitudinais. Essas barreiras comprometem nossa visão de educação para a diversidade e o modo como nos relacionamos com o publico alvo da educação especial (PAEE). É necessário sensibilidade para compreender a história da luta desse público em busca do direito de igualdade.
AVANÇOS
Ao criar atividades para alunos com deficiência intelectual todo procedimento deve ser pensado: os níveis de estímulos, de ajuda e de complexidade da atividade de acordo com o desempenho do aluno. A instrução verbal, o tipo de ajuda motora, o incentivo fornecido pelo professor serão determinantes para a realização da atividade. Um ponto importante é ter planejamento, o tipo de ajuda á oferecer, quais instruções verbais vão utilizar, os momentos que fará incentivo reforço positivo.
A professora Regina Garner conta que: Aos sete anos este garoto não pronunciava seu nome; sua família pouco sabia como ajuda-lo. Na escola ele pode conhecer a si mesmo o manejo das coisas as outras crianças, estudar foi a primeira porta aberta para o desenvolvimento que ele encontrou num ensino que respeita o tempo de cada um ,com a ajuda da professora ele conseguiu dizer seu nome claramente pela primeira vez ,diz a professora ; “comecei um trabalho com ele desde a pronúncia “ dai em diante o processo deslanchou .na sala de apoio o aluno contou com a professora para ajuda-lo hoje seu direito de estudar na escola regular vem sendo respeitado , ainda que falte á maioria das pessoas entender o que é deficiência mental .” {..É um atraso na adaptação ao aprendizado ,ao convívio social e ás funções motoras} “ A grande novidade é que se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo que ela faz.” Explica o psiquiatra (JOSÈ BELIZARIO CUNHA.)
Para o aluno com deficiência intelectual, é preciso considerar os recursos que ele necessita para aprender e disponibilizá-los nas avaliações. Considerar seus avanços e aquisições comportamentais cognitivas e sociais, uma vez que esses são aspectos importantes ao aprendizado do aluno.
A escola precisa recriar as suas praticas, objetivando proporcionar a aprendizagem de todos os alunos.
BRASIL (2007) apud SANTOS E BARBOSA (2016, p. 170). Ensinar é um ato coletivo, no qual o professor disponibiliza a todos alunos, sem exceção, um mesmo conhecimento. Ao invés de adaptar e individualizar diferenciar o ensino para alguns. a escola comum precisa recriar suas praticas mudar suas concepções, revê r seu papel, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças
BRASIL, (2007p.116) apud SANTOS E BARBOSA (2016, p. 116) È necessário oportunizar a aprendizagem dos alunos com deficiência trabalhando de forma colaborativa com todos os profissionais pedagógico a fim de garantir, a aprendizagem de todos. O objetivo é que o aluno aprenda. Não se trata apenas de um processo de integração e socialização, a escola é lugar de troca de desenvolvimento de saberes, um lugar de ensino e aprendizagem. A complementação ao ensino regular deve ser especifica para cada tipo de deficiência e cada caso.
O complemento realizado no AEE consiste em remover barreiras que dificultam ou impedem o acesso ao conhecimento. Remover barreiras não deve ser confundido com adaptar ou moldar o aluno á sala de aula. Pois tal adaptação o coloca como objeto e não como sujeito ativo no processo de aquisição do conhecimento. A suplementação deve possibilitar que os alunos tenham atividades de enriquecimentos curricular, visando estimular, explorar as potencialidades de cada um.
- CONCLUSÃO
O aluno com deficiência intelectual, torna –se possível atingir objetivos escolares fundamentais, o que não significa que o quadro de deficiência intelectual possa ser completamente revertido, devido a sua determinação neurológica fundamental. Entretanto a escolarização é positiva por si só por constituir-se como processo – chave para a máxima formação humana e social, não podendo ser negada a nenhuma pessoa, mesmo em casos de grave comprometimento funcional e/ou estrutural como a paralisia cerebral.
Para que o ensino nesses casos seja mais efetivo deve-se criar condições, para a atuação ativa do aluno. O uso de situações aplicadas e contextualizadas, o uso de um conteúdo curricular funcional, o trabalho de
habilidades positivas, o desenvolvimento da capacidade de aprender. Também vale destacar que as intervenções escolares não se restringem aos alunos com deficiência intelectual, mas envolvem os demais alunos. Em tais situações o professor deverá atuar como mediador tendo em vista a promoção de interações coletivas.
O objetivo foi apenas apontar possibilidades de ação em relação ao quadro geral e comum da deficiência intelectual. Pois os DI dentre as pessoas com necessidades especiais são vitimas de preconceito da sociedade. È possível buscar possibilidades para garantir educação justa igualitária e de qualidade.
- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA. Maria da Silva Rodrigues. A Escola Inclusiva e os alunos com deficiência Intelectual. . (<2016. p.//algeiman.org.br) Acesso em 30/08/2020.
DECLARAÇAO DE SALAMANCA GESIS.COM.BR>Anais Acesso em 21/09/2020.
SANTOS, Tatiana dos e Regiane da Silva Barbosa. Educação Inclusiva. Londrina. Ed Educacional S.A. 2016.
UNESCO. Neuropsicologia. www.Vittude. disponível em 20/05/2017, Acesso em 01/08/2020.
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