A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aline Tais Gonçalves da Silva de Carvalho[1]
Aline Patrícia Santos Haubricht [2]
Ednalva Santos Avancini [3]
Eliane Pereira da Silva [4]
Fabrícia Oliveira de Almeida [5]
RESUMO
O Presente estudo aborda a Contação de história na educação infantil como ferramenta para a pratica pedagógica e desenvoltura do aluno, em vista que algumas instituições não tem inserido esse método em seu planejamento como atividade continua, deixando de explorar os benefícios dela, sendo assim o objetivo deste trabalho é mostrar como essa prática se torna enriquecedora para a construção das habilidades dos alunos e apoio do trabalho docente, aonde a figura do contador tem proporcionado uma aprendizagem diferenciada da tradicional As informações relacionada ao tema foram retiradas através de pesquisa bibliográficas em obras de diversos autores, o trabalho irá apresentar conteúdos para desenvolver a aprendizagem dos alunos, onde participarão toda semana da “Hora do Conto” dentro do espaço escolar, tal atividade ira instigar as habilidades onde os mesmos poderão se socializar, levar hipóteses sobre a história e até mesmo recontar.
Palavras-chave: Criança. Contação de História. Literatura infantil. Aprendizagem. Prática Pedagógica.
- INTRODUÇÃO
Atualmente as histórias que muito era cultivada pelas famílias vem se perdendo, aquele momento tão prazeroso onde as pessoas conversam e narravam fatos, acontecimentos e contos se tornou escasso, as crianças de hoje em dia se apegam muito ao meio tecnológico, aonde passam a maioria do tempo.
A Escola portanto se torna muitas vezes o único espaço onde o ato de ouvir e contar história acontece, embora já tenha essa prática, muitos educadores ainda não aderiram essa atividade em sua metodologia, esquecendo o quanto essa arte é importante para o trabalho do pedagogo, podendo lhes permitir um grande efeito sobre os alunos. A arte de contar histórias é um recurso metodológico que sempre me chamou atenção pois contagia e realmente chama a atenção das crianças, elas mergulham em um mundo de fantasia e imaginação, sentem emoções variadas como alegria, tristeza, raiva, desperta o interesse pela leitura, a ludicidade presente nesta pratica faz com que o aluno amplie seu conhecimento cognitivo, social e moral, podendo desenvolver sua linguagem oral e escrita. Hoje é muito difícil conseguir chamar atenção da criança para a Contação de história, por isso se faz necessário cada vez mais essa prática, a figura do contador tem ganhando força, pois através do recursos e habilidades que ele adquire essa prática se torna mais enriquecedora o que cativa as crianças. A educação infantil é a fase ideal para trabalhar o ato de contar e ouvir história, pois elas estão formando seus hábitos, por isso precisam receber estímulos que ajudam no processo de aprendizagem, com o apoio da Literatura que sempre deve andar de mãos dadas com a Contação de história, as narrativas se tornam fonte de informação.
- DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:
Contar histórias é uma pratica milenar, porém já sofreu várias transformações devido as mudanças que afetam a nossa sociedade com o passar dos anos. Contudo esse ato é uma tradição cultural para o ser humano, qualquer pessoa em algum momento da sua vida já ouviu ou contou uma história, na infância essa pratica é de grande relevância pois amplia o conhecimento e a experiência da criança, despertando a imaginação, criatividade e o gosto pela leitura.
Há quem conte histórias para enfatizar mensagens, transmitir conhecimentos, disciplinar, até fazer uma espécie de chantagem - se ficarem quietos, conto uma história, se isso¨, ¨se aquilo...¨- quando o inverso que funciona. A história aquieta, serena, prende a atenção, informa, socializa, educa. (COELHO, 1999, p.12).
Antes da convivência escolar, a criança se interage socialmente na maioria do tempo com a família que tem um papel importantíssimo no desenvolvimento cognitivo dela, é nesta fase que os pais tem um papel fundamental para a formação infantil, transportando valores significativos para seus hábitos e ações, por isso é importante ressaltar o valor da família que consegue transmitir esse contato da criança com a história. Na educação infantil as histórias despertam nas crianças, gostos e valores, pois ao contar uma história vários objetivos podemos transmitir entre eles, educar, instruir, ensinar e divertir. É nessa fase de desenvolvimento e descobertas que se deve permitir o contato com diversos livros, pois através deles a criança irá explorar sua imaginação, aprender a escrever, a refletir e a descobrir o mundo a sua volta. A Contação de história, contribui no desenvolvimento intelectual e comunicativo logo, pois a pratica da oralidade leva o aluno a dialogar com seus colegas, desenvolvendo a interação sociocultural da criança ao proporcionar essa interação entre alunos e educador. ABRAMOVICH (2006, p.16) “Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo”. No período que ouvimos a Contação de uma história que nos encanta, fazemos representações simbólicas, imergindo intensamente no mundo da imaginação, aonde o real passa para o fantasioso nos causando verdadeiro prazer e encantamento. A criança que escuta histórias passa a ter uma postura analítica assim elucidada pelo orador, permitindo o desenvolvimento do seu senso crítico, pois passam a vivenciar a realidade de onde vivem e do mundo como um todo sem saírem do lugar, essa experiência que a Contação aliada a Literatura Infantil transmiti a criança desenvolve seu cognitivo, aonde a mesma passa a criar e recriar situações mentalmente.
As histórias são verdadeiras fontes de sabedoria, que têm papel formador da identidade. Há pouco tempo, elas foram redescobertas como fonte de conhecimento de vida, tornando-se também um grande recurso para educadores. Com o advento da comunicação, ampliação dos seus recursos e a globalização das informações, a linguagem falada tende a definhar, porém, concomitante a esse desenvolvimento, surgiu uma necessidade de resgatar os valores tradicionais e a própria natureza humana. A tradição oral dos contos, não só não reapareceu, como está ganhando força nos últimos tempos (BUSATTO, 2006: 21).
Essa prática educativa vem ganhando cada vez mais o seu espaço, com a ludicidade presente constantemente nesse método as histórias se tornam ainda mais prazerosas de se ouvir, aguçando a curiosidade das crianças, que se apegam nesse arte cativante e fantasioso. A história contada auxilia no processo de aprendizagem, pois a criança será instigada a desenvolver à escrita e à leitura, aonde futuramente há beneficiara nas series iniciais, essa prática também contribui para que ela adquira valores e sentimentos que já estão presentes em sua vida, tais como a caridade, alegria, tristeza, medo, todos manifestados durante a escuta de uma história. A criança desenvolve seu cognitivo quando é estimulada e se confronta com seu eu, onde passa a distinguir o real do imaginário. DOHME (2005, p. 19) cita algumas das capacidades que a Contação contribui ao ouvinte, tais como:
- Caráter: as histórias com heróis, conteúdo que proporcionam lições de vida, fábulas em que o bem prevalece sobre o mal. Por meio das histórias, principalmente, os meninos se defrontam com situações fictícias e com isso adquirem vivência e referências para montar os seus próprios valores;
- Raciocínio: as histórias mais elaboradas, os enredos intrigantes, agitam o raciocínio da criança.
- Imaginação: o exercício da imaginação traz grande proveito às crianças, porque atende a uma necessidade muito grande que elas têm de imaginar. As fantasias não são somente um passatempo; elas ajudam na formação da personalidade na medida em que possibilita fazer conjecturas, combinações, visualizações como tal coisa seria “desta” ou de “outra” forma.
- Criatividade: uma vez que a criatividade é diretamente proporcional à quantidade de referências que cada um possui, quanto mais “viagens” a imaginação fizer, tanto mais aumentará o “arquivo referencial” e, consequentemente, a criatividade.
- Senso Crítico: as histórias atuam como ferramentas de grande valia na construção desse senso crítico, porque por meio delas os alunos tomam conhecimento de situações alheias à sua realidade, uma vez que podem “navegar” em diferentes culturas, classes sociais, raças e costumes.
- Disciplina: é entendida como aceita e praticada espontaneamente pela criança e não como algo imposto inquestionavelmente pelo educador. No momento que se trabalha com o que a criança realmente gosta, quando sente que foi preparada especialmente para elas, as chances de se ter uma postura atenta e participativa aumentam muito.
A Contação de história é uma atividade artística, pedagógica e lúdica, daí a importância do educador exercer essa metodologia para que a criança se beneficie dessas capacidades e crie um elo para o futuro leitor, tal prática colabora para aquisição da linguagem, instiga a expressão de ideias, desenvolve seu cognitivo. Nas palavras de COELHO (1999, p.26), “a criança que ouve histórias com frequência educa sua atenção, desenvolve a linguagem oral e escrita, amplia seu vocabulário e principalmente aprende a procurar nos livros novas histórias para o seu entretenimento”. Sendo assim tal prática é de suma importância para o trabalho do pedagogo, pois é uma estratégia para o desenvolvimento das linguagens, e contribui para a formação dos leitores aonde passa primeiro pelo o escutar e depois o recontar. GILLIG (1999, p.83) destaca que os pedagogos que trabalham ou trabalharam na escola infantil sabem a importância da hora do conto para as crianças pequenas e conhecem o fascínio que podem exercer sobre elas através desta atividade. Sabe-se que a Contação de histórias é uma atividade cada vez mais praticada na escola, que pode ser bem desenvolvida através do planejamento do educador ou do contato da criança nos espaços culturais. Muitas crianças desenvolvem o interesse pela leitura, através da Contação, por isso a importância de incluí-la na sala de aula como metodologia que auxilia a prática docente, gerando aprendizagens significativas e diversos conhecimentos.
- CONCLUSÃO
A Contação de história é um grande instrumento pedagógico que tem auxiliado na aprendizagem da criança, atividade essa que tem sido fundamental para a prática docente. O educador que utiliza-se desta pratica em sua metodologia consegue desenvolver nas crianças capacidades contribuindo para sua formação, pois o ao de contar e ouvir histórias proporciona momentos de interação entre aluno e professor, se tornando uma procedimento muito significativo, aonde os alunos aprendem com prazer. Atualmente a mídia tem exercido grande fascínio pelas crianças, aonde tem afetado seu desenvolvimento e atrasado seu rendimento escolar, muitos pais não conseguem tirar um tempo para seus filhos, dialogando, contando histórias, ou seja, vemos que se tornou muito difícil essa pratica, pois o meio tecnológico tem tomado conta do tempo de nossos pequenos. Sendo assim o projeto teve intuito de mostrar que muitas crianças somente tem acesso ao conto dentro do espaço escolar e evidenciar o papel fundamental que as instituições tem na construção do conhecimento, sendo o professor o mediador e articulador desta pratica, pois através de habilidades e recursos lúdicos ele pode oferecer uma metodologia diferenciada, aonde os alunos se desenvolverão suas capacidades. Nesse sentido, a contação de história deve ser valorizada e cultivada dentro do espaço escolar como uma metodologia continua, pois essa prática tem gerado aprendizagens significativas ao educando e auxiliado o professor em seu trabalho pedagógico.
REFERÊNCIAS
COELHO, Bethy. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1999.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teorias, analise, didática. São Paulo. Moderna, 2000.
DOHME, Vânia D’Angelo. Técnicas de Contar Histórias. São Paulo: Informal, 2005.
GILLIG, Jean Marie. O conto na psicopedagogia. Porto Alegre: Artmed, 1999
LIMA, E. A. de; VALIENGO, A. Literatura infantil e caixas que contam histórias: encantamentos e envolvimentos. In: CHAVES, M. (Org.). Práticas pedagógicas e literatura infantil. Maringá: Eduem, 2011. p. 55-67.
BUSATTO, Cléo. A Arte de contar histórias no século XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis: Vozes, 2006
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5 ed. São Paulo: Scipione, 2006.
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989.
[1] Graduada em Pedagogia – UNOPAR, pós graduação em Neuropsicopedagogia – FAVENI.
[2] Graduanda em pedagogia – UNOPAR
[3] Graduada em Pedagogia – Especialista em Neurociência e Psicopedagogia Infantil -AJES – Alta Floresta –MT
[4]Graduada em Pedagogia-UNEMAT, pós-graduação em Psicopedagogia e Supervisão Escolar - PROMINAS. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
[5] Graduada em Pedagogia - ULBRA EAD, pós graduação em Psicopedagogia.