Buscar artigo ou registro:

 

A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Selma dos Santos

José Ataíde dos santos

Neide Martins de Santana

Almir Rogerio da Silva

 

RESUMO

O estudo proposto neste artigo visa apresentar uma revisão e reflexão teórica sobre os conceitos de alfabetização e de letramento. Ao abordar questões relacionadas ao processo de alfabetização e letramento, entende-se que são processos indissociáveis que devem caminhar juntos. É importante que ocorra práticas de letramento o qual designa a ação educativa do uso de práticas sociais de leitura e escrita, permitindo compreender a importância e a necessidade em desenvolvê-las nas séries iniciais. O objetivo é a realização de uma pesquisa bibliográfica discorrendo sobre: a importância dos jesuítas no contexto da educação no Brasil; a relevância do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa; e principalmente sobre a Alfabetização e o Letramento no Ensino Fundamental, objetivando aos educadores um conhecimento amplo sobre a Alfabetização e o Letramento, levando-os aos conhecimentos dos métodos de alfabetização criados pelos seus respectivos autores que são de fundamental importância para o desenvolvimento da alfabetização, proporcionando-os diversas formas de criarem novos ambientes de aprendizagens que favoreçam o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de seus alunos.

 

Palavras-chave: Processo de alfabetização. Anos iniciais do ensino fundamental. Métodos.

 

1 INTRODUÇÃO

 

A alfabetização é um processo permanente que se estende por toda a vida, que não se esgote na aprendizagem da leitura e da escrita. Faz parte da natureza humana a busca incessante por novos conhecimentos fazendo com que o homem produza novos conhecimentos, sempre mediados pela linguagem, oral ou escrita. O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento histórico e principalmente dos métodos aplicados na educação brasileira, dando ênfase desde o inicio da historia da educação dos padres jesuítas no período colonial, a relevância do Pacto Nacional da Aprendizagem na Idade certa e a importância dos vários métodos de ensino da educação nas series iniciais, proporcionando o conhecimento de cada método e as suas contribuições nos processos de alfabetização e letramento e, os seus respectivos autores.

Ao abordarmos as questões relacionadas ao processo de alfabetização e letramento, entendemos que são processos indissociáveis que devem caminhar juntos, sendo que alfabetizado é aquele aluno que conhece o código escrito, saber ler e escrever, que deste modo, letramento designa a ação educativa de desenvolver o uso de praticas sociais de leitura e escrita em contexto reais de uso, inicia-se um processo amplo que torna o individuo capaz de utilizar a escrita de forma deliberada em diversas situações sociais. A construção da linguagem escrita na criança faz parte de seu processo geral, se dá como um trabalho contínuo de elaboração cognitiva por meio de inserção no mundo da escrita pelas interações sociais e orais, considerando assim a significação que a escrita tem na sociedade.

Portanto este trabalho é de suma importância para todos os educando, pois tem por objetivo delinear sobre origem da educação, os seus diversos métodos de ensino e seus respectivos autores, permitindo assim o conhecimento necessário dos processos de métodos de ensino a serem aplicados no cotidiano escolar, fazendo com que os professores desenvolvam as suas práticas de leituras e escrita no convívio escolar, pois o contato com diversos portadores de texto e o entendimento dos textos pelas crianças irá incentivar a desenvolverem a pratica de adentrar no mundo letrado com mais facilidade. Assim dessa forma, as crianças estarão sendo preparadas para conhecerem o mundo que as rodeiam, permitindo a sua maneira correta de como compreender o código e refletir sobre ele.

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A alfabetização é entendida como um processo de inserção da criança ao mundo cultural e ao conhecimento social possibilitando o entendimento, o domínio e o uso da leitura e escrita no mundo ao qual a criança se insere. Já o letramento refere-se ao que fazemos com o sistema da escrita, como ele serve, ou melhor, nos auxilia em nossa vida no dia a dia. Para Angela Kleiman (2002) letramento é um conjunto de praticas social, de competência individual, com implicações nas formas pelas quais os sujeitos constroem relações de identidade e poder.

Basicamente uma criança não necessariamente precise frequentar uma escola de educação infantil para que ela tenha contato com o mundo das letras, pois em sua casa ou em qualquer lugar ela maneja livros de história, embalagens de brinquedos, observa os outdoors, propagandas e vitrines, ou seja, ela esta em um processo constante de letramento, mas ainda não pode ser considerada letrada por ainda não fazer uso da escrita com autonomia.

Através do manuseio de livros, as crianças começam a distinguir o que esta escrito, do que esta ilustrado, percebem-se que aquelas letras contam a historia e se motivam a querer saber ler o que esta ali.

Para (Soares, 2009, P. 1) esta atividade:

 

(...) leva a criança a se familiarizar com a materialidade do texto escrito: conhecer o objeto livro ou revista, descobrir que as marcas na pagina – sequencias de letras – escondem significados, que textos é que são “para ler”, não as ilustrações, que as paginas são folheadas da direita para a esquerda, que os textos são lidos da esquerda para a direita e de cima para baixo, que os livros tem autor, ilustrador, editor, tem capa, lombada (... ).

 

A escrita não é a única razão da educação infantil, pois a mesma também se tem em desenvolver ações que levem o educando ao conhecimento, a socialização, a construção da autonomia, a exploração da criatividade, para promover a solidariedade, a cooperação e a autoconfiança.

Soares (2001, p.92) apresenta o seguinte exercício:

 

[...] implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos para informar ou informar-se, para interagir com os outros, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimentos, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio á memória, para catarse...: habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros de textos, habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos, ao escrever: atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse e informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstancias, os objetivos, o interlocutor [...].

 

Sendo esta uma grande missão do educador de conduzir seus alunos ao processo de alfabetização o tornando ser ativo perante a sociedade que ele esta inserido, mas com a ajuda da família.

 

Na base do processo educativo deve estar à atividade pessoal do aluno, e toda a arte do educando deve se restringir a orientar e regular essa atividade. No processo de educação, o professor deve ser como os trilhos pelos quais avançam livres e independentes os vagões, recebendo deles apenas a direção do próprio movimento. (Vygotsky, 2003, p.75)

 

Conforme nesta base do processo, o aluno necessita de aliados do adulto para que possa atingir as metas desejadas, e quanto a sua inserção no processo de alfabetização, o educador dos anos iniciais deve valorizar e trazer para sua prática pedagógica o que os alunos trazem de bagagem de si mesmo, não devendo este processo estar prendido somente ao livro didático, sendo assim essencial o uso de outros materiais para buscar novos meios de levá-los ao processo de alfabetização nos anos iniciais.

Os anos iniciais do ensino fundamental e a educação infantil caminham pelo mesmo lado quanto ao conteúdo.

Para (Kramer, 2006, p. 8-10):

 

Ambos envolvem conhecimentos afetos, saberes, e valores; cuidados e atenção; seriedade e riso, o cuidado, o conhecimento está presente na educação infantil; a alegria e a brincadeira também. E nas praticas realizadas, as crianças aprendem. Elas gostam de aprender. Na educação infantil e no ensino fundamental, o objetivo é atuar com liberdade para assegurar a apropriação e a construção por todos.

 

Sendo assim as instituições de educação infantil, é importante que promovam em suas propostas pedagógicas, praticas de educação e cuidados que possibilitam a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, linguísticos e sociais da criança. Facilitando assim, o desenvolvimento pedagógico do educador para que os alunos possam desencadear com mais facilidade a alfabetização propriamente dita.

A alfabetização é entendida como sendo um caminho para o letramento. Alfabetizado é aquele individuo que conhece o código escrito, que sabe ler e escrever.

Quando falamos em alfabetização podemos dizer que esta palavra está relacionada com o ato de ensinar a ler e a escrever.

Como esclarece (Tfouni, 1995, p.9):

 

A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidade para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio do processo de escolarização e, portanto, da instrução formal. A alfabetização pertence, assim, ao âmbito do individual”.

 

Dessa forma a alfabetização supera o paradigma de mera tarefa de codificação e decodificação, ao tempo que situa a aprendizagem do código a partir dos usos sociais da escrita atribuindo-lhes sentido e significado com base nas diferentes situações de utilização.

Portanto é necessário que hajas praticas de alfabetização e de letramento nas salas de aula, em que as crianças se interajam na cultura escrita, na participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento de diferentes tipos e gêneros de material escrito para que assim compreendam a função social que a leitura e a escrita trazem. Contudo, é importante reconhecer as possibilidades e necessidades de promover a conciliação entre essas duas dimensões de aprendizagem da língua escrita, integrar alfabetização e letramento, sem perder a especificidade de cada destes processos.

 

2.1 ALFABETIZAÇÃO NO PERÍODO BRASIL COLONIAL

 

A colonização no Brasil iniciou-se com a chegada dos jesuítas. A partir desse momento começou a criar escolas e novos ensinamentos no catecismo, o principal alvo era os indígenas e jovens, o objetivo dos jesuítas era ensinar a fé católica, mas ao perceber que seria impossível converter os índios, começou a doutrinação para a leitura, para a escrita e para o canto. Segundo Nóbrega em sua primeira carta ao Brasil, ele afirma que “o irmão Vicente Rijo ensina a doutrina aos meninos cada dia e também tem escola de ler e escrever”. O colégio, contudo, era o grande objetivo, por que com ele preparariam novos missionários. Segundo (Prado Jr, 1999, p.25) “são eles, os jesuítas que formaram na vanguarda, preparando o terreno com a domesticação dos naturais. Assim foi na Europa oriental com os frades dos séculos XV e XVI, e assim é hoje ainda entre as populações asiáticas e africanas; antes dos capitais europeus ou norte-americanos aparece o crucifixo dos missionários”.

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola em pequenos grupos de discípulos, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.

Os jesuítas chegaram ao território brasileiro no ano de 1549, juntamente com o primeiro governador geral, Tomé de Souza. Comandado pelo padre Manoel da Nobrega que após quinze dias a sua chegada fundaram a primeira escola elementar na cidade de Salvador.

FIGURA 1: PADRES JESUÍTAS

FONTE: Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/os-jesuitas-no-brasil.htm>. Acesso em: 23 Set. 2018.

O alvo principal destas escolas eram os indígenas, pois Pero Vaz de Caminha tinha descritos os povos indígenas como povos inocentes e que seriam facílimos converte-los sem maiores problemas. As relações entre estado e igreja naquela época eram bem próximas, pois ambas as partes empreendiam medidas que colaboravam com seus interesses mútuos. Pois os jesuítas tinham apoio na catequização dos indígenas, enquanto o estado contava com o auxilio clerical para a exploração e a administração do território.

No Brasil, os jesuítas se dedicaram a fé católica e ao trabalho educativo, de imediato perceberam que não seria fácil converter os índios na fé católica sem antes mesmo de ensinar a ler e a escrever. A obra jesuítica se estendeu para o sul do Brasil, vinte anos depois de sua chegada já havia cinco escolas de instruções elementares: sendo em Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espirito Santo e São Paulo de Piratininga e três colégios Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.

O período de permanência dos jesuítas foi marcado por diversos acontecimentos e conflitos que interferiram e polemizou a historia do Brasil colônia, que de imediato eles organizaram a abertura de novas escolas no país. No entanto a evangelização inicialmente foi destinada aos índios e escravos e depois aos filhos dos colonos que tinham como objetivos a formação de novos sacerdotes.

O método de ensino dos jesuítas tinha por base religiosa a Escolástica do teólogo italiano São Tomás de Aquino (1225-1274), e por filosofia os conceitos desenvolvidos por Aristóteles. Eles enfatizavam sobremaneira o ensino do latim e da retórica. Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Rateio Atque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Rateio Studiorum; que significa organização e plano de estudos, e descreve um conjunto de normas criadas para regulamentar o ensino nos colégios jesuíticos. A primeira versão desse documento data do ano de 1599, e serviu não só para organizar estudos, mas também alcançar status político na área educacional, mesmo em sociedades não católicas.

A música foi o primeiro recurso metodológico utilizado para auxiliar a educação nos aldeamentos, que através dela os jesuítas conseguiam despertar a atenção e a simpatia dos nativos que o qual ensinava os próprios instrumentos e elaboravam um repertório no estilo indígena, cujas letras falavam de Deus. Tinham o teatro como estratégia para promover a educação e evangelização que através das apresentações teatrais retratavam a vida de santos e personagens das escrituras sagradas.

De acordo com (Sangenis, 2004, p.93):

 

De fato, os jesuítas empreenderam no Brasil uma significativa obra missionária e evangelizadora, especialmente fazendo uso de novas metodologias, das quais a educação escolar foi uma das mais poderosas e eficazes. Em matéria de educação escolar, os jesuítas souberam construir a sua hegemonia. Não apenas organizaram uma ampla ‘rede’ de escolas elementares e colégios, como o fizeram de modo muito organizado e contando com um projeto pedagógico uniforme e bem planejado, sendo o Rateio Studiorum a sua expressão máxima.

 

Por meio da fé eles controlavam a moral das terras brasileiras, que dessa forma o seu trabalho eram divididos em duas fases distintas: a fase heroica e a fase missioneira. A fase heroica tinha como objetivo a catequização dos índios por meio da fé crista. Já a fase missioneira tinha por características a criação de uma nova cultura aos indígenas, ou seja, um processo de aculturação, fazendo com que os indígenas aprendessem a ler e a escrever e dessa forma passariam a viver a cultura e a língua de Portugal.

Essa metodologia continham 467 regras sobre procedimentos pedagógicos. Procuravam formar homens que buscassem a verdade, a serviço da fé, resumidamente relacionada a três conceitos: experiência, ação e oração. Que o qual desta forma eles desenvolviam nos alunos os talentos recebidos de Deus, gerando a reflexão e constituindo o ponto central para a experiência e a ação.

Nas palavras de (Piletti, 1988, p. 167):

 

Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina.

 

O fim dos jesuítas no Brasil se deu no momento em que a igreja era muito poderosa e Portugal passou a usar três medidas políticas para combater esse poder: 1- o Despotismo Esclarecido; 2- o Regalismo e 3- o Beneplácito Régio, que exigia que a Igreja pedisse a aprovação do monarca em suas decisões.

Para limitar o poder dos jesuítas, em 1753, o Marquês de Pombal extinguiu a escravidão dos índios no Maranhão; em 1755 proclamou a libertação dos indígenas em todo o Brasil, indo ao mesmo tempo contra os proprietários de escravos índios e os jesuítas, que dirigiam as missões. Em 3 de setembro de 1759 promulgou a “Lei dada para a proscrição, desnaturalização e expulsão dos regulares da Companhia de Jesus, nestes reinos e seus domínios”. Desta forma, o Marquês de Pombal expulsou do Brasil todos os padres jesuítas, paralisando as funções de 17 colégios, 36 missões, seminários e escolas elementares. Dessa forma, obrigou os jesuítas a deixarem o país em 1760 e criou o Diretório dos Índios para substituir os jesuítas na administração das missões; e exterminou as capitanias hereditárias que ainda existiam no Brasil.

 

2.2 PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

 

O Pacto tem início legal a partir da Medida Provisória nº 586, de 08 de novembro de 2012, que diz em seu primeiro artigo: Art. 1º Esta Medida Provisória dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da União aos entes federados no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, com a finalidade de promover a alfabetização dos estudantes até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental da educação básica pública, aferida por avaliações periódicas.

O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um programa do governo federal, no âmbito do MEC que, de acordo com o documento Manual do pacto: Pacto pela Alfabetização na Idade Certa: o Brasil do futuro com o começo que ele merece, “é um compromisso assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental” (BRASIL, p.11, 2012).

Na portaria nº 867 de 04 de julho de 2012 é relevante destacar os objetivos do Pacto Nacional elencados no artigo 5º:

I - garantir que todos os estudantes dos sistemas públicos de ensino estejam alfabetizados, em Língua Portuguesa e em Matemática, até o final do 3º ano do ensino fundamental;

II - reduzir a distorção idade-série na Educação Básica;

III - melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb);

IV - contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos professores alfabetizadores;

V - construir propostas para a definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças nos três primeiros anos do ensino fundamental.

Os incisos I, III e IV ressaltados da portaria nº 867/2012 permitem que se observe a ênfase atribuída às áreas de conhecimento Língua Portuguesa e Matemática, tornando secundárias as demais áreas de conhecimento também importantes para a escolarização das crianças nesta idade de 8 anos; que o investimento na qualidade da educação visa a melhoria dos índices do IDEB e que os professores são considerados importantes nessa busca de melhores resultados educacionais.

No que se refere às ações previstas para o Pacto, elas compreendem os seguintes eixos apresentados no artigo 6º da portaria nº 867/2012 que são:

I- Formação continuada de professores alfabetizadores;

II- Materiais didáticos, literatura e tecnologias educacionais.

III - Avaliação e;

IV- Gestão, controle e mobilização social.

Como pode ser observado na portaria nº 867/2012, é relevante destacar que a formação e a atuação docente são consideradas pelo governo federal aspectos estratégicos no alcance da qualidade do ensino, o que tem contribuído para a responsabilização do professor pelos resultados nas avaliações nacionais, sendo ampliadas as propostas de políticas/programas de formação, tanto inicial quanto continuada de professores.

No que se referem à gestão do Pacto, elas compreendem os seguintes eixos apresentados no artigo 9º da portaria nº 867/2012, vejamos:

2.2.1 Comitê Gestor Nacional

 

Responsável pela coordenação e avaliação em âmbito nacional, presidido pela Secretaria Executiva do Ministério da Educação, com participação dos titulares e suplentes da Secretaria de Educação Básica (SEB), da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), do FNDE, do Inep, do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e representantes de outros órgãos e entidades que o Comitê julgar conveniente. (Blog Oficinas3)

 

 

2.2.2 Coordenação Institucional

 

Comitê composto, em cada estado, por representante do MEC, da Secretaria de Estado da Educação, da Undime no estado, da União dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme) no estado, do Conselho Estadual de Educação, da(s) Instituições de Ensino Superior (IES) formadora(s) em atuação no estado e de outras entidades que a Coordenação julgar conveniente, responsável pela mobilização e a proposição de soluções para temas estratégicos, no âmbito do estado. (Blog Oficinas3)

 

2.2.3 Coordenação Estadual

 

A cargo de cada Secretaria de Estado da Educação, responsável pela gestão, supervisão, monitoramento no âmbito da rede estadual e pelo apoio à implementação das ações do Pacto nos municípios. (Blog Oficinas3)

 

2.2.4 Coordenação Municipal

 

A cargo da Secretaria Municipal de Educação, responsável pela gestão, supervisão, monitoramento das ações do Pacto no âmbito da rede municipal e pela interlocução com a coordenação estadual. (Blog Oficinas3)

 

2.3 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NAS SÉRIES INICIAIS

 

Segundo Soares (2008), a referência a um ‘método’ de alfabetização busca a aquisição de uma técnica, ou seja, volta-se ao ‘como’, ao ‘de que maneira’ se alfabetiza. Conforme veremos adiante, métodos estão voltados a conjuntos de ações para atingir determinado objetivo.

Contudo (Soares, 2008, p.119), pontua que existe uma concepção de alfabetização, ou seja:

 

CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO: um meio de democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a posição e lugar do homem [...] um ato de reflexão, de criação, de conscientização, de libertação [...] algo que transforma as relações sociais em que se alfabetiza: o alfabetizando considerado não como aluno, mas como participante de um grupo; o alfabetizador considerado não como professor, mas como coordenador de debates; a interação entre coordenador e participantes, o diálogo.

 

Conforme já visto no item anterior, os métodos estão voltados a um conjunto de ações que se delimitam para atingir determinado objetivo, o qual neste caso, este conjunto de ações refere-se à alfabetização. Ou seja, como se alfabetiza?

FIGURA2: CRIANÇAS EM SALA DE AULA

FONTE: Disponível em:< http://www.revistaeducacao.com.br/politicas-publicas/page/13/>. Acesso em: 09 Out.2018.

Antes de delinearmos os métodos de alfabetização, vejamos o conceito dado a método, por Soares (2008, p. 93), “método: conceito genérico sob o qual podem ser abrigadas tantas alternativas quantos quadros conceituais existirem ou vierem a existir [...] um método é a soma de ações baseadas em um conjunto coerente de princípios ou de hipóteses psicológicas, linguísticas, pedagógicas, que respondem a objetivos determinados.”

De acordo com o conceito apresentado ressalta-se que, ao longo da história dos métodos, surgiram duas vertentes fundamentais: métodos que focalizam o eixo da decifração (sintéticos) e os métodos que focalizam a compreensão (analíticos), como vejamos a seguir:

 

2.3.1 Métodos Sintéticos: das partes para o todo

 

Esse método foi um dos primeiros a ser utilizados no Brasil pelas escolas primárias no século XIX. Os métodos sintéticos de alfabetização evidenciam o ensino e a aprendizagem da leitura numa compreensão da “parte” para o “todo” postulam o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita a partir da associação de estímulos visuais e auditivos, de codificação e decodificação, que cujo enfoque esta na decifração.

Por método sintético, conforme (Maciel, 2010, p. 51-52), entende-se: “O que principia pelo estudo das letras, fonemas ou das sílabas. [...] a criança aprende inicialmente a ler cada letra e deve, com efeito, condensar essas diferentes letras em uma leitura única, produzindo, dessa forma, uma síntese”.

Abaixo delinearemos sobre os métodos sintéticos que são três: o alfabético, o silábico e o fônico.

 

2.3.2 Método Alfabético

 

Este método é conhecido como método da soletração, pois a unidade central de estudo é a letra. Este método é um dos mais antigos dos quais se tem conhecimento, os alunos primeiro identificam as letras pelos seus nomes, depois soletram as silabas e, em seguida, as palavras antes de lerem sentenças curtas e, finalmente, historias. Quando os alunos encontram palavras desconhecidas, as soletram até decodificá-las.

 

Para aprender por este método, segue-se uma sequência: “decorar oralmente as letras do alfabeto; reconhecer estas letras, posteriormente, em pequenas sequências e numa sequência de todo o alfabeto, então, as letras isoladas; decorar todos os casos possíveis de combinações silábicas, que eram memorizadas sem que se estabelecesse a relação entre o que era reconhecido graficamente e o que as letras representavam, ou seja, a fala”. (Frade, 2007, p. 22-23).

 

Sobre o método alfabético, vejam que interessantes algumas informações apresentadas por (Maciel, 2010, p.52):

 

Ainda que todos partam das letras do alfabeto, também existem variações nas suas técnicas de aplicação. As famosas Cartas de ABC trazem as combinações de todas as letras, levando os aprendizes à exaustão não só na repetição da formação das lições, como também na memorização cansativa destas. As primeiras lições apresentavam o alfabeto e as combinações: ab, ac, ad, ...ba, ca, da, fa, ga, la... etc. Outros autores já apresentavam a junção das letras. O método é mais conhecido como método de soletração, em que os alunos soletravam e cantarolavam: b... a = BA; n... a – na; n... a ; na à ba-na-na.

 

O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através de repetição das cartas ABC, e na alfabetização doméstica.

 

2.3.3 Método Sílabo

 

Conforme o nome já indica, a principal unidade analisada neste método é a sílaba. De acordo com (Frade, 2007, p. 24), os seguidores deste método concebem que “o acesso direto à sílaba [...] pode ajudar a concretizar mais rapidamente a relação de segmentos da fala com segmentos da escrita”.

A sequência no desenvolvimento deste método é a escolha de sílabas que obedeçam à ordem do ‘mais simples’ ao ‘mais complexo’.

Abaixo abordamos um quadro elaborado por (Maciel, 2010, p.53), o qual nos auxilia na compreensão do método silábico:

 

Os defensores deste método apontam-no com vantagens sobre os demais por ser considerado por muitos professores e gestores como um método de fácil aplicação. Em geral, apresenta uma sequência gradual de “famílias silábicas” e dispensa orientação para o professor. Família BA: ba – be – bi – bo – bu. Formação de palavras: ba-ba; be-be; be-bi; bi-bi; bo-bo. Família do LA: la – le – li – lo – lu. Formação de palavras: la-la; le-le; le-lo; Li-li; Lo-lo... Formação de Palavras BA – Família ba-la: bala; bola; buile; bula; boo; bela; bole; loba; lobo... As desvantagens apontadas na aplicação do método silábico são o excesso na memorização, além da escrita reduzida de palavras, muitas vezes desprovidas de sentido para os alunos.

 

A principal crítica a este método está relacionada a repetições dos exercícios, tornando-os tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.

 

2.3.4 Método Fônico

 

Método fônico é qualquer método que ajude o aluno a fazer relações entre fonemas e grafemas. Neste método o ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Cada letra (grafema) é aprendida como um som (fonema) que, junto a outros fonemas, pode formar sílabas e palavras. Para o ensino dos sons, há uma sequência que deve ser respeitada – dos mais simples para os mais complexos.

O método fônico explora o som das letras (MACIEL, 2010) e a sua representação na escrita.

Este o método é essencial para a aprendizagem do nosso sistema de escrita. Isto devido ao ensino da relação entre fala e escrita.

A sequência de ensino pode ser assim representada: ensina-se a forma e o som das vogais, e em seguida, as consoantes.

As relações estabelecidas entre vogais e consoantes tornam-se, gradativamente, mais complexas. (Frade, 2007, p. 22) explica que “Cada letra (grafema) é aprendida como um fonema (som) que, junto a outro fonema, pode formar sílabas e palavras”.

No Brasil, há duas propostas muito conhecidas que são fundamentadas no método fônico: o Método da Abelhinha e A Casinha Feliz.

 

2.3.5 Métodos Analíticos: do todo para as partes

 

Os métodos analíticos têm como enfoque a compreensão. O conteúdo de ensino parte do todo para as partes, se inicia com palavras ou contos, fazendo com que as crianças compreendam o sentido do texto.

Segundo (Carvalho, 2008, p. 32). A fundamentação teórica destes métodos é “A psicologia da Gestalt ou psicologia da forma: a crença segundo a qual a criança tem uma visão sincrética (ou globalizada) da realidade, ou seja, tende a perceber o todo, o conjunto, antes de captar os detalhes”.

Este método não ensina a leitura através da silabação, incentiva os alunos à produção de textos prestando atenção ao uso da pontuação, estimula a leitura e deixa o aluno a vontade para expor suas ideias. Este método ajuda a criança no desenvolvimento e organização de seus pensamentos.

 

2.3.6 Método Global

 

OVIDE DECROLY (1871-1932): este teórico dedicou-se a construir estratégias de ensino que visavam a inclusão de crianças excluídas das escolas, aquelas consideradas anormais. Decroly concebe um ensino em que os interesses da criança sejam privilegiados através de ambientes que possam experimentar, agir e ter contato com a vida, dando a criança oportunidade de interagir lúdica e prazerosamente com a leitura e a escrita.

De acordo com (Carvalho, 2008, p. 35), Decroly “propôs que o ensino se desenvolvesse por centro de interesse, e não por matérias isoladas, como se fazia nas escolas tradicionais”.

Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempos e de espaço. E a expressão faz com que a criança a criança externe e compartilhe o que aprendeu.

O método desenvolvido por Decroly ficou conhecido como MÉTODO IDEOVISUAL, e consistia nas seguintes etapas em que: o aluno reconhecia à forma, o desenho total, a imagem gráfica da frase; aprendia a distinguir as palavras, por meio da observação de semelhanças e diferenças entre elas; em seguida, as sílabas e depois as letras.

FIGURA 3: OVIDE DECROLY E A PEDAGOGIA DE PROJETOS

FONTE: Disponível em: <http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/ovide-decroly-e-a-pedagogia-de-projetos.>. Acesso em: 06 Out. de 2018.

Este método foi adaptado ao ser inserido em algumas escolas. Isso porque as experiências de Decroly foram feitas com crianças que sofriam de algum déficit visual, auditivo ou outro.

 

2.3.7 Método Construtivista

 

A base do pensamento construtivista consiste em considerar que há uma construção do conhecimento e, que para que isso aconteça, a educação deverá criar métodos que estimulem essa construção, ou seja, ensinar aprender a aprender.

Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vidas.

Em seus estudos, Emília Ferreiro defendia, desde os anos 80, a alfabetização construtivista, que partia da premissa de valorizar o conhecimento da criança no desenvolvimento educacional. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) - documentos federais criados para divulgar orientações pedagógicas em nível nacional reconheceram sua contribuição para o processo e defenderam a implementação de alguns aspectos da alfabetização construtivista.

Este método foi desenvolvido por Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Ambas observaram como as crianças aprendem. Podemos inferir, a partir disso, que há uma diferença de enfoque neste método: a ênfase se volta ao ‘como se aprende’ e não ao ‘como se ensina’.

FIGURA 4: EMILIA FERREIRO

FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/estudiosa-revolucionoualfabetizacao-423543.shtml>. Acesso em: 21 Set. 2018.

Leia como é interessante uma das explicações dadas pelas Autoras: Ferreiro e Teberosky (1999, p.24) o qual julgamos pertinentes para as nossas compreensões diante deste método:

 

No lugar de uma criança que espera passivamente o reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala à sua volta, e que, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas antecipações e cria sua própria gramática (que não é simples cópia deformada do modelo adulto, mas sim criação original). No lugar de uma criança que recebe pouco a pouco uma linguagem inteiramente fabricada por outros, aparece uma criança que reconstrói por si mesma a linguagem, tomando seletivamente a informação que lhe provê o meio.

 

Conforme pudemos notar, a criança e suas hipóteses diante da leitura e da escrita são o foco deste método. Assim podemos compreender um pouco melhor a referência dada anteriormente de que, por este método o ‘como se aprende’ é relevante.

Portanto essa linha pedagógica entende que o aprendizado se dá em conjunto entre professor e aluno, ou seja, o professor é um mediador do conhecimento, criando para os alunos condições necessárias para que vivencie situações e atividades interativas capazes de construírem seus próprios saberes.

 

2.4 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

 

LDB 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Conforme disposto no artigo 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

Conforme explícitos neste artigo 62 da lei 9.394/96. É de suma relevância que o educador se mantenha atualizado e informado principalmente em relação à evolução das praticas pedagógicas e às novas tendências educacionais. A formação continuada é fundamental importante nesse processo, pois permite que o educador agregue conhecimento capaz de gerar transformações e impactos no contexto profissional e escolar, potencializando assim, o processo de ensino e aprendizagem.

Quando o docente busca se aperfeiçoar, ele abre espaço para novas praticas educacionais para promovê-la a evolução constante da sua competência como: didáticas de aulas mais dinâmicas na transmissão do conteúdo das disciplinas, maior engajamento dos alunos em atividades de aprendizagem e detecção mais fácil das dificuldades de aprendizagem e construção de novas estratégias para contorna-las. Sendo assim, a dinâmica de aula melhora, bem como o engajamento dos alunos e a motivação destes com o processo de aprendizagem.

Portanto a formação continuada é de muita relevância para a educação brasileira e deve ser encarada como uma grande aliada dos educadores, pois os cursos de formação e os materiais didáticos dão condições para os professores desenvolverem novos ambientes de aprendizagem, capaz de dar novo significado às práticas pedagógicas a ser promovida pela escola, potencializando assim a alfabetização e contribuindo ainda com a evolução do trabalho do docente. Muitos educadores valorizam cada momento de estudo e ressignificam sua pratica pedagógica, colocando em pratica o que aprendem nas suas formações para aplicar de forma organizada e sequenciada, respeitando assim, as varias maneiras de ensinar e como ensinar.

 

3 MATERIAL E MÉTODOS

 

Para buscar embasamento e suporte a cerca do meu tema, foram utilizados diversas fontes de pesquisa ligada a Alfabetização e Letramento do Ensino Fundamental, como: Sites educativos, pesquisas bibliográficas, revistas, livros didáticos e os materiais didáticos da universidade Uniasselvi.

Em seguida realizei observação in loco, seguido de estágios, entrevistas com o gestor e coordenadora da Escola Estadual Nova Galiléia. Logo para compreender melhor e explorar mais o meu tema, elaborei uma pesquisa com doze questões, com mais profundidade sobre o tema abordado, direcionado ao gestor e coordenador com objetivo de explorar e detectar quais são os conhecimentos e o contato que ambos possuem com o processo de Alfabetização e Letramento do Ensino Fundamental, e de que maneira os professores colocam em práticas nos planos de aula da escola.

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Quando escolhi trabalhar com o tema: A Alfabetização e Letramento do Ensino Fundamental. Sempre tive dúvidas neste processo de ensino, me perguntando muitas vezes: Como é feito, qual a melhor maneira para se alfabetizar uma criança? Que caminhos uma professora busca? Como as escolas se adaptaram ao ensino dos nove anos?

Para responder essas perguntas realizei uma pesquisa na escola estadual Nova Galileia, que o qual escolhi para realização do meu estágio III. Onde, pude ter um contado mais direto com os professores e alunos desta unidade escolar, e por meio de um questionário em forma de perguntas entreguei ao gestor e coordenadora com o objetivo de verificar os meios pelos quais se dá a aprendizagem e letramento da educação no ensino fundamental da referida escola.

Ao preparar minhas aulas para o cumprimento do meu estágio foram utilizadas atividades impressas voltadas para Alfabetização e Letramento de fácil compreensão, até mesmo porque se tratava da Educação Infantil e Ensino fundamental. Foram aulas bem ilustrativas com muitas contação de histórias no cantinho da leitura. Utilizei outros recursos, como: jogo de memória, jogo do alfabeto e formar palavras, pesca silaba, massinha de modelar etc. Também utilizei muitas brincadeiras para deixar as aulas mais divertidas como, por exemplo, o ditado estourado, e outras brincadeiras importantes capaz de contribuir para uma melhor aprendizagem da Alfabetização e Letramento.

Resultado obtido. Apesar da escola não dispor de uma estrutura que realmente atenda as necessidades dos alunos como, por exemplos, salas de aula com ares condicionados, quadra coberta e outras carências encontradas não somente na estrutura escolar, mas na estrutura familiar de vários alunos, o resultado obtido é muito satisfatório quanto ao processo da alfabetização e letramento do ensino fundamental, os professores dispõe de diversas formas e métodos de lecionar fazendo com que a maioria dos alunos tenham o interesse em apreender e de realizar suas tarefas, as praticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores são capazes de promover a aprendizagem, pois são dinâmicas com muitas brincadeiras e gincanas voltada para a alfabetização e letramento.

Constatei também, que as atividades de Alfabetização e Letramento através das perguntas elaboradas que as quais foram respondidas pelo gestor e coordenadora dessa unidade escolar, oportunizam seus professores por meio da capacitação de formação continuada, com encontros periódicos, no objetivo voltado ao planejamento e organização das reflexões sobre as praticas pedagógicas, proporcionando assim, o acompanhamento e avaliação do ensino no processo de aprendizagem, bem como o desempenho de cada aluno.

Portanto concluo que é visível que as atividades de Alfabetização desenvolvidas pelos professores desta escola, são relevantes no desenvolvimento do processo de aprendizagem das crianças, sejam elas: da Educação Infantil ou do Ensino Fundamental, e que os professores atuais e futuros precisam ter consciência dessa importância, que é tão primordial para a construção da promoção do ensino quanto ao aprimoramento de sua formação.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho objetivou em fazer uma pesquisa para a complementação do tema. A alfabetização e Letramento no Ensino Fundamental. Abordou- se em sua contextualização a origem da educação no Brasil no período colonial, os conceitos e métodos sobre a alfabetização e o letramento apresentado por diversos autores que contribuem em muito com o processo de ensino e aprendizagem e a relevância do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.

Portanto concluo que, a alfabetização e letramento se articulam entre si e os educadores são a chave fundamental para desenvolver e criar novos ambientes de aprendizagens do método de alfabetizar letrando ou letrar alfabetizando, fazendo com que a criança no momento da leitura, consiga identificar as letras, formar as palavras e que consiga do seu jeito buscar o sentido do método de alfabetização proposto pelos professores.

 

REFERÊNCIAS

 

______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003.

_____, Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio á Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: currículo na alfabetização: concepções e princípios: ano 1: unidade 1/ Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio á Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2012.

_____; TEBEROSKY, A. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed 1999.

______. PILETTI, Claudino. Filosofia e história da educação. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1988.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

BLOG OFINICAS3. Alfabetizações. Disponível em: https://blogoficinas3.blogspot.com/p/alfabetizacao-matematica.html.

CARVALHO, M. Alfabetizar e Letrar – um diálogo entre a teoria e a prática. 5. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2008..

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. 25. ed. Cortez: São Paulo, 2010.

FRADE, I. C. A. da S. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Educação, Santa Maria, v. 32, n. 1, p. 21-40, mar. 2007.

KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 2002.

KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2006.b

MACIEL, F. I. P. Alfabetização e métodos ou métodos de alfabetização? Guia da Alfabetização. São Paulo: Segmento, 2010.

Portaria 867 de 04 de julho de 2012. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_docman&view=download&alias=1112505072012portaria867&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 14.Set.2018.

PRADO JR, Caio. Evolução politica do BPRADO JR. Caio. Evolução politica do Brasil. Editora Brasiliense, 1ª reimpressão, São Paulo 1999.

SANGENIS, Luiz Fernando Conde. Franciscanos na Educação Brasileira. In: STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara. Histórias e Memórias da Educação no Brasil – Vol. I Séculos XVI-XVIII. Petrópolis: Editora Voz, 2004. P.93-107.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

SOARES, Magda. Letramento: Um Tema de Três Gêneros – 2. ed, Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

SOARES, Magda. Oralidade, alfabetização e letramento. Revista Pátio Educação Infantil ano-VII- nº20.Jul/Out. 2009. Disponível em: http://falandodospequenos.blogspot.com/2010/04/alfabetizacao-e-letramento-na-educacao.html Acesso em 8. Ago.2018.

TFOUUNI, Leda Verdiani. Escrita, alfabetização e letramento. São Paulo: Cortez, 1995.

VIGOTSKI, L. S. Psicologia Pedagógica. Tradução Claudia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2003.

TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2013.