A INCLUSÃO DO ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN
Andreia Costa Ferreira Pezzini
Damáris Schiochet Araújo
Elizânia Duarte Padilha
Raquel Furtado de Souza Freire
Solange do Nascimento Santos Silva
RESUMO:
O presente artigo apresenta como temática a inclusão do Aluno Com Síndrome De Down no âmbito escolar, muito se tem falado na Educação Especial, esse é um assunto que faz refletir e compreender os seus conceitos. Visto que a Síndrome De Down não é uma doença, a causa da mesma acontece pela presença de três cromossomos 21 ou seja uma alteração na genética. No entanto por se tratar de saúde, deve ser observado quando o bebê nasce e desde então ter um acompanhamento por profissionais. A escola tem um papel fundamental para que a criança possa construir seus conhecimentos, o que falta em muitas escolas são os recursos para que os professores possam realizar suas atividades ou até mesmo a falta do AEE (Atendimento Especializado Educacional). Visto que hoje a demanda da inclusão está cada vez maior e comum, sendo a nova proposta Educacional direcionada com igualdade de direitos.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Educação. Inclusão.
ABSTRACT:
This article presents as a theme the inclusion of the Student With Down Syndrome in the school environment, much has been said in Special Education, this is a subject that makes reflecting and understanding its concepts. Since Down Syndrome is not a disease, the cause of it happens due to the presence of three chromosomes 21, that is, a change in genetics. However, because it is health, it must be observed when the baby is born and since then have a follow-up by professionals. The school has a fundamental role for the child to build his knowledge, what is lacking in many schools are the resources for teachers to carry out their activities or even the lack of AEE (Specialized Educational Service). Since today the demand for inclusion is increasing and common, and the new Educational proposal is directed with equal rights.
Keywords: Down syndrome. Education. Inclusion.
Introdução
A Síndrome de Down é uma alteração na genética no terceiro cromossomo 21, causando problemas respiratórios na audição, visão e déficits no desenvolvimento intelectual tornando atraso na linguagem, comunicação, desenvolvimento motor e físico.
Sabemos que por muito tempo a criança com Down era considerada incapaz de realizar suas atividades, ter convívio social, trabalhar e estudar, mas com o passar dos anos o mundo foi ganhando uma visão diferente sobre a síndrome de Down, que a mesma não é uma doença sendo a pessoa portadora dessa síndrome capaz de realizar as mesmas atividades que qualquer outra tendo muitas habilidades para interagir, trabalhar e estudar.
Cada criança tem sua forma de desenvolver, seu tempo de evolução varia de acordo com suas necessidades, é através da interação que as mesmas se desenvolvem. A criança com síndrome de Down tem muito mais semelhanças do que diferenças com a população e normalmente são crianças interativas.
A escola por sua vez proporciona um ambiente acolhedor, propiciando conhecimentos como: cultura, arte e cidadania respeitando a lei nº 8.069 do (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente onde fala que “ A criança e o adolescente tem direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualidade para o trabalho...”
A escola é a instituição social que tem como ponto primordial a transformação do indivíduo, é nesse ambiente que a criança aprende a ser crítico e reflexivo, e a ter sua própria autonomia. Juntamente com a família a escola fornece o desenvolvimento mais amplo aos educandos.
Toda criança tem direto a educação garantido por lei, nos últimos anos tem-se incluído a criança com síndrome de Down no ensino regular, mas sabemos que o modo de inclusão nessas escolas regulares em certos casos não é adequado. Muitas escolas brasileiras tanto as públicas quanto as privadas faltam recursos pedagógicos e profissionais capacitados para receber essa demanda o que acaba prejudicando o aprendizado dessas crianças, é preciso melhorar muito tendo políticas capazes de garantir mais investimentos e cursos de capacitação para os docentes.
O papel da escola é ser inclusiva, acolhedora proporcionando assistência de acordo com a realidade de cada criança, de forma que possa ajudar dentro de suas limitações ampliando o desenvolvimento e o conhecimento de cada um. Muitos obstáculos já foram enfrentados por quem tem a Síndrome de Down, houve um avanço muito grande. A pessoa com Down praticamente não era ouvida pela sociedade, não tinham seus direitos garantidos por lei eram excluídas e tratadas como doentes mental, graças a Constituição Federal de 1988 isso mudou. Mas mesmo com esse direito garantido por lei podemos observar que não foi fácil houve um processo muito grande até chegar nos dias de hoje. A prática era bem diferente do que estava no papel muitas famílias tiveram seus direitos desrespeitados.
A inserção pra quem tem a Síndrome de Down é de suma importância para seu aprendizado quanto para sua formação pessoal, todos nós possuímos nossas limitações os alunos com Síndrome de Down também possuem um ritmo mais lento por isso precisa ser estimulado aprimorado desde cedo.
A inclusão das crianças que tem a Síndrome de Down na rede pública está na lei, e visa o desenvolvimento, e a integração na sociedade visando despertar habilidades intelectuais e psicomotoras dessas crianças.
Muitos paradigmas ainda precisam ser quebrados para que possamos ter uma inclusão mais adequada e profissionais capacitados para atender com todo amor e carinho essas crianças com síndrome de Down.
1.0 Desenvolvimento
1.1 A História da Síndrome de Down
A Síndrome de Down começou há muito tempo atrás desde a sociedade antiga, para as pessoas daquela época quando nascia uma criança com alguma deficiência acreditava-se que era fruto de uma mulher possuída pelo espírito maligno.
A história da Síndrome de Down começou no século XIX nessa época os deficientes intelectuais eram os únicos grupos que recebiam tratamentos e medicações iguais aos demais, não tinha a preocupação de saber sobre deficiência e suas causas, não se questionavam se poderia ter ocorrido durante um parto ou até mesmo no nascimento.
Nessa época as crianças com síndrome de Down eram abandonadas para morrer pois segundo a crença eram crianças demoníacas que rei na época olhava como uma ameaça. A história nos revela que essas crianças eram chamadas de “defeituosas”, consideravam que as mesmas vinham de uma união diabólica, pois não conseguiam entender de que forma essas crianças nasciam.
O relato sobre a síndrome de Down foi entre 1864 e 1866, pelo médico Inglês John Langdon Haydon Down onde o mesmo trabalhava em uma clínica para crianças com atraso neuropsicomotor. O médico atribuiu a síndrome como um estado regressivo da evolução estabelecendo como uma teoria étnica.
Após cem anos desta descrição, os cientistas Jerome Lejeune e Patrícia Jacobs, definem a causa antes conhecida como mongolismo, sendo a trissomia do cromossomo 21 a primeira alteração encontrada no ser humano, nomeando a síndrome de Down.
A síndrome de Down nos dias de hoje vem sendo estudada e abordada em muitas pesquisas ainda mais quando se fala em inclusão. Até os dias atuais houve um grande avanço e com o tempo vem ganhando espaço e progresso sociais.
Segundo o censo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2010 cerca de 45,6 milhões de pessoas no Brasil possuem algum tipo de deficiência sendo que em torno de 300 mil tem a síndrome de Down.
Início do século XX a expectativa de vida de quem nascia com Síndrome de Down não passava de uma década devido a falta de informação, medicamentos, vacinas e alimentação, muitos pais também preferiam não levar seus filhos ao médico devido ao preconceito da época, sendo que muitas vezes essas crianças poderiam estar com algum problema de saúde que não era descoberto e quando descoberto já era tarde demais, sabemos que se deve ter cuidados para que se tenha uma qualidade de vida melhor.
Andréa Amestoy Pereira Apud, PUESCHEL, (1997, p. 12) fala que:
Quando uma criança nasce com uma deficiência, começa para ela e sua família uma longa história de dificuldades. Não é apenas a deficiência que torna difícil a sua existência, mas a atitude das pessoas e da sociedade diante de sua condição ( PUESCHEL, 1997, P. 12)
A síndrome de down, deixou e deixa muitas marcas tanto por dentro quanto por fora, as crianças apresentam muitas semelhanças físicas, porém todas tem o seu jeito e carisma, mas ainda se tem muitos tabus a serem quebrados.
Hoje em dia com a informação tecnológica e a medicina mais avançada uma pessoa com Down pode viver entre 60 e 70 anos graças as mudanças com o passar dos anos felizmente se pode ter uma qualidade de vida melhor. A síndrome de Down não é uma doença e sim uma alteração genética. Muitas barreiras foram quebradas para se chegar até aqui cada um possui sua própria característica e personalidade seja criança, jovem ou adulta e isso não impede que cada qual desenvolva sua potencialidade e habilidades.
Podemos dizer que por falta de informação e estudos acabaram contribuindo para uma sociedade preconceituosa, onde as pessoas com Síndrome de Down sofreram aberrações foram marginalizadas e ignoradas, a própria religião na época idealizava que para ser a imagem de Deus tinha que ser perfeito tanto intelectual quanto física.
1.2 Causas e características
A síndrome de Down também conhecida como trissomia do 21, a pessoa apresenta três cromossomos ao invés de dois. A trissomia é uma alteração genética devido a mais um cromossomo nas células do indivíduo. Devido essa alteração genética a criança nasce com problemas no desenvolvimento corporal e cognitivo.
Embora já sabemos o embasamento dos cromossomos 21 ainda não está explicado a causa da anormalidade, a tese mais aguçada no momento é que quanto mais idade se tem filho há uma possibilidade nascer com síndrome de Down. A probabilidade de gerar uma criança com Síndrome de Down após os 35 anos é grande isso ocorre por causa dos folículos que dão a origem aos óvulos já nascem com ela e as células mais velhas tem mais chances de ocorrer erros durante o processo de divisão ocasionando um cromossomo a mais.
Podemos ressaltar que as chances de se ter um bebê com Síndrome de Down em mulheres de 35 anos são de 1 a cada 400, aos 40 anos são de 1 em 100, em 45 anos 1 em 30, vale ressaltar que mulheres com menos de 35 anos também poder ter filhos com síndrome de Down.
As crianças com síndrome de Down apresentam características muito relevantes que fica fácil na sua identificação como por exemplo cabelo mais fino, dedos dos pés mais afastados, rosto arredondado, boca pequena, mãos mais gordinhas e etc. Uma característica muito interessante da criança Down é o carinho, gostam de abraçar, sentem bastante ciúmes de outras crianças, são bastante sentimentais choram com mais facilidade, mas podem ter crianças com Down que não gostam muito de abraçar e ser abraçada demonstram afeto de outra forma.
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importante salientar que nem todas essas características apresentadas vão aparecer obrigatoriamente numa criança com síndrome de Down por isso é necessário ter conhecimento e juntamente com um médico especialista pedir a confirmação ou o diagnóstico.
A parte da linguagem desses Downs é mais afetado que a das outras crianças, começam a falar bem mais tarde por isso é indispensável a estimulação da fala desde pequeno. Para Mariângela Carvalho Dezotti Apud, Cunningham (2008)
A maioria tem um período de discurso prolongado ininteligível até os 5 ou 6 anos. Durante a pré-adolescência, as pessoas que conhecem as crianças conseguem entender o que ela diz, mas estranhos têm dificuldade para entender quase três quartos dos garotos e quase metade das garotas. Estudos mostram que, quando não conseguimos controlar aspectos importantes do nosso ambiente, é possível desenvolver o “desamparo aprendido”, visto na baixa motivação, no retraimento, e na dependência elevada (CONNINGHAM, 2008, p.184-185).
Quanto mais cedo a estimulação da linguagem do Síndrome de Down mais chance de comunicação com clareza terá. Podemos observar que as pessoas acham estranho e tem dificuldade de entender o que a criança está falando por isso precisamos de mais empenho tanto dos profissionais como dos pais para trabalhar esse ponto da linguagem, quanto menos estimulação mais dependente essa criança será.
1.3 Inclusão escolar
Conforme a Constituição Federal Brasileira de 1988, rege pelos direitos fundamentais dentre estão: educação, saúde, moradia, trabalho, segurança, laser, alimentação, vestuário, transporte, previdência social, proteção à maternidade e à infância.
A escola, portanto, é a instituição primordial para a transformação do indivíduo e nela nascerá uma pessoa crítica que formará sua própria identidade com o auxílio dos professores e de sua família. Observamos que sem a educação fica difícil exercer e exigir seus direitos civis.
Para realmente garantir ainda mais o direito à educação garantido pela Constituição Federal, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) essa legislação regulamenta o sistema educacional público e privado no Brasil.
Rosilene Munhoz Casa Grande Apud, Cláudia Dutra (2003)
Inclusão postula uma reestruturação do sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais. (p.46)
A inclusão é atender a todos de forma igual sem nenhum preconceito seja de raça, cor ou’ religião, ou seja, oferecer uma educação de qualidade igual para com todos.
O grande papel da escola é ser inclusiva acolher a todos, ajudar cada um de acordo com sua necessidade, buscar novos métodos de forma que possa ampliar o conhecimento desse indivíduo. A inserção dessa criança no âmbito escolar é de suma importância para a socialização e sem dúvida para o seu aprendizado como cidadão.
Todos de forma em geral temos habilidades e dificuldades e o aluno com Síndrome de Down, não é diferente apenas possui o ritmo um pouco mais lento devido a síndrome, mas no seu tempo irá se desenvolver como qualquer criança.
Em relação a educação no Brasil, as pessoas com deficiência, estão no aparato da lei ter acesso à educação, saúde etc. Mas ainda muitas coisas precisam ser mudadas para que se cumpra totalmente o que está na lei, cabe a escola, família e a sociedade fazer cumprir a lei.
Muitas coisas ainda precisam ser ajustadas para que essas pessoas com necessidades especiais possam de fato desfrutar do seu espaço na sociedade, essas barreiras estão nas atitudes das pessoas e na falta de diálogo logo é preciso compreender que as pessoas com Síndrome de Down ou qualquer tipo de deficiência também possuem sentimentos e opiniões e precisam ser ouvidos.
Para que se tem uma inclusão escolar adequada é preciso muitas mudanças, quebras de paradigmas e novas perspectivas na educação que valorizem e respeite as diferenças para cada qual. A educação inclusiva deve ter seu ponto de partida no cotidiano onde todos os indivíduos com necessidades especiais ou não precisam ter acesso a novos conhecimentos culturais.
Então como “exigir” que a sociedade respeite e seja acolhedora com as pessoas deficientes se nós educadores na maioria das vezes temos preconceitos? No entanto essas mudanças devem partir da sala de aula. As crianças precisam aprender a conviver com as diferenças, é importante saber que o currículo está em constante mudança e precisamos estar preparados para acompanhar essas mudanças.
O comprometimento da família deve ser constante para acompanhar o aluno de forma sistemática em reuniões individuais e coletivas sempre que houver necessidade. Tudo deve ser esclarecido para os pais e o aluno desde a sala onde o aluno frequentará as aulas. A escola deve passar por uma análise realizada pela equipe pedagógica em articulação com os professores.
A classe deverá ser informada além dos pais aos outros alunos sobre o processo de inclusão, para que todos se sintam confortáveis, seguros, confiantes e realistas diante das novas possibilidades que irão surgir.
1.4 O papel da escola no processo inclusivo
Para que a inclusão ocorra de forma eficaz é preciso um direcionamento do currículo das suas metodologias, proporcionar apoio aos professores sem esse apoio é difícil manter um desenvolvimento e aprendizado pleno aos alunos com síndrome de down.
As escolas precisam estar preparadas para acolher essas crianças. É comum encontrarmos estabelecimentos de ensino despreparados sem que tenha passado por adequação, falta materiais didáticos apropriados, sala de apoio entre outros. O primeiro passo a ser tomado nesse âmbito é o aperfeiçoamento da equipe docente, orientadores, e todos os funcionários de forma geral que trabalham no ambiente escolar.
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preciso haver uma sensibilização da comunidade escolar, pais, alunos, sobre como desempenhar seu papel frente a inclusão escolar. É importante salientar a todos que o projeto pedagógico para a diversidade constitui em um grande desafio para o ensino educativo de forma que não seja apenas individual, claramente de forma coletiva tratando da interação entre os indivíduos.
Contudo Rosilene Munhoz Casa Grande Apud, Bueno comenta:
...que a perspectiva de inclusão exige, por um lado, modificações profundas nos sistemas de ensino; que estas modificações [...] demandam ousadia, por um lado e prudência por outro; - que uma política efetiva de educação inclusiva deve ser gradativa, contínua, sistemática e planejada, na perspectiva de oferecer às crianças deficientes educação de qualidade; e que a gradatividade e a prudência não podem servir para o adiamento “ad eternum” para a inclusão [...] devem servir de base para a superação de toda e qualquer dificuldade que se interponha à construção de uma escola única e democrática (2001, p.27).
Perante a citação cima observamos que a inclusão traz modificações muito ampla no sistema de ensino e essas mudanças requer muita audácia para proporcionar às crianças uma educação transformadora e de qualidade.
Sabemos que nesse mundo contemporâneo é um desafio para gestores e professores muitas escolas tem dificuldades de receber um aluno com síndrome de Down não se sentem segura o suficiente por enfatizar que a escola não tem estrutura e profissionais qualificados, mas o papel da escola é garantir que esses alunos com tem um lugar para aprender.
1.5 O Papel do professor na inclusão
Quando se trata da inclusão no ensino regular, logo nos deparamos com embate e discussões em relação a quais medidas as escolas devem adotar para melhorias dessa inclusão. A inclusão encara obstáculo na inserção da criança com deficiência na real prática docente e a tempos se vem lutando por uma sociedade onde os direitos sejam iguais, também vale destacar que conforme medidas são tomadas como a declaração de Salamanca a educação inclusiva tem demonstrado grandes avanços.
O papel do professor é atentar-se sobre a necessidade e potencialidade de cada aluno. As grandes dificuldades dos docentes encontradas são a falta de materiais didáticos, infraestrutura precárias, falta de formação, números excessivos de alunos na sala o que dificulta o professor a realizar um melhor trabalho para a criança com Down.
Ao trabalhar com crianças especiais, é preciso haver estímulos em diversas áreas como por exemplo a linguagem oral. É crucial também enfatizar métodos para desenvolver suas habilidades, jogo da memória, quebra-cabeça, desenhos, jogos educativos, brincadeiras, etc.
Segundo Ângela Fernandes Melo, Apud Alves (2011):
Esse estímulo melhora o comportamento diante de regras que surgem em casa, na escola e em toda sua vida, um sentido de que a regra serve apenas para organizar e tornar a vida mais fácil e não que seja algo ruim. Auxiliando também no convívio familiar e social, seja qual for o ambiente (ALVES, 2011, p. 32).
Através desses estímulos norteia os professores a ter estratégias de ensino como também proporciona a buscarem novas táticas para sala de aula, oportunizando novos aprendizados, interação social, trabalho em grupo e favorecendo desenvolvimento de suas habilidades.
Podemos ressaltar que nós professores realizamos um papel muito amplo no processo inclusivo, consequentemente fazer sempre uma reflexão sobre nossas práticas necessitando estar aberto para novos desafios, novas perspectivas de ensino e aprendizado constante. No entanto é preciso que todos os docentes estejam engajados para abordar novas ideias buscar novas alternativas com mais perspectiva educativas.
1.6 Família na Educação Inclusiva
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indispensável a participação da família no desenvolvimento da educação da criança com síndrome de Down a interação entre os pais e os profissionais contribuem para seu aprendizado dessas crianças, pois a família convive mais tempo com o filho, com isso e proporcionado trocas de informações valiosas que contribuem no aperfeiçoamento de novas práticas, havendo essa troca de informação a família se sentirá mais segura e resultará em soluções melhores para resolver os obstáculos do dia a dia.
A participação da família é de extrema importância para resolver problemas decorrente no desempenho de atividades cotidianas, é necessário conhecer cada familiar para que elas possam auxiliar no ensino aprendizado dessa criança. A relação família e escola são indispensáveis na aprendizagem caminhando sempre lado a lado, esses laços sólidos propícia uma melhor resolução para que as crianças resolvam seus conflitos.
A cooperação família e escola é uma construção coletiva. Maria Ester do Prado Souza, Apud Piaget destaca:
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] (2007, p.50)
Podemos observar que esta ligação continuada é mais que uma informação é um aperfeiçoamento frequente, estabelece novos métodos a solucionar problemas, a entender o porquê aquela criança especial está agindo de tal forma, como diz Piaget na citação é uma divisão de responsabilidades.
Percebe-se que a interação entre família e escola é importante para que ambas conheçam a realidade uma da outra e também suas limitações e tracem um novo trajeto de como facilitar esse entrosamento. Para determinar uma relação mais próxima é preciso que as escolas invistam mais nesse fortalecimento pais e escola como por exemplo o conselho de classe onde todos possam expor suas ideias traçar novos objetivos e adotar estratégias.
Sabemos que muitos pais tem dificuldades em deixar seus filhos com Síndrome de Down na escola talvez sejam por sentimento de proteção ou por saber da “deficiência” do ensino, ou até mesmo falta de diálogo das partes envolvidas. Percebe-se que as famílias devem ver a escola como uma oportunidade onde seus filhos se beneficiarão de mais interação e oportunidade de crescimento educativo.
Fica claro a importância da comunicação do responsável pela criança em conversar com os profissionais e falar de seus anseios, suas expectativas, fazer questionamento acompanhar o trabalho do docente, participar das atividades e também zelar pela frequência do aluno na escola.
A família precisa ter ciência e estar empenhados na mobilização em apoiar a escola no aprendizado de seu filho. Para autora Taiane Vieira da Silva Apud, Szymansky (2010, p.22)
A família, nesta perspectiva, é uma das instituições responsáveis pelo processo de socialização realizado mediante práticas exercidas por aqueles que têm o papel transmissor – os pais – e desenvolvidas junto aos que são os receptores – os filhos. (SZYMANSKI, 2010, p. 20)
Observamos na citação a interação e a socialização começam dentro de casa com a família, pois é lá que ela passa a maior parte do tempo essa junção de família e escola possibilita maiores habilidades e consequentemente aprendizagem bem mais significativa.
Vânia Alexandra dos Santos Reis Apud, (Nielsen, 1999: 29)
Para que uma criança com NEE cresça social e emocionalmente, é necessário que os pais e os professores compreendam que esta não necessita de ser alvo de um maior grau de proteção, precisando, sim, que essa proteção seja menos ativa. (…) Sempre que possível, é necessário que seja dada à criança a oportunidade de se integrar nas diferentes vivências.
No entanto é preciso que todos entendam que a criança com Síndrome de Donw precisa de crescimento seja físico, cognitivo e social é preciso dar oportunidades para que se possa experimentar o mundo de diferentes formas, através desse engajamento de ambos teremos uma grande parceria família e escola.
A inclusão das crianças com síndrome de Down, e aquelas que possuem outros tipos de necessidades especiais vem ganhando cada vez mais espaço no ensino regular e na sociedade. É preciso cada vez mais o apoio de políticas que visam conscientizar as pessoas sobre a importância da inclusão.
Fica claro que a inclusão das crianças com síndrome de Down é importante através dessa inclusão quando estiver jovem ou adulto pode ser inserida no mercado de trabalho apesar de terem suas limitações elas conseguem se desenvolver e aprender no seu tempo, a educação no entanto veio para ajudar no crescimento e trazer autonomia.
Sabemos que a educação é o pilar para o desenvolvimento de qualquer indivíduo, a inclusão trouxe um novo sentido de como a escola tem que refletir suas práticas e se readequar as necessidades educacionais para estabelecer uma educação de qualidade para todos.
Todavia não é simplesmente colocar essa criança em uma sala de aula e não possibilitar um atendimento adequado, isso não será inclusão, pelo contrário se não haver estímulos com certeza essa criança com síndrome de Down ficará estacionada no seu mundo, não basta simplesmente atentar para o que diz a legislação, é preciso trazer recursos que supre e assegure seu cumprimento.
A proposta de uma educação inclusiva requer escolas equipadas, professores capacitados, recursos financeiros, as instituições precisam estar preparadas para receber essas crianças. A inclusão não pode apenas ser vista como um fato, mas um processo que tem suas etapas e que precisa ser analisado, avaliado em todo o seu decorrer.
Entretanto é um grande desafio para os professores e a escola, mas em meio a esse contexto se faz necessário a união de pais, gestores, professores, alunos e comunidade escolar para construir com um novo conceito de ensino aprendizagem.
3.0 Considerações finais
Através da realização desse artigo pude observar e refletir que ainda a muitos desafios para serem vencidos, e muitos caminhos para serem percorridos, precisamos da união da sociedade e mais engajamento dos docentes e equipe gestora para uma melhor inclusão. É necessário que haja mais profissionais capacitados, pois as escolas precisam de melhores estruturas físicas, mais recursos e apoio pedagógico para melhor atender o aluno com SD.
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importante frisar que uma sala de aula com ambiente acolhedor, estimulante e empenho integral influenciará positivamente no desenvolvimento da criança com Síndrome de Down, afinal as diferenças não podem interferir nas relações sociais. Para contribuir na aprendizagem dos alunos o professor precisa entender a criança, saber que ela tem seu tempo de aprender e conforme as dificuldades traçar novas estratégias de ensino.
Referências bibliográficas
ALVES, Fátima. Para entender Síndrome de Down. 2.ª ed., Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
BUENO, J. G. S. A inclusão de alunos deficientes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre Desenvolvimento, São Paulo, vol. 9, nº 8, pp. 21-27, 2001.
DUTRA, Claudia. Inclusão que funciona. In Nova Escola, setembro, 2003.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Constitucional Federal Brasileira1988.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/busca?q=Art.+53+do+Estatuto+da+Crian%C3%A7a+e+d o+Adolescente
NIELSEN, L. B. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Um Guia para Professores. Porto: Porto Editora.
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007.
PUESCHEL, Siegfried (Org.) Síndrome de Down: guia para pais e educadores. Campinas/SP: Papirus, 1993.
SZYMANSKI, Heloisa. A relação família e escola: desafios e perspectivas. Brasília: Liber, 2010.