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PROJETO ARTE E BIODIVERSIDADE

 

 Leonícia Goulart de Oliveira Silva[1]

 Gonçalina Clara Silva[2]

 Nereide Gomes da Silva[3]

 

Resumo

O Projeto Arte e Biodiversidade tem buscado melhorar a qualidade de ensino aprendizagem proporcionando assim o desenvolvimento de ações pedagógicas interdisciplinares e interação entre alunos do ensino integrado e regular favorecendo o conhecimento teórico/prático para melhoramento dos índices escolares e tornar a escola um ambiente agradável, prazeroso e favorável ao conhecimento. Envolver os alunos em um trabalho de equipe vincular a teoria á prática melhorando a mediação e consequentemente a compreensão dos fatores bióticos e abióticos, interação motivacionais, influência da luminosidade, homeostase e conscientização a favor do meio ambiente.  Assim a mediação do conteúdo é passada de forma construtiva, instigando o aluno repensar, reorganizar criando hipótese. Partindo da curiosidade e da necessidade deixa de ser um simples receptor.

Palavras- chave: Aprendizagem, Interação, Qualidade.

 

Abstract

The Art and Biodiversity have seeks to improve the quality of teaching and learning thus providing the development of pedagogical actions interdisciplinary and integrated interaction between students and regular education favoring knowledge theoretical / practical for improving indices in school and make the ambient pleasant and favorable to knowledge. Engage students in teamwork unify the theory to the practice improving the measurement and consequently the understanding of biotic and abiotic factors, motivational interaction, influence of light, homeostasis and awareness in favor of the environment. Thus the mediation of the content is passed in a constructive way, urging students to rethink, rearrange creating hypothesis. Starting from the curiosity and the need is no longer a simple receiver.

Key-words: Learning, Interaction, Quality.

 

Introdução

O tema interdisciplinaridade com conteúdos partindo da realidade do aluno tornou-se recorrente em nosso cotidiano profissional, em semana pedagógica e formação continuada. Pela sua abrangência, complexidade e multidisciplinaridade, esse artigo tem como objetivo unificar a teoria á prática através de um processo de interativo com as disciplinas, Biologia, Química, História e Artes.

Proporcionar uma atmosfera favorável para uma aprendizagem baseadas em objetivos claros e     compartilhados entre os membros da comunidade educativa. (LAKOMY, 2008, p. 47).

 

Diante de um local sem “vida” cria-se a oportunidade de transforma-lo em um laboratório vivo, com a construção de jardim sendo analisado o solo e inserido variedades de plantas, tornando o ambiente agradável e favorável ao conhecimento de modo atrativo instigando ao questionamento de diversos fenômenos naturais como, por exemplos, variedades de pigmentação das flores da mesma espécie ocorridas no espaço e classificação sistemáticas das espécies.

A escola constitui o espaço privilegiado para a concretização da ação educativa, portanto necessita de condições físicas, matérias, equipamentos adequados e suficientes para o desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas expressas no projeto da escola. (ROMANOWSKI, 2010, P. 12)

 

A construção do projeto foi programada e dividida por etapas com conteúdos planejados e conforme série dos alunos as distribuições das tarefas.

O professor deve valorizar constantemente as potencialidades de cada integrante do grupo de trabalho. Com isso, ele estará mantendo a autoestima do grupo sempre elevada, permitindo que ele construa seu próprio conhecimento a partir das reflexões que ocorram durante o desenvolvimento do projeto. (GOLDEFROID, 2010, P. 97).

 

A produção dos canteiros foi feito pelos alunos do 3º e 4º anos do ensino médio integrado. O tratamento do solo, semeadura e inserção de mudas foram feitos por todos os alunos conforme disponibilidade do período oposto de aula. Calluf (2007) afirma que o educador deve atuar como mediador, como problematizador do ensino, articulando os seus saberes com os saberes prévio dos alunos, para que juntos construam informação desejada.

Justificativa:

A construção desse projeto deu-se devido o desejo de mediar o conhecimento de modo simples, porém mais eficaz, através de um processo interdisciplinar deixando o ambiente agradável e favorável ao conhecimento de modo organizado.

O ato educativo tem uma intencionalidade, ou seja, é uma ação proposital que visa um fim, o qual, por sua vez depende das concepções dos atores presentes no ato educativo. (MELO, 2008, p. 105).

 

A assimilação dos conteúdos fica menos complexas, pois vivenciam na prática, sendo uma atividade autônoma mobilizando para o aprendizado. A aula prática tem a função de estimular a criatividade científica do aluno, construindo hipótese e vivenciando na prática o resultado esperado ou não.

Objetivos:

·        Tornar a escola um ambiente agradável, prazeroso e favorável ao conhecimento.

·        Envolver os alunos em um trabalho de pesquisa interdisciplinar no qual o resultado é para seu próprio benefício.

·        Estabelecer relações entre jardinagem, e educação ambiental; biologia; química, etc.

·        Investigar fatores motivacionais que interferem no padrão de jardim harmônico; porte da planta, exigência de cada espécie em luminosidade, água, solo, adubos, etc.

·        Analisar a utilização de instrumentos e técnicas de reciclagem, reaproveitamento e transformação de materiais;

 

Desenvolvimento

Diante do espaço entre as salas e os laboratórios resolve-se rever, este ambiente e em parceria com os profissionais desta unidade integrar temas como reciclagem, meio ambiente, estabelecendo assim relações entre jardinagem e educação ambiental; sendo trabalhados na teoria e na prática diversos temas como: Reino plantae; equilíbrio químico, classificação sistemática das plantas. Investigando fatores motivacionais que interferem no padrão de jardim harmônico; porte da planta, exigência de espécie em luminosidade (fototropismo), água, solo, adubação e morfologia externa da flor de algumas espécies com flores no momento e variação de cores, como por exemplo, petúnia e Maria sem vergonha e também partes constituintes e reprodução das pteridófitas.

A responsabilidade do professor é muito grande, pois nossos alunos buscam o saber, confiantes em seus professores os quais precisam estar aptos para transforma-los como cidadãos com referência, autonomia e senso crítico para viver em sociedade. (ROSENAU, 2008, p. 43).

 

Colocar a mão na massa e registrar esta transformação, valorizar o “fazer” dos alunos transformando este ambiente em um “laboratório” vivo.                                                          

A primeira etapa desse trabalho foi conscientizar e pedir para os alunos trazerem garrafa PET (polietileno de tereftalato) que iria para a lixeira de suas residências. Logo após coleta dos pneus, preparação do solo, construção dos canteiros utilizando esses matérias coletados e inserção das sementes/mudas. Foram semeadas: Cravo (Tagetes Petit), Maria sem vergonha (Impatiens walleriana), Balsamina (Impatiens Balsamina), Beldroega (Portulaca) entre outras, sendo mudas doadas pelos alunos e professores como: Rosa do deserto (Adenium Obesum Balf), samambaia Amazonas (Polypodium decumanum), Palmeiras fênix (Phoenix roebelinii) etc. As atividades foram realizadas de maneira hipotética, pois permitem que o aluno atinja um nível de compreensão do conteúdo que vai além da memorização. (LAKOMY 2008).

 Sendo possível envolver os alunos com atividades práticas que trouxeram resultados visíveis dentro e fora da sala de aula, fazendo parte da construção zelando-o, interagindo e usando o que ia para o lixo, fazendo simples artes, mas fazendo uma grande diferença ao nosso favor.

No espaço e no tempo da aula, o professor tem como trabalho transformar os conhecimentos científicos adotado no currículo em conhecimentos a serem transmitidos e assimilados; construir exercícios, sequências didáticas razoáveis etc., o que torna a tarefa de ensinar complexa. (MELO, 2008, p. 112).

 

O conteúdo de Biologia foi o mais contemplado devido o envolvimento ecológico, porém foram trabalhados vários outros conteúdos, nas aulas de Artes foi feito a mistura das tintas e coloração dos pneus e de caixote descartados em supermercado para serem utilizados como bancos. Em História trabalhou-se naturalidade das plantas, simbologias e significados conforme as cores das flores. Também teve a necessidade de conhecimentos de matemática para medir o espaço e comparar grama com a metragem correta. Em química trabalhou-se conteúdos relacionados a propriedades químicas, adubo orgânico e NPK, composição das tintas e industrialização. Além desses conteúdos citados incluem-se as antocianinas e os flavonóis que são compostos que pertencem ao grupo dos flavonoides e são responsáveis pelas colorações variadas.

A antocianina é o pigmento nas pétalas que apresentam a importante função de atrair polinizadores.  As balsaminas foram plantadas com o objetivo de estudo referente variação de pigmentação deixando assim o ambiente mais colorido e a absorção dos conhecimentos menos complexos.  Foram inseridas as mudas em solo fértil e em solo fraco ambos com luminosidade frequente, e também em solo fértil e fraco com baixa luminosidade, antes todas as possíveis hipóteses foram registradas pelos alunos.   

A aprendizagem significativa está intimamente relacionada com os pontos de ancoragem que são formados com incorporação, á nossa estrutura cognitiva, de conceitos, ideias e informações que são relevantes para a aquisição de novos conhecimentos. (LAKOMY, 2008, p. 83).

 

Essa pesquisa científica tem duração de seis meses, e muito ainda será acrescentado no decorrer do ano letivo, pois acredito na importância significativa no processo de aprendizagem.

 

Conclusão

É possível afirmar com embasamento teórico e vivenciando na prática uma grande transformação na transmissão e recepção dos conteúdos melhorando o rendimento das aulas sendo um processo catalisador de construção do conhecimento teórico/prático, pois vivenciam na prática resultados muitas vezes inesperáveis, servindo para reflexão e reconstrução do conhecimento.  

Quanto às variações de cores conforme pesquisas, os híbridos apresentam uma maior diversidade de cores devido à interação de diferentes fatores genéticos de cada indivíduo, possibilitando características extras no metabolismo da planta resultante.

O estímulo para a produção de pigmentos derivados das antocianinas, portanto, depende de fatores ambientais como a luminosidade, PH do meio de cultivo, quantidade de água, nutrientes etc. A produção da clorofila está intimamente relacionada com adequada incidência de luz solar.

             O uso racional de adubos permite o desenvolvimento de uma saudável estrutura da fisiologia e dos processos do metabolismo vegetal, pois há diversos tipos de substâncias químicas que são responsáveis pelas cores das flores como: Branco e creme: flavonas, luteolina e quercetina; amarelo: carotenoides-flavonol; rosa: pionidina, vermelho: antocianina.

          Além dos fatores químicos também tem fatores físicos que envolvem todo um processo de absorção/reflexão dos raios embora facilmente distinguível pelos insetos e não pelo o homem.  Conclui-se que no período da seca na nossa região a espécie Balsamina não necessita de luminosidade direta para o crescimento. Porém necessita de solo fértil e úmido para um bom desenvolvimento de flores e frutos, não sendo um resultado esperado pela a maioria dos alunos, pois os mesmos acreditavam que por ser uma planta nativa em vários continentes não necessitavam de tratamento do solo antes da inserção, acreditando que somente os minerais existem nos canteiros já era o suficiente.

A interdisciplinaridade é uma ação que trás qualidade e envolvente, professor/aluno e aluno/sociedade, ou seja, integrações recíprocas com visões unificadas mostrando a importâncias do conhecimento interacional, contribuindo na melhoria do ambiente não só escolar, mas no sentido de incentivar a redução de consumo exagerado e consequentemente produção de lixo e descarte inadequado.  O local está agradável e colorido sendo impossível passar despercebido e as indagações científicas flutuam.

 

Referências

CALLUF, Cassiano Cesar Horst. Didática e Avaliação em Biologia: A didática e o aprendizado em Biologia. Curitiba: Ibpex, 2007.

 

CALIL, Patrícia. O professor – Pesquisador no Ensino de Ciências: Como ensinar utilizando método científico. Curitiba: Ibpex, 2009.

 

GODEFROID, Rodrigo Santiago. Ensino de Biologia e o Cotidiano: A biologia estudada por meio de projetos de trabalhos. Curitiba: Ibpex, 2010.

 

LAKOMY, Ana Maria. Teorias cognitivas da Aprendizagem: O construtivismo em sala de aula. Curitiba: Ibpex, 2008.

 

MELO, Alessandro. Fundamentos de Didática: A relação ensino-aprendizagem. Curitiba: Ibpex, 2008.

 

ROSENAU, Luciana dos Santos. Didática e Avaliação de Aprendizagem de Química: o professor de química. Curitiba: Ibpex, 2008.

 

ROMANOWSKI, Joana Paulin. Formação e Profissionalização Docente: Profissão professor. Curitiba: Ibpex, 2010.

 



[1] Graduada em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela UNEMAT – Sinop-MT, 2009. Especialista em Metodologia de Biologia e Química pela Faculdade UNINTER, polo de Sinop-MT, 2012. Trabalho na Escola Estadual São Vicente de Paula, Sinop-MT desde 2009 com alunos do Ensino Médio Regular e EMIEP.

[2] Graduada em Licenciatura Plena de História pela UNEMAT- Cáceres-MT, 2001. Especialista em Educação e Meio Ambiente pela Faculdade FASIPE- Sinop-MT, 2008. Trabalha na Escola Estadual São Vicente de Paula, Sinop-MT desde 2004 com alunos do Ensino Médio Regular e EMIEP.

[3] Técnica em Infra Estrutura Escolar pela IFMT- Sinop-MT, 2015. Trabalha na Escola Estadual São Vicente de Paula desde 2008 como Apoio Administrativo Educacional.