PSICOMOTRICIDADE E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Luciene Lécia Lucchetti
Tatiane Alves Luccheti
RESUMO
Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica baseada em vários autores, onde expressam seu modo de pensar sobre a psicomotricidade e dificuldades. Tendo objetivos de saber a importância da psicomotricidade nas dificuldades de aprendizagem. Em primeiro lugar, e de uma forma muito generalizada, foi abordada a temática da definição psicomotricidade. No ponto seguinte, e de forma a conhecer, foi abordada a dificuldade de aprendizagem e sua definição. E consequentemente foi mencionado a importância da psicomotricidade e também citada algumas atividades para que não ocorra a dificuldade.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Dificuldade. Aprendizagem. Importância.
Introdução
O que é psicomotricidade? A Psicomotricidade é a área do conhecimento que pratica e valoriza a relação mente e corpo, levando em conta o que está no inconsciente do indivíduo, e se manifesta, sobretudo na forma de intervenção corporal. Diversos autores apresentam conceitos relacionados à Psicomotricidade.
Para wallon (1971) é a ação motriz que regula o aparecimento e o desenvolvimento das funções mentais. No processo de desenvolvimento da criança a motricidade, a afetividade e a inteligência estão interligadas. Portanto e muito importante desenvolver a consciência corporal, para que por meio dela, o educando esteja disponível ao aprendizado. De acordo com a fonte Wikipédia, psicomotricidade, é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade).
Fonseca (1988) afirma que a psicomotricidade é a integração das funções motoras e mentais, comandas pelo sistema nervoso central. A psicomotricidade resulta da formação que leva á assimilação, pois favorece a formação de imagens mentais.
Integra mente e corpo, de modo que a criança perceba o seu corpo, domine os seus movimentos e melhore a sua expressão corporal. A preocupação em compreender as bases do corpo humano se mantêm desde a Grécia, quando a educação privilegiava a beleza física e a agilidade do ser humano. Não era muito importante a existência corporal sendo colocado em segundo plano, considerado apenas objeto do homem, um simples corpo de carne e osso.
As necessidades de perceber como os movimentos se processam, e como se desenvolve, foi aprofunda a partir da descoberta da Psicomotricidade. Os estudos destacaram-se em 1905, quando o termo psicomotricidade foi utilizado pela primeira vez por Dupré. A Psicomotricidade, estudava o corpo nos seus aspectos neurofisiológico, anatômicos e locomotores. Foi a partir de Piaget e de Schilde que o desenvolvimento e desempenho motor ganharam importância. Os estudos sobre a Psicomotricidade saíram dos consultórios de especialista e direcionaram - se para área da educação, pois as necessidades das práticas pedagógicas do início do século XX estavam ligadas à luta contra o fracasso escolar dos educandos. Le Boulch (1992, p. 25) ressalta que a psicomotricidade ajuda a criança a compreender o mundo, por meio de uma organização intermediada pelo próprio corpo: “[...] A educação psicomotora deve constituir um privilégio desde a mais tenra infância, conduzida com perseverança, permite prevenir certas inadaptações difíceis de melhorar quando já estruturadas”. A psicomotricidade é usada como forma de prevenir as dificuldades escolares e na reeducação de casos em atraso motor. Portanto, o papel da psicomotricidade é proporcionar a criança uma vivência corporal, desenvolvendo aspectos cognitivos e afetivos para esta aprendizagem. Por esse fato, é cada vez maior o número de estudos científicos que recomendam que as atividades psicomotoras estejam em destaque no programa escolar, principalmente nas séries iniciais. Por oferecer esse tipo de formação, a psicomotricidade é capaz de prevenir as dificuldades de aprendizagem na escrita, frequentes no cotidiano escolar. O que é dificuldade de aprendizagem? Para Correia (s.d), Cruz (1999a) e Fonseca (2004) a característica mais genérica que os indivíduos com DA apresentam é uma discrepância acentuada entre o seu potencial estimado (inteligência igual ou superior à média) e a sua realização escolar (que é abaixo da média numa ou mais áreas acadêmicas, mas nunca em todas).
Definição do Comité Nacional Americano de Dificuldades de Aprendizagem (National Joint Committee of Learning Disabilities, 1988): “As DA constituem um ou mais défices nos processos essenciais da aprendizagem que necessitam de técnicas especiais de educação (definição por défice). As crianças com DA apresentam discrepância entre o nível da realização esperado e o atingido em linguagem falada, leitura, escrita e matemática (definição por discrepância). As DA não são devidas a deficiências sensoriais, motoras, intelectuais, emocionais e/ou a falta de oportunidade de aprendizagem (definição por exclusão)”. De acordo com (Grigorenko, Sternenberg, 2003, p.29) “Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, fala ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos”. A importância da psicomotricidade para que não ocorra a dificuldade de aprendizagem desde o nascimento e consequentemente na pré-escola onde os professores que já foram preparados e conhecem o real significado, deve se trabalhar a psicomotricidade, uma criança cujos aspectos psicomotores não foram trabalhados irá apresentar problemas no processo, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Coordenação Global, fina e óculo manual são fundamentais na aprendizagem, um problema em um destes elementos ocorrerá à dificuldade de aprendizagem. A percepção dá se por meio dos órgãos dos sentidos. A criança estabelece contato com o mundo exterior, organizando e compreendendo os fenômenos que ocorrem. A partir dos três anos, a percepção da criança é formada pelo conjunto de percepções convencionadas socialmente, o que lhe permite uma enorme aprendizagem. Após os cinco anos, a criança, com o aumento do vocabulário começa a abstrair-se, chegando aos 10 anos em condições de trabalhar com as formas abstratas do pensamento. O esquema corporal é a habilidade que considera o conhecimento do próprio corpo, das suas partes, dos movimentos, das posturas e das atitudes. É o elemento fundamental para a constituição do eu.
Uma perturbação do esquema corporal pode levar a uma impossibilidade de se adquirirem os esquemas dinâmicos que correspondem ao hábito visomotor e também intervém na leitura e escrita. Não obedece aos limites da folha não consegue trabalhar com vírgulas, pontos, nem armar contas e também pode levar a uma dificuldade de contato com as pessoas que a rodeiam. Estimulando este pré-requisito ajuda a criança a considerar seu corpo como um ponto de referência básica para a aprendizagem dos conceitos. A lateralidade é definida pelo uso preferencial de um lado do corpo para a realização de atividades. Esse uso preferencial refere-se ao olho, mão e pé. Assim a lateralidade indefinida é característica de crianças que ainda não se definiram pelo uso de um dos lados do corpo. A estruturação espacial e temporal é outro pré-requisito para a alfabetização, em que é necessário fazer a diferenciação entre a posição no espaço e nas relações espaciais. É a relação entre um objeto e o observador. A estruturação espacial não nasce com a criança, é uma elaboração é uma construção mental que ocorre através dos movimentos em relação aos objetos que estão ao seu redor. A criança que possui uma boa imagem corporal de si mesma pode perceber a posição que os objetos ocupam, usando como ponto de referência o seu próprio corpo. Consegue discriminar as diferentes posições espaciais. Crianças que não possuem essas noções confundem as letras que deferem quanto estruturação espacial, e tem dificuldade em respeitar a ordem de sucessão de letras nas palavras e das palavras nas frases. As noções de corpo, espaço e tempo não devem ser indissociáveis devem estar intimamente ligadas para compreender o movimento humano. A coordenação global diz respeito a atividade dos grandes músculos. É a capacidade de equilíbrio do indivíduo. A criança que desde cedo pratica estas atividades quando chega na escola já possui uma certa coordenação global dos movimentos. A coordenação fina e óculo manual diz respeito á habilidade e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação global. Devem se ter condições de pegar qualquer objeto. E também possuir um controle visomotor, ou seja, a visão acompanhando os gestos da mão. Crianças que não conseguem coordenar os movimentos dos olhos com os membros inferiores, apresentam muitas dificuldades nas primeiras atividades. E as crianças que não conseguem coordenar os movimentos das mãos com o movimento ocular, terão dificuldades em todas as atividades que envolvam a coordenação visomotora olho-mão, principalmente na produção e reprodução de letras palavras ou figuras.
Algumas atividades para trabalhar a psicomotricidade e solucionar a dificuldade. Habilidades motoras que levem a criança a aprender a conhecer seu próprio corpo e a se movimentar expressivamente; um saber corporal que deve incluir as dimensões do movimento, desde funções que indiquem estados afetivos até representações de movimentos mais elaborados de sentidos e ideias.
Facilitar a comunicação e a expressão das ideias; possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço; Apropriação da imagem corporal; Habilidades motoras finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no recorte e na colagem, e nas atividades de escrita. Jogos que levem ao uso do sistemático da mão e do pé direito ou da mão e do pé esquerdos respeitando a dominância lateral da criança. Mirar alvos; Sucessão de acontecimentos; Duração de intervalos; Locomoção rápida e lenta; subir e descer escadas; andar nas pontas dos pés. Enfim, estimular atividades para além da sala de aula, propiciando experiências que favorecerão a psicomotricidade, auxiliará os alunos de ritmo normal e os de aprendizagem lenta a vencer melhor os desafios das dificuldades.
REFERENCIAS
http://aprenderefacil.blogspot.com/2005/11/dificuldades-de- aprendizagem.html.acesso em 20 de julho de 2010. FONSECA, Vitor. Manual de observação psicomotora. Significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto alegra. Artes Médicas, 1995 GRIGORENKO, Elena, L. STERNBERG, Robert J. Crianças Rotuladas - O que é necessário saber sobre dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. 2003
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: artes Médicas, 1987.
OLIVEIRA,G.C.Piscomotricidade:Educação e Reeducação num enfoque psicopedagógico.Petropolis:Ed.Vozes, 1997 www.wikipédia.com.br.Acesso em 14 de Julho de 2010. WALLON, H. As origens do caráter na criança. São Paulo: difusão Européia do livro, 1971.