PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NO ENSINO FUNDAMENTAL
Maria Elite de Souza Lima Batistão
RESUMO
As práticas interdisciplinares mostram-se atualmente como um importante recurso capaz de unir o conhecimento fragmentado em disciplinas trabalhadas nas escolas. Com isso, leva-se até o aluno a possibilidade de acessar o conhecimento de forma mais completa e mais próxima da realidade vivenciada no dia a dia. Deste modo, esta pesquisa bibliográfica visa angariar conhecimento com relação ao trabalho interdisciplinar em sala de aula. Para tanto valeu-se dos trabalhos de autores como MASSUCATO (2016), MEIRELLES (2012), PINTO (2019), entre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade. Práticas Educativas. Ensino Fundamental.
INTRODUÇÃO
Observando a forma fragmentada como o conhecimento vem sendo passado aos estudantes nas escolas regulares de nosso país, duas importantes questões são levantadas. Em primeiro lugar é preciso perceber que, até certo ponto sal segmentação e organização do conhecimento em disciplinas a serem abordadas separadamente tem sua importância pedagógica. Já o segundo ponto, que vem sendo percebido e discutido há vários anos, destaca importância de que o estudante também seja levado a conhecer o “todo”, por assim dizer, de um conteúdo.
Observa-se, que parte dos estudantes têm dificuldade de aprendizado por estarem estudando conteúdos desmembrados de um todo. Deste modo, veem-se impelidos a aprender partes de um conhecimento que acaba por não fazer sentido pra eles.
Com isso, destaca-se a importância de um trabalho interdisciplinar dos conceitos, de modo que o tema abordado possa extrapolar a disciplina estudada, unindo-se a outras disciplinas, formando assim uma ideia geral do todo que passa a ter sendo na mente do aluno. Assim aprende-se algo completo no lugar de buscar a compreensão de várias partes isoladas.
DESENVOLVIMENTO
Meirelles (2012) destaca a divisão do conteúdo escolar em disciplinas como um recurso didático de grande importância, porém, a autora chama a atenção para a necessidade também de um trabalho interdisciplinar, já que o conhecimento, na prática, não será encontrado pelo aluno de forma segmentada quando este estiver interagindo nos diversos grupos sociais de que faz parte.
Percebe-se no trabalho interdisciplinar, uma maneira de fazer a ligação entre os conteúdos relacionados que são trabalhados de forma fragmentada nas diversas disciplinas que o aluno estuda em seu dia a dia na escola.
Complementando, Pinto (2029) destaca o seguinte:
Desafiadora para os professores, a interdisciplinaridade ainda é tema de uma discussão que se estende a todas as fases do ensino. Na educação básica, pensadores como Jean Piaget, Maria Montessori e Paulo Freire foram apenas alguns dos nomes que propuseram uma série de abordagens acerca do tema ao longo de sua vida acadêmica. (PINTO, 2019, p.1)
Para Hamze (s.d.), o papel do professor enquanto profissional capaz de reconstruir o conhecimento por meio de suas práticas pedagógicas. Para a autora, o docente tornou-se alguém cujo trabalho impele à pesquisa constante por novos conhecimentos e práticas capazes capazes de tornar o processo de ensino/aprendizagem cada vez mais eficiente e, neste âmbito, a interdisciplinaridade mostra-se como um importante recurso a ser utilizado.
Fica evidente, portanto, que um trabalho interdisciplinar é capaz de ligar diversas áreas do conhecimento à prática vivenciada pelo aluno, é uma das formas mais eficazes de se alcançar um aprendizado sólido e duradouro.
Hamze (s.d.) acrescenta que:
A interdisciplinaridade envolve a contextualização do conhecimento, que mantém uma relação fundamental entre o sujeito que aprende e o componente a ser aprendido, evocando fatos da vida pessoal, social e cultural, principalmente o trabalho e a cidadania. Quando os alunos participam da tomada de decisão a respeito de um tema ou de um projeto, é possível que constituam relações entre os novos conteúdos e os conhecimentos que já possuem, conseguindo aprendizagens mais significativas,comparando, criticando, sugerindo ajustes, novas relações e organizações, abrindo portas para a interferência em uma realidade, desencadeamento novas ações e, construindo um compromisso com uma cidadania ativa. (HAMZE. s.d.. p.1)
No entanto, Massucato e Mayrink (2016), chamam a atenção para os projetos interdisciplinares como sendo objetos de grande discussão entre os educadores no ambiente escolar. Neste âmbito, a discussão apresenta-se como um fato altamente produtivo, que estimula a pesquisa e a abordagem dos temas por diversos pontos de vista.
Corroborando, Pinto (2019) afirma que:
Qualquer atividade interdisciplinar demanda uma logística que interfere na rotina escolar. Portanto, o primeiro passo para assumir a interdisciplinaridade em sala de aula é garantir que o planejamento pedagógico seja eficaz, uma vez que envolve diversos professores e pode esbarrar em uma grade curricular convencional.
Já Meirelles (2012) destaca que:
Trabalhos integrados podem ser propostos tanto por um mesmo professor, que organiza uma sequência com objetivos relativos a mais de uma área, quanto por dois ou mais docentes, que atuam juntos. Para realizar um bom projeto, é importante começar se perguntando se há conteúdos específicos de cada uma das disciplinas que podem ser trabalhados juntos e se a articulação entre eles ajudará no aprendizado. É essencial prestar atenção se o aluno passará a um nível maior de conhecimento em todas as áreas. Caso isso ocorra em apenas uma delas, é melhor repensar. Lembre-se de que não precisa incluir muitas disciplinas - em geral, um tema só é relevante para poucas.
Evidencia-se, deste modo, a importância de levar em conta a relevância do tema trabalhado para as demais disciplinas que se deseja incluir. Entende-se, portanto, que trabalhar um assunto em uma disciplina para qual ele não é importante pode acarretar perda de foco e de tempo em sala.
Já no que tange às práticas propriamente ditas, Pinto (2019) destaca as atividades lúdicas como um importante recurso didático a ser utilizado também no trabalho interdisciplinar em todos os níveis de ensino. Ficando claro que o trabalho com atividades lúdicas é capaz de abrir um leque de opções para o trabalho docente.
Pinto (2019) também apresenta como sugestão a utilização de recursos tecnológicos como uma outra forma de trabalhar conteúdos curriculares em sala de aula. Tais recursos podem ser destacados como chamativos, atuais, bastante ricos em opções e capaz de prender a atenção do aluno.
Pinto (2019) ainda ressalta que:
Um bom exemplo é a interpretação de conceitos de diferentes assuntos por meio de textos ou vídeos comuns. Nesse caso, cada professor vai trabalhar seus pontos de vista com base em um mesmo material digital. Incentive também a produção textual dos alunos por meio da criação de conteúdos para sites e blogs relacionados aos temas convergentes. (PINTO, 2019, p.1)
Já para Hamze (s.d.), deve-se entender ainda a relação expressa entre conhecimento e sujeito, conforme apresentado abaixo:
A interdisciplinaridade envolve a contextualização do conhecimento, que mantém uma relação fundamental entre o sujeito que aprende e o componente a ser aprendido, evocando fatos da vida pessoal, social e cultural, principalmente o trabalho e a cidadania. Quando os alunos participam da tomada de decisão a respeito de um tema ou de um projeto, é possível que constituam relações entre os novos conteúdos e os conhecimentos que já possuem, conseguindo aprendizagens mais significativas,comparando, criticando, sugerindo ajustes, novas relações e organizações, abrindo portas para a interferência em uma realidade, desencadeamento novas ações e, construindo um compromisso com uma cidadania ativa. (HANZE, s.d., p.1)
Pinto (2019) menciona a necessidade de se valer de materiais didáticos que possuam uma proposta multidisciplinar como apoio didático.
CONCLUSÃO
Diante do conhecimento angariado com através da presente pesquisa, nota-se a grande relevância do trabalho interdisciplinar em sala de aula. Tal prática facilita o processo de ensino/aprendizagem, já que torna o conteúdo mais atrativo aos alunos e consequentemente faz com que aprendam de forma mais natural.
Destaca-se também que, ao ter acesso ao conteúdo mais amplo, o estudante consegue fazer associações deste com sua vida cotidiana, fato que facilita o aprendizado a longo prazo dos conceitos estudados.
Com isso, mostra-se na figura do professor, o profissional mais importante neste processo.
REFERÊNCIAS
HAMZE, Amelia. O exercício da interdisciplinaridade. Brasil Escola. S.d. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/exercicio-interdisciplinaridade.htm. Acesso em: set. 2020.
MASSUCATO, Muriele; MAYRINK, Eduarda Diniz. Um exemplo real de projeto interdisciplinar. Nova Escola. 2016. Discponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1586/um-exemplo-real-de-projeto-interdisciplinar. Acesso: set. 2020.
MEIRELLES, Elisa. Interdisciplinaridade que funciona. Nova Escola. 2012. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1702/interdisciplinaridade-que-funciona. Acesso: set. 2020.
PINTO, Diego de Oliveira. 5 dicas práticas para trabalhar a interdisciplinaridade em sala de aula. Blog Lyceum. 2019. Disponível em: https://blog.lyceum.com.br/interdisciplinaridade-em-sala-de-aula/. Acesso em: set. 2020.