METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM
Luciana Dallazen Rodrigues1
Poliana de Carvalho Evangelista2
RESUMO
Neste artigo propomos um estudo sobre a inserção das metodologias ativas de aprendizagens na educação, onde o nosso objetivo é apresentar algumas estratégias de ensino para ampliar as práticas pedagógicas em todas as áreas de conhecimento. Buscamos embasamento teórico em sites de pesquisas, livros, revistas online e experiências compartilhadas, fortalecendo e dando-nos o suporte para o desenvolvimento deste artigo, com isso estaremos mostrando ao educador que neste estudo de metodologias ativas o posicionamento do mesmo junto ao educando é de ser um mediador, parceiro na construção de conhecimentos, considerando em primeiro lugar a participação ativa do aluno num processo de autonomia em suas ações, respeitando que o processo de aprendizagem é único e diferente para cada ser humano, e que as pessoas não aprendem da mesma forma, no mesmo ritmo e ao mesmo tempo, e sim possibilita ao educando o seu próprio ritmo, tempo e estilo, por meio de diferentes formas de experimentação e compartilhamento, dentro e fora da sala de aula de maneira inovadora.
Palavras-chave: Metodologias ativas. Mediador. Autonomia do aluno
Abstract
In this article, we propose a study on the insertion of active learning methodologies in education, where our objective is to present some teaching strategies to expand pedagogical practices in all areas of knowledge. We seek theoretical basis on research sites, books, online magazines and shared experiences, strengthening and giving us support for the development of this article, with this we will be showing the educator that in this study of active methodologies the positioning of the same with the student is be a mediator, partner in the construction of knowledge, considering first of all the student's active participation in a process of autonomy in their actions, respecting that the learning process is unique and different for each human being, and that people do not learn from it form, at the same pace and at the same time, but it does enable the student to develop his own pace, time and style, through different forms of experimentation and sharing, inside and outside the classroom in an innovative way.
Keywords: Active methodologies. Mediator. Student autonomy
1INTRODUÇÃO
Atualmente as mídias vêm enfatizado de forma constante a necessidade de grandes estratégias para alcançar objetivos e desafios estabelecidos em diversos aspectos do nosso cotidiano, tanto na educação como prática pedagógica, bem como no mercado de trabalho, havendo uma grande mudança na maneira como interagimos com o mundo, ocasionando transformações e alterando as relações políticas, econômicas e sociais. E como parte essencial para o funcionamento da sociedade, a educação também apresentou grande evolução, principalmente com a utilização das metodologias ativas de aprendizagem.
Desse modo, depois de anos e até mesmo séculos de ensino estagnado, presenciamos investimentos nas formas de aprendizado que têm gerado vários impactos positivos, não somente para os discentes, mas também para os docentes. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é fazer uma análise sobre as concepções de ensino e aprendizagem que norteiam a prática educativa, desde às tendências pedagógicas brasileiras, seguidas das metodologias ativas e suas respectivas práticas de ensino e aprendizagens, um paradigma inovador que vem cada vez mais promovendo o desenvolvimento intelectual, crítico e reflexivo tanto ao professor quanto ao aluno. E assim possa contribuir para vencer os desafios enfrentados pelo sistema educacional.
2 BREVE HISTÓRICO DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS E SUAS METOLOGIAS DE ENSINO
Sabe-se que as práticas didático-pedagógicas contribui para a concretização do trabalho docente e consequentemente o desenvolvimento do aprendizado dos alunos. As intenções pedagógicas não se limitam especificamente ao "pedagógico", pois, a escola desempenha papéis que lhe são dadas pela sociedade, que é composta por classes sociais com interesses adversos que estabelecem diferentes conceitos de homem e de sociedade e, em consequência disso atribui diferentes pressupostos sobre o papel da escola.
Diante desse contexto, em determinado momento histórico, os movimentos filosóficos e sócio-políticos são responsáveis pelas tendências pedagógicas que exercem influências na prática educativa, norteando todo o trabalho docente. As Tendências pedagógicas são normalmente agrupadas em duas grandes vertentes do pensamento pedagógico, são elas: Liberais e Progressistas. A Pedagogia Liberal abrange as tendências: Tradicional; Renovada Progressivista; Renovada Não-Diretiva e a Tecnicista. Na Pedagogia Progressista estão incluídas as tendências: Progressista Libertadora; Progressista Libertária e a Crítico-social dos conteúdos.
2.1 A PEDAGOGIA LIBERAL
Surgiu como argumento da sociedade de classes (capitalista) que, ao defender a supremacia da liberdade e dos interesses particulares, constituiu uma estrutura social embasada na propriedade privada dos meios de produção. A Pedagogia liberal sustenta a ideia que o compromisso da escola é preparar os indivíduos para o exercício de papéis sociais, levando em consideração as aptidões características do indivíduo. Para isso, é necessário que os indivíduos aprendam a viver em harmonia com as normas desse tipo de sociedade, através do desenvolvimento da cultura individual. A Pedagogia liberal se manifesta em quatro tendências:
2.1.1 Tendência Tradicional
É composta por um conjunto de normas que organiza o ensino. Os conteúdos, a metodologia e a relação professor-aluno são desvinculados do cotidiano e da realidade que o cerca. O professor é o centro do processo educativo, responsável pela análise e exposição dos conteúdos, que são conhecimentos e valores sociais acumulados pela humanidade, que é transmitido ao aluno como verdades. A metodologia de ensino é determinada pela demonstração e exposição verbal, memorização e a sequência de conteúdo. De acordo com Martins (2009, p. 20), “a “decoreba” é o principal meio utilizado pelos alunos para “gravar” os conteúdos”.
2.1.2 Tendência Renovada Progressivista
Enfatiza, igualmente, a significação da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. A educação é um processo interno, não externo, ela deve adequar às necessidades individuais ao meio Social. Os conteúdos são definidos a partir dos interesses e experiências dos alunos, valorizando mais os processos psicológicos do que os conteúdos. A escola propõe um ensino centrado no aluno e no grupo, que deve participar ativamente na aprendizagem, valoriza a autoeducação (o aluno como sujeito do conhecimento), num processo de construção e reconstrução.
O papel do professor é organizar as situações de aprendizagem, orientar e incentivar o desenvolvimento autônomo e espontâneo do aluno. O conceito de aprender fazendo faz parte da metodologia, considerando as experiências, a investigação, a descoberta, a solução de problemas e o trabalho em grupo, este último, não somente como estratégia pedagógica, mas como condição essencial do desenvolvimento cognitivo.
2.1.3 Tendência Renovada não Diretiva
Essa tendência é inspirada no pensamento de Carl Rogers, acredita que o ensino é uma atribuição excessivamente valorizada, dando pouca importância aos recursos e procedimentos didáticos. O papel da escola consiste na formação de atitudes, importando-se mais com os aspectos psicológicos em detrimento dos pedagógicos e sociais. A transmissão dos conteúdos de ensino é secundário o que importa é o processo, cada um deve buscar por si o autodesenvolvimento, o aluno é sujeito ativo do processo de ensino-aprendizagem.
O professor deve garantir situações de aprendizagem partindo dos interesses dos alunos e adequadas às habilidades e características especificas dos educandos. A metodologia:
Dá grande importância aos métodos e técnicas, como o trabalho em grupo, atividades cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos experimentações etc., bem como aos métodos de reflexão e método científico de descobrir conhecimentos (LIBÂNEO, Apud MARTINS, 2009, p. 21).
2.1.4 Tendência Tecnicista
Essa tendência é baseada na Psicologia comportamental de Skiner, também conhecida como Behaviorismo, que considera a aprendizagem um processo de condicionamento. Em um sistema social equilibrado, natural e funcional, a escola atua como modeladora do comportamento humano, através de técnicas específicas de condicionamento, colaborando no aprimoramento da sociedade capitalista. Seu objetivo principal é a formação de indivíduos tecnicamente competentes com mão de obra especializada para o mercado de trabalho e que integrem a máquina do sistema social global.
Os conteúdos são determinados por especialistas, são organizados em sequência lógica e psicológica, são informações, leis e fundamentos científicos observáveis etc.. Esta tendência privilegia a tecnologia educacional, cabe ao professor administrar de forma competente o ambiente de estudo, para que aconteça a transmissão e assimilação da disciplina, exclusivamente um elo de conexão entre a verdade cientifica e o educando de forma mecânica instrucional completamente programada.
Os métodos de ensino consistem na aplicação de manuais, procedimentos e técnicas de domínio das condições ambientais, para garantir a transmissão e aceitação de informações sistemáticas com ênfase na produtividade. Nesta perspectiva o aluno é visto como detentor passivo dos conhecimentos, um sujeito responsivo e espectador diante da verdade objetiva, não questiona o método e tampouco participa da sua elaboração.
2.2 PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Analisa de forma crítica a sociedade de classes e as realidades sociais, asseguram claramente as intenções sociopolíticas da educação, buscando não só transformar as relações que estes estabelecem entre si, nas diversas situações sociais, assim como no processo de ensino/aprendizagem, proporcionando a percepção da realidade histórico-social, demonstrando a função do sujeito como um cidadão que constrói sua realidade. A Pedagogia Progressista tem-se apresentado em três tendências:
2.2.1 Tendência Libertadora
É mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire, sua didática centraliza-se na discussão de temas sociais e políticos, busca desenvolver no aluno o compromisso consigo mesmo e com a realidade social. Na tendência libertadora é constante a preocupação com as reais condições sociais da população, dessa maneira a educação só faz sentindo se vier a colaborar com sua autonomia e libertação.
Não é típico desta pedagogia falar em educação escolar, pois sua característica é a atuação não formal, questionando as relações do homem com natureza e mutuamente. Os conteúdos são temas geradores que partem da realidade em que os alunos estão inseridos, promovendo a ampliação do conhecimento crítico e o acesso ao conhecimento mais sistematizado a fim de atuarem, num sentido de transformação social.
O professor coordena as atividades e atua juntamente com os alunos em uma relação de autêntico diálogo, o educando “cidadão” é agente ativo em todo o processo de ensino/aprendizagem, são dispensados os programas de ensino previamente organizados, bem como metodologias de ensino próprias da educação bancária, dando espaço a discussões em grupo, debates, investigação temática com o objetivo de definir o conteúdo e o andamento das atividades.
2.2.2 Tendência Libertária
É descendente do pensamento político anarquista que se opõe as hierarquias e dominação econômica, social, política etc., essa tendência reúne os defensores da autogestão pedagógica. Espera-se que a escola atue na formação da personalidade dos educandos, numa concepção libertária e autogestionária. O pensamento pedagógico libertário é crítico a qualquer forma de poder existente no processo educativo, nesse sentido um dos seus princípios primordiais é a reprovação a qualquer forma de autoritarismo e quaisquer mecanismos que possa persuadir a obediência cega ou que manifeste relações opressivas.
Os conteúdos são extraídos das necessidades e interesses revelados pelo grupo, as disciplinas são colocadas à disposição dos alunos, porém não são exigidas, o mais considerável e a participação crítica. O professor é um mediador e incentivador que realiza reflexões juntamente com os alunos, o método de ensino acontece na vivência grupal na forma de autogestão, os alunos tem a liberdade de participar ou não, a questão pedagógica fica sujeito as suas necessidades e as do grupo.
2.2.3 Tendência Crítico-social dos Conteúdos
Ressalta a importância dos conteúdos e dos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade, não considerando o bastante colocar a problemática de vida cotidiana como objeto de estudo, pois, é essencial que o aluno se identifique nos conteúdos e parâmetros sociais apresentados, com a finalidade de desenvolver capacidades para enfrentar criticamente as informações.
A escola cumpre a tarefa de difundir os conhecimentos (conteúdos culturais e universais), porém, relacionados com as experiências de vida e socioculturais dos educandos, uma vez que a escola é componente de todo o contexto social e sua função é garantir uma educação de qualidade e preparar o educando para sua inserção no ambiente social. O professor desempenha o papel de mediar às interações do aluno com o meio, a parti dos conteúdos escolares. As técnicas de ensino deve buscar a integração entre teoria e prática que favoreçam uma conexão dos conteúdos as necessidades dos alunos.
3 METODOLOGIAS ATIVAS E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Nos últimos tempos, precisamente no século XXI, apontado como o século do Conhecimento e Informação, houve sucessivas mudanças na forma como interagimos uns com os outros. E neste espaço de conhecimento, informação e transformação que se estabelecem a educação escolar e todo o processo de ensino/aprendizagem. Dessa forma é importante compreender que o ambiente da sala de aula é formado por uma pluralidade de comportamentos, ideias e concepções que determinam mudanças na maneira do professor relacionar-se com seus alunos e com os conteúdos a serem trabalhados.
O professor transmissor dos conhecimentos acumulados pela humanidade e o aluno receptor passivo dos conteúdos, entraram em decadência, não é suficiente o educador saber transmitir conteúdos, mas sim, levar o aluno a compreendê-lo de forma significativa. Segundo Perrenoud (2000, p. 30), “[...] aprender não é primeiramente memorizar, estocar informações, mas reestruturar seu sistema de compreensão de mundo. Tal reestruturação não acontece sem um importante trabalho cognitivo”.
É necessário entender que a rotina diária de um professor deve ser norteada por teorias e práticas pedagógicas, é fundamental que o professor tenha clareza e compreensão dos objetivos a serem atingidos, desenvolvendo suas ações pedagógicas utilizando recursos e técnicas que tornem o aluno um sujeito ativo no processo de construção do conhecimento, onde a relação professor/aluno ocorra de forma multilateral em que ambos se comunicam, refletem, debatem, formulam e reformulam ideias e conceitos.
O fundamental é que o professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos (FREIRE, 1996, p. 86).
Essa dinâmica do processo de ensino e aprendizagem vem passando por mudanças, o professor não é o único responsável pelo processo de ensino e aprendizagem, o modelo tradicional de ensino, explorado por muito tempo através de aulas expositivas onde o professor é o único responsável por conduzir a aula não desperta mais o interesse dos nossos alunos, principalmente pela facilitação do acesso as informações, os educadores acabam disputando a atenção dos alunos com as redes sociais, séries, filmes, jogos e celulares, e com tanto incentivo, reestruturar o planejamento é essencial, pois, é necessário criar estratégias de ensino que levem os alunos a problematizar o conhecimento, sanar dúvidas e vivenciar na prática o conhecimento a ser adquirido.
Diante deste cenário o principal impasse é fazer com que os educandos mantenham-se motivados e interessados. Nesse contexto, as metodologias ativas fogem completamente das tendências tracionais de ensino, nessa abordagem os conteúdos são projetados para tirar o aluno da passividade, participando ativamente da construção do conhecimento, promovendo o protagonismo tornando o aprendizado significativo.
Nas metodologias ativas, as práticas pedagógicas são sistematizadas com o objetivo de fazer com que o aluno participe do seu processo de aprendizado, no modelo de metodologia ativa, a teoria não vem absolutamente antes da prática, mas integrado a ela. Os alunos são estimulados no processo de ensino/aprendizagem a atuarem de forma ativa incorporando a teoria à prática, ou seja, aprender na prática, sendo assim, o centro do aprendizado, e o professor passa a ser orientador, um mediador de todo esse processo, favorecendo a cooperação e o trabalho em grupo, desenvolvendo as habilidades do aluno por meio da prática.
As metodologias ativas de aprendizagem contribuem com desenvolvimento da autonomia, responsabilidade, confiança, empatia, proatividade e competências tanto cognitivas e sócio emocionais dos estudantes, pois eles aprendem a conviver e lidar no cotidiano da escola e fora dela, com situações complexas, exercendo o pensamento crítico, adquirindo meios para expor opiniões e a respeitar as do que discordam, concebendo um aprendizado por meio de experiências envolvente, colaborativa e participativa, resolvendo situações problemas que em princípio parecem desconexas.
Segundo Freire (1996, p. 85):
O bom clima pedagógico democrático é o em que o educando vai aprendendo à custa de sua prática mesma que sua curiosidade como sua liberdade deve estar sujeita a limites, mas em permanente exercício. Minha curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade do outro e expô-la aos demais.
Para que o aprendizado ocorra de forma significativa é fundamental promover conteúdos que despertem a atenção dos alunos, que sejam atrativos e interativos, com o objetivo de estimular os educandos a aprender de forma autônoma e participativa, por meio de situações reais, tornando as aulas mais produtivas. É essencial o olhar do professor ao organizar o objeto de estudo e os procedimentos aplicados para envolver os alunos durante o processo de aprendizagem. Neste sentido:
As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras possibilidades de mostrar sua iniciativa. (MORAN apud GARAFOLO 2018. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado>. Acesso em: 23 janeiro 2020).
Na construção da aprendizagem, o professor é o encarregado pelo comprometimento do aluno, incumbindo-se como formador de experiências cognitivas, sociais, estéticas e pessoais. Compete ao educador refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e supervisionar as práticas e interações para a formação de competências que promova o desenvolvimento do aluno, nessa perspectiva o educador se torna mediador diante dos interesses e necessidades dos alunos, incentivando o aprendiz a busca pelo conhecimento e o desenvolvimento de uma visão crítica, proporcionando ao aprendiz meios para tomar consciência deles, tornando o aluno protagonista da sua aprendizagem.
A BNCC (2018 p. 320) propõe:
Organizar as situações de aprendizagem partindo de questões que sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica dos alunos e possibilitem definir problemas, levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções.
Para o desenvolvimento de habilidades e competências, conjecturado pela Base Nacional Comum Curricular, o educador deverá ter como aliado metodologias ativas que despertem o engajamento dos alunos e proporcionem o seu progresso. Percebe-se que quando as aulas são realizadas com metodologias dinâmicas e com atividades que fomentam a criatividade do aluno, a construção do conhecimento acontece de forma mais prazerosa e significativa.
Assim, a aprendizagem significativa é aquela que permite a formação do sujeito, em que o conhecimento é produzido e reconstruído por educadores e educandos de forma dialética e, através desse processo o aprendiz desenvolve competências tornando-o autônomo, argumentativo com a capacidade de pensar, desejar e perceber que o aprendizado é inacabado, e um processo constante e essencial. Assim, a autonomia para capacitar-se constantemente é adquirida a longo tempo, através de sucessivos aprendizados, que proporcionarão o desenvolvimento dessas competências. A competência está diretamente interligada ao contexto de aprendizagens nas quais os aprendizes estão envolvidos.
A competência requerida hoje em dia é o domínio dos conteúdos com suficiente fluência e distância para construí-los em situações abertas e tarefas complexas, aproveitando ocasiões, partindo do interesse dos alunos, explorando os acontecimentos, em suma, favorecendo a apropriação ativa e a transferência dos saberes, sem passar necessariamente por sua exposição metódica, na ordem prescrita por um sumário. (PERRENOUD, 2000, p. 27).
Para BNCC Base Nacional Comum Curricular (2018, p. 8):
Competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e sócio emocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
Portanto, faz-se necessário escolher e pôr em prática metodologias e procedimentos diversificados para aguçar e cativar os alunos nas aprendizagens, dispondo de ritmos diferenciados e conteúdos complementares, haja visto, que na contemporaneidade dispor de habilidades de comunicação, ser criativo, colaborativo, proativo, resiliente e participativo entre outras capacidades, requer do indivíduo o desenvolvimento de competências, para aprender a aprender, saber assimilar as informações e agir com discernimento e autonomia para tomar decisões, ir em busca de soluções bem como, conviver com as diferenças e diversidades.
3.1 AS PRINCIPAIS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DENTRO DAS METODOLOGIAS ATIVAS
A ideia de aprendizagem ativa não é nova. Podemos retornar em Dewey a defesa de que a escola deve estar articulada à vida, por uma necessidade de fazer sentido para o sujeito, onde o mesmo dizia de haver respeito à relação entre a teoria, prática e a forma como o ensino é concebido.
Sendo assim, a metodologia ativa consistirá em ferramenta para fazer sentido aquilo que foi aprendido conceitualmente, propondo que as atividades escolares saiam dos conceitos dos diagnósticos da realidade e aproximem os estudantes da aplicabilidade desses conceitos/conhecimentos em sua realidade de vida, sendo central o fazer conectado ao saber e ao ser (DEERLORS, 1996).
O professor planeja sua ação pedagógica, más que tendo em vista é de que a criança questiona, pesquisa, levanta hipótese, constroem conhecimento e formula opiniões sobre o mundo que a rodeia.
Para nos ajudar a construir esta metodologia ativa, a mesma tem diversas estratégias de ensino e de aprendizagens e dentre elas estão:
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Sala de aula invertida;
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Ensino híbrido;
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Aprendizagem baseada em projetos;
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Aprendizagem baseada em problemas;
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Estudo de caso;
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Aprendizagem entre pares ou times.
3.1.1 Sala de aula invertida
Sabemos e é notório que com o passar dos anos, o avanço tecnológico trouxe uma série de recursos e possibilidades no nosso dia a dia, e no âmbito escolar também está se fazendo presente no processo de ensino e aprendizagem, inovando cada vez mais por meio de métodos alternativos sendo uma delas a sala de aula invertida.
Nos dias de hoje a educação tem cada vez mais estar sempre inovando os processos de ensino e aprendizagem, fazendo com que o educando seja nocauteado pela vontade de aprender, e para isso nada é mais relevante do que as nossas tecnologias que está em toda a nossa sociedade para que sejam usadas em favor do aprender.
Com a alternativa da sala invertida, passamos a sair da zona de conforto do método tradicional, onde o professor faz aulas maçantes no quadro fazendo com que por muitas vezes acaba que desmotivando o aluno, com isso vamos para uma linhagem inversa, onde a tecnologia se faz presente fazendo com que o aluno comece a estudar em sua casa o conteúdo previamente à distância por meio de materiais digitais como: vídeo aulas, games, podcasts, pesquisas, textos, fóruns etc.
Após o aluno ter estudado uma prévia do conteúdo, chegando em sala de aula o conteúdo introdutório é aprofundado e discutido entre os colegas, e mais adiante, com o conhecimento pleno do tema, o professor traz assuntos complementares, desenvolve projetos específicos, atividades em grupo e claro, age como um aliado, um curador e um guia fundamental no processo de aprendizagem.
O método alternativo de sala invertida oportuniza o aluno a desenvolver habilidades como a autonomia, a capacidade na resolução de problemas, o senso crítico, a colaboração e a criatividade.
3.1.2 Ensino Híbrido
É evidente que a tecnologia está transformando e abrindo diversas possibilidades de crescimento na sociedade em que vivemos atualmente. Os avanços tecnológicos vieram para acrescentar na educação, possibilitando que as aulas sejam mais atraentes, melhorando cada vez mais o rendimento dos alunos. As ferramentas digitais proporcionam agilidade nas atividades, uma aproximação enriquecedora entre professor e aluno e respeita a individualidade de cada estudante.
Para isso, o ensino híbrido que significa misturado, mesclado é um método muito eficaz que objetiva a personalização do ensino, unindo tecnologia digital com aprendizado, mesclando dois modelos de aprendizagem o presencial e o on-line, possibilitando tanto aos professores quanto aos estudantes a ensinar e aprender em lugares distintos, levando o conhecimento para além da sala de aula, onde ambos os modelos se contemplem.
O ensino híbrido possibilita aos estudantes o interesse e a atenção pelo ensino, individualizando uma atenção específica para cada caso, democratizando o conhecimento para que o aluno possa acessar o conteúdo de onde ele esteja. Com isso, o aluno passa a participar de maneira mais ativa em suas aulas presenciais, contribuindo cada vez mais com suas opiniões e ideias.
Esta metodologia não se reduz ao que planejamos institucional e intencionalmente, aprendemos por meio de processos organizados, por processos abertos informais, aprendemos quando estamos com um professor, sozinhos, colegas e com desconhecidos, aprendemos de maneira intencional e de modo espontâneo, quando estudamos e quando nos divertimos.
3.1.3 Aprendizagem baseada em Projetos
A aprendizagem baseada em projetos tem por objetivo fazer com que os alunos adquiram conhecimento por meio da solução colaborativa de desafios, favorecendo as crianças e adolescentes a iniciarem uma aprendizagem de procedimentos que lhes permitam organizar conhecimentos, descobrindo as relações que podem ser estabelecidas a partir de um tema ou de um problema.
Sendo assim, o aluno precisa se esforçar para explorar as soluções possíveis dentro de um contexto específico ― seja utilizando a tecnologia ou os diversos recursos disponíveis, o que incentiva a capacidade de desenvolver um perfil investigativo e crítico perante alguma situação.
Segundo Fagundes (1999), o tema é gerado pelos conflitos, pelas perturbações dos envolvidos, num determinado contexto. A questão a ser pesquisada deve ter como ponto de partida a curiosidade, as dúvidas, as indagações, o desejo e a vontade, pois a motivação é intrínseca, própria do sujeito que aprende.
Fagundes, Maçada e Sato (1999, p.16) completam:
Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade.
Nesta metodologia o professor atua como orientador, intermediando e colaborando pontualmente com os alunos, sugere os temas envolvidos numa problematização e juntamente com os alunos discute a pertinência e relevância dessa aprendizagem. Assim, os alunos têm claro quais são as aprendizagens requeridas naquele processo metodológico. Para isso segue alguns passos e tópicos principais:
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Sugere-se um problema;
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Os alunos investigam suas possíveis causas e elaboram hipóteses;
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Após conhecer melhor o desafio e suas origens, definem táticas para a resolução do desafio;
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Estabelecem um plano;
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Apresentam o plano e o executam, podendo demonstrar os resultados depois;
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São avaliados pelo orientador
O professor em vez de ministrar aulas e submeter os estudantes a elas durante a semana, o educador planeja uma ideia que gerará projetos mais colaborativos. Essa ideia deve envolver as diferentes habilidades que os alunos necessitarão aprender durante o desenvolvimento das soluções que terão consequências no mundo real.
Por meio de projetos o aluno consegue aprender alguns processos essenciais para o desenvolvimento dos mesmos como:
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Elaboração de hipóteses;
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Refinamento de ideias;
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Realização de previsões;
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Experimentação de hipóteses;
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Coleta de dados;
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Realização de novos questionamentos;
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Desenvolvimento de materiais concretos (aplicativos, relatórios, documentos etc.).
Os projetos auxiliam os estudantes a acessar formas mais elaboradas de pensamento, pois aprendem a relacionar os diferentes saberes aprendidos. Os conhecimentos não são fixados a priori pelo educador, são frutos de intensas trocas verbais entre as crianças e os adolescentes, ação que possibilita o reconhecimento dos seus interesses e de suas necessidades.
Segundo Hernández e Ventura (1998, p. 64):
É importante constatar que a informação necessária para construir os projetos não está determinada de antemão, nem depende do educador ou do livro texto, está sim em função do que cada(educando) já sabe sobre um tema e da informação com o qual se possa relacionar dentro e fora da escola. Isso evita o perigo da estandardização e da homogeneização das fontes de informações, e, por sua vez, o intercâmbio entre as informações que são aportadas pelos membros do grupo contribui para a comunicação.
A aprendizagem pela metodologia ativa de projetos numa visão complexa, exige um paradigma inovador que desafie os professores para uma docência relevante e significativa, que supere processos repetitivos e acríticos e que permita o questionamento e a problematização da realidade circundante.
Para isso, Hernandez (1998, p.93) destaca que:
Uma das finalidades dos projetos é promover formas de aprendizagem que questionem a ideia de verdade única, ao colocar os alunos diante de diferentes interpretações dos fenômenos está se questionando plenamente a visão da avaliação baseada na consideração da realidade como algo objetivo e estável”. “Com isso, o papel da avaliação passa a fazer parte do próprio processo de aprendizagem, e não é um apêndice que estabelece e qualifica o grau de ajuste dos alunos com a “resposta única”.
3.1.4 Aprendizagem baseada em problemas
Ao contrário da aprendizagem por projetos, esta se baseia por métodos em Problemas, onde o aluno em vez de pôr a mão na massa, aprende focando na parte teórica tornando-o capaz de construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos que o expõe a situações motivadoras e o prepara para o mundo do trabalho.
A Aprendizagem Baseada em Problemas surge como uma dessas estratégias de método inovadoras em que os estudantes trabalham com o objetivo de solucionar um problema real ou simulado a partir de um contexto. Portanto, é um método de aprendizagem centrado no aluno, que deixa o papel de receptor passivo do conhecimento e assume o lugar de protagonista de seu próprio aprendizado por meio da pesquisa. Sendo protagonista ele é exposto a situações motivadoras nos grupos tutoriais, em que, através dos problemas, é levado a definir objetivos de aprendizado cognitivo sobre os temas, o educando tem que ser ágil e criativo ao explorar seus temas.
O professor tem como objetivo ensinar o aluno a aprender, permitindo que ele busque o conhecimento nos inúmeros meios de difusão do conhecimento hoje disponíveis e que aprenda a utilizar e a pesquisar estes meios.
A aprendizagem baseada em problemas, requer organização e dedicação do corpo docente, aperfeiçoamento constante, supervisão criativa, o método tem de haver qualidades de ser simples e objetivo, evitando pistas falsas que desviem a atenção do grupo em seu tema principal, sempre motivando-os para estar despertando o interesse do aluno pela discussão, possibilitando-o a obter situações de conhecimentos prévios sobre o tema escolhido, onde o mesmo deve referir-se a situações que os alunos já tenham vivenciado na prática ou em sua própria vida ou em módulos temáticos anteriores. Uma situação totalmente nova e desconhecida impede a discussão do grupo já que nenhum de seus membros poderá oferecer qualquer contribuição para seu conhecimento.
3.1.5 Estudo de caso
A prática pedagógica de Estudo de Casos tem origem no método de Aprendizagem Baseada em Problemas, oferecendo aos estudantes a oportunidade de direcionar sua própria aprendizagem reunindo informações detalhadas e sistemáticas sobre um determinado fenômeno.
As estratégias de pesquisas do estudo de caso consiste em processos de planejamento, abordagens específicas à coleta e análise de dados, objetivando o estudo explorando, descrevendo, explicando, avaliando e/ou transformando. O estudo mostra aos alunos, situações do mundo real com a finalidade de ensiná-los, preparando-os para a resolução de problemas reais.
Dessa forma, entende-se de que o estudo de caso enquadra-se em uma abordagem qualitativa ou quantitativa onde é frequentemente utilizado na coleta de dados em diversas áreas, considerando que na maioria das vezes o pesquisador não tem entendimento e conhecimento no assunto de sua pesquisa.
Os estudos de caso são priorizados e indicando quando:
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Se colocam questões do tipo “como” e “por que;
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O pesquisador tem pouco controle sobre os eventos; e
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O foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em alguns contextos da vida real.
Dentro dos estudos de caso existem várias características a serem analisadas, dentre elas destaco algumas:
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O fenômeno é observado em seu ambiente natural;
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Os dados são coletados por diversos meios;
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Um ou mais entes (pessoas, grupos, organizações) são examinados;
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A complexidade do caso é estudada intensamente;
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Não são utilizados controles experimentais;
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O pesquisador precisa especificar previamente o conjunto de variáveis;
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A pesquisa envolve as questões como e por que;
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Não considera prevalências ou incidências;
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O estudo enfoca eventos contemporâneos;
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Requer um problema que convoca a compreensão holística de um evento ou de uma situação em questão usando a lógica indutiva, ou seja, do particular ou do específico para o geral.
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O pesquisador precisa especificar previamente o conjunto de variáveis;
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A pesquisa envolve as questões como e por que;
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Não considera prevalências ou incidências;
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O estudo enfoca eventos contemporâneos;
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Requer um problema que convoca a compreensão holística de um evento ou de uma situação em questão usando a lógica indutiva, ou seja, do particular ou do específico para o geral.
De acordo com Yin o estudo de caso é: “um dos empreendimentos mais desafiadores na pesquisa” (YIN, 2010, p. 23). Este método teve sua origem no campo da Medicina, e constitui hoje uma das principais modalidades de pesquisa qualitativa no campo das ciências humanas e sociais e teve seus procedimentos convencionados de forma adequada a partir da obra de Robert Yin nos anos de 1990 do século XX.
Segundo Yin (2010, p.39), o estudo de caso “é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente precisos”.
Robert K. Yin nos propõe ainda uma reflexão sobre o estudo de caso como método rigoroso de pesquisa, através de uma abordagem sistêmica e sociológica, apoiando-se em exemplos diversos, comparando com outros tipos de pesquisa. Entretanto, no prefácio à edição de 2005, afirma:
O estudo de caso há muito foi (e continua ser) estereotipado como o parente pobre entre os métodos de ciência social. Os pesquisadores que realizam estudos de caso são vistos como se tivessem rebaixado o nível de suas disciplinas acadêmicas. Os estudos de caso também têm sido denegridos, como se tivessem precisão (ou seja, quantificação), objetividade e rigor insuficientes. Esse estereótipo dos estudos de caso, que começou no século XX, continua no século XXI [...] (YIN, 2005, p. xi).
Por tanto, todo professor ao levar esta metodologia para uma pesquisa de estudo caso, deve deixar bem claro ao aluno que esta deve ser bem sucedida, significativa, completa, ter sempre em mente perspectivas em suas alternativas, apresentando evidencias suficientes, usando a criatividade na elaboração da pesquisa de maneira atraente para que todo trabalho em que o pesquisador tem que imergir na pesquisa para entender como funciona o objeto investigado.
3.1.6 Aprendizagem entre pares ou times
A aprendizagem entre pares e times, como o próprio nome revela, se trata da formação de equipes dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito em conjunto e haja compartilhamento de informações entre os alunos, havendo troca de ideias por meio do trabalho em grupo, possibilitando ensinar e aprender ao mesmo tempo.
É essencial que os alunos estejam engajados na construção do processo por pares/times, ambos devem trabalhar de forma intrínseca em seus conhecimentos e habilidades, sabendo que o professor sempre será o mediador para que as pesquisas possam ser de forma objetiva e precisa.
O aprendizado deixa de ser uma relação de uma única via e passa a constituir-se como um processo colaborativo, para que isso aconteça é fundamental seguir a etapas da aplicação para a esta metodologia de ensino, sendo assim destaco-as:
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Indicação do conteúdo;
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Leitura Prévia;
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Exposição do conteúdo;
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Teste Conceitual;
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Formulação Individual;
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Avaliação das respostas;
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Discussão entre pares.
A partir do método Instrução entre Pares é possível averiguar um avanço na dinâmica em sala de aula, nos resultados de compreensão do conteúdo e no interesse por parte dos alunos no processo de ensino e de aprendizagem. Mazur (1997) afirma que é mais fácil um aluno compreender a explicação de outro aluno. Com tudo, os desafios condizem ao condicionamento do professor e dos alunos a metodologias tradicionais de ensino, de modo que a inovação ainda enfrenta a falta de prática e a resistência a mudanças e a novas responsabilidades.
4 CONCLUSÃO
Ao longo da história da educação tendências pedagógicas e métodos de ensino fizeram e fazem parte do “fazer pedagógico”, codificar e decodificar o sistema de escrita já foi considerado o objetivo central do processo de ensino, através de atividades repetitivas, com técnicas de memorização sem nenhuma ligação com realidade do educando.
Atualmente a aquisição dessas competências fundamentais para a vida em sociedade não se limita a simples leitura e execução de exercícios repetitivos, mas implica numa postura constante de aprimoramento e autoconhecimento, tanto do aluno, como professor. Hoje com as demandas sociais, a interação rápida com o outro e com as informações, num contexto globalizado de atribuições, funções e responsabilidades necessita que o sujeito aluno apresente habilidades e competências para li dar de forma autônoma, critica e proativa diante de todas as esferas da vida cotidiana.
Assim sendo, entendemos que nós educadores devemos encorajar e incentivar nossos alunos, tirando-os da passividade através de atividades enriquecedoras e desafiadoras. Portanto, as Metodologias Ativas de aprendizagem são técnicas de ensino que surgem como estratégias pedagógicas para aprimorar o processo de ensino, que auxilie na compreensão das questões teóricas e práticas do contexto sociocultural em que o aluno está inserido, tornando o aprendizado significativo.
E assim, a educação possa cumprir suas funções, que é preparar os alunos para o exercício de papéis sociais e que sejam capazes de olhar o mundo em que vivem, de interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança e competência, um olhar não como um processo neutro, mas com uma verdadeira visão de mundo, construída a partir da realidade.
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1 Autora: Graduada em Pedagogia, com Especialização em Educação Infantil e Anos Iniciais pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.;
2 Autora: Graduada em Pedagogia, com Especialização em Educação Infantil e Anos Iniciais pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..