O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Mayara Carreira1
Lucio Mauro R. dos Santos 2
RESUMO:
O presente artigo busca desenvolver uma reflexão acerca da importância do orientador educacional na alfabetização de jovens e adultos, e devidos cuidados para com aqueles que retornam aos estudos, sabemos a necessidade do país em desenvolver a educação esta sendo um dos primórdios em questões como elevar o ensino e a erradicando de analfabetos do Brasil. Deve indicar a natureza do problema estudado, o método utilizado, Leis de Diretrizes e bases da Educação, Direitos Humanos, Plano Nacional de Educação (2014-2024) Miriam Pascoal, Paulo Freire, Xavier, Levy, Giroux chegando à conclusão de que no nosso país ainda há um baixo índice de trabalho do psicopedagogo nas instituições escolares e se tratando de Psicopedagogia na Educação de Jovens e adultos é praticamente inexiste. Por isso é necessário que o governo compreenda a importância de um orientador na vida escolar do educando e da comunidade e faça aderir o trabalho para não haver acúmulos de funções e aumento na qualidade de ensino e aprendizagem.
Palavras-Chave: Orientação. Desafios. Educação. Jovens. Adultos.
SUMMARY:
This article seeks to develop a reflection on the importance of the educational advisor in youth and adult literacy, and due care for those returning to education, we know the need of the country to develop education is being one of the beginnings in issues such as raising education and eradicating illiterate people from Brazil. It should indicate the nature of the problem studied, the method used, Laws of Education Guidelines and Bases, Human Rights, National Education Plan (2014-2024) Miriam Pascoal, Paulo Freire, Xavier, Levy, Giroux coming to the conclusion that in our In the country there is still a low rate of work of the psychopedagogue in the school institutions and when it comes to Psychopedagogy in Youth and Adult Education it is practically nonexistent. Therefore it is necessary for the government to understand the importance of a mentor in the school life of the student and the community and to make the work join so that there is no accumulation of functions and increase in the quality of teaching and learning.
Keywords: Guidance. Challenges. Education. Young. Adults.
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INTRODUÇÃO
É notório hoje no Brasil a participação do orientador pedagógico, ou seja, o psicopedagogo em diversos setores sociais , empresas, hospitais, instituições escolares, clínicas entre outros . O Orientador Educacional tem um papel fundamental para o bom funcionamento de uma instituição, pois, é um profissional que busca identificar, agregar e diagnosticar possíveis fragilidades sejam elas de cunho social ou organizacional.
Alencando sobre o trabalho destes profissionais buscamos respostas para agregar suas funções e importância ao sistema de ensino para jovens e adultos (EJA) na fase inicial ( alfabetização) em especial, por se tratar de uma clientela que chega a instituição escolar com diversas fragilidades, sendo elas, de autoestima, cognitivas por fracassos escolares em tempos anteriores ou dificuldades motoras dependendo da faixa de idade. Tendo por objetivo buscar diagnosticar, se esses profissionais estão sendo solicitados para auxiliar essa clientela nas instituições como acontece no ensino infantil e fundamental regular, quais os métodos de trabalho que utiliza, avaliação e prevenção para auxiliar os pedagogos neste processo.
Partindo dessa problemática direcionamos uma pesquisa bibliográfica, em documentos que comprovem a eficácia do trabalho do psicopedagogo a adultos e sua participação na comunidade escolar, quais amparos legislativos esses profissionais dispõe e estes educandos, que diferentemente das crianças já não há tantas preocupações do poder político sobre como está sendo recuperado , sanado as problemáticas do educando e em vista da Educação de Jovens e Adultos a única preocupação aparentemente é a erradicação do analfabetismo no Brasil. Vamos buscar saber se há orientadores educacionais em instituições como essa ou parcerias com as escolas para auxiliar neste primeiro processo. Pretendendo assim, demonstrar a importância do Orientador Educacional na Educação de Jovens e Adultos para que haja um direcionamento especializado e participativo.
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CONTEXTO HISTÓRICO A RESPEITO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL. DIRETRIZES E PARÂMETROS DE BASE EDUCACIONAL.
A história da educação de jovens e adultos no Brasil é muito recente, mesmo estando presente desde o período Colonial, as iniciativas governamentais a respeito da mesma são muito recentes.
A princípio o ensino era organizado com objetivos religiosos, em 1876, foi feito um relatório pelo ministro José Bento da Cunha Figueiredo, apontando à existência de mais de 200 mil alunos frequentes as aulas noturnas. Com o desenvolvimento industrial, no inicio do século XX, iniciou-se um processo de valorização da educação de adultos.
Em 1931 havia no país o ensino dividido em grupos, sendo ele comum de maneira geral e o ensino supletivo de maneira geral e particularizado, vejamos a seguir o que Xavier, C.F refere-se a estes grupos:
[...]em 1931, o ensino apresentava-se organizado em torno de duas matrizes: ensino comum e ensino especial. O ensino comum era composto do ensino não especializado ou geral, ensino semiespecializado, ensino especializado. Já o ensino especial era composto do ensino emendativo e do ensino supletivo. O ensino supletivo, propriamente dito, subdividia-se em formação de caráter geral e de caráter particularizado. O de caráter geral compreendia os níveis elementar (para adultos analfabetos, para soldados - escolas regimentais-, imigrantes, detentos, asilados do Juízo de Menores); de autocultura (cursos por correspondência, rádio difusão, pela gramofonia); de extensão universitária; de continuação (escolas de oportunidade, escolas de continuação, propriamente ditas); de aperfeiçoamento e de alta cultura. Já o ensino supletivo de caráter particularizado compreendia cultura física (ginástica, natação, esgrima etc.), profissional (universidades populares), de línguas/idiomas, religioso (curso de catecismo, escolas dominicais etc.)
Em 1945, com o final da ditadura de Vargas, iniciou-se um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos no país. Com a criação da UNESCO, aconteceu a solicitação aos países integrantes como o Brasil de educar os analfabetos.
Em 1947, o governo lançou a primeira campanha de alfabetização de adultos, propondo alfabetizar analfabetos do país em três meses ( descobriu-se um homem Paulo Freire que sua prática era eficaz e inovadora)
A preocupação de Paulo Freire era de alfabetizar de forma critica e igualitária, visando uma melhora na vida de milhões de brasileiros analfabetos no Brasil, veio por Paulo Freire e outros que seguiam o mesmo pensamento de lutar por essas classes que eram consideradas esquecidas ou menosprezadas, segundo Freire que foi um dos maiores se não o maior alfabetizador de adultos na história do Brasil em seu livro Conscientização menciona que:
Seu movimento começou em 1962 no Nordeste, a região mais pobre do Brasil – 15 milhões de analfabetos sobre 25 milhões de habitantes. Neste momento, a "Aliança para o Progresso”, que fazia da miséria do Nordeste seu “leitmotiv” no Brasil, interessou-se pela experiência realizada na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte (interesse que teve seu fim pouco tempo depois da própria experiência). Freire, P. pág 11.
Por conseguinte, a partir deste movimento Educacional os políticos da época começaram a voltar olhares para o tipo de educação cujo intuito era de natureza alfabetizadora e libertadora a um pensamento de represarias e manipuladora, com interesses ideológicos fazendo assim, surgir perseguições aos métodos de ensino de Paulo Freire. O intuito de Freire diferentemente das outras formas de ensino na época era de levar cidadãos desfavorecidos a tomar consciência de sua realidade e modificá-la tendo consciência dos fatos e acontecimentos históricos e atuais, vejamos a seguir a menção de Freire sobre este movimento:
O movimento de Educação Popular foi uma das numerosas formas de mobilização de massas adotadas no Brasil. R possível registrar numerosos procedimentos de natureza política, social e cultural de mobilização e de conscientização de massas, a partir da crescente participação popular por meio do voto (participação geralmente dirigida pelos líderes populistas) até o movimento de cultura popular organizado pelos estudantes. Freire,P. Pág. 10.
As lutas por esses educandos aconteceram de forma persistente, pois eram muitas adversidades a enfrentar como menciona os escritos de Freire, tais preocupações com a erradicação de analfabetos no país e movimentos perpetuam até os dias de hoje.
Como era de se esperar, os grupos reacionários confundiram sistematicamente, em suas acusações, a política com o educador. A formação da consciência das massas viu-se dessa forma acusada de apresentar os sintomas de uma perigosa estratégia de subversão. E incrível comprovar, nas forças associadas à mobilização popular, uma incapacidade total para perceber e para assumir as consequências implicadas na formação das consciências com vistas à ação. Freire. Pág. 11
Sabe-se que o foco da educação básica segundo as Leis de Diretrizes e Base da Educação (LDB) e a Constituição Federativa Brasileira, é de que a educação visa o preparo para o mercado de trabalho e cidadania.
A Educação é um dos direitos humanos. Está reconhecida no artigo 26 da declaração Universal dos Direitos Humanos:
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Toda pessoa tem direito á instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseado no mérito.
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A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
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A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
Os Estados Signatários do Presente Pacto sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) Art.13 .2. reconhecem que, com o objetivo de assegurar o pleno exercício desse direito:
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A educação primaria deverá ser obrigatória e acessível gratuitamente a todos.
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A educação secundaria em suas diferentes formas, inclusive a educação secundária técnica e profissional, deve ser generalizada e tornar-se acessível a todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito;
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A educação de nível superior deve igualmente tornar-se acessível a todos, com base na capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito;
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Deve-se fomentar e intensificar, na medida do possível, a educação fundamental para aquelas pessoas que não tenham recebido ou terminado o ciclo completo de instrução primária;
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Deve-se prosseguir ativamente o desenvolvimento do sistema escolar em todos os níveis de ensino, implementar um sistema adequado de bolsas estudo, e aprimorar continuamente as condições materiais do corpo docente.
Assim, para suprir tais necessidades e fazer com que garanta o intuito de segundo o Plano Nacional de Educação (PNE) erradicar o analfabetismo no país até o ano de 2024.
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A alfabetização na fase adulta e direcionamentos pedagógicos.
Sabe se, que ao adentrar a sala de aula grande são os paradigmas a serem vencidos, pois muitos educandos retornam as salas com um pensamento de ensino tradicional, desconectado de sua realidade com poucas esperanças de aprendizado, muitos destes já tiveram algum contato com o sistema educacional, porém consideram-se incapazes ou com poucas chances de aprender com uma baixa autoestima de mudança de vida e realidade eles participam por se “dar uma última chance”.
Para isso é necessário que o educador a frente do ensino, estimule-os a pensar criticamente, trazendo situações reais, com uma didática utópica (ou seja, de um contexto real, para uma realidade transformadora) assim, o individuo começa a compreender sua importância no espaço real, pensando criticamente sobre todos os aspectos, com os temas geradores o educador direciona sua prática dentro da realidade geral e individual dos educandos, fazendo os refletir que a escola é um local onde suas chances de mudar de vida só estão iniciando, e que há um longo processo de aprendizado que pode ser para ele uma oportunidade prazerosa de aprender e modificar sua realidade, segundo Freire:
A codificação representa uma dimensão dada da realidade tal como a vivem os indivíduos, e esta dimensão é proposta à sua análise num contexto diferente daquele no qual eles a vivem. Assim a codificação transforma o que era uma maneira de viver num contexto real, num “objectum” no contexto teórico. Os alunos, mais que receber uma informação a propósito disto ou daquilo, analisam os aspectos de sua própria experiência existencial representada na codificação. Ação Cultural para a Libertação. Cambridge (Mass., EUA), 1970.
Contudo, o educador tem um papel imprescindível na vida destes indivíduos, onde sua participação não é só daquele que transmite conteúdos de forma tradicional e sim o que medeia os conhecimentos de uma realidade conectada a uma prática libertadora e critica.
Para que isso ocorra é necessário que aquele que conduz o ensino não se baseie somente na superfície da sua realidade e sim seja critico e analítico para ter base e fazer com que os indivíduos respondam de forma consciente aquilo que vivenciam diariamente.
Segundo Paulo Freire:
Procurar o tema gerador é procurar o pensamento do homem sobre a realidade e a sua ação sobre esta realidade que está em sua práxis. Na medida em que os homens tornam uma atitude ativa na exploração de suas temáticas, nessa medida sua consciência crítica da realidade se aprofunda e anuncia estas temáticas da realidade. Freire, P. pag.18.
O educador deve pensar sempre na intencionalidade por detrás de um pensamento, imagem ou texto, refletir de forma critica e consciente para transmitir e mediar aos educandos, para que assim aconteça uma aprendizagem efetiva.
[...] Formar usuários autônomos da leitura e da escrita é papel fundamental da escola. Pra isso ,é fundamental que ela tome para si esta tarefa, na Educação de Jovens e Adultos, que é constituída por um público que geralmente foi privado de acesso á cultura letrada. Favorecendo um contexto de letramento o professor possibilita que os alunos ampliem seus conhecimentos, compreendam o mundo que os rodeia e sintam-se participantes dele. LEVY, Rejane, 2009 pág.33.
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O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUA PARTICIPAÇÃO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR E NA VIDA DO(S) EDUCANDO(S).
Partindo desta ótica de participação efetiva o O.E (Orientador Educacional) na instituição escolar tem uma função extremamente importante ao desenvolvimento humano, pois auxilia o indivíduo com necessidades especiais ou cognitivas a redescobrir como o conhecimento é construído e a sintetizar conhecimentos adquiridos com a experiência social direcionando a resolução de dificuldades e traçando caminhos para uma melhora de vida e aprendizagem de forma eficiente, o trabalho é adjunto a equipes especializadas como neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, para uma maior eficácia no processo de ensino aprendizagem.
É um profissional que participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição de seus rumos, na elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, nas reuniões do Conselho de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor avaliação do processo educacional. Desta forma, é necessária a discussão sobre a natureza da vida escolar, em que todos os integrantes da equipe pedagógica escolar "questionem criticamente o currículo existente na escola, o currículo oculto, o aparelho político em todos os níveis, a forma e o conteúdo dos textos escolares e as condições de trabalho que caracterizam escolas específicas". (GIROUX, 1987, p. 48)
No trabalho com as instituições escolares brasileiras a orientação educacional ainda é muito pouco reconhecida, havendo poucos estados dentre os 27 utilizando seu trabalho como orientador educacional, ainda mais quando se trata de Educação de Jovens e Adultos o número tende a se reduzir a praticamente inexistente. Por isso é necessário conhecer e valorizar o trabalho do Orientador Educacional (Psicopedagogo), pois sua participação colaborará para que a qualidade do ensino avance, aumente o número de pessoas que obtiveram sucesso na alfabetização para dar prosseguimento as outras etapas de ensino e contribuir para uma maior autonomia, autoestima e participação social destes educandos.
Segundo Miriam Pascoal 2008:
Da mesma forma que se dá o trabalho do orientador educacional no que se refere à comunidade, assim também o é no que se refere à sociedade. O orientador educacional é o profissional da escola que, não tendo um currículo a seguir, pode se organizar para trazer aos alunos os fatos sociais marcantes que nos envolvem, bem como propor a participação em lutas maiores. A escola não pode silenciar face às grandes questões que a mídia veicula diariamente. Discutir a corrupção, os atos de terrorismo, a violência urbana e outras situações presentes na sociedade brasileira e na mundial serão de grande utilidade para os demais componentes curriculares. De modo análogo, não só deve o orientador educacional levar a sociedade para a escola, mas, também, como uma via de mão dupla, levar a escola, suas conquistas e dificuldades para a sociedade.
Estamos vivenciando um tempo onde à mídia digital e a era tecnológica está avançada as formas de trabalho e a capacitação de serviço e formação técnicas cada dia mais requisitadas, uma acessão de pessoas com maior idade novamente ao mercado de trabalho, e isso faz com que o ensino seja revisto e reformulado em alguns aspectos para garantir o cumprimento das normas exigidas pela lei. O educador não deve mais trabalhar sozinho, ele necessita de um especialista para orienta-o em determinados aspectos e auxiliar para que seu trabalho avance é neste momento que o psicopedagogo se faz extremamente importante na interação do educador com o educando e o meio externo e interno da instituição.
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A Orientação Educacional e sua importância ao processo de aprendizagem.
A psicopedagogia é considerada como campo multidisciplinar com métodos e técnicas embasadas em teorias neurológicas do funcionamento cognitivo humano, teorias psicológicas e pedagógicas para atender as necessidades de uma clientela atuando de maneira preventiva ou remediativa, através de multiníveis de atuação e assessorias, averiguação e sistematização de uma problemática trazendo através de avaliações um amplo olhar sobre as intervenções necessárias para aquela determinada (queixa) situação apresentada.
É um profissional que participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição de seus rumos, na elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, nas reuniões do Conselho de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor avaliação do processo educacional. Desta forma, é necessária a discussão sobre a natureza da vida escolar, em que todos os integrantes da equipe pedagógica escolar "questionem criticamente o currículo existente na escola, o currículo oculto, o aparelho político em todos os níveis, a forma e o conteúdo dos textos escolares e as condições de trabalho que caracterizam escolas específicas". (GIROUX, 1987, p. 48)
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Participação efetiva orientador educacional a grupos multifocais ou a direcionamentos individuais.
Neste momento cabe aos educadores identificar e conhecer a realidade de seus educandos para saber como direcionar o ensino a fim de detectar as fragilidades do grupo e fazer devidas intervenções. Sabemos que a instituição escolar segue um currículo como base, e na maioria das vezes o professor tem que dar conta do conteúdo, deixando algumas questões e atenções individuais em segundo plano.
Assim, se faz necessário uma equipe especializada para auxiliar o educador a ampliar suas intervenções de maneira adequada, e é neste momento que a participação do psicopedagogo é de suma importância, pois é ele quem vai orientar analisar, buscar intervenções adequadas, direcionar os educandos que tem uma especificidade a outros profissionais para diagnosticar as possíveis causas do não aprendizado e logo após contribuir para a recuperação e solução dos possíveis problemas.
Adiante, veremos que muitas instituições escolares não aderiram ao trabalho do psicopedagogo, pois preferem dispor suas obrigações a outros profissionais do que os contrata para um efetivo trabalho e contribuição, vejamos a seguir o que Pascoal Miriam diz:
Em que pesem as contribuições do profissional orientador educacional ao processo educativo, muitas escolas, notadamente na rede escolar estadual paulista, não têm mais esse profissional na equipe, o que significa que outro profissional está acumulando as suas funções. Normalmente esse profissional é o coordenador pedagógico, que, além de cumprir a sua extensa função junto aos professores, associa a ela a função do orientador, resultando numa inadequação das duas. Pascoal Miriam, 2008.
É nítido que o Orientador Educacional, ou seja, o psicopedagogo não contribui a instituições por conta de considerarem suas funções adeptas a outros profissionais, fazendo com que sua importância como especialista na área seja direcionado a outro com outra especialização, assim além do trabalho ficar sobrecarregado as suas funções ainda exerce um papel que não é de sua incumbência.
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CONQUISTAS DE UM TRABALHO COM PARCERIAS ENTRE ESCOLA, FAMÍLIA E ORIENTADOR EDUCACIONAL A TODA EQUIPE PARA UMA QUALIDADE DE ENSINO.
As parcerias entre entes faz com que a instituição escolar se torne um lugar prazeroso de se frequentar onde a evasão de alunos diminuirá e consequentemente o aprendizado será efetivo. Por isso, se faz necessário que haja um novo olhar para estes educandos que estão retornando aos estudos para que avancem nas etapas de ensino e seja inserido novamente ao mercado de trabalho com garantias de melhoras de vida e uma autoestima recuperada.
Não resta dúvida de que a gestão escolar que visa à emancipação necessita de apoio e trabalho conjunto de diferentes profissionais da educação, em suas diferentes frentes de atuação, que não podem ser relegadas a segundo plano. Toda escola realiza um trabalho pedagógico composto por situações de caráter burocrático-administrativo e situações de caráter pedagógico-administrativo. O primeiro grupo envolve, prioritariamente, a documentação escolar. Envolve, ainda, a organização e a divisão do trabalho propriamente dito: a divisão de funções, a determinação de horários a serem cumpridos pelos funcionários e horários de funcionamento dos diferentes setores; a divisão do pessoal nos diversos turnos e setores, abertura e fechamento de portões, merenda escolar, etc. Toda essa parte é importante porque, sem ela, a escola não pode caminhar. Ela representa a estrutura indispensável para que seja possível a realização do ato educativo (PASCOAL, 2008).
O psicopedagogo auxiliará a instituição escolar a detectar possíveis problemáticas quanto à evasão escolar, procedimentos atrativos para uma educação efetiva conscientizando os educandos da importância do aprendizado, formação de docentes e organização estrutural no quadro de funcionários, para que assim, a instituição desperte confiança e credibilidade para aqueles que depositam sua confiança em aprender, ou seja, os educando, cujo muito deles desejam utilizar desses conhecimentos de vida para modificar sua realidade e ampliar sua autonomia frente às situações de um mundo letrado.
O orientador educacional é o profissional encarregado da articulação entre escola e família. Assim, cabe a ele a tarefa de contribuir para a aproximação entre as duas, planejando momentos culturais em que a família possa estar presente, junto com seus filhos, na escola. Cabe também ao orientador educacional a tarefa de servir de elo entre a situação escolar do aluno e a família, sempre visando a contribuir para que o aluno possa aprender significativamente. A perspectiva de orientação educacional que consideramos válida não se equipara ao trabalho do psicólogo escolar, que tem dimensão terapêutica. O papel do orientador com relação à família não é apontar desajustes ou procurar os pais apenas para tecer longas reclamações sobre o comportamento do filho e, sim, procurar caminhos, junto com a família, para que o espaço escolar seja favorável ao aluno. Não cabe ao orientador a tarefa de diagnosticar problemas e/ou dificuldades emocionais ou psicológicas e, sim, que volte seu trabalho para os aspectos saudáveis dos alunos (PASCOAL, 2008)
É notório que o trabalho do orientador educacional é de suma importância à instituição escolar, não somente com as instituições que trabalham com a primeira infância, mas também com instituições que trabalham com adultos, pois é o lugar onde muitos depositam suas expectativas e dão sua “ultima chance” para aprender, é o lugar onde muitos conquistam novamente sua autoestima e retorno ao mundo do trabalho, onde não será mais um lugar onde ele possa passar só o tempo, como muitos mencionam, mas o local onde ele aprenderá novos ofícios e despertará novamente a curiosidade e o prazer de aprender. No momento da alfabetização é o mais importante em todas as etapas é ela que irá alavancar os educandos a prosseguir e não evadir. Notamos que o papel do educador é extremamente importante nestes processos, pois é ele quem vai sistematizar e organizar toda concepção de mundo de seus educandos, sendo mediador e organizador de ideias.
Portanto, a instituição escolar deve proporcionar a estes educandos uma diversidade de conhecimentos, artísticos, culturais e sociais. A parceria entre escola, professor e sociedade é de extrema importância para que estes educandos compreendam que a escola não esta longe de sua realidade e sim conciliada a ela, para orientar todo esse processo de organização e formação se faz necessário um profissional especializado e direcionado, neste caso o Orientador Educacional.
Muitos Estados e instituições no Brasil ainda não aderiram o trabalho com O.E, e não deram espaços para conhecer tais procedimentos e técnicas utilizadas por estes profissionais e isto faz com que o trabalho acumule para determinados cargos dentro da instituição.
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CONCLUSÕES
Para que haja um trabalho eficiente dentro de uma instituição é necessário que cada profissional realize suas funções, a sobre carga de algumas delas como o do coordenador pedagógico faz com que muitas situações acabem saindo por despercebidas ou inacabadas como o olhar diferenciado para a instituição em um todo. Para isso é necessário um profissional que conheça métodos e técnicas para equiparação da instituição, organização do quadro de equipe multifuncional, formador de profissionais da educação e auxiliador de educandos com dificuldades de aprendizagem, agente social.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Plano nacional de educação. 2014-2024. BRASIL. <http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014> access on 30 Oct. 2019.
FREIRE, PAULO. Conscientização: Teoria e prática da libertação uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Cortez e Moraes, 1921.
LEVY, Rejane Célia da silva. A psicopegagogia na educação de jovens e adultos (eja). niterói rio de janeiro. 2009. Available from https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/n203089.pdf access on 29 Oct. 2019.
PASCOAL, Miriam; HONORATO, Eliane Costa; ALBUQUERQUE, Fabiana Aparecida de. O orientador educacional no Brasil. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 47, p. 101-120, June 2008. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000100006&lng=en&nrm=iso>. Access on 29 Oct. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-46982008000100006.
SÃO PAULO. Palácio do Governo. Decreto nº 591. São Paulo, SP., 6 de julho de 1992 http://www.capital.sp.gov.br/cidadao/familia-e-assistencia-social/conheca-seus-direitos/pacto-internacional-sobre-direitos-economicos-sociais-e-culturais access on 30 Oct. 2019.
XAVIER, Cristiane Fernanda. História e historiografia da Educação de Jovens e Adultos no Brasil - inteligibilidades, apagamentos, necessidades, possibilidades. Rev. Bras. Hist. Educ., Maringá, v.19, e068, 2019. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-00942019000100509&lng=en&nrm=iso>. Access on 29 Oct. 2019. Epub July 29, 2019. http://dx.doi.org/10.4025/rbhe.v19.2019.e068.
1Acadêmica de pós graduação do Instituto Rhema Educação.
2 Docente orientador