Buscar artigo ou registro:
ESCOLA E FAMÍLIA UMA INTERAÇÃO NECESSÁRIA PARA O SUCESSO
Valquíria Pereira da Silva[1]
RESUMO
O presente artigo discorrerá sobre a importância da interação entre escola e família, no CEMEIS Francisco Wilmar Garcia. Sabe-se que a família é o primeiro suporte para a educação da criança e a educação infantil complementa essa educação, nesse sentido família e escola forma uma equipe, e cada uma deve fazer sua parte para atingir o caminho do sucesso que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor. É na educação infantil que a participação dos pais tem um valor inestimável, por que quando os pais não participam da vida escolar da criança, provoca na mesma uma insegurança. O resultado mostrou-se que na verdade há apenas um desencontro família e escola, por que juntas somarão muito para o desenvolvimento das crianças. É imprescindível para o sucesso escolar que a criança note que seus pais buscam motivá-lo para obter este sucesso; de certa forma, os pais são a força motriz para o estudo das crianças, e seu bom desempenho.
Palavras-chave: Escola. Família. Interação.
ABSTRACT
This article will talk about the importance of the interaction between school and family, at CEMEIS Francisco Wilmar Garcia. It is known that the family is the first support for the child's education and early childhood education complements this education, in this sense family and school form a team, and each must do their part to achieve the path of success that aims to lead children and young people to a better future. It is in early childhood education that parental involvement is invaluable, because when the parents do not participate in the school life of the child, causes the same insecurity. The result showed that in fact there is only one mismatch family and school, which will add together much to the development of children. It is essential for success in school that the child note that your parents seek to motivate you for this success; in a way, the parents are the driving force for the study of children, and their good performance.
Palavras-chave: School. Family. Interaction.
Introdução
O tema Escola e Família uma interação necessária para o sucesso Escolar na Educação Infantil CEMEIS Francisco Wilmar Garcia, foi escolhido considerando a necessidade de desenvolver ações que contribuíssem para que haja um bom relacionamento entre família e a escola.
Por que ambas as instituições vem traçando caminhos diferentes, nesse sentido o problema foi descobrir que participação é essa que a escola tanto espera da família e o que a família espera da escola. O objetivo geral foi identificar a importância da interação família e escola.
Para essa pesquisa foi utilizado mais de um instrumento para obter dados. Primeiro utilizou-se um questionário com dez perguntas, e entregue para dez pais responderem. Segundo foi observada diariamente por meses a rotina de pais, alunos e professores, participei de reuniões, evento e observei muitos pais levarem seus filhos para a creche.
Sendo a educação infantil a primeira etapa da educação básica e, a família a primeira instituição educacional da criança o desenvolvimento desse tema se deu por acreditar que ambas as instituições precisam traçar os mesmos caminhos, dessa forma estarão contribuindo para as crianças terem um bom desenvolvimento escolar, por que quando não há esse entrosamento os alunos se sentem confusos e perdidos. Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, e a escola cabe se adaptar as diversas formas de estruturas familiares.
A importância da família e escola traçarem os mesmos caminhos
Atualmente as famílias, estão mais ausentes por não haver tempo, o mundo de hoje tem cobrado e exigido muito de cada indivíduo, assim os pais estão deixando as suas casas para irem de encontro ao mercado de trabalho para que possam dar mais conforto e sustentabilidade aos seus filhos. Isso contribui para que as crianças fiquem cada vez mais na companhia de outras pessoas como, babás, vizinhos, avós e em instituições responsáveis por essas atividades, creches e escolas que são integrais. Essa transição vem afetando de certa forma as crianças, é que com essa correria do dia a dia os pais ou responsáveis pelas crianças estão deixando de participar de sua vida escola, e a escola vem cobrando essa ausência e maior aproximação para que haja um retorno beneficiando as crianças.
É comum ouvirmos que o grupo familiar, está em crise e, até mesmo se extinguindo. Na verdade, o que vem ocorrendo são mudanças nos papéis dos membros da família, em decorrência das alterações sociais que, por sua vez, acabam colaborando para a existência de diversas formas de constituição e modalidades de educação familiar.
(PEREZ, 2007, p.10)
Segundo Prado (1985, p.8) ´´ embora a forma mais conhecida e valorizada de nossos dias seja a família composta de pai, mãe e filhos, chamada família nuclear, normal etc.´´ Percebemos o quanto esta instituição chamada família é importante para nossa vida social e isso é conquistado desde muito cedo, costuma dizer que a família é a base onde tudo começa é onde a criança desenvolve seus conhecimentos cognitivos.
De acordo com Kaloustian (1988, p. 22) a família é:
[...] o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
A família vem se modificando e essa forma tradicional já não é, mas a mesma, a família moderna de hoje tem arranjos diferentes como, por exemplo, mãe solteira, pais cuidando dos filhos sozinhos sem a presença da mãe, casais de homossexuais, que vem conquistando o direito de adotar crianças, essa é a mais nova forma de família. Só que com essas modificações familiares muitas famílias deixam de acompanhar a vida escolar de seus filhos sejam por falta de tempo, como citado anteriormente estamos vivendo em um mundo competitivo, corrido corremos contra o tempo e deixamos de vivenciar momentos em família. É sabemos o quanto a participação da família ajuda no rendimento escolar e na vida social das crianças, pois elas se tornam crianças seguras e confiantes.
A família deve acolher a criança, oferecendo-lhe um ambiente estável e amoroso. Muitas, infelizmente, não conseguem manter um relacionamento harmonioso. Para algumas pessoas, é bastante difícil, seja por questões econômicas ou sociais. Ao observar este universo, as escolas podem criar um ambiente familiar diferente, “ajudando-as a caminhar para fora de um ambiente familiar adverso e criando uma rede de relações, fora das famílias de origem, que lhes possibilite uma vida digna, com relações humanas estáveis e amorosas” (SZYMANSKI, 2003, pp.62-63).
É imprescindível para o sucesso escolar que a criança note que seus pais buscam motivá-lo para obter este sucesso; de certa forma, os pais são a força motriz para o estudo das crianças, e seu bom desempenho.
O envolvimento dos pais com a escola é essencial para a aprendizagem de sucesso dos alunos. Não basta que os pais saibam que o filho vai a todas as aulas e realizam as tarefas, eles precisam ter interesse no que cada tarefa consiste, e mostrar que estará ali, apoiando a criança ou adolescente, independente de seu desempenho.
O grande problema nesta questão, no entanto, é saber a medida exata com que os pais devem, de fato, se envolver: a criança deve saber que pode contar com os adultos responsáveis em sua vida para ajudá-la, mas jamais para assumir suas responsabilidades. Por isso cabe aos pais cumprirem com suas responsabilidades, como oferecer apoio para o desenvolvimento escolar de seus filhos, e auxiliar quando possível nas tarefas mais difíceis, que a criança possa não conseguir. A escola também tem suas obrigações a serem cumpridas, como oferecer diferentes métodos de explicações e ensino, até que o aluno consiga absorver o que necessita aprender de maneira adequada, sem que se sinta desvalorizado ou incapaz. Além disso, entre as obrigações da escola está a de abrir espaço para que os pais exponham também as suas opiniões e impressões sobre o desenvolvimento do currículo escolar. Sendo assim todos estarão compartilhando ideias. Um exemplo que pode aproximar mais a família da escola é a colaboração dos pais em eventos escolares, Festas comemorativas, etc. Esse tipo de colaboração acaba unindo e tornando-as parceiras em prol de um único objetivo a criança.
As creches e pré-escolas têm vivido um amplo processo de expansão desde o final da década de 1960 na Europa e América do Norte, ou na década de 1970, no caso brasileiro, processo acompanhado da ampliação das pesquisas sobre o tema. Essa expansão quantitativa é um elemento fundamental, básico, material, que sustenta a dinâmica transformadora do que pode ser definido como um novo momento na história da educação infantil. A própria expressão educação infantil foi adotada recentemente em nosso país, consagrada nas disposições expressas na Constituição de 1988, assim como na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, para caracterizar as instituições educacionais pré-escolares, abarcando o atendimento dos 0 aos 6 anos de idade (KUHLMANN, 2001, p.7).
A educação por muito tempo conviveu e ainda convive com a falta de alimentação da criança e a carência na saúde, assim, a maioria das creches publicas oferecia atendimento assistencialista, suprindo essas necessidades. Enquanto isso, a creches privadas trabalhava outros aspectos da criança, como o emocional, o social e o cognitivo. O advento da Constituição de 1988 colocou a pré-escola como necessidade e direito de todos, integrando-a ao sistema de ensino e incluindo-a na política educacional, numa concepção pedagógica que complementa a ação da família, sendo dever do Estado e direito da criança.
E nesse sentido que devemos pensar a educação infantil, além dos cuidados necessários, focar na aprendizagem da criança, a criança é um ser magnífico, incrível a rapidez que um criança aprende tudo que é transmitido para ela ela aprende, cabe a escola transmitir todo o conhecimento para as mesmas, mas é dever da família dar continuidade desse aprendizado, pois é nesse período que a participação dos pais é tão importante, estudos da fundação Itaú social afirma que o ambiente familiar é responsável por 70% do desempenho de um estudante.
Toda aprendizagem começa em casa, em meio á família e de maneira informal. A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo o individuo.
De acordo com Vila (2000, p. 41) ´´ a educação infantil tem três atores: crianças, família e profissionais da educação.
Por isso a importância de uma parceria onde haja a participação da família dos professores e da escola, porque é na educação infantil que a criança começa a perceber um mundo diferente, vivencia experiências novas com a qual não estava acostumada por que até então vivenciava momentos apenas com a família e o seu meio. Na educação infantil ela terá a oportunidade de dividir essas experiências adquiridas com outras crianças e assim vice-versa.
A educação infantil é muito mais que uma ocupação das crianças num espaço educativo. Ela se caracteriza por uma pedagogia de inserção social civilizatória que além de integrar programas de aprendizagem proporciona um reconhecimento da criança se tornando também um aluno (POOLI, 201, P.103)
É na educação infantil que a criança aprende a lidar com seus medos, frustações, emoções e a conviver em grupo, desde dividir um brinquedo que antes era só seu. Tudo aquilo que ele aprendeu em seu seio familiar passa agora colocar em pratica.
Havendo uma troca de experiência, convivendo com rotina bem diferente. Nessa fase é importante o cuidado com as crianças desde observar uma brincadeira com os colegas, pois não está acostumada a sofrerem frustações, por isso a participação dos pais é dos professores são fundamentais para transmitir segurança para as crianças e assim elas vão lidando com as frustações, o melhor remédio nesse caso é o amor e a atenção e deixar as crianças desenvolver suas potencialidades.
A família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as atitudes destes frente às emergências de autoria, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos (FERNANDES, 2001, P. 42).
Dessa forma entende-se que a família deve se esforçar e colaborar na educação de seus filhos, seja dialogando com os filhos sobre o conteúdo que a criança está vivenciando na escola, ajudando na tarefa de casa, indo a reuniões. A ausência dos pais as reuniões pedagógicas pode ser um indicativo do pouco acompanhamento da vida das crianças por partes dos pais, os pais se quiserem podem desenvolver uma relação forte com a escola. É na educação infantil que a participação dos pais tem um valor inestimável, por que quando os pais não participam da vida escolar da criança, provoca na mesma uma insegurança emocional na criança por isso à participação é fundamental.
Só que não basca apenas levar e buscar as crianças na escola tem que haver uma interação, essa participação não precisa ser necessariamente dos pais e mãe, como citado anteriormente à família não é mais a mesma, a participação pode vir, dos avós, tios, padrinhos enfim do responsável. Não é por que a mãe ou o pai assinou a matriculo sendo responsável que somente eles podem participar das reuniões pedagógicas.
Muitos pais hoje não têm tempo ou os horários ou as profissões não batem com os da escola. Já ouvi casos de mães caminhoneiros que nunca poderão participar de uma reunião, mais nem por isso deixou de ligar para a escola de seus filhos para saber como está o desenvolvimento da criança. Existem várias maneiras de estar se comunicando com a escola seja através de bilhetes, como muitas escolas usam agendas para estar se comunicando com os familiares das crianças. E os pais também podem estar se informando através de sites para poder conhecer o projeto da escola, ou se não poder participar da reunião no dia, procura a escola num dia apropriado o importante é não deixar de participar. A participação dos pais ajuda os professores a desenvolver seus projetos pedagógicos e facilita o aprendizado das crianças. Segundo Jardim (2006, p. 43) enfatiza que,
A responsabilidade de educar não pode ser só atribuída à família ou a escola, pois se a família atua de forma profunda e durante mais tempo, a escola oferece condições especiais para influir sobre o educando, pela formação especializada de seus elementos.
Muito se discuti da ausência dos pais na vida escolar dos filhos, mas às vezes os professores se sentem desconfortáveis com a presença dos mesmos as instituições e também a ausência dos pais é vista como uma transferência de papeis, depositando toda responsabilidade para os professores. Inúmeras são as reclamações de professores que acreditam que muitos pais veem as creches como deposito de crianças deixando para os professores todos os cuidados, desde higiene pessoal, cortar as unhas, banho, escovar os dentes e os cuidados com material escolar enfim toda responsabilidade para a escola. De acordo com Cervera (2005 s/p): “A responsabilidade dos estudos recai sobre os pais, os professores e sobre o filho-aluno. É uma responsabilidade partilhada e, portanto, nenhuma das três partes deve permanecer à margem desta tarefa ou ter ópticas diferentes”.
Por outro lado, muitas famílias também se queixam da escola de seus filhos seja do ensino, da falta de qualificação de muitos professores, maus cuidados e descontentamento e vice-versa. No entanto o que se vê é um desencontro por que se a escola e a família formarem uma parceria somarão e muito, não tem como duas instituições tão importantes para o desenvolvimento do ser humano, andar de lados opostos.
(...) a educação infantil é muito mais do que uma ocupação das pedagogias de inserção social civilizatória que além de integrar programas de aprendizagem proporciona um reconhecimento da criança se tornando também um aluno (POOLI, 2001, P.103).
Por muito tempo a educação infantil era vista apenas como uma ação assistencialista, apenas cuidar das crianças. Devido a vários órgãos criados para assegurar essas crianças, a educação infantil passou a ser assegurada pela constituição federal, devido a isso nova lei foi surgindo e com ela, A educação infantil, desde a LDBN 9394/96, como nível de ensino integral a educação Básica tem também como responsabilidade educar e cuidar da criança de até seis anos de idade. E exige profissionais pelo menos com formação inicial. Por que a educação infantil vai além desse cuidar, hoje a preocupação maior não é só cuidar mais sim o aprendizado dessas crianças e o desenvolvimento cognitivo, sendo assim a primeira parte da educação básica.
Segundo Dalabona (2008,p.33), a formação do caráter e dos valores morais do ser humano começa nas famílias mas a escola tem papel fundamental na continuação do que foi aprendido em casa.
A escola tem papel significativo no desenvolvimento das crianças é na escola que ela aprende a compartilhar dividir com outras crianças os brinquedos e objetos que antes utilizava sozinha; deve esperar sua vez e aprender a conviver com pessoas diferentes. A criança chega à sala de aula com uma bagagem, adquirida em casa com seus familiares, comunidade recheadas de valores, crenças, ideias, com uma base. Essas experiências serão divididas quando inseridas num mesmo espaço, pois é na sala de aula que essas experiências são divididas havendo assim uma troca de conhecimento. E o professor está lá para ajudar nessa realização, respeitando e também acrescentando ainda mais conhecimento nessa bagagem.
Por isso percebemos como a família e a escola são instituições importantíssimas na vida das crianças e onde tudo começa por isso a preocupação dessas duas instituições criarem uma parceria.
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais, leva, pois muita coisa mais que a uma informação mutua: este intercambio acaba resultando em ajuda reciproca e, frequentemente em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais a ao proporcionar, reciprocamente aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se a uma divisão de responsabilidade (...) PIAGET, 2007, P.50.
Nesse sentido a escola pode dar o primeiro passo, convidando os pais para conhecer a escola de seus filhos, a equipe pedagógica os funcionários para que eles se apropriem do espaço e se sintam a vontade para fazer parte desse espaço. Dessa forma abrira a oportunidade de estarem discutindo sobre os direitos e deveres de cada um.
A escola nessa construção de parceria deve deixar a família vivenciar situações que lhes possibilitem se sentirem participantes e importantes para essa parceria dar certo.
A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais para passar informação relevante sobre seus objetivos recursos, problemas também sobre as questões pedagógicas. Só assim a família ira se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano (PARO), (S, B.)
Não existe uma maneira correta de participar da educação dos filhos e sim caminhos, que devem ser traçados da melhor maneira que beneficie ambas as instituições, valorizando e respeitando o espaço a ser descoberto. Desse modo família e escola estarão compartilhando a responsabilidade do desenvolvimento e aprendizado integral da criança.
O que temos ainda hoje e um caminho a ser percorrido um caminho de cooperação que só será efetivo se os pais compreenderem que a escola não cabe exercer a função moral da família. E se a escola promovesse ações de conscientização junto a essas famílias para que ficasse clara a importância do dever de cada um no desenvolvimento do aluno/filho, e que, embora essa parceria escola e família sejam essencial, cada um desses seto9res deve conservar suas particularidades. (DISANTO, 2007 apud SILVA 2008).
A falta de motivação e a procrastinação são grandes fatores que prejudicam os estudos. Muitas vezes a família não participa do processo educativo dos filhos, lançando todas as responsabilidades para a escola. Pelo contrário do que os pais, ocupadíssimos, imaginam a independência não aparecem por se fazer às coisas sozinhas, mas por se conquistar segurança para poder caminhar com as próprias pernas. E segurança só se conquista através da participação do outro, do elogio que se recebe, da credibilidade confiada. Tiba (2002, p.181), afirma que
“se os pais acompanharem o rendimento escolar do filho desde o começo do ano, poderão identificar precocemente essas tendências e, com o apoio dos professores, reativar seu interesse por determinada disciplina em que vai mal”.
Temos visto crianças sozinhas para estudar, para fazer suas tarefas, para montar trabalhos. Não que os pais devam fazer para os filhos, mas devem compartilhar esses momentos, mostrando interesse, opinando, fazendo suas considerações sobre as mesmas, valorizando aquilo que seus filhos fazem.
Alguns pais cobram das escolas as notas baixas dos filhos, mas não participam da vida escolar dos mesmos, acreditando que todas as responsabilidades devem advir da instituição educativa. Muitos chegam a manifestar que pagam as mensalidades e que querem ver o retorno do dinheiro aplicado.
Mas o maior investimento é a presença, a participação, a contribuição, se inteirando da rotina escolar dos filhos. Isso é dever de casa dos pais, obrigação dos pais, além disso, existem outros comprometimentos da família que devem aparecer, a fim de despertar o mérito intelectual dos estudantes. criar um ambiente favorável ao aprendizado – é comum a criança estudar enquanto a família assiste televisão, o que tira a concentração do estudante, orientar os filhos na hora das tarefas, participar, mas sem dar as respostas, sem fazer as mesmas para eles, brigas e discussões constantes também atrapalham a concentração do aluno, deixando-o ansioso e inseguro, falta de uma biblioteca dentro de casa, a fim de possibilitar o incentivo à leitura, bem como de se fazer pesquisas escolares, também prejudica, lançar elogios pelo cumprimento das tarefas, por mínimas que sejam, torna a criança ou o adolescente feliz, dando-lhe maior confiança, participar de reuniões na escola e dispor de tempo para levar o filho até a sala de aula é uma forma de cumprimentar os professores e saber se está tudo bem, tiver interesse pelas coisas que o filho faz na escola, sejam nas provas, apresentações de trabalhos, atividades esportivas ou artísticas, evitarem pressões com notas, o que pode atrapalhar ainda mais o estudante. Tiba (2002, p.183) afirma que “[...] quando a escola o pai e a mãe falam a mesma língua e têm valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não joga a escola contra os pais e vice-versa [...]”.
Um passo importante para a construção de uma parceria entre a escola e a família é, sem dúvida, a identificação desta como instituição educadora, tendo sempre o que transmitir e o que aprender. “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 1987, p. 68).
Para que a parceria dê certo é preciso que haja respeito mútuo, o que favorece a confiança e demonstra competência de ambas as partes. Mas, para que isso aconteça, é preciso haver delimitações no papel de cada uma. Com essas atitudes, com os pais cumprindo o seu dever de casa, suas responsabilidades diante dos estudos dos filhos, com certeza o processo educativo será alavancado por vitórias, que também aparecem através da amizade entre família e escola. É bom lembrar que o sucesso acontece através da segurança. E isso é um processo continuo que deve começar nos primeiros anos iniciais da vida escolar dos filhos.
Metodologia
Sempre se houve a escola reclamar da ausência da família na vida escolar de seus filhos. Nesse sentido usei dois procedimentos que pode me ajudar a descobrir que participação é essa que a escola espera da família, e também, identifiquei a importância e os benefícios que essa parceria provoca na vida escolar da criança desde a educação infantil.
O estudo foi realizado no CEMEIS Francisco Wilmar Garcia, em Primavera do Norte Distrito de Sorriso Mato Grosso. As pesquisas ocorreram março de 2013 a novembro de 2013. Para essa pesquisa foi utilizado mais de um instrumento para obter dados. Primeiro foi utilizado um questionário com dez perguntas, e entregues para dez pais responderem.
Outra formar foi observar, esse ponto foi mais fácil para mim por que fui estagiária NO CEMEIS Francisco Wilmar Garcia por dois anos, auxiliando professores do maternal II, me defrontando diariamente com a realidade estudada. Nesse sentido tive a oportunidade de conhecer muitos pais havendo então uma grande liberdade de oferece o questionário para eles responderem mesmo nessa situação me colocou para os professores e pais o meu papel na situação e os objetivos da pesquisa até por que para observar você precisa saber o que vai observar por isso a importância de planejar o que você procura saber.
Participei também de varia reuniões pedagógicas onde pude notar a falta dos pais as reuniões, e também a muitos eventos, datas comemorativas, com dia das mães, pais etc.
Nesses eventos notava a participação de muitos pais e de professores, preparando tudo com muito carinho para melhor atender os pais e a toda comunidade.
Como complementação, utilizei pesquisa bibliográfica baseadas em pesquisas feitas em site e livros.
Considerações finais
Acredito que os objetivos desta pesquisa foram atingidos por que de certa forma despertei no CEMEIS uma questão que se tanto discutia mais não se mostrava maneira que essa interação família e escola pudessem acontecer. Por que sabemos que a família é a primeira instituição educacional é onde a criança recebe seus valores, um aprendizado informal mais de suma importância para o desenvolvimento humano sabe-se também que a mesma deve participar da vida escola da criança, mais que muitas vezes não sabe de que maneira se aproximar da escola e até a própria escola não da essa abertura para que haja essa aproximação.
Na verdade, o que eu percebi é que não existe uma maneira correta de participar da educação dos filhos e sim caminhos, que devem ser traçados da melhor maneira que beneficie ambas as instituições, a palavra chave para essa parceria dar certo é valorizar e respeitar o espaço a ser descoberto. Notei também dificuldades dos pais acompanharem o processo escolar dos seus filhos, desde participarem das reuniões pedagógicas, palestras que o CEMEIS vem oferecendo de higienização bucal, higiene pessoal e alimentação com profissionais da área explicando a importância desses cuidados, mais a participação dos pais ou responsável são mínimas desanimando os profissionais aponto de desistirem do projeto.
Mas o ponto positivo é que muitos pais descobriram que podem participar de outras maneiras, pois muitos trabalham e não tem como participar dessas reuniões e projeto, por exemplo, muitas mães responderam que vão auxiliar o aprendizado dos filhos no interior do lar; o importante é não atribuir à escola total responsabilidade, pois buscar uma relação de parceria não significa transferir a responsabilidade de pais para a escola, assim como a escola não pode responsabilizar os pais pelo aproveitamento escolar dos filhos.
Assim, penso que na relação família escola devem-se criar possibilidades para uma relação dialógica, crítica e libertadora a fim de se fazer mais visível a participação dos pais no espaço escolar.
As maiorias das crianças que têm o acompanhamento familiar acabam se destacando mais na escola, pois são mais seguras. Por isso a importância dos pais nessa fase da criança. Mas não podemos nos esquecer das crianças que trazem dificuldades de casa, pois são as que mais precisam de nosso apoio, não da para esperar um bom desempenho dos pais para só então educar nossos alunos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9.394 de 20/12/1996 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Relações entre família e escola e suas,
CERVERA, José Manuel; ALCÁZAR, José Antônio Os pais perante o rendimento escolar.
CURY, A. J. Pais brilhantes, Professores fascinantes. 6. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo, Paz e Terra, 1987.
GOKHALE, S.D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº 30, ano XVI. Rio
KALOUSTIAN, S.M. (org.) Família Brasileira, a Base de Tudo. São Paulo: Cortez; Brasília,
HLMANN JR, Moysés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. 2ª ed.
MELO Alessandro de, SANDRA Terezinha Urbanetz. Trabalho de Conclusão de Curso em Pedagogia. IBPEX
PARO V. H. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2007.
PRADO, Danda. O que é família. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. (Coleção primeiros passos).
PEREZ, M. C. A. Infância, família e escola: práticas educativas e seus efeitos no desempenho escolar de crianças das camadas populares. São Carlos: Suprema, 2007.
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007.
DF: UNICEF, 1988.
POOLI, São Paulo. Quando um outro se torna muitos outros: da família a escola, complexidade da descoberta do mundo social.IN A criança de 0 a 6 anos e a educação infantil: um retrato multifacetado. Canoas: Editora da Ultra, 201.( 2001).
POLONIA, Ana Costa; DESSEN, Maria Auxiliadora. Relações Família e Escola. Porto Alegre, RS: Editora Mediação, 2001.
ROSENAU, Luciana dos Santos, Diagnóstico do fazer docente na educação infantil. IBPEX.
SZYMANSKI, H. A relação escola/família: desafios e perspectivas. Brasília, DF, Plano Editora, 2003.
TIBA, Içami. Disciplina, Limite na medida certa. 41ª ed. São Paulo: Gente, 1996. 240p.
[1] Pedagoga, atua na área educacional. – Artigo apresentado em 2014 como Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia UNINTER. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
ANEXOS
QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS OU RESPONSÁVEIS PELAS CRIANÇAS.
1) Você comparece às reuniões pedagógicas da escola de seu filho ao ser convocado? Justifique?
2)Você considera importante a integração entre a escola e família no processo de ensino-aprendizagem dos seus filhos?
3) Como você avalia as reuniões que ocorrem na escola dos seus filhos?
4) Na prática, quais as estratégias que a escola do seu (a) filho (a) utiliza para estar abrindo as portas para a família?
5)Na sua opinião, qual a função social da escola?
6)Qual a função da família?
7)Na sua opinião, como você gostaria que fosse a articulação família-escola?
8 ) De que forma você contribui em casa, no processo de aprendizagem do seu
Filho?
9 ).Você conhece a professora do seu filho?
10) Você acha importante a participação da Família na escola?
- Acessos: 2287
Indisponível no momento.
- Acessos: 895
LEI 11.645/08: a questão étnico-cultural nas escolas
Rosângela Gomes Moreira[1]
RESUMO
Este artigo traz informações sobre o conhecimento que professores e alunos têm da Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino das culturas negra e indígena nas Instituições de ensino de todo país. A pesquisa foi desenvolvida com alunos e professores de escolas públicas e privadas do município de Sinop-MT e constatou que o preconceito ainda se faz presente em nossa sociedade, principalmente quando se refere aos negros e aos índios. Verificou-se que a escola é um caminho para a superação dos preconceitos. Dessa forma concluiu-se que o trabalho que está sendo desenvolvido em algumas escolas começa a mostrar resultados positivos na busca da eliminação do preconceito e do racismo, fazendo com que os alunos passem a ver o outro com respeito.
Palavras-chave: Educação. Lei 11.645/2008. Professores e Alunos.
ABSTRACT
This article provides information on the knowledge that teachers and students have of Law 11,645 / 2008, mandating the teaching of black and indigenous cultures in educational institutions around the country. The research was conducted with students and teachers from public and private schools in the city of Sinop-MT and found that prejudice is still present in our society, especially when it comes to blacks and Indians. It was found that the school is a way to overcome prejudices. Thus it was concluded that the work that is being developed in some schools is beginning to show positive results in the pursuit of the elimination of prejudice and racism, so that students come to see each other with respect.
Keywords: Education. Law 11.645 / 2008. Teachers and Students.
Introdução
Somos sabedores de que a escola é a mediadora das construções culturais e de que deve buscar a superação dos diversos tipos de preconceitos. Dessa forma a presente pesquisa procurou investigar se a Lei 11.645/2008 que trata da obrigatoriedade do ensino das culturas negras e indígenas nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados está sendo cumprida e de que maneira está sendo realizada. Objetivou-se ainda observar se os profissionais da educação têm conhecimento dessa lei, analisando de que forma ela vem sendo trabalhada com os alunos em sala de aula.
A pesquisa foi realizada em cinco escolas de Sinop, sendo três municipais e duas particulares, com alunos do 2° e 3° anos, do ensino fundamental. Foram entrevistados professores e alunos, utilizando um roteiro semi-estruturado, pois as perguntas iam surgindo durante o diálogo com os mesmos.
A maneira como é trabalhada essas diferenças é muito importante para que se possam ter resultados positivos. É preciso dar uma atenção especial á esta questão, pois vivenciamos diariamente intolerância pelas diferenças e consideramos que a educação é o melhor caminho para mudar essa realidade e quando me refiro ás diferenças, essas vão além da cor da pele, são diferenças no todo, por que somos seres únicos, diferentes na maneira de agir, pensar, nas nossas crenças, enfim, somos seres culturalmente diferentes e essas diferenças precisam ser respeitadas.
O negro e o índio no Brasil
Desde o início de nossa escolarização, a imagem do negro e do índio que nos foi apresentada veio carregada de preconceito e discriminação. Estes povos sempre foram apresentados na escola como seres de uma classe inferior em relação ao mundo europeu civilizado. Hoje compreendemos que os povos indígenas e os negros sempre foram marginalizados, sofreram descaso e preconceito, vistos pela sociedade como povos de uma cultura inferior.
Percebemos que nos dias atuais os negros e os índios ainda sofrem preconceito. O tempo passou, mas com ele o preconceito e a discriminação caminharam e se mantiveram juntos. Existem muitas ideias e opiniões formadas sobre essas duas culturas, que não correspondem à realidade, e acabamos alimentando-as como verdades absolutas.
Neste sentido, é necessário trabalhar a história do negro e do índio, suas contribuições, seus costumes, para que possamos acabar com essa visão estereotipada dessas duas culturas, para que sejam realmente conhecidas e respeitadas.
Preconceito e discriminação
Mas afinal o que é racismo, preconceito racial e discriminação racial? Segundo Maria Lúcia Rodrigues Muller (2009, p.16-17, grifos do autor):
Racismo e preconceito racial são modos negativos de perceber pessoas ou grupos raciais que possuem características físicas daquelas dos que se consideram maioria ou que se consideram “melhores”, “superiores”. Aí entram como características que marcam a “cor” da pele, o tipo de cabelo, o tipo de nariz, o tipo de lábios etc. Já a discriminação racial é uma ação, atitude ou manifestação contra uma pessoa ou grupo de pessoas em razão de sua raça ou “cor”.
Na maioria das vezes o racista ou preconceituoso conhece muito pouco as pessoas das quais ele tem preconceito, são sentimentos adquiridos ao longo de sua existência através do convívio com outras pessoas que são preconceituosas ou racistas, que simplesmente transmitem essas ideias negativas do ‘outro’ sem nenhuma comprovação, apenas sob julgamentos negativos que eles mesmos construíram sobre os demais. Ou seja, o racismo e o preconceito são socialmente construídos.
Sendo assim é necessário falarmos sobre preconceito e discriminação, pois está muito presente no nosso dia a dia, e, além disso, é preciso termos consciência de que isso precisa mudar. São idéias construídas a partir de coisas que ouvimos falar, então é possível sim, desconstruirmos essas ideias, que não tem comprovação nenhuma. De acordo com LuisDonisete Benzi Grupioni (2004, p. 485):
[...] cada cultura vê o mundo, através de pressupostos, que lhe são próprios. E muitas vezes, não só vemos, como também julgamos. E é neste momento, em que tomamos nossos pressupostos (significados que damos às coisas e aos acontecimentos, valores pelos quais nos guiamos e regras que pautam nossas condutas) como padrões para julgarmos ou entendermos as outras culturas, que tomamos atitudes etnocêntricas (centradas na nossa cultura) e preconceituosas. Quase sempre, temos uma valorização positiva do nosso próprio grupo, aliado a um preconceito acrítico em favor do nosso grupo e uma visão distorcida e preconceituosa em relação aos demais. Precisamos, assim, perceber que somos uma cultura, um grupo, e mesmo uma nação no meio de muitas outras. Que nossas explicações são particulares, específicas e diferentes das de outros grupos, que também têm as suas.
Somos seres únicos e ao mesmo tempo, somos iguais, não temos valor maior ou menor que outros, apenas pela cultura da qual fazemos parte.
A escola como um mecanismo de mudança
A escola é sem dúvida o melhor ambiente para tratarmos essa questão. Através da educação poderemos ter um país mais justo e igualitário, não repetindo para os nossos alunos esse racismo e preconceito ainda tão presentes em nossa sociedade.
Vivemos em um país formado por uma grande diversidade de povos e culturas, porém a presença de povos de diferentes origens, entre elas branca, negra e indígena não significa a livre aceitação se uns pelos outros, ao contrário, apesar de estarmos num país onde se exalta a tolerância entre as raças, sabemos que ainda existe muito preconceito, principalmente nas escolas. Dessa forma, todo trabalho que vise tornar a sociedade mais justa, democrática e fraterna deve ser exaltado.
É de fundamental importância que se trabalhe esse assunto na escola, no sentido de possibilitar a reflexão, sobre a importância de cada cultura, incentivando o respeito pela diversidade cultural existente em nosso país, colocando-se cada vez mais contra as diversas formas de discriminação.
A realidade das relações étnico-culturais no espaço escolar de Sinop-MT
Sabemos que os livros didáticos trazem a história dos povos indígenas e dos negros de forma superficial, histórias que se repetem ao longo dos anos.
Segundo Antonio Carlos de Souza Lima (2004, p.408):
A ausência de reflexão e conhecimento organizado não se acha sinalizada com clareza no tipo de literatura sobre os indígenas que está mais facilmente à disposição dos educadores. Pelo contrário, algumas versões consagradas pela repetição são sempre apresentadas como definitivas. Penso que essa literatura não é a “responsável pela ignorância” acerca do assunto, mas só reproduz pré-conceitos em muito oriundos da trajetória (social, política e intelectual) das disciplinas de Antropologia e História no nosso país. É preciso, pois, lidar com estes esquemas de geração de conhecimento, tentar entendê-los, para abrir caminho a conteúdos às vezes já disponíveis enquanto produtos de pesquisa, mas que nunca chegam às classes de aula.
Na realidade existem muitas idéias inculcadas de forma negativa na maneira de pensar a história brasileira, que alimentam, orientam e permitem a repetição no modo de enxergar os índios e os negros de maneira que permanecem como povos escravizados e vítimas de preconceito. Nos livros didáticos surgem apenas como vítimas dos senhores da terra, não como povos que lutaram para conquistarem seu espaço e sua liberdade, que tiveram grande contribuição para a cultura brasileira.
Exatamente por esses motivos e outros mais, buscou-se com essa pesquisa verificar como os professores estão reorganizando a educação no que se refere ao negro e ao índio.
A pesquisa foi realizada em cinco escolas, com o objetivo de conhecer as formas com que os professores estão trabalhando a questão étnico-cultural, sendo três municipais e duas do ensino privado, com alunos de 6 a 10 anos de idade.
Conversei com alunos e professores a respeito da Lei 11.645/2008 e a forma como é trabalhada em sala de aula. Os professores dizem ter conhecimento da mesma e que a trabalham em sala de aula, pois esta consta na ementa da escola, já os alunos, alguns dizem ter ouvido falar, mas sabem pouco sobre ela.
Em duas escolas pesquisadas, tive a oportunidade de conhecer um projeto que é sempre trabalhado na escola, que se chama Pretinho meu boneco querido, é baseado em um livro da autora Maria Cristina Furtado, que traz a história de um boneco preto que era rejeitado pelos outros bonecos de cor clara. E os outros bonecos queriam pintá-lo de outra cor, até que a menina Nininha, dona dos bonecos e que falava com eles, ficou sabendo da atitude dos outros em relação ao Pretinho e contou a história dos povos negros, suas batalhas e conquistas. Depois de ouvirem Nininha, os bonecos começaram a admirar Pretinho, e a respeitar sua cor.
Este é o projeto da escola: PROJETO LITERATURA INFANTIL, Tema: Pretinho, meu boneco querido de Maria Christina Furtado.
O projeto é trabalhado com as crianças do 3° ano, durante o ano todo, e funciona da seguinte forma:
Todos os dias a professora faz um sorteio para escolher a criança que levará o boneco Pretinho pra casa. A criança sorteada leva o boneco e escreve em uma folha de papel como foi passar o dia com o Pretinho. As crianças descrevem tudo que fizeram: dão banho no Pretinho e até fazem novas roupinhas para ele e onde elas vão levam o Pretinho junto, seja na pizzaria, na casa da vovó, no jogo de futebol, enfim, o Pretinho os acompanha em tudo que vão fazer.
As crianças se mostraram muito empolgadas com esse projeto. Elas me contaram que torcem para serem sorteadas na sexta feira, assim podem passar o fim de semana todo com ele. É mais tempo junto com o boneco Pretinho. Tive acesso a um livro que foi escrito a partir dos relatos das crianças, das anotações feitas por eles ao passarem o dia com o Pretinho.Cada aluno escreve como foi o dia com o Pretinho e na manhã seguinte relata para os colegas como foi o dia com ele.
Abaixo a capa do livro confeccionado a partir dos relatos escritos por cada aluno que passa o dia com o boneco Pretinho e o boneco Pretinho.
Alguns relatos dos alunos depois de passarem um dia com o Pretinho:
(01) Aluno 1: Ao sairmos da escola fomos almoçar, minha irmã emprestou pratos e talheres para Carlos, comemos macarronada e depois fomos resolver coisas no centro. Quando voltamos tomamos banho e fomos ao cinema, assistimos Os Vingadores, depois comemos um hambúrguer, voltamos para casa e fomos dormir. Terça meu pai me acordou às seis e quinze da manhã, nos trocamos, tomamos café e fomos para a escola, brincamos na hora da saída , fomos viajar e comemos um lanche. A tarde fomos visitar minha avó, bem não é bem uma vó, é uma avó de consideração. Lanchamos e brincamos com uma amiga da minha irmã, depois voltamos para Sinop e fizemos as tarefas, então fomos dormir.
(02) Aluno 2: Eu fui a última a levar o Pretinho para casa. Quando cheguei mamãe estava preparando o almoço quando cheguei com o Carlos, papai chegou e fomos almoçar, todos gostaram do Pretinho, mas a Laila, minha cachorrinha, ficou com ciúmes dele.Após o almoço coloquei o Pretinho para dormir porque ele estava cansadinho e precisava descansar para mais tarde irmos à Exponop. Chegando lá andamos em muitos brinquedos e foi muito gostoso levar Pretinho comigo, comemos crep e tomamos refrigerante. Carlos me ensinou que temos que respeitar as filas, pois lá muitas crianças estavam brigando para furar fila.Na volta passamos na farmácia, no posto de gasolina e no mercado da amiga da minha mãe, estávamos bem cansados, mamãe fez uma sopinha bem gostosa para nós. Foi um dia maravilhoso.Te amo Pretinho. Beijos
A professora responsável pelo projeto disse que não é trabalhada apenas a questão da cor, embora o Pretinho seja um boneco negro, o projeto trabalha principalmente as diferenças de cada um, como por exemplo, os gostos, as brincadeiras preferidas de cada um, os hábitos, as famílias. Por isso a importância dos alunos relatarem para os demais colegas como foi o dia com o Pretinho. Relatou que na sala em que ela leciona havia um menino que se sentia incomodado por uma garotinha que tinha hábitos diferentes das demais. É uma menina negra que gosta de jogar bola com os meninos, e ela percebeu que ele tinha certo nojo dela também, então conversou com ele e explicou que somos diferentes, gostamos de coisas diferentes, e todos temos que respeitar essas diferenças.
Os relatos escritos pelos alunos, contando como foi passar o dia com o Pretinho nos faz perceber que é muito importante esse projeto, pois as crianças aprendem valores e repassam esses valores à frente, para seus familiares e amigos, e há um envolvimento de todos nesse processo de socialização do ser diferente. Segundo Maria Victória de Mesquita Benevides (1998, p.157):
A educação é aqui entendida, basicamente, como a formação do ser humano para desenvolver suas potencialidades de conhecimentos, julgamento e escolha para viver conscientemente em sociedade, o que inclui também a noção de que o processo educacional, em si, contribui tanto para conservar quanto para mudar valores, crenças, mentalidades, costumes e práticas.
Dessa forma podemos afirmar que a educação é responsável tanto para se plantar idéias novas, quanto para conservar as já existentes e nesse caso a educação pretende plantar idéias novas, conscientizando essa nova geração a viver conscientemente, respeitando e valorizando as diferenças no geral.
Conclusão
Com esta pesquisa pôde-se verificar que em relação ao conhecimento da Lei 11.645/2008, os professores até têm o conhecimento da mesma, mas a forma como essa lei é trabalhada em sala de aula na maioria das escolas pesquisadas, deixa a desejar. Trabalham de forma superficial, utilizando apenas livros didáticos e repetições que nada trazem de novo, que não permitem nenhuma reflexão por parte dos alunos, ou seja, não contribui em nada para a diminuição ou mesmo a erradicação do preconceito.
Mas em duas escolas pesquisadas essa lei com certeza está fazendo a diferença e está sendo cumprida, pois o trabalho que está sendo desenvolvido nas duas instituições está tendo um resultado positivo, educando e conscientizando os alunos sobre a importância do respeito às diferenças, e mais que respeito, a aceitação dessas diferenças. Pude constatar que a cultura indígena se resume apenas ao Dia do Índio, onde as crianças são pintadas, fazem desenhos e pinturas, ou seja, não trazem nada de inovador, apenas repetições sem nenhum aprendizado significativo. Mas embora tenha verificado que a cultura do negro seja mais trabalhada e enfatizada que a do índio. Acredita-se que estão no caminho certo, mas que ainda há muito que se fazer em relação a isso.
É necessário que haja mais envolvimento por parte dos professores, pois o preconceito e a discriminação estão por toda parte e a escola precisa buscar maneiras de educar seus alunos, tornando-os cidadãos melhores, livres de preconceitos ou idéias estereotipadas sobre determinadas culturas que eles até mesmo desconhecem. Dessa forma conseguiremos viver em um país com pessoas melhores, que aceitem e respeitem as diferenças, que não se envergonhem de fazer parte de determinadas culturas e que tenham orgulho de seu pertencimento.
REFERÊNCIAS
Aluno 1. Aluno 1: depoimento. [23 de setembro. 2012]. Entrevistadora Rosângela Gomes Moreira. Sinop, MT, 2012. 1 questionário elaborado Registro para monografia Lei 11.645/2008: a questão etnico- cultural nas escolas.
Aluno 2. Aluno 2: depoimento. [23 de setembro. 2012]. Entrevistadora Rosângela Gomes Moreira. Sinop, MT, 2012. 1 questionário elaborado Registro para monografia Lei 11.645/2008: a questão etnico- cultural nas escolas.
BENEVITES, Maria Victória de Mesquita. O desafio da educação para a cidadania. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998.
FURTADO, Maria Cristina. Pretinho: meu boneco querido.São Paulo: Brasil, 1991.
GRUPIONI, Luís Doniste Benzi. Livros didáticos e fontes de informações sobre as sociedades Indígenas no Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes da, GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. (Orgs.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. 4.ed. São Paulo: Global, 2004.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um olhar sobre a presença das populações nativas na invenção do Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes da, GRUPIONI, Luis Donisete Benzi (Orgs.). A temática indígena na escola: Novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. 4.ed. São Paulo: Global, 2004.
MOREIRA, Rosângela Gomes. Pretinho: meu boneco querido. 2012. 1 fotografia, color. 6,57 cm x 10,27 cm.
______ . Rosângela Gomes. Capa do livro utilizado no Projeto Literatura Infantil. 2012, 1fotografia, color. 6,52 cm x 4,72 cm.
______ . Rosângela Gomes. Pretinho com as crianças. 2012. 1fotografia, color. 6,52 cm x 4,72 cm.
MULLER, Maria Lúcia Rodrigues et al. Educação e diferenças: os desafios da lei 10.639/03. Cuiabá: EdUFMT, 2009.
[1] Licenciatura em Pedagogia. Pós-graduada em Docência na Educação Infantil e Anos Iniciais. Atua como professora.
- Acessos: 2713
POLÍTICA DE CAPACITAÇÃO DO INSTITUTO FEDERAL GOIANO E AS EXPECTATIVAS DOS SEUS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS
Flavia de Barros Victoi[1]
RESUMO
Em este artigo se analisam a política nacional de capacitação dos servidores públicos técnico-administrativos, a do Instituto Federal Goiano – IF Goiano/ e da sua Reitoria em particular, bem como as expectativas e possibilidades de capacitação para a gestão na instituição. A pesquisa inclui a análise das finalidades e diretrizes dessas políticas e a forma como estão sendo aplicadas nesse instituto. A metodologia para o desenvolvimento do trabalho incorpora uma revisão de conceitos e normas contidas na política nacional e no programa de capacitação do IF Goiano, bem como inclui pesquisa com entrevistas a pessoas-chave relacionadas com os planos e ações da instituição no desenvolvimento das competências dos seus servidores com o fim de oferecer subsídios para propostas sobre capacitação. Os resultados da pesquisa mostram alguns pontos que podem ser incluídos no programa de capacitação do instituto, o qual conta com regulamento, metas precisas e orçamento definido e uma proposta de implantação da gestão por competências.
Palavras-chave: Política de Capacitação. Instituto Federal. Servidores técnico-administrativos.
ABSTRACT:
In this article, the national capacitation policy of the public technical-administrative servants, of the Federal Institute of Goiano and its rectory, in particular, were investigated, as well as their expectations and their institute managing capacitation possibilities. The research also includes the analysis of the purposes and guidelines of these policies and the way these policies are being applied in the institute. The methodology of this work incorporates a review of concepts and regulations contained in the national policy and in the capacitation program of the Federal Insitute of Goiano. It also includes a research with interviews with key people, related to the actions and strategies of the Institute to promote the development of the server´s skills, in order to offer subsidies for capacitation proposals. The results of this research show that some points could be included in the Capacitation Program of the Institute, which counts on a regulation, precise goals and defined budget and an implementation proposal of a skills management model.
Keywords: Training Policy. Federal Institute. Servants.
Introdução
Este artigo expõe os resultados de pesquisa sobre capacitação dos servidores públicos técnico-administrativos e inclui conceitos e diretrizes da política nacional de capacitação, a qual determina a política e o programa de capacitação dos institutos federias. O trabalho analisa igualmente a coerência dos objetivos e finalidades da política e programa de capacitação do IF Goiano com as necessidades da instituição e com as expectativas e perspectivas dos seus servidores. Buscou-se conhecer também quais são as reais possibilidades que estes servidores têm para o desenvolvimento das suas competências e a execução das funções de gestão a eles encomendadas pela instituição. Igualmente a pesquisa buscou obter subsídios para realizar propostas orientadas a ajustar e melhorar as políticas de capacitação dos servidores do IF Goiano, no entendimento de que este setor de funcionários públicos é fundamental para o funcionamento eficiente destas instituições de ensino.
Na perspectiva do funcionamento destas novas instituições federais de ensino superior, o presente trabalho buscou conhecer como está sendo concebida a capacitação e o desenvolvimento das competências individuais do pessoal do Instituto Federal Goiano para que seus servidores técnico-administrativos possam desempenhar suas funções de gestão. Nesse sentido foram analisados a política e o programa de capacitação dos servidores técnico-administrativos da instituição a partir dos documentos oficiais e de entrevistas com os gestores destas iniciativas no Instituto.
O artigo está estruturado em três itens: a seguir uma breve explicação da metodologia, posteriormente os resultados, dentre os quais se incluem aspectos conceituais sobre a capacitação em geral e dos servidores técnicos administrativos, O Instituto Federal Goiano e a sua política e programa de capacitação para seus servidores, incluindo os objetivos desta política, as metas e ações propostas pelo IF Goiano, os conceitos e formas de capacitação no âmbito desse programa, a gestão por competências, as expectativas e possibilidades de capacitação dos servidores técnicos administrativos conforme normas nacionais e as expectativas e propostas dos servidores do IF Goiano conforme as entrevistas realizadas. Para concluir se apresentam as considerações finais e as fontes bibliográficas.
1. Metodologia
A metodologia para o desenvolvimento deste artigo inclui três modalidades complementares de pesquisa: bibliográfica, documental e de campo.
Inicialmente e partindo de pesquisa bibliográfica, foram obtidos conceitos, as origens e tendências sobre capacitação em termos gerais. Cabe assinalar, que em razão do tema da pesquisa abordar a capacitação de servidores públicos, diversos aspectos conceituais encontram-se incluídos em Leis, Decretos e normas do Estado.
Com base em pesquisa documental foram analisados as políticas, normas e planos institucionais de capacitação e desenvolvimento de pessoal no nível nacional. No nível da instituição foram estudados a política e o Regulamento do Programa de Capacitação dos Servidores do Instituto Federal Goiano de Educação, Ciência e Tecnologia.
A Pesquisa de Campo foi realizada com base em questionário aplicado aos técnicos administrativos e foram desenvolvidas entrevistas com pessoas chave da instituição encarregadas da política e do programa de capacitação. Dentre essas pessoas chave se incluem Pró-Reitores, o Diretor de Gestão de Pessoas e os servidores técnicos administrativos mais antigos, os quais dispõem de conhecimento e tem interesse pela política de capacitação do Instituto.
Os questionários foram preenchidos pelos servidores, bem como realizadas conversações e diálogos e reuniões com os funcionários das áreas mencionadas acerca das questões consultadas nesse instrumento da pesquisa, com o tema capacitação dos técnico-administrativos em educação. As questões consultadas aos servidores têm a ver precisamente com suas expectativas de capacitação, o que esperam como resultado dela e qual é a capacitação que desejam no âmbito do instituto. Também foram consultados sobre o conhecimento que eles têm acerca da política nacional de capacitação e da política e do programa do instituto sobre capacitação e o que destacam destas iniciativas da sua instituição. Esta questão é importante na medida em que se pode avaliar o interesse e conhecimento que os servidores têm sobre iniciativas que implicam na melhoria das suas competências para o desenvolvimento adequado de suas funções e, consequentemente, de melhoria profissional, pessoal e das suas condições de vida. Nesse mesmo sentido foram consultados se já participaram de algum curso, evento ou atividade de capacitação e qual é a sua percepção sobre a utilidade dessa participação. Finalmente foram perguntados sobre como poderia ser melhorada a política de capacitação do Instituto.
2. Resultados
2.1. O conceito de capacitação
Conforme o Decreto 5.707/06, que Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, a capacitação é um processo permanente e deliberado de aprendizagem para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais (Brasil, 2006). Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (Brasil, 1988), em seu artigo 37, a capacitação é necessária para incentivar a eficiência e a eficácia no serviço público.
Estas duas normas, essenciais no contexto jurídico nacional, estabelecem de maneira complementar as orientações para a capacitação do pessoal da administração pública federal, à qual estão adstritos os institutos federais, bem como indicam que a capacitação deve ser um processo permanente para o desenvolvimento das competências das instituições e dos indivíduos para que conjuntamente possam prestar um serviço público eficiente e eficaz.
Chiavenato reafirma essa premissa anterior ao assinalar que as novas demandas geradas pelo desenvolvimento tecnológico acelerado, que torna rapidamente obsoletas atividades, profissões e métodos de prestação de serviços praticados pelo Estado, exigem capacitação permanente de seus servidores. (CHIAVENATO. 2008.p 207)
A Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal estabelece finalidades e diretrizes que os Institutos Federais devem cumprir como entidades da administração pública. Dentre outros aspectos, são finalidades desta política a eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços prestados, apoiar o desenvolvimento permanente do setor público, capacitar os servidores para que possam colaborar na realização dos objetivos das suas instituições, gerenciar e divulgar as ações de capacitação das instituições e racionalizar os gastos com efetividade.
Esta política define como capacitação um processo permanente que deve contribuir para o desenvolvimento dos servidores e das suas instituições. Essa capacitação deve permitir conhecimentos, habilidades e atitudes dos servidores que permitam alcançar os objetivos das instituições e inclui a realização de eventos, cursos, grupos de estudo, intercâmbios, estágios, congressos e seminários que permitem o desenvolvimento do servidor e das instituições da administração pública.
Nesta perspectiva a capacitação é um conjunto de conhecimento e aptidões que lhe permitem, no caso a um servidor público, sua intervenção no meio de trabalho para desenvolver as funções encomendadas e alcançar os objetivos estabelecidos de uma instituição. Nos institutos federais esta capacitação inclui as funções de gestão e administração, bem como o atendimento ao público interno e externo da instituição.
No conceito de Mayo (2003), capacitação é tudo que um indivíduo acumulou no seu processo de vida e formação, o que lhe possibilita contribuir para a instituição em que trabalha no alcance dos seus objetivos. Toda experiência adquirida em educação formal e informal faculta ao indivíduo detectar os problemas e criar alternativas alinhadas com os objetivos das instituições.
Pacheco afirma que: “Um novo conceito de capacitação surge com a exigência de assimilação de novos conhecimentos, técnicas, atualização, desenvolvimento de competências e mudanças de atitudes traduzidas por mudanças de comportamento” (PACHECO et al., 2005, p. 20). Já Nascimento (2012, p. 34), e com relação ás habilidades técnicas de capacitação, assinala que “o importante para o desempenho profissional não são apenas os conhecimentos adquiridos, mas, sobretudo, as habilidades técnicas capazes de transformá-los em resultados”.
Nas afirmações desses dois autores encontram-se premissas de grande relevância e complementaridade na concepção da capacitação, pois Pacheco (2005) menciona a necessidade de novos conhecimentos, técnicas, competências e comportamentos e Walter (2012) ressalta a importância da capacidade de utilizar todos esses conhecimentos e atitudes para obter resultados concretos.
2.2 A capacitação dos servidores técnico-administrativos (TAE’s)
Os servidores públicos foram capacitados durante muito tempo na perspectiva de atender as orientações dos governantes e dos gestores públicos de turno, o qual implicava uma forma de atuação dirigida e subordinada no contexto de comportamentos rígidos, mas ao mesmo tempo com vantagens e favorecimentos.
Nesse sentido, Carvalho (2009) opina que em um contexto de subordinação, o servidor público é responsável por formular e executar as políticas públicas e que:
As organizações públicas, por sua vez, eram estruturadas para favorecer determinadas posturas e comportamentos desses servidores, estabelecendo-se o universalismo de procedimentos, uma organização hierárquica e formal, com perspectivas de carreira claras e fixas, estabilidade no emprego, jornada de trabalho integral, princípio de senioridade na promoção dentro da carreira, sistemas de pensão vantajosos e sistemas de remuneração rígidos. Essas práticas tinham um objetivo claro: reduzir o risco da influência política, corrupção, má conduta e exercício do interesse privado. E, em última instância, visavam reduzir a instabilidade do governo. [...] Essa forma de organização acabou por produzir distorções profundas na forma como a sociedade enxergava os servidores. Criou-se o senso comum de que o trabalho do servidor público era marcado por baixo desempenho, pouca dedicação, falta de criatividade e de flexibilidade (CARVALHO et al., 2009, p. 22).
A afirmação de Carvalho é relevante na medida em que essa situação atrasada, improdutiva e corrupta da administração pública tradicional deve mudar e na atualidade diversos governos buscam atualizar e profissionalizar as instituições públicas para melhorar a sua gestão, proporcionando habilidade na administração e execução das políticas públicas aos seus servidores e para atender com qualidade o cidadão.
A necessidade de capacitar os servidores técnico-administrativos para melhor atender ao cidadão é de extrema importância para o desenvolvimento dos institutos federais, pois esses funcionários são responsáveis pela melhora contínua dos serviços públicos. Nascimento afirma que “Hoje, mais do que nunca, não basta ter conhecimento técnico; é preciso saber fazer com que as coisas aconteçam e que as pessoas funcionem com o melhor que tiverem e a melhor disposição/ motivação/ entusiasmo/ comprometimento que puderem ter” (NASCIMENTO, 2012, p. 11).
A capacitação é um processo permanente e definido de aprendizado, que emprega ações de refinamento e habilitação, com o objetivo de auxiliar para o desenvolvimento de talentos, por meio do aperfeiçoamento de capacidades individuais. Neste sentido é importante, após serem identificados e avaliados os servidores, ter conhecimento das suas capacidades e potencialidades para serem incentivados e valorizados e constituir nessa medida, pessoas diferenciadas que fortaleçam o funcionamento e desenvolvimento dos institutos federais.
Uma das dificuldades e desafios atuais é capacitar servidores públicos para atuarem nos padrões exigidos por um mundo globalizado, no qual é necessária a criatividade na solução de problemas e exigências novos e em permanente mudança. O desafio é inovar e transformar o aprendizado em soluções, agregar novas tecnologias, ampliar a capacidade de atuação.
2.3 O Instituto Federal Goiano e a política de capacitação dos seus servidores
A Política de Capacitação dos Servidores do IF Goiano está baseada na Política Nacional e tem enfoque na qualificação profissional, na motivação para o trabalho e na melhoria da qualidade de vida dos servidores.
Dessa forma, estão sendo adotadas algumas diretrizes básicas para definir a política de capacitação e qualificação da Instituição e, consequentemente, delinear um programa de desenvolvimento dos seus recursos humanos, que além do previsto no Decreto n. 5.707/06, possibilite:
- Criar e/ou estabelecer procedimentos sistemáticos de capacitação e qualificação.
- Elaborar os programas de capacitação e qualificação de forma transparente, com ampla divulgação junto à comunidade e com ênfase no planejamento participativo, incluindo as entidades representativas das categorias (CPPD - Comissão Permanente de Pessoal Docente e CIS- Comissão Interna de Supervisão)
- Criar e/ou estabelecer normas que regulamentem a destinação de percentual dos recursos destinados para capacitação e qualificação.
- Promover ações visando motivar os servidores a buscar níveis mais elevados de educação formal como meio de atingir a cidadania plena.
- Incentivar os servidores à procura constante de melhor qualificação e capacitação profissional.
- Estabelecer oportunidades iguais para todos os profissionais que atuam nos diversos campi do IF Goiano.
- Capacitar os servidores para o desempenho de cargos e funções, por meio da implementação de programa de desenvolvimento gerencial e de capacidade técnica de equipes.
- Manter quadro atualizado da situação de capacitação e qualificação dos servidores.
- Realizar seminários de ingresso para os novos servidores.
- Promover ações de valorização dos servidores situadas em programas de melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2011b, p. 1).
Como pode ser verificada, nos objetivos anteriores, a política de capacitação do Instituto Federal Goiano é um complemento e detalhamento da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal de 2006, sendo destacável, entre outros aspectos, a ênfase na formação dos servidores para o planejamento participativo, o que significa uma gestão mais democrática.
Nesse mesmo sentido, destaca-se o fato de que, como propósito, devem ser estabelecidas “oportunidades iguais para todos”, o que vem ao encontro do diagnóstico do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, mencionado anteriormente neste documento, no qual se informa que são as últimas categorias dos servidores dos institutos os que necessitam maior apoio para a sua capacitação e desenvolvimento profissional.
2.3.1. Os objetivos da política de capacitação
Com a intenção de ampliar e consolidar a política de capacitação como um instrumento de estabelecer coerência e harmonia entre as diretrizes de desenvolvimento do Instituto Federal Goiano e seus servidores técnicos administrativos, a instituição estabeleceu os seguintes objetivos:
a) Ampliar o conceito de capacitação e qualificação, entendendo-o como políticas destinadas ao aprimoramento do servidor enquanto indivíduo, profissional e cidadão e direcionadas à consecução dos objetivos institucionais.
b) Ampliar as ações propriamente ditas, agregando desde a educação formal fundamental, média, superior e de pós-graduação até treinamento profissional, capacitação gerencial, formação para a cidadania e participação em eventos de atualização.
c) Definir claramente o aspecto financeiro da capacitação condizente com os objetivos institucionais e incluídos no orçamento da Instituição, em percentual mínimo de 3 % (três por cento) do orçamento de custeio dos campi que compõem o IF Goiano a partir de 2010, ou em conformidade com os índices previstos na legislação vigente (BRASIL, 2011b, p. 2).
Estes objetivos mostram que a instituição busca uma ampliação das possibilidades de capacitação e qualificação dos seus servidores tanto com o caráter das suas políticas de treinamento, bem como com as formas e níveis de capacitação e a destinação específica de recursos para alcançar esses objetivos estabelecidos a partir de diversos fatores.
Os objetivos da política de capacitação dos seus servidores ficam concretizados nas metas e ações seguintes, nas quais está clara a intenção de favorecer os grupos de funcionários menos escolarizados, de menor capacitação e, por tanto, de condições de vida que devem ser melhoradas.
2.3.2 As metas e ações propostas pelo IF Goiano
Na definição das metas e ações da Política de Capacitação dos Servidores do IF Goiano, está prevista sua correlação com as condições existentes na Instituição. Cada uma das metas a seguir listadas não está, necessariamente, associada a uma única diretriz ou objetivo, mas, sim, ao conjunto de diretrizes e objetivos ou parte deles.
Esses objetivos são os seguintes:
a) Envidar esforços para que, ao final de 2015, 80% (oitenta por cento) dos servidores que não têm o ensino fundamental, o tenham concluído; 50% (cinquenta por cento) dos servidores que só têm o ensino fundamental tenham concluído o ensino médio; e 20% (vinte por cento) do pessoal com ensino médio concluam curso superior.
b) Promover eventos de capacitação e qualificação específicos para os diversos setores da Instituição.
c) Promover treinamentos específicos para os docentes e técnico-administrativos das diversas áreas, com metas definidas para cada ano letivo, incluindo programa de formação continuada, além de curso de capacitação pedagógica para os docentes recém-ingressos [sic] que não possuam licenciatura.
d) Maximizar o número de servidores com pós-graduação Lato Sensu (especialização) e Stricto Sensu (mestrado e doutorado) em suas áreas de atuação, sendo que, neste último caso, dentro do que é estabelecido na LDB para docentes de Instituições Federais de Ensino e conforme critérios estabelecidos neste documento.
e) Promover capacitações específicas visando formar um quadro de servidores aptos a ocupar funções gerenciais.
f) Distribuir aos servidores as oportunidades de participação em eventos científicos e culturais de forma proporcional às necessidades das áreas e dos setores administrativos e conforme critérios estabelecidos neste documento (BRASIL, 2011b, p. 2).
Do conjunto das ações anteriores, cabe destacar o fato de incluir metas numéricas de capacitação dos servidores, o que permite realizar uma gestão e monitoramento do cumprimento destas metas. Por exemplo, convém mencionar que o fato de ter sido proposto que 80% dos servidores que não tenham o ensino fundamental o tenham concluído neste final de 2015, é uma meta verificável no curto prazo.
Também é importante comentar que essa meta em particular vem ao encontro do diagnóstico do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, no qual se informa que dos 22.265 servidores dos institutos federais 17.433 desse total, e que representam 78,29%, pertencem às duas últimas categorias das cinco de classificação e são, evidentemente, elas as de menor escolaridade e capacitação. Também cabe destacar dentre as propostas anteriores a busca por uma capacitação de pós-graduação para o maior número de servidores.
2.3.3 Os conceitos e formas de capacitação no âmbito do Programa
De acordo com o Regulamento para o Programa de Capacitação dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (2011), alguns conceitos e formas de atuação são as seguintes:
Art. 5º - Para as finalidades estabelecidas neste Programa, entenda-se:
I. Desenvolvimento de pessoas: conjunto de ações destinadas a proporcionar ao servidor o seu aprimoramento profissional individual, em estreita relação com a função social do IF Goiano.
II. Capacitação: processo permanente e deliberado de aprendizagem, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais por meio do desenvolvimento de competências individuais.
III. Gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos do IF Goiano.
IV. Eventos de capacitação: cursos presenciais e à distância, aprendizagem em serviço, grupos formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congressos, que contribuam para o desenvolvimento do servidor e que atendam aos interesses institucionais do IF Goiano e seus campi.
Como pode ser verificado no Artigo 5º anterior, o regulamento diferencia entre Desenvolvimento de Pessoas e Capacitação, esclarece o que determina a Política Nacional como gestão por competência, vem como indica os eventos de capacitação que inclui o programa do instituto.
A seguir, o artigo 6º detalha as formas de desenvolvimento de pessoas:
III.Elevação do nível de escolaridade formal;
II. Desenvolvimento profissional, envolvendo treinamento e aperfeiçoamento nos conhecimentos e habilidades necessárias ao desempenho das atribuições profissionais;
III. Desenvolvimento gerencial, entendido como formação que propiciará ao servidor qualificação para o exercício de funções de natureza gerencial;
IV. Desenvolvimento em sentido amplo, permitindo aos servidores o acesso ao conhecimento socialmente produzido, envolvendo, dentre outros, a participação em seminários, em encontros, congressos, palestras ou simpósios;
V. Participação em programas de desenvolvimento, voltados para a melhoria da qualidade de vida;
VI. Realização de cursos de capacitação e qualificação tecnológica visando à certificação.
Parágrafo Único - Poderão ser utilizado, para as finalidades previstas neste Programa, as tecnologias de educação à distância, de acordo com a legislação vigente (Brasil,2011b,p.4)
Cabe ressaltar que os conceitos e as formas de atuação incorporada pelo Programa de Capacitação do instituto levam em conta os aspectos teóricos e operacionais estabelecidos pela denominada Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, criada em 2006, pelo Decreto n. 5.707.
Nesse sentido, cabe ressaltar a capacitação como um processo permanente de desenvolvimento das competências individuais e institucionais, a elevação dos níveis de escolaridade e preparação profissional, o desenvolvimento das capacidades gerenciais dos servidores públicos e as diversas formas pelas quais é possível desenvolver a capacitação, incluindo as tecnologias de educação a distância. São instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal:
I- Plano anual de capacitação;
II- Relatório de execução do plano anual de capacitação;
III- Sistema de gestão por competências.
2.3.4. Plano anual de capacitação
Segundo o regulamento (2013) do IF Goiano Art. 3º, o Plano Anual de Capacitação é um instrumento que propõe efetivar ações planejadas de capacitação e qualificação, pautadas na flexibilização e reorganização das demandas institucionais.
2.3.5 Relatório de execução do plano anual de capacitação
De acordo com o guia de competências para a gestão pública, do MPOG, a PNDP traz ainda como instrumento para avaliação do PAC, o Relatório de execução do Plano Anual de Capacitação, que contempla indicadores gerenciais sobre a execução das ações realizadas no ano anterior e uma análise dos resultados alcançados. É importante que a instituição conheça profundamente os indicadores que compõem o Relatório de execução para que estes estejam alinhados aos indicadores de avaliação do PAC daquela instituição. Enquanto a avaliação das ações de capacitação do órgão mede a efetividade interna da capacitação e subsídia a melhoria contínua do PAC da organização, o Relatório de Execução consolida os dados de todos os órgãos da Administração Pública Federal fornecendo um retrato da efetividade dos processos de capacitação e desenvolvimento de todos estes órgãos, gerando assim subsídios para o aperfeiçoamento da implementação da PNDP.
2.3.6. Sistema de Gestão por Competências
Conforme comentado anteriormente, o modelo recomendado pelas normas nacionais e assumido pelo Instituto Goiano para a capacitação dos servidores é a gestão por competências, e desta maneira neste item se incluem alguns aspectos conceituais deste modelo institucional:
O modelo de gestão de pessoas é a forma assumida pela organização para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Neste sentido, a gestão por competências é um exemplo de modelo de gestão que pode ser utilizado para direcionar as políticas e práticas de gestão de pessoas nas organizações (BRASIL, 2013, p. 20).
Ampliando o conceito e o modelo de gestão por competências Pacheco assinala:
Esse modelo enfoca os seguintes requisitos: cognição, habilidade e atitude vertidas por meio de aquisição de novos conhecimentos, habilidades, aplicabilidade efetiva nas tarefas a serem desenvolvidas e na mudança de atitudes e comportamento dos participantes (PACHECO, 2005, p. 62).
Particularmente sobre o significado de competência, Chiavenato contribuiu para seu esclarecimento conceitual, destacando que é necessário que as competências individuais sejam conhecidas publicamente no desempenho de atividades, as quais incluem conhecimento, motivação e comprometimento, entre outros aspectos:
Competência significa a qualidade que uma pessoa possui e que é percebida pelos outros. Não adianta possuir competências, é necessário que as outras pessoas reconheçam sua existência. Elas são dinâmicas, mudam, evoluem, são adquiridas ou perdidas. Nisenbaum alega que competência é a integração de habilidades, conhecimento e comportamento que se manifesta no desempenho de pessoas. Ela vai além do comportamento pelo fato de ser composta de muitos ingredientes. Boog tenta uma abordagem holística. Para ele, competência é o produto da multiplicação de três fatores: saber fazer (conjunto de informações, conhecimento e experiências), querer fazer (motivação, vontade e comprometimento) e poder fazer (ferramentas, equipamento e local de trabalho adequado). As competências surgem na medida em que esses três fatores são atendidos (CHIAVENATO, 2008, p. 184).
Ainda sobre o modelo de gestão por competências recomendado pela política nacional de capacitação, Chiavenato o define como:
[...] um programa sistematizado e desenvolvido no sentido de definir profissionais que proporcionem maior produtividade e adequação ao negocio, identificando os pontos de excelência e os pontos de carência, suprimindo lacunas e agregando conhecimento, tendo por base certos critérios objetivamente mensuráveis (CHIAVENATO, 2008, p.185).
A gestão por competências está embasada no decreto n. 5.707/2006 e é contemplada como ação a ser desenvolvida no Plano de Desenvolvimento Institucional -PDI- do Instituto Federal Goiano. De maneira complementar Carvalho et al. (2009) afirma que:
O modelo de gestão de pessoas por competências é, por sua própria natureza, um provocador e ampliador de debates. Isso acontece porque a melhoria da gestão organizacional está entre seus principais objetivos. Para tornar essa gestão mais efetiva é preciso discutir estratégias que mobilizem os talentos dos servidores de acordo com as necessidades institucionais, fazendo com que a gestão por competência se constitua no caminho para mudanças nas organizações a médio e longo prazos (CARVALHO et al., 2009, p. 13).
Ainda no PDI do Instituto se faz uma referência direta ao mencionado decreto, na medida em que essa norma constitui uma orientação fundamental em termos das ações a serem realizadas com o propósito do desenvolvimento do servidor público:
Constatamos então que o Decreto nº 5.707/06 apresenta uma proposta inovadora porque a sua base de sustentação está nos conhecimentos demandados pela instituição, na flexibilização dos conceitos de postos de trabalho, no envolvimento e na responsabilização do indivíduo com seu desenvolvimento. Podemos destacar que a internalização da PNDP, mesmo em graus diferenciados no conjunto de órgãos da administração pública, certamente viabilizará a compreensão dos fundamentos para as ações de qualificação do corpo funcional que são requeridas em função da prestação de serviços públicos mais eficientes e efetivos para o cidadão (BRASIL, 2013, p. 10).
2.3.7 As expectativas e possibilidades de capacitação dos servidores técnicos administrativos conforme normas nacionais
Neste item, se apresentam algumas reflexões sobre quais são as expectativas de capacitação dos servidores técnico-administrativos como meios para melhoria das suas competências individuais e também das suas próprias condições de vida. Pode-se afirmar que a capacitação é assumida pela maioria das pessoas como um meio de melhorar a sua renda e a sua situação social. Em menor proporção, as pessoas se capacitam pela satisfação de obter conhecimento como um patrimônio de satisfação pessoal, bem como para melhorar a sua capacidade de contribuir com a sociedade ou com a organização na qual trabalham.
É neste sentido que se torna necessário dar conteúdo ao próprio processo de capacitação, fornecendo subsídios para que as pessoas desenvolvam capacidades de refletir sobre a realidade e contribuir para a sua transformação. Segundo Pacheco e Scofano, “A adoção de uma cultura aberta à aprendizagem alerta as pessoas para o seu papel de pensadores, construtores de conhecimento e responsáveis pela criatividade contributiva” (PACHECO e SCOFANO, 2005, p.78).
É importante ressaltar que a aprendizagem e a aquisição de novas competências, é um processo permanente e necessário para o desenvolvimento das atividades e melhoria das funções dentro das organizações. Nessa perspectiva Chiavenato ressalta que:
Toda pessoa precisa possuir um conjunto de competências básicas para desenvolver suas atividades na organização. Quem possui um elevado perfil de competências apresenta qualidades requeridas para levar adiante determinadas missões e alcançar metas e resultados. As competências básicas podem ser observadas no cotidiano do trabalho ou em situações teste. O importante é adquirir e agregar constantemente novas competências que sejam fundamentais para o sucesso do negócio da empresa sob pena de investir em treinamento sem retorno para as necessidades reais da organização (CHIAVENATO, 2008, p.185).
Com relação ao papel e funções do setor público para a atenção do cidadão, é necessário realizar formas de capacitação específicas que atendam às mudanças e demandas que ocorrem permanentemente e que nem sempre correspondem às expectativas e interesses dos servidores. E nesse sentido estes devem ser capacitados com uma visão e postura mais flexível e empreendedora como afirmam nesta perspectiva Matias-Pereira:
O setor público, diferentemente do setor privado, não escolhe os seus clientes, mas necessita melhorar os seus sistemas de planejamento para identificar de forma clara as demandas e necessidades de cada segmento da população. Essa transformação da Administração Pública requer mudanças estruturais, de regras e processos e, ainda, de medidas efetivas para criar novos sistemas de valores. O sucesso desse novo modelo de gestão passa pelo interesse de cada organização e de cada servidor para atingir esses objetivos. Isso exige que tanto a instituição como o servidor tenha uma postura mais flexível, criativa e empreendedora. Por sua vez, as diferenças de desempenho e de alcance de resultados precisam ser valorizadas na Administração Pública (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 248).
Com o fim de ilustrar em que medida podem ter expectativas e possibilidades de capacitação os servidores públicos, convêm mostrar os eventos que considera o Decreto n. 5.707, sobre o desenvolvimento de pessoal:
- Cursos presenciais e à distância;
- Aprendizagem em serviço;
- Grupos formais de estudo;
- Intercâmbios;
- Estágios;
- Seminários;
- Congressos;
- Escolas de governo.
Esses eventos possibilitam a promoção do servidor e respondem aos interesses da administração pública. Entretanto, existem fatores que determinam as expectativas dos servidores públicos para obter uma capacitação suplementar e também as reais possibilidades de obtê-la. O fator considerado como principal impedimento para o fornecimento de programas e eventos de capacitação das instituições públicas são os custos, tanto dos diversos eventos, como os salários que deverão ser pagos aos funcionários e trabalhadores com melhores níveis de capacitação. Esta é uma política correlacionada com o orçamento público.
Porém, o regulamento de programas para capacitação e qualificação profissional, seção VI, tem um recurso exclusivo para o Programa Institucional de Incentivo á Divulgação e Participação em Eventos Científicos, Tecnológicos e Inovação para servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (PIPECTI/IF GOIANO) que estabelece critérios para concessão de auxílio financeiro aos servidores, a fim de que divulguem e participem de eventos científicos, tecnológicos e inovação.
É neste sentido que as expectativas da capacitação dos servidores são alcançadas, com o apoio orçamentário e, por isso, existem métodos e critérios transparentes para a seleção democrática e justa.
Em consonância com a Resolução Nº 036/2013 de 21 de junho de 2013 que aprova o Regulamento do Programa Institucional de Qualificação para o IF Goiano, a PROPPI lançou dois editais em 21 de agosto para os programas de mestrado (Edital nº 03) e de doutorado (Edital nº 02).
Os bolsistas de mestrado foram contemplados com bolsas mensais de mil e quinhentos reais (R$1.500,00), com vigência de doze (12) meses, podendo ser renovada anualmente até o limite de vinte e quatro (24) meses. E, os bolsistas de doutorado foram contemplados com bolsas mensais de dois mil e duzentos reais (R$2.200,00), com vigência de doze (12) meses, podendo ser renovada anualmente até o limite de quarenta e oito (48) meses.
Desde que foi lançado o primeiro edital até final de 2015, foram contemplados 93 servidores entre técnico-administrativo e docentes em todos os câmpus do Instituto Federal Goiano e, em março de 2016 já está previsto o lançamento de mais um edital de bolsas de mestrado e doutorado para técnico-administrativos.
No item seguinte se apresentam os resultados do trabalho de campo, comentando as respostas que foram dadas pelos entrevistados sobre suas expectativas de capacitação e suas reivindicações e sugestões.
2. 3.8 As expectativas e propostas dos servidores públicos do Instituto Federal Goiano
A pesquisa de campo no Instituto Federal Goiano e em particular com os servidores da Reitoria, foi realizada mediante a aplicação de um questionário a pessoas chaves da instituição, dentre os quais funcionários da Diretoria e das Coordenações de Gestão de Pessoas (DGP) e os encarregados do Programa de Capacitação dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (2013) e membros do Comitê de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoal (CCDP).
Os resultados da pesquisa mostram em geral um grande interesse pela capacitação, pois existe consciência dentre todos os estratos dos servidores de que o treinamento e avanço na sua preparação profissional constitui o meio para melhorar suas condições de vida. Nesse sentido a maioria dos entrevistados respondeu que a capacitação é importante para aprofundar conhecimentos e aumentar a remuneração.
Interessante constatar que os servidores entendem claramente que a capacitação deve constituir uma melhoria das suas competências em consonância com sua função, além de que lhes preocupa participar de capacitações que muitas vezes não tem aplicabilidade direta nas suas atividades, pois além de perder tempo, significa desperdício de dinheiro público. A capacitação adequada sobre as competências é um dos objetivos da Lei 5.707 e significa um alerta relevante para que os institutos em geral e o instituto goiano em particular realize uma pesquisa minuciosa sobre as verdadeiras necessidades de capacitação acerca das competências e gestão junto à instituição e seus servidores.
Com relação aos questionamentos realizados aos servidores sobre seu conhecimento da política nacional de capacitação e a política e o programa de capacitação do instituto, todos responderam que sim tem conhecimento, entretanto somente um funcionário com boas competências dentre os que responderam o questionário afirmou que conhece o conteúdo. Estas respostas geram duas reflexões que devem ajudar ao instituto e aos servidores a fortalecer a política e o programa de capacitação nos seguintes termos: em primeiro lugar, corresponde ao instituto melhorar a divulgação das políticas e programas de capacitação para seus servidores porque somente com treinamento e avanço nos conhecimentos e competências das pessoas, a instituição se desenvolve e atinge os objetivos de ser “centro de excelência na oferta do ensino de ciências”. Por sua parte, corresponde aos servidores, de todos os níveis, conhecer objetivamente as políticas e programas nacionais em geral e do instituto em particular, para que apreendam e assumam as orientações institucionais e se capacitam dentre essas perspectivas e possam contribuir mais adequadamente ao desenvolvimento institucional e das suas competências pessoais e profissionais.
Como resultado da greve deflagrada em maio de 2015, o MEC publicou em 4 de dezembro um edital para as instituições federais ofertarem vagas para de capacitação dos técnico-administrativos. O CIAR/UFG, colocou no Google uma pesquisa para levantar a demanda de TAE’s interessados nos cursos de qualificação (graduação e especialização) que serão ofertados a partir do 2º semestre de 2016, pelo link https://docs.google.com/a/ifgoiano.edu.br/forms/d/1bNEObd6beRbs70X7p8ffyYjnxf1oexzG9zFjEkiJQWg/viewform?c=0&w=1. Esse programa é exclusivamente para os TAE’s das instituições ferais de ensino (IFE). O formulário para a pesquisa de demanda de cursos está disponível até dia 20 de fevereiro de 2016, em cima dessa demanda será feita a oferta de vagas.
Uma solicitação que aparece nas respostas dos questionários pelos entrevistados é que a capacitação se realize por meio de bolsas assinadas mediante editais no decorrer do ano. Esta solicitação é manifestada e já atendida no Instituto Federal Goiano, no qual se solicitava a criação de um programa de bolsas permanentes para técnicos administrativos.
Cabe adicionar na perspectiva da criação de um programa de bolsas, que o regulamento do instituto sobre capacitação ainda não incorpora as normas específicas sobre o afastamento dos servidores. Este aspecto do afastamento para realizar estudos e da gratificação dos servidores, ainda deve ser normatizado, constitui uma reivindicação da greve e é, por tanto, uma prioridade de análise e decisão nesta matéria da capacitação.
No Art. 19 dispões sobre a contratação de professores substitutos, para suprir a vaga do professor que sai para capacitação:
Os afastamentos para curso de pós-graduação, obedecendo aos prazos estabelecidos no Art. 18, somente poderão ser concedidos em no máximo 10% (dez por cento) do setor. Mas conforme Lei n. 8.745/93, que prevê limites para contratação de professores substitutos. Um fato impeditivo para de afastamento para capacitação é que para os servidores técnico-administrativos não existe substituição, quando ele consegue afastar-se para capacitação, quem fica com suas atribuições é seu colega de setor. O que quase sempre ocasiona uma sobre carga de trabalho. Esse fato de não poder optar em contratar substituto para o os técnico-administrativos poderá ser um dos fatores que dificultem a liberação para capacitação, simplesmente por não ter servidores para colocar no lugar por tempo determinado pelo afastamento.
Neste sentido se considera de suma importância, para o avanço da capacitação, que os técnicos administrativos tenham os direitos dos docentes em termos dos afastamentos. O artigo 30 da Lei n. 12.772 de 28 de dezembro de 2012, estabelece:
Art. 30. O ocupante de cargos do Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal, sem prejuízo dos afastamentos previstos na Lei no 8.112, de 1990, poderá afastar-se de suas funções, assegurados todos os direitos e vantagens a que fizer jus, para:
I - participar de programa de pós-graduação stricto sensu ou de pós-doutorado, independentemente do tempo ocupado no cargo ou na instituição; (Redação dada pela Lei nº 12.863, de 2013)
II - prestar colaboração a outra instituição federal de ensino ou de pesquisa, por período de até 4 (quatro) anos, com ônus para a instituição de origem; e
III - prestar colaboração técnica ao Ministério da Educação, por período não superior a 1 (um) ano e com ônus para a instituição de origem, visando o apoio ao desenvolvimento de programas e projetos de relevância.
§ 1o Os afastamentos de que tratam os incisos II e III do caput somente serão concedidos a servidores aprovados no estágio probatório do respectivo cargo e se autorizado pelo dirigente máximo da IFE, devendo estar vinculados a projeto ou convênio com prazos e finalidades objetivamente definidos.
§ 2o Aos servidores de que trata o caput poderá ser concedido o afastamento para realização de programas de mestrado ou doutorado independentemente do tempo de ocupação do cargo.
§ 3o Ato do dirigente máximo ou Conselho Superior da IFE definirá, observada a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação, com ou sem afastamento do servidor de suas funções.
Outra proposta recorrente nas respostas do questionário é que a política de capacitação do instituto pode ser melhorada precisamente dentre os preceitos e propósitos da política nacional de treinar e capacitar os servidores públicos, principalmente no setor recursos humanos, em gestão de competências e de maneira específica nas habilidades que correspondem ás suas funções. Ao mesmo tempo se reitera que devem ser evitadas capacitações gerais e que não correspondam ás necessidades dos cargos particulares existentes.
Cabe mencionar que as capacitações de curta duração são consideradas imprescindíveis para atualização e conhecimento específico conforme sua função. E nessa perspectiva se reconhece que o governo tem feito seu papel na busca de atualizar e profissionalizar os servidores públicos, procurando melhorias nas habilidades em gestão das políticas públicas, bem como atender com qualidade ao cidadão. Foi reconhecido também que o Estado disponibiliza recursos para execução de iniciativas de capacitação e todos os entrevistados informaram que tem participado de alguma atividade de capacitação.
Em termos gerais pode-se concluir que existe consenso entre os entrevistados sobre a conveniência de criar cursos no âmbito do Instituto Federal Goiano, de que devem ser criadas as condições para participação em cursos de capacitação externa e deve ser estabelecido o programa de bolsas permanentes para os técnicos administrativos, incluindo um programa especial de bolsas para capacitação no exterior.
3. Considerações finais
· A Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal define a capacitação como um processo permanente e deliberado de aprendizagem para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais; a gestão por competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando o alcance dos objetivos da instituição. Também define os eventos de capacitação como cursos presenciais e à distância, aprendizagem em serviço, grupos formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congressos, que contribuam para o desenvolvimento do servidor.
· Neste sentido pode-se considerar a capacitação como a aquisição de um conjunto de conhecimentos e competências que lhe permitem, no caso a um servidor público, sua intervenção no meio de trabalho para desenvolver as funções encomendadas e alcançar os objetivos estabelecidos pela instituição onde trabalha. Nos institutos federais esta capacitação inclui as funções de gestão e administração, bem como o atendimento ao público interno e externo da instituição.
· Na administração pública nos últimos tempos, a tendência para a capacitação dos trabalhadores e servidores públicos tem sido orientada sob a premissa do desenvolvimento simultâneo e de maneira integrada das competências individuais e institucionais. Esta forma de capacitação implica que os funcionários sejam treinados para as competências requeridas pelos objetivos de desenvolvimento das instituições, buscando a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços públicos ao cidadão.
· As mudanças contemporâneas na capacitação da administração pública também buscam superar métodos atrasados e improdutivos mediante a profissionalização dos servidores e das instituições, procurando melhorias na gestão com o objetivo de conseguir maior habilidade dos servidores públicos na execução das políticas públicas, melhorar a atenção à sociedade e obter os resultados esperados.
· Além destes objetivos o Instituto estabeleceu metas quantitativas em termos percentuais favorecendo os servidores de menor grau de escolaridade para ser capacitados e definiu diretrizes para cursos, eventos e atividades de capacitação específica para os setores da instituição.
· Uma conclusão geral como resultado da pesquisa de campo, é que existe consenso entre os servidores do instituto, em todos os níveis, que a capacitação é uma necessidade para a melhoria da sua remuneração e as condições de vida, bem como para obter novos conhecimentos.
· Com relação ao tipo e conteúdo da capacitação que aspiram os servidores, constatou-se que existe um claro entendimento desses funcionários de que precisam melhorar suas competências na área e função específica de trabalho e que evitariam participar de treinamentos que não contribuíssem á melhoria do desempenho das suas funções. Uma das atitudes tomadas pelo MEC e já mencionada anteriormente foi a implantação do CIAR/UFG.
· Foi constatado que não existe, de parte dos servidores do instituto goiano, um conhecimento objetivo e detalhado das diretrizes e propósitos da política e do plano de carreira nacionais e, nem sequer, do programa de capacitação do instituto. Essa situação exige uma maior divulgação dessas normas e iniciativas de parte do instituto, bem como uma maior motivação e participação dos servidores para conhecer as diretrizes dos programas de capacitação, de forma a que se insiram nos objetivos de desenvolvimento da instituição.
· Uma reivindicação manifestada com frequência nas respostas dos servidores é que se regulamentem os períodos de afastamento dos servidores para realizar seus estudos. A inexistência desta norma é considerada como um obstáculo para a capacitação e é reivindicado que os técnicos administrativos tenham os direitos dos docentes em termos dos afastamentos.
· Desta forma se pode concluir que evidentemente existe disposição dos servidores para participar de atividades de capacitação, com base na qual pretendem melhorar as suas condições de vida, mas também contribuir ao desenvolvimento dos objetivos da instituição na busca de um ensino científico e técnico de excelência.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 12.772, de 28 de dezembro de 2012. Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal; sobre a Carreira do Magistério Superior; Plano de Carreiras e Cargos do Magistério do Ensino Básico.Técnico e Tecnológico. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, Poder Executivo, Brasília, DF, 01 jan. 2005. p. 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12772compilado.htm>. Acesso em: 28 de outubro de 2015.
_______. Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, Poder Executivo, Brasília, DF, 2006.
_______. Guia da gestão da capacitação por competências. Ministério do Planejamento e Gestão.2013. MPOG Disponível em: <http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2013-03-28.9924370611/guia-gestao-da-capacitacao-por-competencias%20%282%29.pdf>. Acesso em: Acesso em: 18 de fevereiro de 2016.
_______. Regulamento para o programa de capacitação dos servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano. 2011b. <http://rioverde.ifgoiano.edu.br/wp-content/uploads/cppd/REGULAMENTO_CAPACITACAO_SERVIDOR.pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2015.
CARVALHO, Antônio Ivo de. [et al]. Escolas de governo e gestão por competências: mesa-redonda de pesquisa-ação. Brasília: ENAP, 2009.
CHIAVENATO. Administração Geral e Pública: teoria e questões com gabarito. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
IF GOIANO. 2013. Edital de concorrência.<http://www.ifgoiano.edu.br/home/wp-content/uploads/2013/10/EDITAL-PUBLICIDADE-IF-GOIANO.pdf >. Acesso em: 23 de maio de 2015.
MAYO, A. Valor humano da empresa - valorização das pessoas como ativos. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
MATIAS-PEREIRA, José. Curso de administração pública: com foco nas instituições e ações governamentais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
NASCIMENTO, Antônio Walter. Treinamento e desenvolvimento na capacitação profissional. Rio de Janeiro, 2012.
PACHECO, Eliezer. Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. São Paulo: Moderna, 2011.
PACHECO, Luzia; SCOFANO, Anna Cherubina; BECKERT, Mara Cesário Pereira; SOUZA, Valeria de. Capacitação e desenvolvimento de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
- Acessos: 1216
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: análise do uso do computador nos laboratórios de informática por alunos portadores de necessidades educativas especiais
Odemar Mendes de Souza [1]
Maricélia Mendes de Souza Tataíra Machado [2]
RESUMO
Este pesquisa visa analisar o uso dos laboratórios de informática por alunos portadores de necessidades educativas especiais em três escolas municipais de Sinop. A tipologia de investigação caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo, com utilização de instrumentos de observação, entrevistas, registro de experiências e consultas na literatura científica pertinente ao tema. O uso de novas tecnologias em nosso cotidiano trouxe rápidas transformações em todos os campos da vida humana. Na educação, o processo, apesar de lento, está sendo efetivado. Há algum tempo, os atrativos das escolas eram os laboratórios de informática, e apenas as escolas particulares ofereciam atração tão inovadora. Hoje percebemos que, se não todas, quase todas as escolas regulares, públicas e privadas, oferecem aos seus alunos o acesso ao computador como ferramenta pedagógica no processo de aprendizagem. O computador é visto, no primeiro momento, como “salvador da pátria”, todos depositam nele a esperança de resolver as dificuldades dos alunos especiais em seu processo de construção de conhecimento. A instalação de laboratórios de informática nas escolas, não garante qualidade no processo de aprendizagem de alunos portadores de necessidades educativas especiais. Aos poucos se vê que é preciso mais. O computador por si só não garante nada. Os professores não foram preparados para lidar com essa nova ferramenta pedagógica, e seu uso acaba por ser mecânico e pouco produtivo. Os softwares disponíveis, por vezes acrescentam muito pouco, já que são construídos por técnicos que não tem formação na área educacional. Percebemos também que os laboratórios não dispõem de tecnologias assistivas, que visam ampliar as habilidades funcionais dos alunos, que pela lei, devem ter assegurado, em seu processo de inclusão, condições favoráveis para a construção do seu aprendizado e de sua autonomia. A inclusão não se caracteriza pela efetivação da matricula de alunos portadores de necessidades educativas especiais nas escolas regulares, ela vai além. Em seu contexto estão incluídos aspectos que asseguram qualidade no atendimento a esses alunos, tais como: espaço físico adequado, salas com materiais adequados para cada aluno especial que ali estiver computadores com ferramentas específicas, cadeiras e mesas adequadas, e principalmente, professores preparados para atender qualitativamente a estes alunos.
Palavras-chave: Educação Especial. Inclusão e Qualidade. Informática e Educação. Especial. Formação de Professores.
ABSTRACT
This research aims to analyze the computer science laboratories usages by physically and mentally challenged students at municipal schools. The investigation typology is characterized for being a field research, focused on observing instruments usages, interviews, experiments and by consulting the scientific literature pertinent to the theme. The fast technological development has brought transformations to all fields of human life. In the educational system, the process, despite slow, has been put into effect. For a period of time, computer science laboratories were the main and only advantage private schools had to offer as an ultimate and innovative attraction. However, nowadays a large number of regular, public and private schools offer their students the access to the computer as a pedagogical tool in the learning process. The computer is primarely regarded as a pedagogically ‘savior’ asset to help build hope, therefore, solving disabled students problems linked to learning and knowledge construction process as well. It is highly noticed that those computer science laboratory facilities at schools are not a guarantee of a high quality education to disabled students, much work still has to be done. The computer alone does not guarantee anything. The teachers were not prepared to work with this new pedagogical tool. On its turn, its usage ends up being mechanical and little productive. The available softwares have been poorly contribuitive, once they have been manufactured by technicians who bear no knowledge in the educational area. It is also noticed that such laboratories do not have technologies to properly assist those students. Such assistences ultimately aim to broaden students' functional abilities, since they are not only legaly and promptly assisted with on their inclusion process, but also being provided with favorable terms for the construction of their learning as well as their autonomy. The inclusion is not characterized by the disabled students enrollment at a regular school. It is far beyond. On its context, other aspects that assure quality in the assistance to these students ought to be included, such as: adequate physical space, rooms with adequate material individually sreened, specific tools featured computers, desks and adequate tables, and chiefly, teachers prepared to qualitatively assist those students.
Keywords: Special education; Inclusion and quality; Computer science and Special Education; teachers formation.
Introdução
O presente trabalho buscou verificar a importância da análise do uso do computador nos laboratórios de informática por alunos portadores de necessidades especiais.
Para a realização dessa pesquisa houve inserção direta meio a ser estudado, ou seja, nas diferentes escolas pesquisadas e atuação com algumas turmas que incluem os alunos portadores de necessidades educativas, além disso, houve discussão com professores e alunos à respeito da temática e entrevistas. Estes procedimentos tiveram oi objetivo de identificar, além dos pensamentos e dos valores que fundamentam a situação dos professores na escola, também funciona na prática a atuação docente nas aulas de informática.
A pesquisa bibliográfica d cunho dialético e quantitativo, utilizou-se da coleta de dados para realização dos estudos, contribuíram para a realização desta pesquisa os seguintes teóricos: Dowbor (2000), Bueno (1998), Glat (1988), Oliveira (1997), Ripper (1996), Weiss (1998), Moraes (1997), Levy (1994), Gouveia (1999), Penteado et al (2000) e Valente (1998).
O presente trabalho encontra-se estruturado em três capítulos: no primeiro Capítulo apresento uma contextualização histórica da informática na educação, onde desde os primórdios o Brasil já buscava caminhos para a informação da sociedade visando o desenvolvimento social, tecnológico e econômico, bem como a importância da informática na educação especial, hoje tão discutido no cenário mundial. No segundo capítulo conceitos e abordagens críticas sobre a formação do professor frente ao computador como ferramenta pedagógica, fundamental no sucesso do processo de aprendizagem dos alunos, saliento também a importância da formação de professores e educação especial, tema de grandes discussões a nível nacional, pois o uso das novas tecnologias na educação especial ainda se restringe a professores que atuam em salas de recursos das escolas regulares. No terceiro capítulo apresento compreensões sucintas sobra a prática de professores que atuam nos laboratórios de informática da rede municipal de ensino de Sinop, sendo este capítulo o lucus da pesquisa. O objetivo deste estudo foi levantar questões referentes ao uso dos computadores nas escolas regulares por alunos portadores de necessidades educativas especiais, através de leituras cientificas sobre o tema abordado.
Assim percebe-se que apesar de toda evolução temos escolas que não possuem condições mínimas favoráveis ao desenvolvimento de nossos alunos, portadores de necessidades educativas ou não. Nossos professores, desvalorizados em seu papel, não tem acesso à formação contínua, e por muitas vezes se sentam perdidos diante de tantas novidades e tão pouco subsidio para a realização do seu trabalho. A legislação assegura aos alunos portadores de necessidades educativa especiais a inclusão na escola regular, mas está claro que muito ainda deve ser feito para que a inclusão tão sonhada e já conquistada, possa atender a estes de forma efetiva e de qualidade.
História da informática na educação
Precisamos buscar na história da informatização da educação, informações que nos ajudem a compreender como se deu o processo da informatização das escolas regulares.
As primeiras iniciativas na área aconteceram por volta da década de setenta, quando se discutiu o uso de computadores no ensino de Física, em um seminário promovido com a colaboração da Universidade de Dartmouth/USA.
Segundo Moraes (1997), no Brasil, se buscava caminhos para a informatização da sociedade, visando o desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira. Uma capacitação que garantisse autonomia tecnológica, tendo como base a preservação da soberania nacional.
Na educação, as Universidades Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, a Estadual de Campinas – UNICAMP e a Federal do Rio Grande do Sul, foram as primeiras a investigar sobre o uso de computadores na educação brasileira.
O primeiro programa voltado para a educação foi elaborado por um grupo de pesquisadores da Unicamp. Após receberem as visitas de Seymour Papert e Marvin Minsky para ações de cooperação técnica, visitaram MEDIA-Lab do MIT/USA, e deram origem, juntamente com um grupo de especialistas das áreas de computação, lingüística e psicologia educacional, às primeiras pesquisas sobre o uso de computadores na educação, utilizando a linguagem Logo.
Em 1977, o projeto passou a envolver crianças, sob a coordenação de dois mestrandos em computação. No início de 1983, foi instituído o Núcleo Interdisciplinar de Informática Aplicada à Educação - NIED/UNICAMP, já com apoio do MEC, tendo o Projeto Logo como o referencial maior de sua pesquisa, durante vários anos.
Na UFRGS, apoiadas nas teorias de Jean Piaget e nos estudos de Papert iniciam-se um trabalho realizado pelo Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto da Psicologia - LEC/UFRGS, que explorava o uso da Linguagem Logo, com crianças da escola pública que apresentavam dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e cálculo.
No I Seminário Nacional de Informática na Educação, na Universidade de Brasília, 1981, que contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, surgiram várias recomendações norteadoras do movimento e que até hoje continuam influenciando a condução de políticas públicas na área.
Dentre as recomendações, destacavam-se aquelas relacionadas à importância de que as atividades de informática na educação fossem embasadas em valores culturais, sócio-políticos e pedagógicos da nossa realidade. Nesta visão, o computador foi reconhecido como um meio de ampliação das funções do professor e jamais como forma de substituí-lo.
Foi nesse seminário que surgiu a primeira idéia de implantação de projetos-piloto em universidades, cujas investigações ocorreriam em caráter experimental e deveriam servir de subsídios a uma futura Política Nacional de Informatização da Educação. Nesse evento, foi recomendado que as experiências atendessem aos diferentes graus e modalidades de ensino e deveriam ser desenvolvidas por equipes brasileiras em universidades de reconhecida capacitação nas áreas de educação, psicologia e informática (MORAES, 1997, p.62).
A partir desse encontro, muitos outros aconteceram, e importantes recomendações norteadoras da Política de Informática na Educação decorreram desses encontros. Entre as recomendações, cita-se a necessidade da presença do computador na escola como um recurso auxiliar no processo educacional, desenvolvendo a inteligência do aluno e possibilitando o desenvolvimento de habilidades intelectuais específicas requeridas pelos conteúdos estudados. Até o ano de 1.986, os seminários e discussões sobre a informatização da educação trouxeram avanços importantes. Com a aprovação do Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus, neste ano, objetivou-se a criação de uma infra-estrutura de suporte junto às secretarias estaduais de educação, para a capacitação de professores, o incentivo à produção descentralizada de software educativo, bem como a integração de pesquisas que vinham sendo desenvolvidas pelas diversas universidades brasileiras. Este programa não foi o único voltado para a informatização das escolas e formação de professores. Outros foram criados e enfrentaram grandes dificuldades devido o parco repasse financeiro que lhes era oferecido. Ainda assim foram grandes os avanços.
Conforme o autor anteriormente citados, a instalação de Laboratórios de Informática nas escolas é recente. Programas do Ministério da Educação e Cultura possibilitaram há algumas escolas do país a instalação de computadores para uso com seus alunos e recentemente as prefeituras municipais estão trabalhando na efetivação de laboratórios de informática em todas as escolas públicas municipais.
Informática na educação especial
As novas tecnologias, hoje tema tão discutido no cenário mundial, são vistas pelos educadores como uma nova possibilidade no processo educacional de pessoas deficientes. Aos alunos portadores de necessidades educativas especiais, principalmente os que apresentam algum tipo de paralisia cerebral, ou grande dificuldade no processo de aprendizagem, o computador, quando usado corretamente, tem sido um grande aliado na construção de novos saberes, da autonomia e inclusão social. Segundo Valente (1991), o uso do computador como ferramenta pedagógica para alunos portadores de necessidades educativas especiais, teve início no ano de 1.975 com a linguagem de programação Logo, que foi utilizada por um menino altista, em Edimburgo.
A partir daí inicia-se pesquisas para a criação de softwares e equipamentos que possam favorecer a vida de pessoas, que visualizam no computador uma nova janela para a construção de sua autonomia, mesmo que parcial. Pois através de atividades construídas estes poderão intervir em seu próprio processo de construção de conhecimento, sem depender diretamente de outra pessoa.
O Computador pode tornar-se, como enfatiza Valente (1991), o caderno eletrônico para o deficiente físico, o meio que o surdo pode usar para estabelecer relações entre o fazer e os conceitos utilizados nestas ações, um instrumento que integra diferentes representações de um determinado conhecimento para o deficiente visual, o mediador da criança autista e o mundo, um objeto de desafio para a criança deficiente mental, um recurso no qual crianças carentes podem participar efetivamente de atividades socioculturais significativas.
No site www.truenet.com.br/ronaldo, criado por um webmasters que tem paralisia cerebral e quadriplégica, podemos perceber claramente a grande importância do uso do computador para a efetivação da autonomia de quem apresenta alguma deficiência. Ronaldo Corrêa Jr afirma que “a internet é o único espaço que a minha normalidade é evidente. Lá eu posso ser eu mesmo, independente do que meu corpo é capaz de fazer. Ter acesso ao mundo todo pela tela do computador melhorou muitíssimo minha qualidade de vida...". Neste depoimento, fica claro como o computador e seu uso adequado pode ajudar na qualidade de vida de pessoas que na maioria de suas experiências vividas, podem nos contar algo sobre preconceito, segregação, inferioridade, entre outros sentimentos negativos que atrapalham sua produtividade.
A legislação brasileira garante aos portadores de necessidades educativas especiais, a inclusão de qualidade, onde suas necessidades básicas devem ser atendidas. A qualidade significa que estes, em suas limitações, devem receber suporte necessário pra o seu pleno desenvolvimento.
Os prédios escolares não sofreram grandes modificações, se não nenhuma, os materiais pedagógicos não atendem a todas as necessidades, e os laboratórios de informática não dispõe de nenhum tipo de equipamento ou software que ajude no desenvolvimento destes alunos. Como leciona Levy (1994), as novas tecnologias poderão em muito, ajudar neste processo de inclusão dos alunos com deficiência, mas precisamos transpor alguma barreiras que nos fazem acomodar e favorecer a segregação destes alunos que se bem orientados podem surpreender.
Podemos aqui, citar alguns recursos tecnológicos importantes para a qualidade na educação dos nossos alunos portadores de necessidades educativas especiais. São eles:
ü Computadores (conectados à Internet);
ü Sintetizadores de Fala;
ü Impressoras Braille;
ü Teclados ampliados e adaptados (com colméias/ protetor de teclado);
ü Mouses adaptados ou modificados;
ü Sinalizadores de tela;
ü Dicionários de gestos e LIBRAS;
ü Aplicativos (editores de desenho e de texto ou desenho);
ü Telas sensíveis ao toque;
ü Comutadores ou Switch (ou botões sensíveis ao toque);
ü Apontadores de cabeça (capacetes com ponteiros para tela);
ü Softwares de comunicação;
ü LM Brain e IMAGO ANA VOX (programas de auxílio à comunicação de pessoas com deficiência motora grave, criados na UNICAMP e USP);
ü DOSVOX (Programa na UFRJ desenvolvido para leitura e edição de textos);
ü Virtual Vision (leitor de telas para deficientes visuais);
ü Via Voice (programa da IBM que permite controlar e acessar o computador com a voz).
Estas tecnologias, chamadas de assistivas, precisam fazer parte da nossa estrutura educacional. Nós educadores temos que refletir e provocar reflexões, para que não aconteça a falsa inclusão, onde todos têm acesso e nenhuma qualidade. A lei deve ser vista em sua integralidade, onde os direitos ao uso das novas tecnologias como ferramenta para a construção da autonomia seja realmente respeitada.
Formação do professor
A introdução das novas tecnologias na educação nos faz refletir sobre o papel do professor dentro desse processo. A atuação do professor frente ao computador como ferramenta pedagógica, é de fundamental importância para o sucesso ou não deste no processo de aprendizagem de nossos alunos.
Pensar na formação do professor para exercitar uma adequada pedagogia dos meios, uma pedagogia para a modernidade é pensar no amanhã, numa perspectiva moderna e própria de desenvolvimento, numa educação capaz de manejar e de produzir conhecimento, fator principal das mudanças que se impõe nesta antevéspera do século 21; e desta forma seremos contemporâneos do futuro, construtores da ciência e participantes da reconstrução do mundo. (PENTEADO, 2000, p.72).
Não basta termos instalado em nossas escolas modernos equipamentos, computadores de última geração, se não estivermos preparados pedagogicamente para lidar com todo este aparato.
A formação do professor neste processo é de fundamental importância, pois é nela que encontraremos subsídios para desenvolver um trabalho que possa fazer diferença frente às novas necessidades da educação.
Vivemos um novo tempo, onde paralelamente às novas tecnologias temos escolas sucateadas onde não oferecem as mínimas condições para o desenvolvimento da aprendizagem.
Frente à existência paralela deste atraso, e da modernização, é que temos que trabalhar em dois ‘tempos’, fazendo o melhor possível no universo preterido que constitui a nossa educação, mas criando rapidamente as condições para uma utilização ‘nossa’ dos novos potenciais que surgem (DOUWBOR et al, 1994, p.30).
As nossas escolas, por vezes, não oferecem espaço físico de qualidade para o uso das novas tecnologias, suas estruturas não nos mostram qualidade para atender alunos portadores de necessidades educativas especiais e isso por muitas vezes nos coloca numa situação de comodismo, onde o ‘deixa com está’ é o comportamento mais usado e defendido.
Precisamos buscar a saída, e o conhecimento é o melhor caminho. A formação do professor chega como novo caminho a seguir.
Como adverte Oliveira (1997), devemos entender o processo de formação, como contínuo, permanente, para que possamos agir ativamente no meio educacional, buscando pequenas transformações diárias. Nenhuma mudança consistente acontece de imediato. Será a reflexão sobre a ação que trará mudanças.
O grande problema que enfrentamos na formação, é que muitas vezes esta se caracteriza por pequenos treinamentos técnicos sobre o funcionamento do computador e o conhecimento de alguns softwares que em sua grande maioria, apesar de serem educacionais, não acrescentam muito na vida dos alunos, pois não são elaborados sob a orientação de profissionais ligados à educação. O aluno aqui, em pouco tempo se sobrepõe ao conhecimento do professor, já que está em constante contato com o tecnológico.
Devemos então, buscar uma formação que nos leve à uma prática capaz produzir conhecimento que gere mudança no desenvolvimento intelectual e psicossocial de seus alunos.
Segundo Penteado et al (2000), a formação continuada não pode estar separada da ação do professor, nem a formação inicial pode ser definida antes da ação. Devemos romper a hierarquia dos processos tradicionais de formação, configurando em uma só rede a ação, a formação continuada e a formação inicial. Este processo se fará claramente em uma prática construcionista.
Para Biaconcini Almeida, a formação do professor que vai usar o computador como ferramenta pedagógica, deve leva-lo a incitar seus educandos a:
ü “Aprender a aprender”;
ü Ter autonomia para selecionar as ações pertinentes à sua ação;
ü Refletir sobre uma situação problema e escolher a alternativa adequada de atuação para resolvê-la;
ü Refletir sobre os resultados obtidos e depurar seus procedimentos, reformulando suas ações;
ü Buscar compreender os conceitos envolvidos ou levantar e testar outras hipóteses.
È necessário, que na formação do professor a diferença entre o instrucioniosmo e o construcionismo seja clara, para que possamos visualizar a nossa prática e transforma-la de forma consciente.
Formação de professores e educação especial
A formação para o uso das novas tecnologias na educação especial, ainda se restringe a professores que atuam em salas de recurso das escolas regulares. Por mais que os cursos de formação qualifiquem os professores para o trabalho com computadores, este ainda está voltado apenas para o atendimento aos alunos ditos ‘normais’. Surge aqui a grande dificuldade de se trabalhar com alunos portadores de necessidades educativas especiais, que por falta de formação específica, não favorecem o desenvolvimento, limitando a possibilidade destes alunos desenvolverem suas potencialidades e sua autonomia.
O trabalho desenvolvido na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), mostra claramente, que apesar das dificuldades serem maiores, pode e deve lutar para que os alunos portadores de necessidades educativas especiais participem ativamente do processo de informatização da educação.
Nesta experiência os professores se mostraram resistentes no início, mas puderam perceber, durante a formação, que novas possibilidades existem para ajudar seus alunos na busca do seu desenvolvimento cognitivo e de sua autonomia.
Neste trabalho o computador é usado como ferramenta educacional e como instrumento de diagnóstico da capacidade intelectual da criança. Trabalho que permite desenvolver a abordagem do construcionismo contextualizado na educação especial (PENTEADO et al, 2000, p.29).
A linguagem de programação Logo desenvolvida por Papert, teve sua influência nas teorias psicogenéticas de Piaget, e foi de suma importância para professores que desenvolviam seu trabalho com alunos portadores de necessidades educativas especiais.
Talvez este ainda representa o maior aliado para o aprendizado de alunos com dificuldades no processo de aprendizagem, mas grande parte de professores que tem em suas salas alunos portadores de necessidades educativas especiais, ainda não conhecem o Logo ou qualquer outra possibilidade de ajudar seus alunos.
Precisamos ter clareza de que a inclusão não deve significar apenas a garantia da matrícula destes alunos, ela vai além. A inclusão significa garantir qualidade de atendimento e garantir também que todos os esforços sejam feitos para a efetivação do bom aproveitamento dos aparatos educacionais a que temos acesso.
Precisamos perceber as mudanças que acontecem à nossa volta, para que possamos buscar novos caminhos e fazer parte do novo para possibilitar aos nossos alunos, novas e enriquecedoras experiências.
Deficiência e escola regular
A educação deve ser especial, ao aluno deficiente ou não. Todos apresentamos diferenças de ordem física, mental, social, emocional que determinam nossos interesses, aptidões e limitações.
O professor deve conhecer a realidade particular de cada aluno, para que possa buscar possibilidades de aprendizagem e desenvolver um trabalho harmônico.
Ao se buscar a inclusão de alunos deficientes na escola regular, ocorreu a criação das salas especiais, que segundo Gouveia (1999), serviram apenas para mascarar a segregação, pois estes alunos não participavam da rotina escolar e todas as atividades eram feitas dentro da sala.
O aluno deficiente deve estar em permanente contato com crianças consideradas normais. Convivendo, trocando experiências, onde o professor deve realçar as semelhanças e capacidades de seus alunos para que as diferenças sejam minimizadas. O atendimento só deve se fazer separado, quando se fizer estritamente necessário. Então o que está faltando para que aconteça a efetiva inclusão dos alunos portadores de deficiência nas escolas regulares?
O Parecer do CNE/CEB nº 17/2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, afirma que o desafio é a construção de sistemas educacionais inclusivos. De acordo com o Parecer:
A inclusão escolar constitui uma proposta que representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de diretos e de oportunidades educacionais para todos [...]. A dignidade, os direitos individuais e coletivos garantidos pela Constituição Federal impõe às autoridades e à sociedade brasileira a obrigatoriedade de efetivar essa política, como um direito público subjetivo, para o qual os recursos humanos e materiais devem ser canalizados, atingindo necessariamente, toda a educação básica (Brasil, 2001, p. 26-27).
Desta forma toda escola deve atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência ou ausência dela.
A escola inclusiva deve ter como objetivo principal a efetivação de uma Escola para Todos, onde a garantia de igualdade de oportunidades deve ser oferecida independente de qualquer característica individual e que sua proposta educacional garanta e favoreça condições de aprendizagem a todos num só contexto, oferecendo uma educação diferenciada, dando aos alunos respostas educativas durante todo o processo de escolarização, isto é oferecer uma educação permanente que atenda a peculiaridade de cada um. (Oliveira e Leite, 2.000).
A inclusão depende de três fatores que garantam sua efetivação: cultura inclusiva, política inclusiva e práticas inclusivas. A cultura inclusiva é a formação de uma comunidade escolar segura e acolhedora na qual cada aluno é valorizado, e seus valores compartilhados com toda a escola. Uma comunidade acolhedora é a base para convivência de respeito e valorização das diferenças, onde valores desenvolvidos mobilizam pessoas a pensarem, viverem e organizarem o espaço escolar (BUENO, 1993, p.58).
A política assegura que a inclusão seja o centro do desenvolvimento da escola, fomentando todas as ações e as políticas para que melhorem a aprendizagem e a participação de todos os alunos.
As práticas educacionais refletem a política e a cultura inclusiva e assegura que as atividades dentro e fora da sala de aula promovem a participação e o engajamento de todos os alunos.
Segundo Glat (1988), para que o sonho da escola inclusiva realmente aconteça, é necessário que a diversidade e as diferenças sejam valorizadas e vistas como inerente ao ser humano.
Faz-se necessário também, investimentos no espaço físico da escola, na formação do professor, formação esta que deve ser contínua, com palestras e socialização de experiências. Essa formação faz com que o professor, se coloque numa posição atuante na escola, possibilita a busca por transformações no ambiente.
Se a lei nos assegura investimentos no espaço escolar como um todo, há que se fazer valer. Materiais disponibilizados insuficientes, prédios sem condições de atender alunos deficientes, banheiros sem estruturas, mesas e cadeiras sucateadas nos faz retroceder no processo de inclusão.
Não é fácil efetivar o processo inclusivo, garantir a aprendizagem de todos os alunos e lidar com as diferenças. Na nossa realidade educacional isso se torna grande desafio e os serviços educacionais dos quais dispomos ainda são insuficientes. A política pública que temos não nos dá suporte para que possamos atender aos alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais com a qualidade que necessitam. Para que isso aconteça, precisamos de muitas modificações em todo o processo educacional, para que o novo aconteça dentro de novas condições e de um novo paradigma dentro da escola.
A prática pedagógica de professores que atuam nos laboratórios de informática da rede municipal de ensino
O objetivo deste estudo foi levantar questões referentes ao uso de computadores nas escolas regulares, por alunos portadores de necessidades educativas especiais, através de leituras na literatura científica sobre o tema. Os principais autores estudados foram: Valente, Moraes, Penteado et al, entre outros.
Ao estudar estes autores, pude perceber que não basta termos em nossas escolas alunos que apresentem deficiência, para sermos educadores participantes do processo de inclusão. Não podemos acreditar que um computador por si só pode ajudar na conquista da autonomia de nossos alunos. Devemos ir além. Buscar formação e mecanismos para que a inclusão digital dos nossos alunos aconteça. É uma busca diária, onde o novo, apesar de assustar, pode ser uma arma poderosa para a educação se tornar transformadora de sistemas que infelizmente nos acostumamos a acreditar ser o correto.
O computador aqui se apresenta como uma nova ferramenta que, se bem usada pode ajudar os alunos portadores de necessidades educativas especiais a serem realmente quem são: capazes, com todas as limitações impostas por seus problemas, que constroem seus conhecimentos, pesquisam, crescem, conversam e trocam experiências que os ajudarão a construir uma história de independência e autonomia.
Nas escolas municipais visitadas, pude perceber as angústias dos professores, por não saberem como usar esta nova ferramenta. Vi também alguns professores pouco comprometidos com seus alunos e outros assustados com a ‘obrigatoriedade’ de se usar o computador como apoio para suas aulas.
Ao perguntar às professoras entrevistadas, como receberam o computador como ferramenta pedagógica para suas aulas, a professora que tratarei aqui por Rose, afirmou que o computador é apenas mais uma novidade e que não adiantaria insistir ‘nessas coisas’, pois essas crianças não aprendem mais do que o pouco que se ensina em sala, e não será uma máquina que vai mudar a situação. Outra professora, que chamarei de Maria, se mostrou interessada, mas não sabe como agir, pois ainda não lhe foi oferecido cursos de formação para usar essa nova tecnologia. Na pergunta sobre a participação nos cursos de formação nas três escolas visitadas, esta foi a questão onde todos os professores entrevistados mostraram interesse, mesmo os que não demonstravam interesse pelo computador, afirmaram que a possibilidade de fazer cursos de formação facilitaria o acesso e o trabalho com o computador.
Quando questionados sobre o uso da informática na educação especial, a professora, que chamarei de Sandra, disse não entender como este pode ajudar um aluno deficiente e ele não consegue aprender o alfabeto. Mas afirmou que se pudesse fazer um curso pra ensinar ‘esses alunos’, os resultados seriam melhores do que os alcançados nas salas de aula.
Ao perguntar de que forma o computador pode ser usado pelos alunos deficientes enquanto não se tem formação ou ajuda de equipamentos, todos os professores se mostraram apreensivos. Rose afirmou que pode ensinar as letras e números e que eles podem desenhar. Maria disse que na internet existem jogos pra se trabalhar com as crianças, e que apesar dela não conhecer nenhum específico, talvez esses pudessem ser usados para alunos deficientes também e que ouviu falar em um programa chamado Logo, mas que não conhece e Sandra afirmou que estes alunos precisam ser atendidos separadamente no computador, pois indo com toda a turma fica muito difícil ensinar alguma coisa, já que até os professores tem dificuldade em lidar com computador.
Este pensamento acaba por reforçar a segregação, pois no momento em que se defende a inclusão de todos, não podemos falar em atendimento separado a nenhum aluno e sim oferecer condições para que tenhamos um aprendizado de qualidade e que seja interessante para estes alunos.
Percebi que o grande empecilho para oferecer aos alunos portadores de necessidades educativas uma educação de qualidade que tem como ferramenta o computador, é a não formação dos professores. Estes se vêem perdidos, numa realidade que é desconhecida para quase todos. Mesmo os professores que atuam nos laboratórios de informática das escolas, por muitas vezes não podem ajudar muito, pois afirmam que além de não possuírem softwares específicos, os equipamentos são básicos. Nestes laboratórios não há nenhum tipo de tecnologia assistiva, que possa facilitar o uso dos computadores por alunos deficientes físicos, cegos ou surdos.
Pude perceber que esta é a realidade. Os laboratórios de informática não possuem equipamentos ou softwares que possam facilitar o acesso de alunos deficientes aos computadores. Os alunos por sua vez, ao perceberem as dificuldades, se afastam.
Em uma das escolas, ao assistir uma aula no laboratório, observei um aluno deficiente visual na frente de um computador tentando fazer uso do mesmo, ansioso questionou a professora como ele iria fazer pra ‘brincar’ no computador, a professora sentou ao lado dele, pegou sua mão e digitou algumas letras para satisfazê-lo.
Em uma outra, um aluno portador de distrofia muscular, está praticamente impossibilitado de usar o computador, pois não há ponteira ou outro meio para que possa facilitar o uso.
Nestas escolas as dificuldades são grandes para os alunos portadores de necessidades educativas especiais já não se sentem motivados a participar das aulas e outros mesmo tendo vontade são impossibilitados.
Me preocupei ao perceber que alunos com deficiência mental leve ou aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem também não recebem atendimento específico, pois os professores não sabem como oferecer atividades que facilitem o aprendizado dos alunos. A educação aí ainda se mantém num modelo instrucionista, onde o aluno, ao entrar no laboratório de informática, encontra os computadores ligados com atividades desinteressantes como ditados, ou questões pra serem respondidas.
Há experiências que se iniciam, mas a resistência ainda insiste em manter professores afastados do computador, na visão de que tudo que é novo vem pra atrapalhar o que já está comodamente acontecendo na educação. Mas devemos lutar para que a situação que aí está mude radicalmente. Alguns professores que iniciaram a busca por novas formas de se trabalhar com o computador, encontraram subsídios para montar projetos para aulas mais interessantes, num modo instrucionista de se trabalhar. As crianças estão adorando, disse uma professora que chamarei de Bete, e eu mais ainda, continuou.
O ambiente educacional onde o aluno possa construir o seu conhecimento e autonomia é de fundamental importância para o seu sucesso quando adulto. Precisamos ter isso em mente, para entendermos o quanto a nossa atuação como professores é importante para que isso aconteça.
Se faz necessário investimentos do poder público na formação de professores e na compra de equipamentos que facilitem o uso do computador por alunos que cegos, surdos, deficientes físicos. Precisamos lutar para que isso aconteça, lançar o medo pra fora de nós mesmos e fazer valer o direito nosso e de nossos alunos pela educação de qualidade, com investimentos no espaço físico e nos equipamentos disponibilizados para nossas escolas.
Conclusão
Deixo claro neste estudo, a grande necessidade de fazemos do computador um grande aliado no desenvolvimento de nossos alunos. As entrevistas mostram as dificuldades enfrentadas, mas explicito aqui também, algumas experiências que deram certo, como o trabalho dos professores da AACD, que após enfrentarem os medos e as angustias, experimentaram a gostosa sensação de fazer algo que acrescente e faça a diferença. É isso que devemos buscar: A TRANFORMAÇÃO, onde faremos do nosso trabalho, uma nova forma de experimentar o mundo.
Fazer parte de um quadro de professores que usam o computador como ferramenta pedagógica não é suficiente, precisamos buscar transformações. De nós mesmos e de nossos alunos. Se não nos é oferecido podemos tentar fazer o melhor, lendo livros sobre o assunto, trocando experiências, buscando informações. O que não podemos fazer é nos acomodar, ou achar que a culpa é do sistema.
Os computadores estão presentes na nossa vida e nas nossas escolas e disso não podemos fugir. O que podemos fazer é nos movimentar como educadores conscientes de que temos uma nova batalha pela frente e que não podemos sair como derrotados, mas como vencedores. Nós professores e principalmente nossos alunos, que em sua ansiedade, própria das crianças, merecem qualidade em todo seu processo de escolarização.
Bibliografia
BRASIL, DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA, Brasília, 1002.
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração segregação do aluno diferente. São Paulo: Cortez, 1993.
CARVALHO, Sumaya Persona de. Aspectos sócio-históricos, políticos e filosóficos da educação especial.
DOWBOR, Ladislau et al. Desafios da comunicação. Petrópolis: Vozes, 2000.
GOUVÊA, Sylvia Figueiredo. Os caminhos do professor na era da tecnologia. Revista Educação e Informática, Ano 9, número 13, abril 1999.
GLAT, Rosana. A integração dos excepcionais: realidade ou mito? Mensagem da Apae, São Paulo, 1988.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
MORAES, M.C. Novas tendências para o uso das tecnologias da informação na educação. Campinas: Editora Summus, 1997.
OLIVEIRA, R. Informática educacional emergente. Campinas: papirus, 1997.
PENTEADO, Mirian, BORBA, Marcelo C. A informática em ação: formação de professores. São Paulo: Editora Olho d’água, 2000.
RIPPER, Afira Viana. O preparo do professor para as novas tecnologias, In: OLIVEIRA, Vera Barros (org). Informática em psicopedagogia. São Paulo: Ed. SENAC, 1996.
VALENTE, J.A. Liberando a Mente. 1° ed. Campinas: Núcleo de Informática Aplicada à Educação, 1991.
WEISS, A. M.; CRUZ, M L. R. M. da. A informática e os problemas escolares de aprendizagem. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1998.
- Acessos: 1456