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A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

 

JOSIANE DA COSTA SIVA CARDOSO

 

RESUMO

 

O presente trabalho investigou questões sobre a influência da tecnologia na educação escolar. Em especial o uso do computador e da internet como ferramenta mediadora do processo ensino-aprendizagem de educandos, uma vez que tais recursos estão presentes de forma frequente no cotidiano dos alunos. A pesquisa objetivou levantar questões importantes sobre o uso das tecnologias já que, atualmente ela ganhou diversas funções, uma delas como apoio pedagógico. Tal possibilidade se deu com o advento da internet que trouxe novidades para o ensino, criando diferentes formas de aprender. Levando a investigação a ter como metodologia a pesquisa bibliográficas e estatísticas, bem como reflexões a partir de materiais que falam sobre o assunto escolhido, proporcionando acerca do tema reflexões para o uso da tecnologia como um eficiente recurso pedagógico em sala de aula.

 

Palavras-Chave: Educação, Tecnologia, Aprendizagem, Leitura.

 


INTRODUÇÃO

          As novas tecnologias, com a sua potencialidade em transmitir, processar e armazenar toda a informação que esses profissionais precisam e através da sua capacidade de comunicação, são excelentes meios de capacitação e treinamento dos futuros profissionais também, educando-os em sua totalidade, onde as práticas educativas ultrapassadas são deixadas de lado, dando lugar a modelos pedagógicos que visam a participação do indivíduo na sociedade em que está inserido, para que ele possa ser um agente transformador de sua realidade, que muitas vezes é cercado de tristeza e falta de recursos, com poucas possibilidades de sucesso profissional e estudo.

       Assim, os professores ou educadores devem estar preparados para entender e procurar formar jovens que tenham as habilidades destacadas pelos quatro pilares básicos da educação: o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender aviver com os outros e o aprender a ser. (DELORS, 2003)

         Dessa forma, novas políticas pedagógicas precisam ser criadas de maneira a permitir aos profissionais da educação um maior desenvolvimento de práticas educativas que estejam comprometidas com as novas formas de ser e agir do homem, para que a sociedade possa ser mais crítica e engajada politicamente, reconhecendo seus deveres e direitos e procurando melhorar, ou mesmo, mudar sua história de vida.

       O referido trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa teórica e bibliográfica de autores que tratam do uso das TIC´s como um eficiente recurso para aquisição da leitura e escrita de educandos. Levando a pesquisa ter como foco principal a reflexão crítica do assunto, buscando o esclarecimento do tema de forma que facilite o entendimento e esclareça como a tecnologia pode ser utilizada como um eficiente recurso.
            A pesquisa teve como aporte o embasamento em estatísticas mostrando como a tecnologia vem avançando gradativamente no Brasil, proporcionando a entrada das TICS´s de forma grandiosa, seja em casa ou na escola, levando o aluno a ter contato direto com os recursos tecnológicos, proporcionando uma aprendizagem mais significativa de forma que inclua e integre o uso das tecnologias no processo pedagógico.


1- A ERA DIGITAL: CARACTERÍSTISTICAS E POSSIBILIDADES 

           O mundo atual tem sofrido transformações importantes no que diz respeito às novas tecnologias, sejam elas de informação, de comunicação ou mesmo, educacionais. É nitidamente observável que os computadores e softwares têm modificado radicalmente a vida da sociedade contemporânea e no que diz respeito à educação, iniciou-se uma discussão sobre o papel das novas tecnologias educacionais no processo de ensino-aprendizagem, que tem despertado o interesse de diversos educadores, onde a discussão sobre os novos caminhos que a educação vai seguir, com sua entrada tornou-se essencial. 

         Implantar as tecnologias educacionais no universo da educação faz com que docentes alunos e até mesmo a escola reflitam sobre essa nova possibilidade de aprendizagem e observem quais são os benefícios que ela pode proporcionar a todos os envolvidos, assim, analisar que tipo de mudança que está acontecendo no processo de trabalho docente com a introdução de novas tecnologias educacionais, assim como as novas posturas do profissional, diante dessas inovações, ajuda na criação de maneiras de aproximar as novas tecnologias daquela faixa populacional que ainda não tem acesso total a ela.

       Várias são as publicações sobre as TIC na educação, onde se tem autores como: Adell (2007); Barbosa (2000); Carvalho (1994); Ferkiss (2006); dentre outros.
É claro que a maioria da população mundial tem acesso às novas tecnologias, mas ainda existe uma grande parte da população que não sabe nem como se liga um computador ou o que é a internet e todos os benefícios educacionais que ela pode trazer a todos. Ao se traçar uma análise comparativa entre os educadores que têm conhecimentos sobre essas tecnologias e os que não têm é possível entender a importância que as novas tecnologias têm para a escola e a aprendizagem dos alunos, pois até o trabalho docente sofre uma transformação.

        Segundo o IBGE (2010) nos últimos três anos o número de internautas cresceu 75,3% no país. No final de 2008, existiam 56,4 milhões de brasileiros, com idade superior a dez anos, que tinham acesso à internet, sendo equivalente a 34,8% da população. No ano de 2005, esse número era muito menor, pois apenas 31,9 milhões de pessoas tinham acesso a ela.

        Analisando-se o crescimento pesquisado pelo IBGE, é possível destacar que grande parte dos novos internautas são advindos das camadas de baixa renda, o que se entende que houve uma maior difusão da inclusão social, mas mesmo com esse avanço, o país ainda se encontra em atraso quando relacionado a outros países em termos de acesso à internet.

       Conforme o ranking da Internet World Statis, a porcentagem da população com acesso à internet é muito menor no Brasil do que nos países vizinhos, como a Argentina, o Chile, o Uruguai e a Colômbia, pois segundo os coordenadores do IBGE (2010), os atrasos da difusão digital brasileira ainda estão ligados a outros problemas estruturais do país, como o acesso á educação e a distribuição de renda.
Mesmo sendo considerada baixa, a média de acesso à internet no país, ainda foi considerada maior do que a da América Latina, quando se considera todo o continente sul americano, onde aproximadamente 30,5% da população possuem acesso à internet. 

        A grande vencedora desse ranking do instituto é a América do Norte, com 74,2% de sua população conectada, sendo que na ordem aparece a Oceania, com 60,4% e a Europa, com 52%. Quando se observa os resultados dos continentes, a África é a que tem a menor média, com 19,4% de sua população com acesso à internet. (IBGE, 2010).

    Através do exposto é possível entender a grande necessidade de uma maior atenção a uma determinada camada da população, a dos alunos do ensino fundamental, que ainda não possui acesso à internet e às novas tecnologias, ou que já possui, mas ainda não conhece o universo do trabalho colaborativo.
Ampliar as discussões sobre o uso de computadores e softwares educacionais, no que está relacionado ao caráter didático do uso destas tecnologias e no que está ligado às transformações do trabalho docente decorrentes destes meios, faz-se necessário e urgente.

         Através da tecnologia é possível levar aos alunos, uma oportunidade de conviver com momentos de prazer, estando ligados a grandes chances de socialização e aprendizagem significativa, mas para que isso aconteça, as tecnologias educacionais precisam estar disponíveis a elas, no seu local de convivência para que possam usufruir delas com tranquilidade e propriedade, criando assim uma cultura da coletividade, onde todos podem aprender e criar num ambiente tecnológico e coletivo, principalmente na fase da alfabetização.


2- ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

         Ao se falar em alfabetização não poderia ser esquecido o ambiente, onde primordialmente ela acontece, a escola.  A sociedade precisa participar das decisões tomadas dentro do ambiente escolar, fazendo-se presente na estruturação do espaço, na elaboração dos currículos e na qualidade de ensino proporcionada por ela.
        A escola deve ser um espaço onde a aprendizagem acontece em meio às vivências culturais, à socialização, onde a autonomia seja valorizada, com estímulos e desafios que ajudem a criança a sentir prazer e alegria em aprender, ela deve ser um lugar onde o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões seja priorizado.
      Quando a escola toma o papel de polo gerador de conhecimento e cultura, onde o aluno pode permanecer o quanto quiser e achar necessário, pode apropriar-se e pode produzir conhecimento, sendo responsável pela formação do cidadão, comprometida com a construção social do aluno e da comunidade, ela cria assim, um ambiente genuinamente de alfabetização e aprendizagem.

        Quando se fala em alfabetização não se pode esquecer-se de alguns fatores importantíssimos para este momento da aprendizagem, pois o ser humano é dotado de múltiplas dimensões e todos aprendem, mas podem ser em tempos e ritmos diferentes. Por estar em desenvolvimento e crescimento contínuo, o ser humano e a criança, em especial, devem ter oportunidade de aprender e adquirir conhecimento continuamente, processualmente, onde este conhecimento deve ser transmitido em sua totalidade.

          Nem seria necessário falar da importância de a escola ser democrática e aberta a toda a comunidade, com participação de todos em sua gestão, podendo assim ter melhores projetos, elaborados de maneira a atender todos os nichos desta comunidade.
        Para que a criança aprenda de verdade é necessário que haja na escola uma diversidade metodológica e que a avaliação seja diagnóstica, processual e formativa, onde a inclusão de crianças com as mais diversas dificuldades seja respeitada. 

          Falando especificamente com relação à linguagem escrita, constatou-se que a criança desta idade, que vive cercada de símbolos e estímulos com letras, tem uma grande vontade de aprender a ler e a escrever, por isso sente um forte desejo de frequentar uma escola.

         Quando uma criança é estimulada socialmente, com qualidade e com a possibilidade de muitas interações entre os adultos e as outras crianças, seu desenvolvimento será maior. Estimular e criar oportunidades de exploração, de conhecimento faz dessa criança uma criança com mais possibilidades de aprendizagem e assim de sucesso.


3- O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: COMO NOVAS FORMAS DE ENSINAR E APRENDER

 

           Rosa (2002) afirma que no século XVIII, a família passa a se preocupar com a higiene e saúde física da criança. Com o sentimento, a criança se tornou o centro das atenções dos adultos. Tudo o que a criança fazia ou faz até hoje e motivo de paparicação e lindo aos olhos dos pais. Com este pensamento as escolas tiveram que manter as crianças próximas do seu lar, com diferenças do tempo antigo que só se preocupavam em formar jovens intelectuais. 

       Hoje a escola dedica-se à educação e a formação, usando a psicologia e seus elementos essenciais. Com o tempo passando, a partir do século XVIII, a família rompe formas antigas de educação e cria novos métodos para ficarem mais próximos as suas crianças. Estamos falando do contexto que se envolve a família, como as novidades avançadas que chegam para as crianças de hoje. A TV é uma das formas desestimulante para criança, pois é através dela que vem tudo condicionado, não se cria apenas se copia. 

         Os pais de hoje não têm tempo, privando o tempo da criança de brincar, preenchendo seu dia com muitos compromissos. É importante vermos a criança de hoje como um ser em desenvolvimento e prestes a ter mudanças no seu dia a dia. A criança de hoje precisa fugir do cotidiano dos pais, pois eles são os espelhos que refletem nos filhos.

        Segundo Rojo (2003) estas crianças precisam de interação lúdica para amadurecer seu emocional e construir sua sociabilidade infantil, tornando seus momentos mágicos interessantes exercitando assim a sua capacidade de observar, de atenção e de concentração.

         O lúdico significa jogo, interação e divertimento. É desta forma que necessita ser passado para criança e para o adolescente, de maneira pacífica e com entretenimento. Nas atividades o professor deve buscar conhecimentos sobre o assunto principalmente quando se trata de leitura, pois o nome pede e requer atenção intelectual deles (da criança, do adolescente e do adulto).

        Conforme Rosa (2002) surge aí a tecnologia que pode ajudar de forma significativa na aprendizagem da leitura e da escrita através dos jogos e das brincadeiras.
          Seja qual for à idade, o leitor precisa ter algo prévio do que está prestes ao criar o seu conceito diversificará suas formas e vontades de ler algo que lhe interesse. 

            Lembrando sempre que leitura e arte andam juntas, dependendo uma da outra. A importância do lúdico vem pela aprendizagem e o prazer da leitura. Existem professores que sentem dificuldades nas séries iniciais do ensino fundamental em utilizarem o desenvolvimento lúdico da criança na sala de aula, principalmente usando a tecnologia. Mas eles afirmam que lhes faltam um pouco do conhecimento teórico de como ensinar o lúdico no cotidiano escolar, já que vale muito a atenção da criança e do adolescente que se dispersa de repente sem menos esperar.

      De acordo com Rojo (2003) é constatada a importância de se trabalhar o lúdico em todos os momentos em que o aluno está na sala de aula, buscando o despertar deles a qualquer momento de entrosamento, pois é fundamental trabalhar o lúdico na educação visando à formação do indivíduo capaz de cooperar, liderar, de viver em grupo que é o principal objetivo desse contexto.

          Muitas vezes por próprio despreparo, professores acham difícil utilizar atividades lúdicas no processo ensino-aprendizagem e diversas vezes alegam que geram distrações e consequentemente indisciplina. Existem algumas palavras mágicas que só funcionam juntas, Lúdico, Brincar, Brincadeira, Aprendizagem, Professor, Tecnologia. Palavras mágicas que fazem parte do cotidiano da criança.
Rosa (2002) afirma que o desafio de hoje é prender totalmente a atenção da criança, pois vivem rodeados pela mídia e de recursos tecnológicos. Faz com que o professor pense em alguma prática parecida, mas com atividades complementares para firmar o pensamento e a atenção de seu respectivo aluno (criança ou adolescente).
            Para Rojo (2003) é algo complexo, pois além de trabalhar com métodos antigos é preciso se aprimorar no que faz e ter ciência de que vai dar certo, usando a prática dos recursos tecnológicos de hoje. Nos tempos de hoje, não é interessante para o aluno ficar sentado todo tempo e somente escutar, o professor deve levar de encontro com seu aluno algo prévio, pensante, como desafios após aquele longo discurso, fazendo com que eles pensem e também deem suas próprias opiniões. Lembrando que somos seres pensantes e agimos por impulsos, toda ação gera uma reação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

        Na literatura estudada e pesquisada para este trabalho, encontraram-se várias possibilidades de uso das TICs na educação, e, principalmente, na alfabetização, uma vez que elas se fazem cada dia mais presentes nas vidas dos estudantes, pois ao jogar virtualmente, num videogame, ao conversar num chat ou rede social, os educandos estão utilizando as TICs e basta a escola entender qual é a melhor maneira de utilizá-la em seu favor.

         Construir o conceito sobre as características e o comportamento dos principais envolvidos em relação às TICs não é uma tarefa fácil, portanto a equipe de gestores, os professores e os alunos das escolas precisam entender que as TICs já fazem parte da vida de cada um deles, assim, ela deve ser o elo que une todos os envolvidos na questão educacional.

     Através de metodologias colaborativas para incrementar a formação e a capacitação dos alunos nas escolas, para o uso das TICs, como: utilização de computadores para pesquisas dos conteúdos aprendidos em sala de aula, divulgação desse material, usa de jogos educacionais que reforcem os conteúdos e utilização dos chats e blogs para o diálogo e a comunicação entre todos os envolvidos, o uso das TICs na educação dos alunos da escola estudada pode ser de grande valia.

        Cabe agora, incentivar o uso das TICs pelos professores nas mais diversas escolas, com os alunos em fase de alfabetização, procurando metodologias que incrementem a formação e a capacitação dos alunos, além da integração professor-aluno-escola, aproximando ambientes colaborativos dos alunos e incentivando-os à pesquisa, à colaboração e ao uso dessas tecnologias para o seu crescimento pessoal.
        Através desse estudo, procurou-se argumentar a favor do desenvolvimento de atividades colaborativas entre professores e entre alunos na fase de alfabetização acreditando-se que é necessário que aconteça a formação de um sujeito construtivo, capaz de respeitar-se, respeitar ao outro e o planeta, e tudo isso usando a tecnologia.

       Faz-se necessário agregar e dar uma maior visibilidade a um grupo de evidências, que existe na literatura sobre o assunto, onde se relata a importante contribuição do trabalho colaborativo para as atividades escolares para com os alunos em fase de alfabetização. 

        Sobre o trabalho colaborativo, nas suas mais diversas formas, da mesma maneira que o entendimento do processo que dá sustentabilidade a esse trabalho acredita-se que esse tipo de atividade possui um alto potencial de ajuda ao enfrentamento dos sérios desafios que são propostos pela escola atual no Brasil.

         Desenvolver nas escolas atividades de forma colegiada pode dar a oportunidade de se criar um ambiente rico em aprendizagens acadêmicas e sociais tanto para alunos como para professores, proporcionando aos últimos, um maior de grau de satisfação profissional. 

        O trabalho colaborativo permite a ambos o resgate de valores como o compartilhamento e a solidariedade, que se perderam no caminho traçado pela sociedade brasileira, que se tornou extremamente competitiva e individualista.
          A implantação de tecnologias educacionais nas escolas, com os alunos em fase de alfabetização pode ser um fator de progresso para esta população, pois será oferecida a ela uma oportunidade real de aprendizagem, socialização e cooperação, onde a partir daí, podem ser formados cidadãos críticos e criadores de sua própria história, onde deixarão de ser meros expectadores, para serem formadores de opinião de suas comunidades.

               Se conseguirmos apontar caminhos para que a criança desfrute de bons e belos textos, nós conseguiremos introduzi-la na grande arte que é a literatura. Fazendo-as encontrar momentos de prazer em cada palavra, frase, folha ou livro que ler.



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