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A INSTALAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE COLÍDER (UHE-COLÍDER) E AS ALTERAÇÕES NA PAISAGEM: PONTOS PARA REFLEXÃO

 

Larissa Pereira Dias
 

Resumo:

Objetivando compreender, ainda que de maneira sucinta, haja vista, a amplitude da abordagem que se propôs realizar, a relação entre a instalação da Usina Hidrelétrica de Colíder - (UHE Colíder) e as alterações ocorridas na paisagem nos limites que compreendem esse empreendimento, bem como, em seu entorno, foi realizado um trabalho de campo. Assim sendo, na discussão aludida a seguir, verificou-se que determinados fatores socioambientais foram decisivos para a instalação da UHE-Colíder no referido local em que se encontra, o médio curso do rio Teles Pires. Nomeadamente, pode-se citar como exemplos desses fatores socioambientais, a ampla disponibilidade de recursos naturais, sobretudo, hídricos, as características físico-climáticas da região, a localização geográfica estratégica da bacia hidrográfica do rio Teles Pires, bem como, as condições de infraestrutura urbana e a disponibilidade de bens e serviços, ofertados pelo município de Colíder, que, em vista disso, teve seu nome relacionado ao empreendimento, ainda que a UHE-Colíder não esteja, efetivamente instalada nos limites do referido município. Espera-se com isso, tecer considerações relevantes acerca da categoria geográfica paisagem, bem como, acerca das alterações na paisagem local após a instalação da UHE-Colíder. 

 

Palavras-chave: UHE-Colíder; Paisagem; Bacia Hidrográfica.



Introdução 

 

A abordagem que segue essas linhas introdutórias, envereda por uma questão central à Geografia, a paisagem como categoria de análise da Geografia. Assim sendo, o recorte espacial dessa pesquisa, fica estabelecido em torno da UHE-Colíder - (Usina Hidrelétrica de Colíder), mas não apenas o espaço que compreende o referido empreendimento, mas também, as áreas que lhes possibilitam acesso. 

Nesse sentido, para efeitos dessa abordagem, realizou-se um trabalho de campo que compreendeu as seguintes etapas metodológicas: observação, comparação e descrição da paisagem analisada. 

Ainda nesse contexto, ressalta-se que, um ponto importante para o desenvolvimento deste trabalho, foi a visita de campo ao viveiro de mudas da COPEL, que é gerenciado pela Companhia CIA Ambiental, que, por sua vez, foi incumbida de realizar o reflorestamento da APP - Área de Preservação Permanente, da UHE-Colíder. A visita, entretanto, foi, devidamente, orientada pelo biólogo responsável pelo cultivo das mudas do viveiro. 

Em vista disso, os objetivos elencados para este trabalho foram os de caracterizar a paisagem, desde o trajeto que dá acesso à UHE-Colíder, até o local de sua instalação, de fato. Enfatizando, pois, nesse processo, as ações antropogênicas que interferiram, e ainda estão a interferir, nas mudanças da paisagem nesse ambiente, sobretudo, na bacia hidrográfica do Rio Teles Pires. Nessa continuidade, portanto, além do que já foi mencionado, buscou-se relatar também as formas de uso e ocupação da área que dá acesso à UHE-Colíder.

Nessa acepção, Ab’Saber (2007) entende que:

 

Todos os que iniciam no conhecimento das ciências da natureza – mais cedo ou mais tarde, [...] atingem a ideia de que paisagem é sempre uma herança. Na verdade, ela é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como território de atuação de suas comunidades (AB’SABER, 2007, p.9).

 

Este foi um dos fios condutores escolhidos para o desenvolvimento deste estudo, no pressuposto que, sob tal aspecto “[...] as paisagens têm sempre o caráter de heranças de processos de atuação antiga, remodelados e modificados por processos de atuação recente (AB’SABER, 2007, p.9). 

 

Delimitação da área de estudo

 

Segundo informa a Companhia Paranaense de Energia (COPEL), empresa responsável pela Usina Hidrelétrica de Colíder, a UHE-Colíder está localizada no trecho médio do rio Teles Pires, nos municípios de Nova Canaã do Norte e Itaúba, a aproximadamente 700 km ao norte, de Cuiabá, no Estado de Mato Grosso. Sendo que, a mesma também abrange determinadas áreas situadas nos municípios de Colíder e Cláudia.

 

Figura 1: Localização da UHE-Colíder

Fonte: COPEL (2017).



Ainda de acordo com a COPEL, a barragem da UHE-Colíder, possui aproximadamente 1.525,30 metros de comprimento e 36 metros de altura. O lago artificial, também denominado de reservatório, por sua vez, abrange um espaço de 171,7 km². A potência máxima instalada é de 300 MW, com 03 unidades geradoras, turbinas tipo Kaplan, as quais produzirão energia elétrica suficiente para atender cerca de 850 mil pessoas. 

Por ora, não está entre os objetivos elencados para esta abordagem, citar informações técnicas a respeito do empreendimento supracitado, contudo, é impreterível divulgá-los por outros meios, uma vez que, empreendimentos como estes, caracterizam-se como instrumentos da política nacional para promover a gestão do território nacional.

Sobretudo, de modo particular, a obra UHE-Colíder integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa empreendido pelo Governo Federal, desde 2007. Segundo informa o Ministério do Planejamento Brasileiro, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), desde de a sua implantação em 2007, promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética no país (BRASIL, 2017).

Sendo assim, a UHE-Colíder é apenas uma, dentre as cinco novas usinas hidrelétricas instaladas no norte mato-grossense, para aproveitamentos hidrelétricos no rio Teles Pires. As mesmas encontram-se em processo de construção/instalação, sendo que, a mais recente, é a UHE-Sinop. Desse modo, portanto, tanto a UHE-Colíder, quanto as demais usinas citadas, integram o projeto de expansão hidrelétrica, empreendido pelo Governo Federal, na área da bacia do rio Tapajós, um dos principais afluentes do rio Amazonas.  

 

Caracterização da área de estudo

 

A Usina Hidrelétrica de Colíder está localizada na região norte do Estado de Mato Grosso, cujos limites encontram-se situados no Bioma Amazônico. Assim sendo, no que se refere ao Bioma Amazônico, entende-se que ele é composto por inúmeros ecossistemas, nos quais ocorrem, por sua vez, interações sistêmicas entre os fatores bióticos e abióticos, fazendo deste, um dos biomas com maior biodiversidade florística e faunística do planeta Terra. 

Nesse sentido, para Ab’Saber (2002) “uma reflexão mais demorada sobre os ecossistemas ocorrentes no domínio morfoclimático e fitogeográfico da Amazônia brasileira guarda um interesse científico e didático” (AB’SABER, 2002, p.7). Cabe neste ponto, portanto, ressaltar que o geógrafo Aziz Ab’Sáber, classifica a paisagem natural brasileira, em domínios. 

Dito isto, define-se domínio, como um conjunto natural onde há a interação entre todos os elementos naturais, clima, relevo, vegetação, hidrografia e solo. Geograficamente, portanto, a classificação é considerada absoluta, haja vista que, a mesma leva em consideração todos os elementos que compõem o quadro natural de uma paisagem (AB’SABER, 2002).

 Nessa acepção, retomando a discussão aqui aludida, Ab’Saber (2002) afirma:

 

Para quem faz pesquisas nos confins de Mato Grosso, no extremo norte de Tocantins ou no centro do Maranhão é fácil saber onde começa a Amazônia. Quando as florestas deixam de ser apenas galerias amarradas ao fundo aluvial dos vales; quando as matas sobem e fecham as vertentes e interflúvios das colinas onduladas, onde antes, para o sul, o sudeste e o leste existiam extensos cerrados; ou, ainda, quando cerrados e matas secas cedem lugar para intermináveis florestas de “terra firme”: aí começa a Amazônia. Em várias faixas de contato entre cerrados e matas na periferia da Amazônia ocorrem mosaicos complexos de paisagens de retalhos de chapadões ou baixo platôs com cerrados, e colinas onduladas e serrinhas com matas de “terra firme” ou orográfica (AB’SABER, 2002, p.8).

 

“Fundamentando-se, portanto, em Aziz Ab’Saber, entende-se que, apesar do Domínio Amazônico ser composto, de modo geral, por florestas equatoriais, segundo o autor supracitado, para cada ecossistema pertencente a este domínio, existem diferentes padrões ecológicos locais ou sub-regionais a serem considerados” (AB’SABER, 2002). A porção norte do Estado de Mato Grosso, por exemplo, apesar de estar situada no Domínio Amazônico, recebe influência do Domínio do Cerrado, aferindo-se assim, que na mesma ocorrem a entrada de espécies tanto do Domínio do Cerrado, quanto da Amazônia Central.

 

Figura 2: Os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros e as Macrorregiões Amazônicas

Fonte: Rede Pró-Ensino; Blog de Geografia

À esquerda, pode-se observar um mapa com os Domínios Morfoclimáticos instituídos por Aziz Ab’Saber, com destaque para o Domínio Amazônico, em verde, e o Domínio do Cerrado, em vermelho, que, como dito anteriormente, exerce, em vista da proximidade territorial entre os dois domínios, uma influência sobre esse primeiro. Na sequência, à direita do observador, nota-se as macrorregiões amazônicas, que, por sua vez, correspondem a subdivisão do território da Amazônia Legal, estabelecida pelo Plano Amazônia Sustentável – PAS, elaborado em 2003, pelo Ministério da Integração Nacional com base nos aspectos econômicos, sociais, populacionais e ambientais da região (BRASIL, 2006). 

Nesse sentido, portanto, a fisionomia florestal que compreende a UHE-Colíder, é, de fato, caraterística do Domínio Amazônico, com formação florestal estacional, árvores de médio e grande porte, cujo clima, define-se por uma estação chuvosa e uma estação seca, ambas bem definidas.

 

A análise da paisagem a partir do trabalho de campo

 

Caracterizou-se a paisagem em três pontos principais: o primeiro deles, corresponde a paisagem ao longo do percurso que dá acesso a UHE-Colíder, iniciando pelo viveiro de mudas da COPEL.

Ponto 1: Atualmente, para composição da APP – Área de Preservação Permanente, que será estabelecida em torno do reservatório da UHE-Colíder, o viveiro de mudas da COPEL, conta com trabalhadores cultivando mudas de diversas espécies para serem utilizadas na implantação da APP. Para tanto, a equipe de profissionais da COPEL, realizou o resgate de fauna e flora, isso durante o processo de desmatamento do local onde ocorreria, futuramente, o alagamento e a constituição do reservatório da UHE-Colíder. 

As espécies coletadas são depositadas no viveiro da COPEL, ali passam por processos específicos, por meio de análises são levantadas as formas de adaptação e retorno das espécies à natureza, após serem constituídas as mudas. Essas fases cumprem o objetivo principal de proporcionar o reflorestamento na área de APP, na tentativa de modificar a paisagem degradada, e dar suporte ao desenvolvimento dessas espécies após terem sido retiradas dos seus respectivos habitats naturais.

Se cumprida com excelência todas as metas estabelecidas nesses planos, será possível amenizar as percas, parcialmente. Porém, entende-se que isso não será possível plenamente, pois, a paisagem natural, uma vez modificada, jamais voltará ao seu estado natural, o que pode ocorrer é a amenização dos inúmeros problemas ambientais ocorridos por conta da instalação de um empreendimento de tamanhas proporções.

A constituição de APP’s em áreas que foram desmatadas próximas à canais fluviais, é uma medida instituída por lei, sendo esta, portanto, obrigatória à todas as empresas que realizam empreendimentos desse porte. No entanto, o êxito do projeto conta com alguns entraves, pois, mesmo com o resgate de flora, algumas mudas têm baixa taxa de sobrevivência no viveiro, em vista do período de seca bem definido nessa região. 

Para citar outro exemplo, a Castanheira, árvore nativa da região amazônica, teve seu número de espécies por área, reduzido drasticamente, isso desde o período de colonização da região norte mato-grossense, até os dias atuais, com a instalação de empreendimentos desse tipo. Em meio a esse contexto, portanto, é bem-vinda a colocação de Ab’Saber (2007), pois, ele afirma:

 

Mais do que simples espaços territoriais, os povos herdaram paisagens e ecologias, pelas quais certamente são responsáveis, ou deveriam ser responsáveis. Desde os mais altos escalões do governo e da administração até o mais simples cidadão, todos tem uma parcela de responsabilidade permanente, no sentido de utilização não predatória dessa herança única que é a paisagem terrestre. Para tanto, há que conhecer melhor as limitações de uso específicas de cada tipo de espaço e paisagem. Há que procurar obter indicações mais racionais, para a preservação do equilíbrio fisiográficos e ecológico (AB’SABER, 2007, p.10, grifo nosso).

 

De todo modo, a constituição do viveiro, bem como, todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais que atuaram na área de recuperação florestal, é reconhecido, cujo mérito, reside na compensação ambiental e social, parcial, da área desmatada para a instalação da usina hidrelétrica supracitada. O saldo positivo decorrente da instalação do viveiro de mudas da COPEL, que se encontra, atualmente, em fase de encerramento de suas atividades, além do objetivo principal para o qual foi destinado, o cultivo das mudas para a construção da APP, fica em torno do legado acadêmico/científico, em vista das espécies nativas que foram catalogadas e das amostras da flora local que foram encaminhadas à herbários regionais e nacionais. 

Viveiro de mudas da COPEL. Foto: Mileide da Silva Sousa (2017).

 

Ponto 2: Todavia, dando seguimento ao que foi proposto, ao longo do percurso que dá acesso a UHE-Colíder, pode-se observar que, são os aspectos econômicos que dão forma e característica a paisagem local, haja vista que, “tomada pelo indivíduo, a paisagem é forma e aparência. Seu verdadeiro conteúdo só se revela por meio das funções sociais que lhe são constantemente atribuídas no desenrolar da história” (LUCHIARI, 2001, p. 13).

 Assim sendo, no que se refere à economia, é possível observar uma certa predominância da agricultura familiar, com propriedades rurais características de espaços onde prevalecem esse tipo de prática econômica, sobretudo, com cultivos agrícolas em áreas de pequena extensão. Nesse ponto, há que se ater também, há uma segunda prática econômica, também determinante para o desenvolvimento da economia local, a pecuária, que constituí a maior parte da renda local.

Entretanto, essa economia sustentada nas bases da prática agropecuária, fez com que, a paisagem natural, sobretudo, na zona rural do município de Colíder, fosse demasiadamente alterada ao longo dos anos, logo, a imagem paisagística que se têm, é de extensas áreas desmatadas, uma paisagem marcada pela degradação e pela predação compulsória dos recursos naturais.

Ponto 3: Por fim, abordando especificamente a paisagem na UHE-Colíder, as alterações ocasionadas na paisagem natural, e até mesmo na paisagem cultural, uma vez que, o rio Teles Pires constituía-se como local de desenvolvimento de práticas socioculturais, entre elas a pesca, o lazer familiar, entre outras, o nível de alteração paisagístico é imenso.

 É inegável a perca de biodiversidade para a região, com a instalação de um empreendimento desse porte. Na Figura 3, ilustra-se três pontos principais da UHE-Colíder para se constituir uma ideia mínima, acerca de sua localização, a área de sua abrangência e como está estabelecida. 

 

Figura 3: UHE-Colíder: pontos de referência

Fonte: Google Maps

 

Por conta do alagamento, Muller (1996, apud STEFANELLO, et al, 2015), afirma que “a nova linha de costa que surge com a formação de um reservatório é estabelecida em uma superfície geológica e biologicamente não preparada para a situação” (Muller, 1996, apud STEFANELLO, et al, 2015, p. 2261). Desse modo, “a estrutura do solo, a vegetação que o cobre e a fauna que vive naquele lugar não estão justados às áreas ribeirinhas e zonas inundáveis temporariamente, como ocorre nos igarapés e várzeas marginais” (MULLER, 1996 apud STEFANELLO, et al, 2015, p. 2261).

 Este mesmo autor menciona que, a APP, será frequentado por espécies que não frequentavam as matas ciliares, obrigando-as a se adaptarem a novas condições, sendo que, algumas dessas espécies não se adaptarão e acabarão sendo extintas, isso influi na diretamente na paisagem, se levarmos em conta, o fato dessas espécies serem agentes integrantes da paisagem original dessa região MULLER, 1996 apud STEFANELLO, et al, 2015).

Nesse sentido, portanto, os

 

impactos negativos vão desde a perda da vegetação nativa, com diminuição da biodiversidade, até a perda de paisagens culturais e, mesmo, os naturais, formados pelo rio com suas corredeiras, cachoeiras, praias, além do aumento dos processos erosivos e de poluentes (COELHO; PEREIRA, 2011, p. 134).

 

Para exemplificar tal afirmação, nota-se na paisagem em torno da UHE-Colíder, a presença de madeiras retiradas no processo de desmatamento, que ainda não tiveram um destino adequado, sendo que, a usina encontra-se em fase final de instalação, além de outras questões.

 

Foto: Mileide da Silva Souza (2017).

 

Como ilustra a foto acima, as principais alterações que ocorreram no canal fluvial do rio Teles Pires, foram a intensificação da erosão nas margens, a aceleração, portanto, do processo de assoreamento, a perda de biodiversidade aquática, devida a morte de vários peixes e as alterações nas margens do rio, como observa-se claramente na foto. 

A construção da barragem, para a instalação da usina hidrelétrica, alterou, portanto, completamente a dinâmica fluvial do canal em que foi instalada, nesse caso, do rio Teles Pires. O impacto paisagístico ficou em torno da seguinte mudança: o rio, que antes era composto por corredeiras, com afloramentos rochosos e água corrente, torna-se de água parada. Deixa de ser canal fluvial e torna-se um lago, um reservatório. 

Foto: Larissa Pereira Dias (2017).

 

Salvo os inegáveis benefícios gerados pela produção de energia elétrica para o desenvolvimento nacional, esses empreendimentos atingem, de modo direto ou indireto, a vida de milhares de pessoas, sobretudo, dos povos ribeirinhos, e modificam uma porção considerável do território brasileiro, ocasionando alterações irreversíveis na paisagem natural e cultural.

 

Considerações Finais 

 

A paisagem está constantemente em transformação, seja em função dos fatores de ordem natural ou devido as ações antropogênicas. Os fatores naturais, entretanto, obedecem uma ordem cronológica, ocorrem de forma lenta, processual, fornecendo a natureza possibilidades de adaptação sem prejuízos a biodiversidade faunística e florística. Por outro lado, as ações antropogênicas, alteram a natureza, de tal forma, sem oferecer um tempo hábil para que a mesma possa se adaptar, que, por vezes, provocam danos irreversíveis. 

Nesse sentido, ações antropogênicas destinadas à fins econômicos, sejam em pequena, em média ou em grande escala, como é o caso das inúmeras construções de usinas hidrelétricas nas bacias hidrográficas brasileiras, baseiam-se sempre no viés de desenvolvimento nacional e contam com o planejamento técnico necessário para tal fim. Porém, é de extrema importância, sobretudo, às gerações futuras, que os caminhos para esse desenvolvimento econômico, sejam, também, direcionados ao desenvolvimento social e sustentável.   

 

Referências

 

AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 4.ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. 

 

AB’SABER, A. N. Bases para o estudo dos ecossistemas da Amazônia brasileira. Estudos avançados, São Paulo, n.16, v.45, p.7-30, 2002.

 

BRASIL. Ministério do Planejamento. Brasília, 2017. Disponível em< http://www.pac.gov.br/sobre-o-pac>. Acesso em 17 dez. 2017.

 

BRASIL. Plano Amazônia Sustentável. Brasília, 2006. Disponível em< https://docs.ufpr.br/~adilar/SEMIN%C3%81RIOS%202017/Geopolitica%20da%20Amazonia/Plano%20Amaz%C3%B4nia.pdf >. Acesso em 17 dez. 2017.

 

COELHO, S. J; PEREIRA, J. A. A. A paisagem na área de influência da usina hidrelétrica do Funil (UHE-Funil): percebida através do eia-rima. Paisagem Ambiente: ensaios, São Paulo, n. 28, p. 133 – 148, 2011.

 

LUCHIARI, M. T. D. P. A (re)significação da paisagem no período contemporâneo. In: ROSENDHAL, Z.; CORRÊA, R. L. (Orgs.). Paisagem, imaginário e espaço. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001. p. 09-28.

 

STEFANELLO, M. M.; et al. Modificações na paisagem decorrentes da construção da Usina Hidrelétrica São José, Região Noroeste do Rio Grande Do Sul. Enciclopédia Biosfera: Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.11, n.22; p.2254 – 2267, 2015. 

 

Localização da UHE-Colíder. COPEL: Companhia Paranaense de Energia, Paraná, 2017. Disponível em< http://www.copel.com/uhecolider/noticia.jsp?not=%2Fuhecolider%2Fpagcopel2.nsf%2Fdocs%2F671A14FF9D94DBF5032578B00068993A. Acesso em 17 dez. 2017.

 

Os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros e as Macrorregiões Amazônicas. Disponível em < https://suburbanodigital.blogspot.com.br/2013/04/; http://redeproensino.blogspot.com.br/2010/08/dominios-morfoclimaticos-brasileiros.html >. Acesso em 19 dez. 2017. 

 

UHE-Colíder: pontos de referência. Disponível em <https://www.google.com.br/maps?q=uhe+colider&um=1&ie=UTF-8&sa=X&ved=0ahUKEwjyku_9ypnYAhWJk5AKHZIiDuYQ_AUICigB>. Acesso em 18 dez. 2017.