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 O CAMPO COMO MECANISMO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA AULA DE GEOGRAFIA 



 LORILENE FALCHETTI¹

 ROSÂNGELA APARECIDA DA SILVA²

                  SANDRA DE ALMEIDA DA SILVA³

 



O presente trabalho desenvolveu-se na Escola Estadual Coronel Antônio Paes de Barros - Colíder Mato Grosso, tendo como principal objetivo, contribuir para aprendizagem dos alunos do 6ª Ano Ensino Fundamental. Para atingir os objetivos propostos foi realizado uma aula campo como mecanismo de abordagem para que os educandos compreendessem o processo de desagregação das rochas e formação do solo, articulando-se   a teoria à prática, através da observação e da análise do espaço vivido e concebido. Aula esta desenvolvida pela supervisora e as ex-bolsistas de iniciação à docência (PIBID). As aulas aconteceram durante quatros semanas, sendo 02 horas/aulas por semana. Neste período foi abordado conceitos sobre o processo de formação do solo, apresentação de vídeos e documentários e na sequência trabalhos desenvolvidos na prática, como a coleta de material (amostras) no pátio da própria escola, e contribuições dos alunos, amostras de solo de sua residência.  Assim, o trabalho foi desenvolvido relacionando a ação das intemperes e dos seres humanos. A presença de húmus com a fertilidade da terra, as associações humanas e efeitos do intemperismo a erosão do solo, comparando a teoria com a prática. Observando a necessidade de reforçar o conteúdo, para uma melhor fixação dos mesmos, sugeriu-se a aula campo. A participação dos alunos nas aulas foi satisfatória, pois eles se mostraram muito interessados sobre o processo evolutivo do solo, apresentando comprometimento com a realização das atividades propostas, interagindo nas aulas com perguntas sobre o tema exposto, principalmente na aula a campo. Foi coletado diferentes sedimentos de acordo com sua composição para uma melhor explanação da aula proposta. A aula de campo como elemento de ensino aprendizagem possibilita a compreensão de uma realidade complexa a partir de um dado palpável, além de contribuir para enriquecer a disciplina de Geografia e dinamizar o trabalho do professor.

 

 

   Palavras Chave: Geografia; Ensino aprendizagem; Aula a Campo 









1-INTRODUÇÃO

          Segundo Seniciato et al (2006, pág. 539), a introdução de aulas de campo no planejamento escolar apresenta-se como um instrumento que auxilia na construção do conhecimento e aprendizagem, por estimular a curiosidade dos alunos. Esta ação também pode gerar motivação pela descoberta e apropriação de novos conhecimentos em ambientes naturais. [...] (Apud OLIVEIRA & CORREIA, 2015, pág. 539).

           Dessa forma, o objetivo da aula foi para que os educandos compreendessem que para um solo se formar, ele passa por diferentes processos influenciado por diversos agentes, o qual com a ação do vento, do sol, da água, das diferenças de temperatura, as rochas transformam-se em pequenas partículas (areia e pó). Essas pequenas partículas vão-se misturando com restos de plantas e animais e formam-se o solo.  

           A utilização da aula a campo voltada para o ensino-aprendizagem como um mecanismo é usada como uma ferramenta pelos professores para que os alunos construam um conhecimento próximo do cotidiano deles, de suas realidades, pois é no campo que o educando poderá questionar informações e conceitos vistos em sala de aula.       

              Anastasiou e Alves (2004 apud OLIVEIRA & CORREIA, 2013, pág. 165) relatam que existe uma estreita relação das aulas de campo com as atividades pedagógicas convencionais, as quais são consideradas estratégia de ensino, muitas vezes denominadas como estudo do meio, sendo consideradas como ensino formal, pois se encontram totalmente relacionadas aos acontecimentos da sala de aula.

         O processo de ensino-aprendizagem deve estabelecer uma relação conjunta entre professor e aluno, contribuindo um para com o outro, suas experiências, suas informações para que a aula aconteça de forma produtiva, estabelecendo de tal modo uma parceria de estudo entre ambos. Carneiro (2012, pág.08) aborda que:

 

Além do processo de ensino-aprendizagem se dar através de uma forma produtiva, no qual o objeto de estudo encontra-se em sintonia com o educando, que tem ciência da importância da sua aplicabilidade, é importante que professor e aluno estabeleçam uma parceria de estudo.

 

      Nesse sentido, o professor tem o papel de mediador entre os novos conhecimentos e o aluno, tornando-se muito importante a capacitação deste para a realização da metodologia da aula de campo, considerada uma atividade educativa desenvolvida em um ambiente não formal de ensino, desde que bem executada.

 

 2-METODOLOGIA

 

         O método utilizado para a execução deste resumo utilizada nesta pesquisa baseou-se em uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico, por meio de revisão de artigos e análise das leituras feitas no sentido de compreender em uma conjuntura histórica e atual o Campo como mecanismo de ensino- aprendizagem a partir de autores como: Carneiro (2012); Oliveira & Correia (2013); Oliveira & Correia (2015); Sousa et al (2018).

 

 3- RESULTADOS E DISCUSSÕES

           

         O procedimento de desenvolvimento na aula sobre a processo da formação do solo ocorreu em oito horas aulas, no período de um mês. Em duas exposições foi abordado conceitos sobre sua formação, buscando relacionar a ação do intemperismo e dos seres humanos, a presença de húmus com a fertilidade da terra, as associações humanas e efeitos do intemperismo a erosão do solo, a reciclagem dos materiais, com a presença do solo. No primeiro dia a estratégia didática pedagógica ocorreu por meio de aulas expositivas dialogadas a partir da leitura de textos e atividades propostas previamente indicadas. No segundo dia a aula aconteceu na sala de vídeo, onde foram apresentados quatro vídeos. Cada vídeo abordava um conceito diferente, a primeira tela foi sobre a formação e evolução dos solos- Processos evolutivos, a segunda tela foi sobre definição- A formação do solo e seus componentes, a terceira tela foi sobre conhecendo o solo, a quarta tela foi sobre teoria de comunicação de solo e da água. No terceiro dia aconteceu o campo, no qual se procedeu através da Coleta do solo de diferentes locais da escola, comparando as amostras com algumas características como: granulação, umidade, cor, textura, etc., sistematizando as informações por meio de registro fotográfico, relato de sensações (cheiro, textura, etc.), para e execução desta aula foram utilizadas garrafas pet e sacos plásticos, e no quarto dia fora solicitado  dos educandos, que com suas palavras escrevessem em seu caderno o que entenderam até o presente momento desde o primeiro dia até o último, depois teriam que ir a frente e apresentar. A aula consistiu-se em conjunto entre a professora supervisora e as ex-bolsistas da bolsa de iniciação à docência (PIBID) para que deste modo fosse possível alcançar o objetivo proposto. 

        Nesse contexto, a participação dos educandos nas aulas fora satisfatória, pois eles se mostraram muito interessados sobre o processo evolutivo do solo, apresentando comprometimento com a realização das atividades propostas, interagindo nas aulas com perguntas sobre o tema exposto, principalmente na aula a campo. A aula a campo permite conhecer o espaço e seu processo de formação, ou seja, o campo é um mecanismo utilizado pelos professores para que estes o compreendam o lugar e o mundo, articulando a teoria à prática, através da observação e da análise do espaço vivido e concebido.     

        Durante a exposição da aula pode-se observar a interação e o envolvimento dos educandos na aplicação da aula campo, que por sua vez obteve êxito na execução do ensinamento, alcançando de tal forma o objetivo proposto pela professora supervisora, juntamente com as ex-bolsista PIBID. Percebeu-se por meio desta aula uma melhor compreensão por parte dos educandos a respeito de como ocorre a formação do solo demostrado em diferentes etapas. (Figura 1).

 

Figura 1: Exposição da aula sobre o processo de formação do solo no espaço externo da Escola Estadual Antônio Paes de Barros.









         Segundo Neves (2010) é na aula de campo que se desenvolve o caráter pesquisador, investigador do estudante e que essa contextualização entre conteúdo e aula prática no campo influência diretamente a construção da ciência e sua relevância social. Os autores ainda enfatizam que a aula ao campo não se concretiza apenas pela visita ao meio em si, pois todo o conjunto engloba o planejamento, a delimitação dos conteúdos abordados que serão elos entre a aula teórica e a elaboração de roteiros. (Apud Sousa, 2018).

           No decorrer da aula e posteriormente a apresentação dos educandos sobre o que eles compreenderam a respeito do processo de formação do solo dinamizou um resultado positivo, consolidando-se assim os conteúdos dados em sala de aula ao qual os educandos foram desafiados a se empenharem em tal feito. 

           

                 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

            O programa de Iniciação à Docência é um leque de possibilidades para que o acadêmico vivencie na prática a futura área de atuação profissional, e presencie a real situação do sistema escolar, onde  juntamente com o Professor planeja intervenções, criando dinâmicas com temas atuais que possam chamar a atenção dos educandos, criando um ambiente novo, despertando assim, a curiosidade e a participação deles em sala de aula, o que é muito importante já que atualmente nota-se claramente, que eles estão, na sua grande maioria, totalmente desligados do mundo não dando a menor importância ao que o professor está falando. As aulas de campo nas exposições de Geografia permeiam sair um pouco da utilização do livro didático e despertar sensações e emoções que não se encontram tradicional, motivando o educando a adquirir novos conhecimentos de forma prática e prazerosa, contribuindo para com o processo de ensino aprendizagem.

5- REFERÊNCIAS

CARNEIRO, Roberta Pizzio. Reflexões acerca do processo ensino- aprendizagem na perspectiva freireana e biocêntrica1. IN: Revista Thema, 2012. Disponível em: revistathema.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/download/145/86. Acesso: 18/03/2018.

OLIVEIRA, Alana Priscila Lima de; CORREIA, Monica Dorigo. Aula de Campo como Mecanismo Facilitador do Ensino-Aprendizagem sobre os Ecossistemas Recifais em Alagoas. IN: Alexandria Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/alexandria/article/view/37996/28997. Acesso: 18/03/2018.

OLIVEIRA, Alana Priscila Lima de; CORREIA, Monica Dorigo. Ensino e Aprendizagem Através do Registro das Aulas de Campo Utilizando Diários de Bordo. IN: Revista Brasileira de pesquisa em Educação em Ciências, 2015. Disponível em: https://seer.ufmg.br/index.php/rbpec/article/viewFile/2532/1933. Acesso: 18/03/2018.

SOUSA, Cristiane Aureliano de et al. A aula de campo como instrumento facilitador da aprendizagem em Geografia no Ensino Fundamental. IN: CEDERJ- Fundação CECIERJ, Educação Pública, 2018. Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/a-aula-de-campo-como-instrumento-facilitador-da-aprendizagem-em-geografia-no-ensino-fundamental. Acesso: 18/03/2018