O HISTÓRICO DAS PRÁTICAS FONOAUDIÓLOGICAS NO BRASIL
Kellen Cristina Ventura da Silva[1]
Maria Sirlei Calgaro[2]
Laura da Silva Algusto[3]
RESUMO
O trabalho teve por objetivo buscar um estudo, estudo integrado da linguagem humana da fonoaudiologia e audição que leva a transmissão de conhecimentos através da expressão oral e escrita; sendo o fonoaudiólogo um profissional da comunicação humana. A área de atuação do fonoaudiólogo é bastante ampla atuando em diversas áreas como em pesquisa, orientação, perícias, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico na área da comunicação oral e escrita, voz, audição e equilíbrio, sistema nervoso e sistema estomatognático incluindo a região cérvico facial. Este profissional pode atuar sozinho ou em conjunto com outros profissionais de saúde em clínicas, hospitais, centros especializados em diagnósticos, intitutos gerais de perícia, centros de referência em saúde do trabalhador, como auxilidar do poder judiciário no âmbito das perícias judiciais que envolvem a área da audição, fala e linguagem, equilíbrio e demais áreas correlatas, nas esferas cível, trabalhista e criminal, em creches, escolas (comuns e especiais), emissoras de rádio e televisão, teatro, atendimento domiciliar, empresas de próteses auditivas, indústrias, centros de habilitação e reabilitação, entre outros.
Palavras-chaves: audição, fonoaudiologia, linguagem.
ABSTRACT
The study aimed to seek a study, integrated study of human language from speech and hearing that leads to transmission of knowledge through oral and written expression; It is a professional audiologist of human communication. A speech therapist working area is quite wide acting in areas such as research, guidance, expertise, prevention, assessment, diagnosis and speech therapy in the field of oral and written communication, voice, hearing and balance, nervous system and stomatognathic system including facial cervical region. This professional can act alone or in conjunction with other health professionals in clinics, hospitals, specialized centers in diagnostics, general intitutos expertise, reference centers in occupational health, as auxilidar of the judiciary in the context of judicial expertise surrounding area hearing, speech and language, balance and other related areas, in civil, labor and criminal, in kindergartens, schools (ordinary and special), radio and television, theater, home care, hearing aids companies, industries, centers habilitation and rehabilitation, among others.
Keywords: hearing, speech, language.
INTRODUÇÃO
De acordo com a literatura o surgimento da fonoaudiologia no Brasil mostra-se pareado com a área educacional. A primeira atuação fonoaudiologia em nosso país não se diferencia da educação especial e desde os primeiros trabalhos pensando na reabilitação; pois nos tempos do Império foi criado o Colégio Nacional no Rio de Janeiro em 1855 que tinha como propósito o ensino direcionado aos deficientes auditivos.
Em São Paulo na década de 20 teve início a prática fonoaudiologia. Nessa época os profissionais que atuavam na equivalência dos fonoaudiólogos de hoje tinham sua formação com uma forte ligação ao magistério, daí marcando seu laço com a área da educação. As primeiras práticas desses profissionais estavam ligadas a correções de vícios e defeitos de linguagem, ocasionadas por sotaques estrangeiros.
Na década de 60 ocorreu a institucionalização dos os primeiros cursos de fonoaudiologia no Brasil. O Ginásio Experimental Dr. Edmundo de Carvalho (SP) foi palco de alguns experimentos da área fonoaudiológica no final dos anos 60 e ainda como local para os estagiários do curso de Fonoaudiologia da escola paulista de medicina onde fica definitivamente evidenciado o interesse do fonoaudiólogo pela área educacional.
Nos anos 70, ocorreram os movimentos pelo reconhecimento dos cursos e da profissão. Criaram-se, então, os cursos em nível de bacharelado, e o curso da Universidade de São Paulo foi o primeiro a ter seu funcionamento autorizado, em 1977.
Somente na década de 80 o curso foi finalmente regulamentado no Brasil a profissão de fonoaudiólogo e com isso a escola se tornou um espaço de atuação legalmente definido. Quanto às dificuldades e desafios a serem enfrentado, um dos fatores é a baixa autoestima dos profissionais em relação à carreira frente aos problemas afrontados.
É necessário acometer permanentemente na formação técnica e na conduta profissional. Com um investimento continuado na formação, consequentemente haverá uma melhor qualidade nos serviços ofertados bem como uma melhor adequação na postura profissional são um dos pilares para a inserção no mercado. Outro desafio a ser enfrentado, é o de a profissão ser de escolha predominantemente feminina. As mulheres são, naturalmente, mais cuidadoras que os homens, sendo isso um ponto positivo, pois é de grande importância à profissional fonoaudióloga em contato com os pacientes. Mas esse fato também acaba sendo um obstáculo no sentido financeiro; por ter um predomínio de mulheres é de certa forma menos valorizada financeiramente, principalmente no Brasil. Em conseguinte há outro desafio pertinente constante: ainda há um desconhecimento dos profissionais de saúde e de outras categorias profissionais, além da população em geral, em relação às competências do fonoaudiólogo. Uma das soluções estaria em dimensionar a carreira de maneira diferente sendo não ser mais focada apenas no trabalho e desenvolvimento pessoal e exclusivista, mas aberta às relações, aos novos espaços, às novas habilidades. É preciso participar das equipes, organizá-las, ou fundá-las, se necessário. Abrir novos grupos de estudo e formas de trabalho e novas clínicas de atendimento interdisciplinar.
Vale ressaltar também que há uma falta de representação política da Fonoaudiologia também sendo um desafio a ser superado. Esta profissão precisa de pessoas no Senado que os represente e lutem por seus direitos quando preciso. Se tivessem bons representantes, teriam mais oportunidades e mais chances de, como exemplo, ter mais autonomia em relação ao Ato Médico. De acordo com a lei do Ato Médico, fica sendo atividade exclusiva de o médico fazer o diagnóstico e definir como vai ser feito o tratamento de qualquer tipo de problema que a pessoa tenha, ou seja, subordinaria todos os profissionais que atuam na área de saúde à autoridade de um médico, independentemente de sua qualificação. Esse projeto de lei acaba com a autonomia dos profissionais da saúde e fere o direito da população de ter livre acesso aos serviços de saúde. O projeto inviabilizaria o SUS e violaria o direito do indivíduo de ir e vir e de fazer suas escolhas. Muitos profissionais são afetados com a aprovação dessa lei. Além dos fonoaudiólogos, também podemos citar os assistentes sociais, biólogos, biomédicos, profissionais da educação física, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, ópticos e optometristas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
DESENVOLVIMENTO
1.Contexto histórico das práticas fonoaudiólogicas no Brasil
No Brasil a fonoaudiologia existe desde a década de 1930, quando as áreas da Medicina, Educação e Psicologia passavam a tronar-se conhecidas, mas só foi sistematizada academicamente na década de 60 a partir dos cursos ministrados pela USP e pela PUC. Naquela época,o atendimento era diferenciado, pois os profissionais atendiam apenas pessoas com alterações de fala e linguagem, eram chamados de terapeutas da palavra, logopedistas e ortofonistas.
Nos anos 60, as escolas começaram a absorver profissionais das áreas de Fonoaudiologia e surgiram os cursos de especialização para atender excepcionais e deficientes auditivos.
Em 1975, o MEC definiu o currículo mínimo para a formação do Fonoaudiólogo a partir do curso ministrado na Universidade Federal de Santa Maria (RS): era o primeiro passo para o reconhecimento da profissão.
No dia 09 de dezembro de 1981, devido aos esforços dos Fonoaudiólogos de todo o Brasil reunidos em associações e núcleos regionais, foi aprovada a Lei 6965/81 em que é regulamentada a profissão. Com isso, é estabelecido o Dia do Fonoaudiólogo (09 de dezembro) e o curso de Fonoaudiologia deixa de ser de Tecnólogo e passa a ser de graduação plena. Isso significa que ele passou a abranger desde a pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológica na área de comunicação oral e escrita, voz e audição até o aperfeiçoamento dos padrões de fala e da voz.
Em 1983, o Ministro do Trabalho instalou a Portaria 3017/83 que criou o primeiro Conselho Federal de Fonoaudiologia, órgão disciplinador e fiscalizador do exercício da Fonoaudiologia e do cumprimento das normas éticas. A partir daí, foram criados os Conselhos Regionais e houve o reconhecimento de fato e de direito da profissão. Em 15 de setembro de 1984 foi aprovado o primeiro Código de Ética da profissão, que elencava os direitos, deveres e responsabilidades do Fonoaudiólogo, inerentes às diversas relações estabelecidas em função de sua atividade profissional. Este texto foi revisado em 1995, em decorrência do crescimento da profissão, da ampliação do mercado de trabalho do fonoaudiólogo e da maior conscientização da categoria.
No dia 24 de janeiro de 2008 foi realizada a inclusão do fonoaudiólogo no NASF (Núcleos de Apoio à Saúde da Família).
A da portaria 154, assinada em 24 de janeiro de 2008, do ministério da saúde, foi confirmada a autorização da implementação dos núcleos de apoio a saúde da família (NASF). Foi também confirmada a inclusão do fonoaudiólogo entre os profissionais de saúde que integrarão as equipes. Os NASF são constituídos por equipes de 13 profissionais: Assistente social, educador físico, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional e médicos das áreas de acupuntura, ginecologia, homeopatia, pediatria e psiquiatria. Faz parte da estratégia de atuação dos núcleos promover a saúde e a qualidade de vida, como estratégia de prevenção de doença.
2.Principais desafios da fonoaudiologia na atualidade
De acordo com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) a fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refer ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, disturbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função conitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição.
Fonoaudiólogo é o profissional da área de saúde, cuja um dos seus diversos deveres é integrar equipes multidisciplinares onde são efetuados o diagnóstico fonoaudiológico, a prevenção, avaliação, e terapia das alterações da linguagem (fala, voz, audição, funções de mastigação, respiração, deglutição). Em sua formação ele recebe os conhecimentos das áreas das ciências básicas da saúde e humanísticas, necessárias para compreender o fenômeno da linguagem oral e suas patologias.
O campo de trabalho para tal profissional vem crescendo, pois está conquistando espaço, e apesar de muita luta no decorrer da história, hoje se faz, necessária em várias áreas de atuação, porém a profissão também passa por alguns desafios na sociedade atual como: o predomínio feminino da profissão, a falta de representação política, a falta de conhecimento da profissão, falta de espaço para residência multiprofissional, e outra preocupação dos profissionais da área é o ato médico, um projeto de lei que está tramitando no Senado, onde os médicos concentrarão poder de decisão em todas as profissões da saúde.
Como se sabe, a Fonoaudiologia é uma profissão de escolha predominantemente feminina, esse fato também acaba sendo um obstáculo no sentido financeiro; por ter um predomínio de mulheres é de certa forma menos valorizada financeiramente, principalmente no Brasil.
Uma das principais lutas da Fonoaudiologia ainda é pelo reconhecimento pela população e por outros profissionais. Existem muitas dúvidas da sociedade com relação à atuação do fonoaudiólogo, porém estas não são fruto de uma desvalorização do trabalho dos profissionais, mas apenas conseqüência do desconhecimento da fonoaudiologia. Ainda é um desafio a informação geral a respeito da Fonoaudiologia, de que é possível ter salários adequados e ocupar espaços importantes.
Residências multiprofissionais são cursos de especialização apoiados pelo Ministério da Saúde e Educação os quais são projetos construídos pelas escolas que solicitam esses cursos e são orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir das necessidades e realidades locais e regionais. Abrangem as profissões da área da saúde e ainda é um desafio para todas, incluindo a Fonoaudiologia, realizar cursos de residência multiprofissional, pois, embora seja uma questão de grande importância, ainda está ganhando espaço nas universidades e são poucas as que o possuem.
A falta de representação política da Fonoaudiologia é também um desafio a ser superado. A profissão precisa de pessoas no Senado que representem a profissão e lutem por seus direitos quando preciso. Um exemplo claro e atual é o ato médico tramitando, de acordo com a lei do Ato Médico, fica sendo atividade exclusiva do médico fazer o diagnóstico e definir como vai ser feito o tratamento de qualquer tipo de problema que a pessoa tenha, ou seja, subordinaria todos os profissionais que atuam na área de saúde à autoridade de um médico, independentemente de sua qualificação.
Muitos profissionais são afetados com a aprovação dessa lei. Além dos fonoaudiólogos, também podemos citar os assistentes sociais, biólogos, biomédicos, profissionais da educação física, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, ópticos e optometristas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
3.O papel da fonoaudiologia na ciência e no campo social
O ser humano é incapaz de viver isolado, desde pequeno aprende a se relacionar e comunicar-se com os demais da sua espécie, pois é um ser social, e necessita de uma linguagem comum, para que essa comunicação se torne possível, e assim viver em sociedade.
“O processo de desenvolvimento das condutas superiores consiste precisamente na incorporação e internalização de pautas e ferramentas de relação com os outros. Isso somente é possível porque a criança vive em grupo e estrutura sociais e, porque pode aprender dos outros e através da sua relação com eles” (Riviéri, 1994, p.52).
É portanto pela aprendizagem com os demais, que o indivíduo constrói o conhecimento, passando então de um ser biológico a um ser humano. Segundo Vygotsky o desenvolvimento e a aprendizagem estão relacionados desde o nascimento da criança, pois a aprendizagem resulta do desenvolvimento.
O papel da linguagem no desenvolvimento é de fundamental importância, pois antes mesmo de controlar o seu comportamento, a criança começa a controlar seu ambiente, com ajuda da fala, sendo essa uma nova forma da criança organizar seu pensamento. Então ela é capaz de utilizar a fala com a função interpessoal, em vez de apelar para um adulto, ela pode apelar para si mesma, usando a fala como instrumento.
“O momento mais significativo no curso do desenvolvimento intelectual, que dá a luz as formas mais puramente humanas da inteligência prática e abstrata, é quando a linguagem e a atividade prática, duas linhas de desenvolvimento antes completamente independentes, convergem” (Vygotsky, 1979, p.48)
O fonoaudiólogo tem como papel então atuar na comunicação humana e suas desordens, um exemplo claro da atuação do fonoaudiólogo é o trabalho feito com crianças e adultos autistas.
A pessoa portadora Transtorno do Espectro Autista possui como característica principal um déficit na comunicação e interação social, com carência em comunicação verbal, portanto quando a criança é estimulada a comunicar-se oralmente o quanto antes, são maiores as chances de um melhor desempenho por parte dela.
O profissional da fonoaudiologia é um dos primeiros procurados pelas famílias para diagnóstico e intervenção nos atrasos de linguagem das crianças. Assim o papel do fonoaudiólogo varia de acordo com a perspectiva teórica abordada e afeta diretamente a atuação terapêutica e sua prática educativa.
4.Tipos de intervenção
O profissional da área de fonoaudiologia atualmente é reconhecido e solicitado em vários setores no mercado de trabalho, dentre eles:
Clínicas multi e interdisciplinares: segundo Gomes interdisciplinaridade é o processo pelo qual se desenvolve a comunicação entre diversas áreas de conhecimento, sendo priorizada a interação dos saberes, a ação conjunta e integrada.
Com o passar do tempo os saberes se tornaram cada vez mais específicos, sendo possível o conhecimento detalhado sobre determinada área, para assim atender melhor a população, sem sobrecarga. A fonoaudiologia é uma dessas áreas especificas, nesta concepção então é possível fazer um trabalho completo, desde que seja feito em equipe, juntamente com os demais profissionais que integram a clinica.
Escolas: é importante ressaltar a importância desses profissionais na escola, para detectar possíveis dificuldades de linguagem logo no inicio. O profissional ao ser inserido na escola tem como principais funções triagem, terapia e participação na equipe segundo Pacheco e Caraça (1984). É importante salientar também a inserção do fonoaudiólogo nas escolas especiais, tratando de problemas específicos.
(...) esta é uma área onde a atuação do fonoaudiólogo se faz quase que individualmente (...) uma vez que tem como objetivo avaliar a comunicação oral, escrita e aspectos relacionados a elas. A triagem é composta por uma bateria de testes, elaborados pelo fonoaudiólogo, através dos quais se verifica a linguagem oral e/ou escrita da criança. (Pacheco e Caraça, 1984, p. 205)
Apesar de o fonoaudiólogo integrar uma equipe no ambiente escolar formada por professores de diversas áreas, psicólogo, nutricionista, dentre outros, o seu trabalho se torna individualizado e deve ser minucioso, e investigativo através de todos os recursos que este possui.
Empresas: a comunicação nas empresas é indispensável para o para a eficiência da mesma, sendo assim o fonoaudiólogo tem como objetivo atuar no aprimoramento da comunicação da empresa seja ela de pequeno, médio e grande porte, e contribui para a qualidade de vida dos funcionários, na melhora do relacionamento e atendimento aos clientes, quanto com os interesses da empresa no crescente aumento da produtividade.
Na área de telemarketing envolve: análise da comunicação interna e externa da empresa, seleção e exames admissionais, monitoramento com enfoque na boa comunicação, fundação de programas de prevenção e prevenção em voz, atuação na equipe de trabalho. Já no desenvolvimento pessoal o fonoaudiólogo atua em programa de saúde vocal, treinamentos, cursos, palestras, acompanhamento e consultoria.
Hospitais: A ação do fonoaudiólogo em hospitais é atual, principalmente no que diz respeito ao acolhimento do paciente internado (leito e unidade de terapia intensiva), porém, é respaldada científica e assistencialmente.
De acordo com Barros (2007), no hospital, o fonoaudiólogo entra na equipe atuando de forma multi e interdisciplinar, desde a prevenção, diagnóstico e reabilitação propriamente dita. Com a finalidade de reduzir e prevenir complicações e o restabelecimento da alimentação via oral e da comunicação, que são importantes para a saúde e bem estar do paciente Devido à falta de tradição desse profissional no corpo clínico das instituições, ainda se faz necessária a triagem realizada pelos fonoaudiólogos nos pacientes internados, para posterior contato com os médicos e outros integrantes do corpo clínico, para a discussão dos riscos e benefícios do encaminhamento para o tratamento fonoaudiológico.
5.Interação do profissional de fonoaudiologia com profissionais de áreas afins
A fonoaudiologia tem necessidade de se relacionar com outras áreas do conhecimento para que o trabalho se torne mais abrangente, e assim mais preciso, dentre elas podem ser citadas:
Psicologia: o objeto central do estudo do fonoaudiólogo é a comunicação humana. Para tanto, em casos que careçam a intervenção psicoterápica combinada ao tratamento fonoaudiólogo, possibilitará uma compreensão e expressão mais efetiva.
Otorrinolaringologia: disciplina da medicina que intervêm nos órgão do ouvido, nariz e garganta. O otorrinolaringologista deve manter saudáveis estas estruturas para que o tratamento funcional possa ser iniciado pelo fonoaudiólogo, nas diferentes patologias.
Fisioterapia: Na fisioterapia o fonoaudiólogo atua quanto a respiração, postura e atividades físicas adequadas.
Ortodontia: o profissional da área de fonoaudiologia diagnostica e trabalha com atividades que são capazes de corrigir a respiração bucal, padrões de mastigação e deglutição, assim como vícios posturais da língua, cooperando com a ortodontia.
Pedagogia: o profissional juntamente com o pedagogo atua auxiliando-o no que diz respeito da linguagem e comunicação, podendo então ajudar na elaboração de planejamento escolar (prevenção) e fazendo sugestões quanto às atitudes a serem seguidas pelo educador e/ou paciente na área da linguagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir que a fonoaudiologia, defende-se que os aspectos de fala, da linguagem e da audição devem ser considerados atributos da saúde uma vez que suas manifestações patológicas abalam a competência e o desempenho comunicativo verbal e não verbal intra e interpessoal. Eles geram sofrimento, mesmo não causando dor física, não apresentando sinais e sintomas expressos laboratorialmente, não sendo levados à cura por meio de ingestão de drogas nem levando à morte. Porém, essas manifestações patológicas limitam a capacidade do ser humano criar e transformar o mundo, através do poder da palavra, gerando um enorme impacto na experiência pessoal e comprometendo a qualidade de vida.
Em um âmbito geral a voz tem sido muito utilizada como instrumento de trabalho e ascensão profissional em nossa sociedade. Com o advir dos novos tempos, um dos serviços mais modernos que se pode citar é o de teleatendimento, no qual a voz é instrumento para o mais variado leque de objetivos, desde os comerciais até os assistenciais. O crescimento constante desta modalidade de trabalho trouxe a necessidade do aperfeiçoamento do operador de teleatendimento, em função do importante papel que este desempenha na comunicação entre a empresa e os clientes, e exigindo deste profissional um autocontrole emocional significativo, para tratar com demandas pessoais específicas e, geralmente, difíceis.
O fonoaudiólogo atua dando aos professores, sugestões técnicas que ajudem a preparar as crianças para a alfabetização, prevenindo problemas futuros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Ana Paula Brandão; QUEIJA, Débora dos Santos; MARINHO, Maria Carmem de Carvalho Reis. Caracterização do atendimento fonoaudiológico em pacientes internados. Santos, SP: Hospital Ana Costa, 2007. Acesso em: 16.07.2012. Disponível em: http://www.revistamedicaanacosta.com.br/12(2)/artigo_2.htm
DRAGONE, Maria Lúcia Suzigan; BEHLAU, Mara. A fonoaudiologia brasileira e a voz do professor: olhares científicos no decorrer do tempo. Revista Fonoaudiologia Brasil, 2006. Acesso em 17.07.2012. Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/publicacoes/revistavirtual2s2006vol4n2.pdf
PACHECO, E.C.F; CARAÇA, E.B. Fonoaudiologia escolar. In: Ferreira LP, organizadora. Temas de fonoaudiologia. 8.ed. São Paulo: Loyola; 1984. p. 199-209.
[1] Graduada em Pedagogia. Atua na rede pública de ensino.
[2] Graduada em Pedagogia pela FAEL. Pós-graduada em Educação Infantil pela UNICID. Pós-graduada em Alfabetização e Letramento pela Universidade Cândido Mendes. Atua na Escola Estadual Jorge Amado.
[3] Graduada em Pedagogia. Atua na rede pública de ensino.