INCLUSÃO DIGITAL NAS ESCOLAS: O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
Laura da Silva Augusto[1]
Áurea Lúcia Isidoro Russafa[2]
RESUMO
A sociedade atual vive momentos de significativas mudanças em decorrência dos avanços tecnológicos que requerem da sociedade adaptação e ampliação urgente das possibilidades de informação e comunicação, tornando-se necessária a busca cotidiana pela inclusão digital. Esta foi incorporada pelas escolas brasileiras desde 2007, através do Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO), mas mesmo que oficializado, não nos parece que as práticas pedagógicas nas escolas públicas brasileiras tenham incorporado às tecnologias digitais como ferramentas de mediação pedagógica que pode contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem.
Palavra-chave: aprendizagem, conhecimento, informática.
ABSTRACT
Today's society lives moments of significant change as a result of technological advances that require adaptation of society and urgent expansion of information and communication possibilities, making it necessary to everyday quest for digital inclusion. This was built by Brazilian schools since 2007 through the National Program for Computers in School (PROINFO), but even if official, do not think that the pedagogical practices in Brazilian public schools have incorporated to digital technologies as a pedagogical mediation tools that can contribute to improve teaching and learning.
Keyword: learning, knowledge, information.
INTRODUÇÃO
Atualmente é difícil abordar o tema educação sem considerar as novas tecnologias de informação e comunicação, principalmente a informática que ocupa um espaço cada vez maior nas reflexões e práticas educativas. As transformações sociais, econômicas e tecnológicas impõem novas formas de ensinar e aprender. Estamos em plena “Era da Informação e Tecnologia”, o mundo está passando por várias transformações e somos surpreendidos por um mar de informações que nos chegam de forma tão rápidas e inesperadas, da mesma forma que se tornam obsoletas.
As inovações tecnológicas evoluem em uma velocidade consideravelmente rápida e trazem mudanças na relação de trabalho, na forma de aprender e de relacionar das pessoas, exercem influencias sobre a economia e a política e cada vez mais é necessária a presença de mecanismos interativos que auxiliem nas tomadas de decisões.
“Lemos, com frequência, que as tecnologias vão encantar a educação e que elas estão provocando profundas mudanças em todas as dimensões de nossas vidas. No entanto não são as tecnologias que estão mudando nossas vidas, mas, os usos múltiplos e diferenciados que estamos fazendo delas”.
Trabalhar com educação, na chamada “Era da Informação e Tecnologia”, significa inserir e utilizar cada vez mais como ferramenta pedagógica às novas tecnologias de informação e comunicação, e neste sentido, as escolas já estão reavaliando o seu papel no que se refere à construção do conhecimento.
A introdução do computador nas escolas municipais, proliferaram inúmeros programas voltados ao entretenimento e educação (Produtos de software educacional) que, utilizados como ferramentas didático-pedagógicas para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, vêm possibilitando múltiplas formas de tratar o conhecimento e criar ambientes mais dinâmicos de aprendizagem.
A Inclusão Digital é crescentemente incorporada ao processo ensino-aprendizagem como mediação entre o indivíduo e o conhecimento. Por meio de Oficinas de Informática na Educação explorando os laboratórios de informática, a tecnologia fica ao alcance de alunos e professores, podendo estes usufruir das diversas ferramentas que o computador oferece.
O desafio se traduz em aceitar que esses ambientes são compostos de um modo próprio de apresentação e representação do conhecimento, congregando diversos aportes tecnológicos como o informático, o audiovisual e o textual e, com base nisso, propor modos de aplicação que respondam às questões e necessidades pedagógicas da escola.
Três pilares formam um tripé fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC’s, renda e educação. É fácil prever que sem qualquer um desses pilares, não importa qual combinação seja feita, qualquer ação está fadada ao insucesso. As escolas constituem também componentes essenciais à inclusão digital uma vez que diversos protagonistas (professores, alunos, especialistas membros da comunidade) atuam em conjunto para o processo de construção de conhecimento. Pode-se notar que os três pilares do tripé da inclusão digital devem existir em conjunto para que ela ocorra de fato.
De nada adianta acesso às tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto porque o aluno com acesso a computadores deixa de ter um mero papel “passivo” de consumidor de informações, bens e serviços, e então passa também a atuar como um produtor (de conhecimentos, bens e serviços).
Prossegue dizendo que proporcionar educação nas escolas a alunos disponibilizando a eles acesso a informática é fundamental para o conhecimento e para o futuro dos alunos já que nos dias atuais o computador está diretamente relacionado ao dia-a-dia de todos nós seres humanos.
DESENVOLVIMENTO
A expressão Inclusão Digital nasceu do termo "digital divide", que em inglês significa algo como "divisória digital". “Hoje, a depender do contexto, é comum ler expressões similares como democratização da informação, universalização da tecnologia e outras variantes parecidas e politicamente corretas”.
A inclusão digital significa também, antes de tudo, melhorar as condições de vida de uma determinada região ou comunidade com ajuda da tecnologia. Em termos concretos, incluir digitalmente não é apenas "alfabetizar" alunos em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores.
A inclusão digital e o combate à exclusão social e econômica estão intimamente ligados, em uma sociedade onde cada vez mais o conhecimento é considerado riqueza e poder. Se há um consenso a respeito do que é inclusão digital é o de que o desenvolvimento socioeconômico e político deste início de século XXI passam também pelo domínio das chamadas TIC’s — tecnologias de informação e comunicação.
A inclusão digital deve favorecer a apropriação da tecnologia de forma consciente, que torne o indivíduo capaz de decidir quando, como e para que utilizá-la. Do ponto de vista de uma comunidade, a inclusão digital significa aplicar as tecnologias a processos que contribuam para o fortalecimento de suas atividades econômicas, de sua capacidade de organização, do nível educacional e da autoestima de seus integrantes, de sua comunicação com outros grupos, de suas entidades e serviços locais e de sua qualidade de vida.
1.1 A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL
O acesso às tecnologias da informação e da comunicação, também chamado inclusão digital, está diretamente relacionado, no mundo atual, aos direitos básicos à informação e à liberdade de opinião e expressão. A exclusão digital é uma das muitas formas de manifestação da exclusão social. Não é um fenômeno isolado ou que possa ser compreendido separadamente, pois se trata de mais uma consequência das diferenças já existentes na distribuição de poder e de renda.
A inclusão digital não se resume à disponibilidade de computadores e de telefones, mas a capacitação das pessoas para o uso efetivo dos recursos tecnológicos. Para ser incluído digitalmente, não basta ter acesso a computadores conectados à Internet, também é preciso estar preparado para usar estas máquinas, não somente com capacitação em informática, mas com uma preparação educacional que permita usufruir de seus recursos de maneira plena.
As tecnologias da informação e da comunicação TIC’s, precisam se tornar ferramentas que contribuam para o desenvolvimento social, intelectual, econômico e político do cidadão.
A inclusão digital não beneficia somente o aluno. Uma escola com colaboradores incluídos consegue se comunicar com a equipe de forma mais eficiente e mais barata e pode tirar maior proveito de seus investimentos em tecnologia. E estas vantagens também se refletem na competitividade e na eficiência do próprio País
Estas tecnologias têm o potencial de aproximar o real do virtual, o visual do sensorial, o conhecimento acadêmico do operativo, tornando esses ambientes mais interativos, concretos e dinâmicos para a tarefa de aprender com as tecnologias informatizadas.
A introdução do computador na aprendizagem impõe um desafio aos educadores, administradores, especialistas e desenvolvedores de Produtos Educacionais Informatizados (PEI): fazer evoluir os conceitos, valores, princípios e processos tecnológicos para melhor se adequarem e se ajustarem os objetivos da formação pedagógica aos objetivos do aprendiz.
Nesse sentido ainda se afirma que: o uso do computador na educação é hoje um produto cultural novo de consumo inevitável. Suas aplicações seja no ensino da informática, em atividades de treinamento e capacitação profissional, no uso das redes de comunicação como meio de aprendizagem presencial e à distância e nos próprios softwares educacionais com seus recursos, conteúdos e projeto educativo, são crescentemente incorporados ao processo educacional.
1.2 A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA APLICADA NA EDUCAÇÃO
O uso da informática como ferramenta de ensino torna-se cada vez mais frequente. O crescente desenvolvimento da área de Sistemas de Informação chama a atenção para o uso das ferramentas de Informática na Educação dentro das atividades curriculares das escolhas de ensino fundamental e médio.
Para a implantação da informática na educação são necessários basicamente quatro ingredientes: o computador, o software educativo, o professor ou profissional capacitado para usar o computador como meio educacional e o aluno. Todos eles têm igual importância e cada qual possui suas particularidades.
1.3 A IMPORTÂNCIA DA INTERNET NA INCLUSÃO DIGITAL
O que se chama Internet é, na verdade, um conjunto de redes de computadores que possa se comunicar entre si. “Pode-se dizer que a Internet é a rede das redes em que dezenas de milhares de computadores falam um com os outros através de uma linguagem (protocolos de comunicações) comum”.
A importância da internet não pode deixar de ser referenciada, pois com ela podemos promover algumas questões importantes para atualidade da era digital de todos inclusive de alunos e professores como a localização de informações e a comunicação.
As diversas redes que compõem a internet são operadas por múltiplas e diferentes organizações, desde universidades, na educação, organismos governamentais, instituições de pesquisa, instituições militares e empresas.
A internet é uma grande aliada para atingirmos um futuro com sucesso. Nesse sentido enfatiza: “O que temos hoje é apenas uma pequena simulação da economia do futuro, com isso precisamos educar nossos filhos e promover a educação de nossos alunos com uma visão de futuro.”
Os jovens devem ser estimulados a localizar e pesquisar informações, a tratá-las e criticá-las e por fim, a se comunicar. Na educação, a internet, por exemplo, traz um potencial inovador ímpar, pois permite superar as paredes da sala de aula, com a troca de idéias com alunos de outras cidades e países, intercâmbio entre os educadores, nacional e internacionalmente, pesquisa on-line em bancos de dados, assinatura de revistas eletrônicas e o compartilhamento de experiências em comum. Este novo ambiente de aprendizagem, que não reside mais apenas na escola, mas também nos lares e nas empresas, traz novos desafios para os educadores, agora mais do que nunca.
1.4 A IMPORTÂNCIA DO COORDENADOR DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
Para introduzir a Informática na escola, não basta ter um laboratório equipado, professores treinados e um projeto pedagógico. A experiência mostra que sem a figura do coordenador de Informática o processo “emperra. Segundo Lopes, o coordenador é considerado a peça principal do processo, onde ele não deve ter apenas uma formação técnica. Muitas escolas contratam técnicos pelo seu baixo custo. Esse profissional deve ter uma formação pedagógica, uma experiência de sala de aula. Não necessita ser um pedagogo, mas que tenha um envolvimento com o processo pedagógico. Deve ser capaz de fazer uma ponte entre o potencial da ferramenta (software educativo) com os conceitos a serem desenvolvidos.
O coordenador não é apenas um facilitador, mas o coordenador do processo, ele deve perceber o momento de mudar de etapas e de propiciar recursos necessários para impulsionar as engrenagens do processo, como por exemplo: a formação de professores e recursos necessários, como produtos de software.
O coordenador do laboratório de Informática dever estar atento e envolvido com o planejamento curricular de todas as disciplinas, para poder sugerir atividades pedagógicas, envolvendo a Informática. Entretanto, sem apoio da coordenação ou da direção, não terá força para executar os projetos sugeridos.
O coordenador de informática deve:
· Ter uma visão abrangente dos conteúdos disciplinares e estar atento aos projetos pedagógicos das diversas áreas, verificando sua contribuição;
· Conhecer o projeto pedagógico da escola;
· Ter uma experiência de sala de aula e conhecimento de várias abordagens de aprendizagem;
· Ter a visão geral do processo de aprendizagem e estar receptível para as devidas interferências nele;
· Perceber as dificuldades e o potencial dos alunos, para poder instigá-los e ajuda-los;
· Mostrar para o aluno que o Laboratório de Informática deve ser extensão de sua sala de aula e esta deve ser dada por ele e não por uma terceira pessoa;
· Pesquisar e analisar os produtos de software educativo;
· Ter uma visão técnica, conhecer os equipamentos e se manter informado sobre as novas atualizações;
· Estar constantemente receptível a situações sociais que possam ocorrer.
Portanto, programar a Informática educativa não significa simplesmente introduzir o computador e produtos de software educacional nas escolas. O software deve ser utilizado dentro de um contexto e inserido em projetos, visando o desenvolvimento integral do aluno, as múltiplas inteligências e a criatividade.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a inclusão digital não é apenas o acesso às tecnologias e a sua utilização. Ela esta inteiramente ligada à motivação e à capacidade para a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) de forma crítica e empreendedora, superar os desafios, que incluem barreiras tais como má distribuição de renda, baixa taxa de escolaridade e limitação do próprio conhecimento.
Para obter o sucesso, é necessário desenvolver estratégias inclusivas dentro da própria escola, facilitando assim o acesso dos alunos a essa Tecnologias da Informação e Comunicação. Portanto a inclusão digital nas escolas deve ser inserida de maneira com que os alunos queriam através das tecnologias, buscar conhecimento, e é de fundamental importância que o coordenador do laboratório tenha conhecimento adequado par lidar com as adversidades que possa vir a encontrar.
REFERÊNCIAS
ARGENTO, Heloisa Teixeira. O Uso do Computador na Educação Infantil: Algumas Sugestões. Disponível em: <http://www.trendnet.com.br/users/harge nto/info.htm>. Acesso em: 04 Nov. 2013.
CRUZ, Renato. O que as empresas podem fazer pela inclusão digital. São Paulo: Instituto Ethos, 2004. Disponível em: <http://www.cdi.org.br/manual/inclusao.pdf>. Acesso em: 05 Nov. 2013.
LOPES, José Junio. A Introdução da Informática no ambiente Escolar. Disponível em: <http://www.gilian.escolabr.com/crte/webquest/edutic/textos/info _escola.doc>. Acesso em: 05 de nov. 2013.
REBELO, Paulo. Folha de Pernambuco. Inclusão Digital: O que é e a quem se destina. Disponível em:<http://webinsider.uol.com.br/vernoticia.php/id/2443>. Acesso em: 27 out. 2013.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação. São Paulo: Ed. Érica, 5ª ed. 2004.