FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO PARA A PESQUISA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Cleamar Aparecida Morandi[1]
RESUMO
Este artigo tem como objetivo de pesquisa a necessidade da inclusão dos alunos com necessidades especiais. Nesse sentido, o papel dos familiares é determinante para que ocorra a inclusão de alunos com deficiência no meio educacional.
A inclusão de alunos com deficiência de aprendizagem no sistema comum de ensino requer não apenas a aceitação da diversidade humana, mas implica em transformação significativa de atitudes e posturas, principalmente em relação à prática pedagógica.
PALAVRAS-CHAVE: Aluno com deficiência; Família; Inclusão;Escola.
ABSTRACT
This article has as objective to study the need for the inclusion of students with special needs. In this sense ,the role of the family is decisive for which occurs the inclusion of students with disabilities in the education area. The inclusion of students with learning disabilities in the common system of education requires not only the acceptance of human diversity, but implies significant transformation in attitudes and postures, mainly in relation to the pedagogical practice.
Keywords: Student with disabilities; family; Inclusion; School.
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo de esclarecer o que se refere às crianças com deficiência como aprenderem de forma eficaz quando frequentam as escolas regulares, tendo como instrumento a qualidade do ensino. Observa-se maior resistência para inclusão em escolas e instituições que ainda apoiam no modelo médico da deficiência, em temática de reeducação, educação compensatória ou de prontidão para inclusão. O conceito de necessidade educacional especial vem romper com essa visão reducionista de educação especial centrada no déficit, na limitação, na impossibilidade do sujeito de interagir, agir e aprender com os demais alunos em ambientes o menos restritivos possíveis.
A educação inclusiva vem sendo uma temática bastante discutida no nosso cenário atual, visto que a inclusão depende de uma série de fatores. Desse modo, a família é um dos meios fundamentais para favorecer a inserção e desenvolvimento das habilidades de seus filhos com deficiência uma vez que a construção de uma sociedade inclusiva não é fácil, porém quando a aceitação de uma deficiência seja ela qual for ,se inicia no âmbito familiar ,todo processo de inclusão é facilitado ,já que para promover a interação e posteriormente , o aprendizado do aluno com deficiência, a escola precisa do apoio dos pais.
2. Um desafio entre o ideal e o real
O presente artigo pretende provocar uma análise e reflexão que requer compreensão quanto às especificidades das crianças com deficiência, sendo imprescindível um comprometimento de todos os envolvidos, desde o professor em sala de aula até os pais desses alunos com deficiência. Essa é uma ação a ser construída coletivamente, pois participa do processo educativo, no mesmo espaço com os demais alunos, requer, na maioria das vezes, apoio e recursos especiais que já estão legalmente garantidos aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas que na prática não estão disponibilizados na escola. A articulação entre família e escola é fundamental para o melhor desenvolvimento das crianças com deficiência e que, independentemente da deficiência ,quando recebem todo o apoio necessário , as crianças possuirão um maior suporte para supera-las já que essa interligação contribui de maneira significativa no processo de aprendizagem e desenvolvimento das habilidades dos alunos com deficiência no contexto escolar. Por isso a família é um dos sistemas mais importantes para promover a interação e o desenvolvimento dos filhos com deficiência .
A inclusão de aluno com deficiência que apresentam necessidades educacionais é um fato relativamente recente e novo na educação brasileira. É natural que a escola, educadores e pais se sintam receosos e apreensivos com relação à possibilidades de sucesso nessa tarefa. Quando a escola recebe ,pela primeira vez ,uma criança com deficiência no processo de desenvolvimento e aprendizagem em relação aos demais alunos da mesma faixa etária é natural que muitas dúvidas surjam. O professor , geralmente , sente-se ansioso e temeroso diante de nova situação para a qual não se encontra preparado , mas com a convivência ,a experiência e ajuda de profissionais especializados e da família o professor verifica que não é tão difícil como parecia .Essa forma de ser e agir é que as torna ser único,singular.Devem ser olhadas não como defeito, incompletude ou incapacidade , mas como pessoas com possibilidades e dificuldades que podem ser superadas ou minimizadas.
Segundo Figueira, (1995,) "palavras são expressões verbais de imagens construídas pela mente. Às vezes, o uso de certos termos, muito difundido e aparentemente inocente, reforça preconceitos. Além dessas falas, temos observado, o medo da mudança com a certeza do fracasso e medo da diferença onde se sentem ameaçados, os que provocam afastamento, o estigma e consequentemente o preconceito. O professor desconhece quem é este sujeito, suas possibilidades, seu desejos, suas dificuldades e limitações".
3. Igualdade de Oportunidades
Atender as necessidades educacionais especiais dos alunos dentro da diversidade escolar requer uma postura educativa adequada, que abrange graduais e progressivas adaptações de acesso ao currículo, bem como adaptações de seus elementos. Como exemplo, podemos citar trabalhos que tem como propósito o desenvolvimento de projetos pedagógicos, com temáticas interessantes e significativas sugeridas pelos próprios alunos, que se constituem em elementos corresponsáveis pelo trabalho e pelas escolhas, ao longo do desenvolvimento do projeto. Formar-se-á, assim, uma equipe, que será responsável pela divisão do trabalho, estabelecendo parcerias, desenvolvendo competências e trabalhos cooperativos. Diante dessa realidade todos são importantes, cada aluno pode oferecer suas contribuições e desenvolver competências de acordo com suas capacidades e possibilidades. O grande desafio é desenvolver uma pedagogia centrada no aluno capaz de propiciar o desenvolvimento de habilidades e competências de acordo com a capacidade motora, intelectual, enfim, uma pedagogia que atenda as diferenças individuais. Respeitar a origem, o conhecimento prévio, os interesses, enfim, a diversidade, incluindo os alunos com necessidades educacionais especiais, deve-se oferecer diferentes formas de apoio, desde uma ajuda mínima em classes comuns ou participação em serviços de apoio especializado na escola. A participação da família torna-se cada vez mais importante no cotidiano da escola, no acompanhamento de suas ações, no centro de construção da cidadania e nas contribuições coletivas, e tem como objetivo a integração entre escola e comunidade. Os resultado apontam ainda, que crianças incluídos no contexto escolar que apresentam dificuldades sejam elas ,sensoriais, físicas ou intelectuais terão maior suporte para superá-las, pois a parceria entre família e escola pode contribuir de forma significativa no processo de aprendizagem e de aquisição das habilidades dos alunos com deficiência. A forma como a família e a escola veem essa criança poderá causar benefícios ou maléficos à evolução da sua afetividade porque elas são os elementos mais importantes na evolução da criança como um todo. Suas oportunidades de participação e ação dependerão do olhar que o meio estabelecer para formar a opinião da criança sobre sua importância nas relações sociais. E sabe-se que é nesse processo de oportunidades de convivência com regras de conduta e de participação nos jogos sociais que o indivíduo aprende normas sociais, é apresentado às primeiras noções de bem e de mal, de certo e de errado, de justo e injusto, de direitos e deveres. Isso favorece a construção das estruturas mentais operatórias necessárias à conquista, pela criança, dos valores morais necessários para agir e interagir adequadamente com o meio, ao mesmo tempo em que ela compreende ser um elemento importante no mecanismo social: é um indivíduo que, em um momento, segue normas já estabelecidas, e, em outro, modifica as já existentes em um processo de adaptação aos novos tempos e necessidade. O desenvolvimento humano é uma construção de natureza social que ocorre no contato com o outro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o despreparo e as dificuldades enfrentadas pela família na qual existe um membro portador de necessidades especiais, entendemos ser de suma importância um acolhimento dos pais com o objetivo de contribuir para o processo de reestruturação familiar.
Sabemos que a orientação dos profissionais da reabilitação proporcionará a família que tem um filho especial experiências dentro das possibilidades, permitindo que essa criança desfrute de seus direitos e deveres, seja respeitada em suas limitações, mas valorizada por suas capacidades. Devemos ressaltar o papel do professor nesse contexto familiar como sendo de fundamental importância, pois esse será a ponte entre o aluno e família, transmitindo confiança, segurança, dando acolhimento e, por meio de um processo gradativo, conscientizando os pais a respeito, do valor e da importância da família para o desenvolvimento psicossocial dos filhos, e em particular do filho especial. Inclusão refere-se, antes de qualquer coisa, às condições de respeito à diversidade, tendo como principio fundamental o direito ao desenvolvimento das habilidades de todos os envolvidos de forma igualitária, independente das dificuldades. Por isso que acompanhamento da família nesse processo é de fundamental importância para que o aluno com deficiência se sinta confiante nos seus afazeres.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Windyz B. Educar na diversidade: práticas educacionais inclusivas na sala de aula regular. In: Ensaios Pedagógicos - Educação Inclusiva: direito à diversidade. Brasília: SEESP/MEC, 2006.
MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Deficiência, Educação Escolar e Necessidades Especiais: reflexões sobre inclusão socioeducacional, 2003. Disponível em: http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=79:deficiencia-educacao-escolar-e-necessidades-especiais-reflexoes-sobre-inclusao-socioeducacional&catid=6:educacao-inclusiva&Itemid.
PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: Perspectivas sociológicas. Lisboa: Nova Enciclopédia, 1993.
Saberes e práticas da inclusão. Secretaria de educação Especial Brasilis 2006.
[1] Atua na rede pública de ensino. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.