A leitura como proposta PEDAGÓGICA em sala de aula

A leitura é de suma importância para o desenvolvimento integral da criança, ou seja, no desenvolvimento cognitivo e social, no raciocínio - lógico em que se desperta a imaginação, a criatividade da mesma. Através do contato com os livros, a criança logo cedo começará ter o gosto pelos livros tornando futuramente um adulto crítico. Para que a criança se torne um bom leitor é necessário que os pais, professores venham incentivá-los nesse processo inicial desde a educação infantil. De acordo com Freire (1989, p. 9) “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra.” Com diz o autor a criança já vem de casa com uma leitura de mundo, desta forma o professor irá auxiliar neste processo inicial de aprendizagem, buscando aprimorar cada vez mais seus conhecimentos trazidos de casa, buscar a leitura, novos conhecimentos e incentivos para que o aluno venha gostar e ter o contato com os livros. A leitura tem como função principal a compreensão e critica do que foi lida, sendo assim a leitura está baseada em uma liberdade de ler, de se expressar. Como diz Silva (2002, p. 75) “Ler é um direito de todos e, ao mesmo tempo, um instrumento de combate á alienação e á ignorância”.

            Através do contato com os livros a criança, começa a ter o prazer pela a leitura, auxiliando até mesmo nas dificuldades enfrentada na escrita. Considerando a importância da leitura na formação escolar do aluno, podemos utilizar práticas pedagógicas diferenciadas que poderá proporcionar momentos bons para a criança e para o professor, pois ao se ensinar podemos aprender com os alunos. Podemos notar que há algumas dificuldades para envolver os alunos nas práticas de leitura, desta forma há uma necessidade de desenvolver metodologias que chame atenção dos alunos envolvendo-os em toda a atividade proposta pelo professor. Desta forma Cunha (1983, p. 17) diz que “sem dúvida, o desinteresse dos nossos alunos tem como uma das causas este nosso condicionamento, essa tranquilidade com que vamos, ano após ano, levando às crianças os mesmos livros, as mesmas histórias, supondo sempre atividades iguais, para alunos iguais”.

            As mesmas histórias, a mesma rotina se torna cansativa e desmotivadora para os alunos, sendo que se podem ter alternativas diferenciadas, que busque proporcionar momentos prazerosos e de bom aprendizado para os alunos.

             A prática da leitura é constituída no decorrer de nossas vidas, sendo que ninguém nasce sabendo a ler, através da leitura de mundo que a criança adquiriu em suas experiências de vida, ela consegui criar e recriar um mundo imaginário, despertando ainda mais o desejo de ler e aprender, pois ela consegue ver um mundo através das letras. Como diz Lajolo (2004, p.7):

 

Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Se ler livros geralmente se aprende nos bancos da escola, outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida: a leitura independe da aprendizagem formal e se perfaz na interação cotidiana com o mundo das coisas e dos outros.

 

            O trabalho com a leitura em sala de aula está voltado só para os livros didáticos na maioria das vezes, sendo assim, está pratica se torna exaustiva, pois as metodologias de alguns professores só se baseiam em uma só ferramenta de trabalho. Desta forma podemos observar que a metodologia diferenciada busca cativar o aluno, abrangendo varias possibilidades de gêneros textuais, buscando a compreensão do aluno envolvendo-o no decorrer das atividades. Como relata Freire (1987, p.11) “buscamos analisar os fatores envolvidos no processo de leitura, as diferentes formas de leitura abrangendo a diversidade textual e as estratégias de leitura no processo de compreensão do texto”.

            A leitura é compreendida em todo um contexto, seja no contexto escolar ou familiar, pois desta forma a leitura de mundo a qual a criança aprende está presente no seu cotidiano é através desta leitura que ela começa a compreender o que está ao seu redor. O processo da leitura na escola é complicado devido às métodos utilizados que podem ser bem cansativos no processo ensino-aprendizado.

Foucambert (1994, p. 43), "ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo. Significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita".

            Com a Leitura se tem a possibilidade de ampliar novos conhecimentos, vivenciar e compreender o mundo da imaginação e da criatividade, na qual é criada pelo aluno, pelo o meio em que ele vive. Na iniciação do processo da leitura requer uma atenção especial, começando com pequenos textos, optando também por trabalhos diferenciados como dramatizações a partir de um pequeno texto, histórias com fantoches, finalização da história, um pequeno teatro ou até mesmo um poema. Atividades que requer um bom planejamento por parte do professor, sendo que o mesmo precisa observar a dificuldade que cada aluno apresenta diante da leitura, buscando o aprimoramento.

            A objetividade de uma aula se baseia em um bom planejamento, na maneira do professor preparar suas aulas e perceber desta forma qual a finalidade desta aula. Silva (2002, p. 12):

 

Se não se estriba na muleta chamada livro didático, não sabe o que fazer em sala de aula. Se não repete sempre as mesmas ladainhas ou mazelas pedagógicas, as gramatiquices, as fichas padronizadas de leitura, as interpretações cristalizadas no tempo, os protocolos autoritários da leitura escolar, não sabe o que colocar no lugar.

 

            È possível compreender que o cotidiano da leitura está baseado na maioria das vezes em livros didáticos, fichas padronizadas baseado no “decoreba”, em que geralmente o aluno só decora fichas, desta forma faltando o significo do que realmente ele precisa aprender. A proposta pedagógica do professor é importante no aprendizado do aluno, pois cada aluno apresenta suas dificuldades durante as leituras ou em quaisquer atividades desenvolvidas em sala de aula. É necessário que o professor atente para essas dificuldades possibilitando novos conhecimentos para com os alunos.

            O professor não precisa determinar o que o aluno vai ler, mas sim proporcionar mecanismos que possam auxiliar durante seu processo de leitura através de diversas ferramentas pedagógicas como; jornais, revistas, gibis, livros entre outros respeitando cada nível que o aluno apresenta. Desta forma diferentes gêneros textuais são importantes para o aprendizado do aluno. Segundo Silva (2002, p.12):

 

Se não se estriba na muleta chamada livro didático, não sabe o que fazer em sala de aula. Se não repete sempre as mesmas ladainhas ou mazelas pedagógicas, as gramatiquices, as fichas padronizadas de leitura, as interpretações cristalizadas no tempo, os protocolos autoritários da leitura escolar, não sabe o que colocar no lugar.

 

            A prática de leitura em sala de aula pode auxiliar no desenvolvimento da leitura e da escrita, pois quando a criança desde pequena tem o contato com os livros no seu convívio familiar, ela adquire a sua leitura de mundo, sendo assim o professor vem como mediador desse processo de aprendizagem proporcionando momentos prazerosos ou não para o aluno. Esses momentos de leituras podem auxiliar no desenvolvimento da leitura e da escrita, o estimulo é muito importante para chamar a atenção e o interesse do aluno. A esse respeito Zilberman (2003, p.16) descreve que:

 

[...] a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança.

 

            Através do contato com os livros e as demais técnicas que se baseiam em proporcionar momentos de leitura irão desenvolver na criança suas habilidades de leitura, escrita, a socialização entre colegas e professores, participando de todas as atividades que a leitura pode proporcionara. Desta forma podemos ter diversas formas de se trabalhar à leitura, através do teatro com fantoches, histórias contadas, caixas que contam histórias, entre outras para que possa estimular a imaginação das crianças. A leitura é um processo continuo que requer a imaginação e a criatividade, sendo assim, fica mais fácil o envolvimento dos alunos na leitura, assim contribuindo para a imaginação dos mesmos. Segundo Lajolo (1993, p.70) levanta algumas sugestões de atividades:

 

Entre as atividades hoje mais frequentemente sugeridas para desenvolver o gosto (quase sempre chamado de hábito) pela leitura, encontram-se a transformação do texto narrativo em roteiro teatral e subseqüente encenação; a reprodução, em cartazes ou desenhos, do tema, da história ou de personagens do livro; a criação, a partir de sucata, de objetos ou colagens de alguma forma relacionados à história; as pesquisas que aprofundam algum tópico que o texto aborda; o prosseguimento da história, sua reescritura com alteração do ponto de vista; entrevista (real ou simulada) com autor ou personagens do livro; jogral ou coro falado quando se trata de poemas; e tantas outras [...]

 

            Algumas crianças apresentam dificuldades em relação ao contato com o livro, e também apresentam dificuldade para ler, desta forma nem sempre é um prazer à leitura, isso depende da metodologia utilizada pelo professor, desta forma pode-se perceber que o professor quanto à escola tem que oferecer suportes favoráveis para a prática da leitura na sala de aula.

            O espaço e a organização da sala de aula requer um ambiente que favoreça desenvolvimento das atividades, bem como a proposta de ensino esteja voltado para atender as necessidades de aprendizagem da criança. Um espaço confortável e bem chamativo instiga a criatividade da criança. Segundo Silva (p.01) “[...] a organização do espaço da sala de aula reflete no nosso modo de pensar a educação infantil, tanto quanto nas atividades que propomos as nossas crianças”.

            O incentivo da leitura é essencial desde criança, pois desta forma a criança vai pegando o gosto e o hábito pela leitura, sendo que mesmo que ela não saiba a ler ela começa a ter o contato inicial com os livros, com as imagens, ouvindo os adultos a ler, vivenciando as histórias. A forma de como é feita está prática de leitura, o contato com os livros se torna muito agradável. Segundo Paulo apud revista a Criança (p. 180): “As crianças colocadas em condições favoráveis de leitura adoram ler. Leitura é um desafio para menores, vencer o código escrito é uma tarefa gigantesca”.

            Às vezes a criança é reprimida ao pegar em livros, ou seja, por medo de estragar, professores acabam não incentivando o contato com os livros, deixando em lindas prateleiras guardadas. Desta forma se torna mais difícil à criança se interessar em ter em contato com os livros, dificultando até mesmo seu processo de aprendizagem. De acordo com a Revista Criança (2005, p. 20):

 

O medo de a criança rabiscar e rasgar os livros faz os professores criarem dificuldades de acesso ao material. Essas restrições acabam mostrando o contrário do que deveria ser: que a leitura é difícil, chata, porque não pode tocar no livro.

 

            A escola tem como incentivo às práticas diferenciadas que busca atender as necessidades dos alunos, proporcionando meios que incentive a aprendizagem do aluno. A família também é um fator importante nesse processo, pois em casa a família pode auxiliar seu filho contribuindo para o trabalho do professor. Esse processo educacional se baseia em uma continuidade de atividades importante para o aluno, bem como a leitura e a escrita, dentre outros fatores como, a socialização entre as crianças e professores, atividades diversificadas, os recursos pedagógicos disponibilizados pela a escola, a organização e estrutura da sala de aula é muito importante para a prática da leitura e a participação dos alunos. Segundo Ferreiro (1996, p.24): “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem duvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças”.

            O professor é o mediador que auxilia o aluno em todos os momentos, seja nos exercícios de escrita, na leitura e em todas as fases da aprendizagem do aluno. Alguns professores não se interessam em buscar mecanismos para o auxilio a leitura, desta forma deixando a desejar na questão literária, que pode proporcionar para o aluno diante do seu aprendizado.

Nesse sentido Lajolo (1993, p. 22) discute a inclusão da literatura como disciplina no currículo de formação de professores:

 

No entanto, embora sua inclusão como disciplina no currículo que forma professores de primeiro grau e no de Letras que forma os professores desses professores, não vá, por si só, produzir efeitos miraculosos, é importante: no dia - a - dia do currículo, iniciará o professor no estudo específico de um ramo da produção cultural que freqüenta assiduamente suas classes.

 

Considerando a importância da leitura no processo de aprendizagem do aluno, e seu desenvolvimento diante da leitura, em que a etapa escolar se torna cada vez mais exigente no contexto educacional. Sabemos que a escola objetiva proporcionar os saberes pedagógicos, em que veem auxiliar o aluno no processo ensino-aprendizagem, bem como a escrita, a leitura e as demais habilidades que aluno possa a ter. O educador tem um papel importante para a motivação dos alunos na leitura, incentivando-os as discussões, as reflexões, as tomadas de decisões, ao seu próprio posicionamento diante de situações, desta forma exteriorizarem pensamentos, tanto de forma escrita ou de forma oral.

 O professor pode proporcionar suas metodologias baseados em relações entre a prática e a teoria, desta forma essa relação se mostrara mais consistente. De acordo Forest (1996):

 

O educador não pode trabalhar somente com intelectual da criança, não são máquinas sem sentimentos. Em todo momento deve sentir e proporcionar ás crianças momentos que lhes façam crescer, refletir e tomar decisões direcionadas ao aprendizado com coerência e justiça, o que não é tarefa fácil. 

 

            O aluno tem a necessidade de ser estimulado em todas suas atividades, durante seu aprendizado para que ele se interesse ainda mais em aprender, em participar das atividades proposta pelo professor, às práticas de ensino ela estimula e auxilia a criança em todas as áreas de capacidades: cognitiva, afetiva, física, estética, ética, inserção social. Desta forma, a formação social da criança está baseada em todo o processo de ensino, contribuindo desta forma durante e após sua vida escolar, ou seja, o que a criança aprende na escola, servira para as exigências futuras da sociedade.

 

CONCLUSÃO:

A leitura é uma ferramenta, importante da aprendizagem da criança, dessa forma é fundamental atentar para esse desafio nas escolas, pois sabemos que nos anos iniciais a maneira que é tratada a leitura em sala poderá causar transtornos futuros. A importância que se tem da leitura é explicitamente a compressão critica da alfabetização, desta forma entendemos que a alfabetização se baseia em um fator importante que é a compreensão das palavras, a escrita, a linguagem, a relação que está entre a leitura de mundo e a leitura das palavras.

A necessidade que se tem, é de buscar a conscientização dos professores, sobre as condições que se trabalha a leitura, a importância que se tem a leitura no processo ensino aprendizagem. A maneira com que o professor passa a importância do ato de ler depende da proposta do mesmo.

Com base nos estudos feitos foi possível ver que o professor tem sim como desenvolver praticas diferenciadas de leitura, que possibilite o envolvimento do aluno durante as atividades. Sendo assim foi possível observar que do ponto de vista de alguns autores que contribuíram para nossa pesquisa auxiliando em nova perspectiva e anseios para com o trabalho com a leitura, sabemos que ainda há muitos desafios nos trabalho dos professores, mas com esforços, poderá alcançar os objetivos do professor e aluno, uma questão que é bastante pertinente é o fato de garantir e cultivar a motivação dos pequenos pela leitura.

 

REFERÊNCIAS

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. São Paulo: Editora: Àtica, 2004.

 

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 35. ed. São Paulo: Cortez, 1987.

 

FEREIRO, Emilio.  A Alfabetização em Processo.  São Paulo: Cortez, 1996.

 

FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

 

SILVA, Ezequiel Theodoro da. A produção da leitura na escola: Pesquisas x Propostas. 2. ed. São Paulo: Editora Àtica, 2002.

 

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. Ed. São Paulo: Global, 2003.

 

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

CRIANÇA, Revista. O professor de Educação Infantil: o prazer da leitura se ensina. Ministério da Educação, 2005.

 

FOREST, Nilza aparecida. Cuidar e Educar: perspectivas para a prática pedagógica na educação infantil. Instituto catarinense de pós- graduação.

 

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