A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA
Patrícia Santos Luz .[1]
RESUMO
Neste artigo, refletiremos sobre as novas tecnologias na educação e o papel da escola em relação a essa nova prática educativa. Vivemos em uma sociedade, onde a busca por melhorias em todos os ângulos é incansável, ou seja, essa busca não para. O uso da tecnologia dentro do âmbito escolar é muito importante para a construção do pensamento crítico, social e humano. A tecnologia é uma ferramenta pedagógica que dá subsídio e suporte a educadores, que buscam novos métodos didáticos para ensinar.
Palavras-chave: Novas tecnologias, educação, escola, alunos, formação de professores.
ABSTRACT
In this article, we will reflect on new technologies in education and the role of the school in relation to this new educational practice. We live in a society where the search for improvements at all angles is relentless, that is, this search does not stop. The use of technology within the school environment is very important to build the critical social and human thought. The technology is a pedagogical tool that gives subsidy and support for educators seeking new teaching methods to teach.
Keywords: New technologies, education, school, students, teacher training.
Introdução
O presente artigo faz uma reflexão sobre as novas tecnologias na educação, seus impactos na sociedade, na escola e nas atividades de professores e alunos que serão usuários destas novas ferramentas. Assim, são questionados o papel da escola neste novo contexto, bem como as dificuldades que a mesma esta enfrentando. Para superar tais desafios, é necessário um conjunto de algumas mudanças dos modelos antigos existentes na escola, tanto de ordem interna quanto externa, que impedem a efetivação dessa nova prática no processo educativo .Cabe lembrar que somente a formação do professor não resolve todas as complexidades da utilização das novas tecnologias. É necessária a existência de políticas públicas para garantir à escola a apropriação destas novas ferramentas para que professores, alunos, gestores e comunidade possam utilizá-las na perspectiva da relevância social a que as tecnologias se propõem.
Ciência, tecnologia e educação
Segundo Brito (2008): o ser humano, ao longo de seu desenvolvimento, produz conhecimento e sistematiza-o, modificando-se e alterando aquilo que é necessário à sua sobrevivência. O ser humano, ou seja, o seu conhecimento nas suas diferentes formas – senso comum, científico, filosófico etc. – está entrelaçado numa rede de concepções de mundo e vida. Ainda segundo Brito (2008), O homem usa o conhecimento do senso comum e a ciência para compreender o mundo, para viver melhor, para sobreviver. [...] insatisfeito com os argumentos que o senso comum cria para explicar os fenômenos da natureza [...] ele estrutura a ciência num saber metódico e rigoroso [...] sistematicamente organizado e suscetível de ser transmitido por meio de um processo pedagógico. O desenvolvimento da ciência associou-se ao desenvolvimento tecnológico. [...] afinal a tecnologia é a aplicação do conhecimento científico para obter um resultado prático.
A ciência, a tecnologia, e a educação sempre andaram juntas. A ciência sendo um conjunto de resultados obtidos a partir de pesquisas, experimentos, não pode deixar que exista uma dicotomia entre tecnologia e
educação. A tecnologia, por exemplo, é um conjunto de conhecimentos e princípios que dá suplemento a Ciência na busca de resultados. Sabendo da importância destas, não podemos deixar de lado a educação, que por sua vez tem uma parcela significativa no processo de construção do conhecimento. Segundo Nérici (1973), a educação não podia fugir, também, deste envolvimento, apesar de ter sido o último reduto do comportamento humano. A educação é a peça chave desta interação entre ciência e tecnologia. Sua participação dentro deste quadro de pesquisa,
pode transformar uma sociedade capacitando-a, no que diz respeito a compreensão dos valores morais e éticos de cada povo.
O educador frente a esta nova tecnologia
Hoje em dia com as transformações ocorridas no planeta acerca do processo tecnológico, o professor se vê em uma situação de extrema mudança. Todo seu conhecimento deve ser atualizado, pois o mercado exige dele uma capacidade de inovar cada dia mais no processo de metodologia educacional, ou seja, suas formas de ensinar.
Como educamos a criança de hoje, nascida em um mundo de informações imediatas. Com uma miríade de recursos disponíveis pelo simples pressionamento de um botão? Para os alunos reunirem e modificarem ideias, acessarem informações, as ferramentas tradicionais da sala de aula como lápis, cadernos e livros ainda são exigidas, mas são inadequadas.
Os computadores, o vídeo, e as outras tecnologias engajam os alunos pela proximidade com que são usados no dia-dia deles.
A chave não é qual tecnologia está disponível na sala de aula, e sim como ela utiliza. O uso de ferramentas tecnológicas dentro da sala de aula deve ser minucioso. A má utilização desta, pelo professor, pode causar um mal sentido no que se refere ao verdadeiro valor que este instrumento pedagógico pode transmitir.
Cada vez que utilizamos estas ferramentas em sala de aula, é importante que tenhamos uma compreensão de que estes novos métodos podem contribuir e muito na construção do raciocínio do aluno e na sua capacidade de compreender os processos tecnológicos juntamente com os professores. Os educadores por sua vez devem agir como mediadores e colaboradores no processo de construção do saber de cada educando. Segundo Lipmam (1995), uma coisa é afirmar que um pensamento de qualidade é necessário nas escolas; outra é fornecer um currículo e pedagogia capazes de trazer à tona este resultado. Inúmeros estudos foram produzidos procurando demonstrar como os alunos pensam como os professores ensinam, [...] como cientistas preparam e conduzem suas experiências; mas pouco destes estudos em relação àquilo que é feito forneceram um quadro claro de como professores ensinam a fim de que consigam com que as crianças pensem melhor – isto é, da maneira como deveriam.
Muitos educadores temem e com justa razão, que o equipamento, representado pelos recursos mecânicos e eletrônicos, utilizados no ensino, passe a ser considerados como fim em si, estruturando-se o ensino em volta e submisso aos mesmos. Assim, a predominância deveria ser o processo, da maneira de atuar, em que recursos mecânicos e eletrônicos passariam a ser usados como meios conjugados e planificados dentro de um plano de ação didática, com o fim de facilitar a aprendizagem (NÉRICI, 1973, p. 11). Desde pequena a criança aprende a raciocinar mesmo que ela não saiba o que está fazendo. Esta capacidade de raciocínio faz parte do desenvolvimento humano, pois já nascemos com esta tendência mesmo sem saber o que queremos. O papel do professor é o de instigar, direcionar, guiar e mediar os seus alunos a ter esta desenvoltura intelectual, esta capacidade de criar. O conhecimento origina-se da experiência.
Uma maneira de ampliá-lo sem, no entanto, recorrer a experiências adicionais, é através do raciocínio. Considerando aquilo que conhecemos, o raciocínio nos permite descobrir coisas adicionais afins.
A partir de um argumento solidamente formulado, onde iniciamos com premissas verdadeiras, descobrimos uma conclusão igualmente verdadeira que é “inferida” em consequência destas premissas.
Nosso conhecimento baseia-se na experiência do mundo; é por meio do raciocínio que ampliamos este conhecimento, preservando- o. (LIPMAM, 1995, p. 66). Segundo Nérici (1973), máquina de ensinar “é qualquer recurso mecânico ou eletrônico utilizado para fins de ensino e treinamento, desde os “brinquedos educativos” até a televisão ou o computador.” Segundo o mesmo autor, os aparelhos de ensino podem ser classificados em:
A-. Aparelhos de estímulos – aqueles que estimulam o educando, capazes de transmitir uma mensagem, como projetos, rádio, TV, satélites artificiais, etc.
B. Aparelhos de respostas – aqueles destinados mais a transmitir respostas, como gravadores, máquina digital, calculadora, etc.
C . Aparelhos de estímulo - resposta – aqueles que fornecem a informação e, ao mesmo tempo, interrogam, a fim de controlarem a aprendizagem, como os simuladores, tabletes, computadores, etc.
É importante que o educador perceba que todos os tipos de instrumento, material pedagógico, tecnológico, têm fundamento e permite a desenvoltura dos alunos na ação sobre os mesmos.
Conclusão
A intenção neste trabalho não foi pontuar especificamente esta ou aquela tecnologia, mas refletir sobre a utilização da mesma na escola e seus impactos, também, para o professor e aluno que fazem parte deste complexo espaço de produção.
É importante lembrar que uma formação sólida de professor, por si só, não resolve todos os questionamentos aqui suscitados, mas também chamar a atenção para que não nos deixemos levar pelo deslumbramento da tecnologia, e sim nos preocupemos com a relevância social da apropriação das novas tecnologias por todos: alunos professores, técnicos, gestores e a classe popular, sem perder de vista a importância do papel do professor, o qual avalia a produção do conhecimento, acompanha e valida a utilização das novas tecnologias para fins educativos, por meio do processo constante de investigação científica.
REFERÊNCIAS
NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Educação e Tecnologia. Rio de Janeiro; Fundo de Cultura, 1973. p. 9.
LIPMAM, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis, RJ; Vozes, 1995. p. 46.
[1] Pedagoga e pós-graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional, mestranda em Educação pela FIG. Atua como professora na Rede Municipal de Educação.