A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Rosângela Gomes Moreira[1]
RESUMO
O presente artigo vem ressaltar a importância da leitura na educação infantil. Somos sabedores de que os livros nos possibilitam inúmeras formas de aprendizagens. Abrem portas para a imaginação, desse modo o professor de educação infantil tem um papel fundamental no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, pois é através da leitura que conhecemos novos lugares, novas formas de vida, viajamos sem necessariamente sair do lugar, a leitura nos proporciona a curiosidade, desperta a imaginação. O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica embasada nos trabalhos de autores como Áries (1978), Bamberger (2000), Dias (2009). Enfim, é através da prática constante da leitura, que conseguiremos formar pequenos leitores. Leitores estes, que farão toda a diferença na sociedade do futuro.
Palavras-chave: Formação de leitores. Práticas de leitura. Aprendizagem.
ABSTRACT
This article is to emphasize the importance of reading in early childhood education. We are mindful that the books enable us to numerous forms of learning. Open doors to the imagination, thereby professor of early childhood education has a key role in the development of children's learning, it is by reading to know new places, new life, travel without necessarily leave the place, reading gives us curiosity, awakens the imagination. This study is a literature review based on the work of authors such as Aries (1978), Bamberger (2000), Dias (2009). Finally, it is through constant reading practice that we can form small players. Readers them, that will make all the difference in the future society.
Keywords: readers Training. reading practices. Learning.
Introdução
Estamos vivendo um período de grande evolução da tecnologia, através dela temos acesso instantâneo à informação, ao conhecimento e na maioria das vezes nos vemos “escravos” dessa modernidade, pois esta cada vez mais presente no dia a dia de todos nós. Por conta disso, os brinquedos e as brincadeiras infantis estão perdendo espaço para os celulares, tablets, smartfhones e etc. Os livros de histórias infantis estão sendo substituídos, e muitas vezes até esquecidos Dessa forma o educador, principalmente da educação infantil e séries iniciais, se vê desafiado, pois é preciso resgatar a verdadeira essência da infância, proporcionar ambientes que sejam interessantes para a criança, despertar a curiosidade, a imaginação e contribuir de forma que o gosto pela leitura seja resgatado, fazer com que as histórias infantis façam parte do cotidiano dos nossos pequenos.
De acordo com Oliveira e Queiroz (2009, p.2):
(...) entendemos que o ensino de leitura deve ir além do ato monótono que é aplicado em muitas escolas, de forma mecânica e muitas vezes descontextualizado, mas um processo que deve contribuir para a formação de pessoas críticas e conscientes, capazes de interpretar a realidade, bem como participar ativamente da sociedade.
Acreditamos que a leitura como prática educativa, abrirá muitas portas para essa nova geração. É através dela que conseguiremos formar cidadãos críticos, reflexivos e ativos em uma sociedade onde a cultura da leitura esta sendo esquecida. É necessário resgatarmos o gosto pela leitura, o interesse pelo livro.
As crianças têm o direito de serem crianças, de terem acesso a um mundo cheio de fantasias, de imaginação, e até mesmo para saberem aproveitar de forma inteligente as várias tecnologias que lhes são apresentadas. O livro e a leitura, ainda são nossa maior fonte de conhecimento.
Desenvolvimento
Nos dias atuais, e na sociedade em que vivemos, a concepção que fazemos da infância diferencia-se muito da concepção de infância do século XII, ou seja, nesta época, desconhecia-se a infância.
Segundo Philippe Áries (1978, p.50):
[...] a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo.
Hoje dispensamos uma atenção especial para as crianças, nos preocupamos com sua formação com seu desenvolvimento, investimos na educação dos pequenos, cuidamos da infância de forma que ela seja muito bem aproveitada. Damos a importância devida, para que elas possam se tornar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, e é través da leitura que conseguiremos formar, tais cidadãos.
A escola não é a única responsável pela formação de leitores, cabe também à família essa responsabilidade, mas sabemos, que a maioria das crianças, até mesmo por motivos econômicos, ou simplesmente por falta de incentivo da família, não têm acesso a livros fora do espaço escolar. Diante dessas circunstâncias a escola passa a ser o único lugar onde a criança pode ter acesso a esse material tão importante para a formação de todos nós.
O autor Richard Bamberger (1975, p. 9): afirma que:
Todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, todos os professores, pais e pedagogos precisam estar seriamente convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural, se quiserem contribuir para melhorar a situação. Essa mesma convicção deve ser então transmitida aos que estão aprendendo a ler de modo apropriado á fase do seu desenvolvimento.
Diante dessa afirmação não há dúvidas de que como professores, nós temos uma grande parcela de responsabilidade no que diz respeito á formação de verdadeiros leitores.
Não é uma tarefa fácil, mas sabemos que com um pouco mais de boa vontade e criatividade, conseguiremos formar esses grandes leitores.
Podemos por exemplo, começar essa transformação com os pequenos, até mesmo na educação infantil, apresentando os livros às crianças cada vez mais cedo, despertando nas mesmas, o gosto pela leitura, através de uma história contada, uma vez que ainda não se apoderaram da leitura e da escrita, essas crianças trazem consigo, a sua forma de ler e interpretar, cabe ao professor mediar esse aprendizado, através de leituras dinâmicas, prazerosas, cheia de surpresas.
As autoras Orozina Cândida de Freitas e Tatiane Lebre Dias (2009, p. 96,´97) afirmam que:
O ser humano aprende a se desenvolver sempre, ao longo de toda sua vida, pelo seu modo de ser, fazer, conhecer, de acordo com o lugar em que vive, os hábitos, os valores, os costumes, as formas de linguagem e cultura que partilha na interação social [...], aprende-se pelo fazer, pelas ações ocupacionais do sujeito, pelas suas capacidades, competências e habilidades produtivas.
Cabe ao professor tornar os momentos de leitura interessantes e prazerosos, através da forma com que se conta uma determinada história, a entonação de voz, os personagens do quais ele se veste, enfim, é necessário ser ator, atriz, no momento em que se conta uma história. Tudo isso desperta na criança a curiosidade, a imaginação, e o interesse pela leitura.
Ainda de acordo com Richard Bamberger (1975, p. 9):
Os livros, portanto, não têm importância menor hoje, do que tiveram no passado, mas ao contrário. São o que têm sido há séculos: portadores do conhecimento de uma geração para outra ( e dificilmente poderão ser ultrapassados por qualquer outro meio de transmissão das descobertas intelectuais), pedras angulares da vida intelectual e emocional. Para os jovens leitores os bons livros correspondem às suas necessidades internas de modelos e ideais, de amor, segurança e convicção. Ajudam a dominar os problemas éticos, morais e sociopolíticos da vida.
De alguma forma, quem lê, quem realmente sabe ler, olha o mundo de uma forma muito mais crítica, sabe se colocar, se posicionar diante das várias situações as quais somos expostos diariamente. Acreditamos que formar leitores é formar uma sociedade mais participativa e sabedora de seus deveres e direitos, leitura é informação, mas acima de tudo, é a construção do ser no mundo.
Formas de despertar nas crianças o gosto pela leitura:
No primeiro momento o que chama a atenção das crianças diante de um livro, são suas gravuras, as cores, o formato em que se apresenta e o material de que é constituído, é necessário que o professor esteja atento a esses detalhes ao escolher um livro com uma história para contar as crianças, principalmente, da educação infantil.
Richard Bamberger (1975, p. 50) ressalta que:
A criança entra em contato com a linguagem das gravuras antes da linguagem das letras. Uma vez que ela já aprendeu a entender o significado das figuras, é necessário que o material de leitura inicial as contenha em grande número. As ilustrações exercem uma atração redobrada sobre os principiantes, elas ornamentam o texto, estimulando o interesse [...] as gravuras ajudam a tornar o texto compreensível.
Dessa forma as crianças se interessam verdadeiramente pela história que estão por ouvir, através do material que lhes é apresentado, e para que esse interesse continue, o professor exerce um papel fundamental, pois a forma como ele contará essa história, fará com que ela se torne ainda mais prazerosa.
Com essas práticas frequentes desse tipo de leitura, a criança, ao ter contato com um livro, com certeza, se sentirá instigada a ler o que está apresentado ali, mesmo que ainda não saiba codificar as letras, ela já sabe ler a figuras, a curiosidade ficará cada vez mais apurada, e consequentemente, torna-se um pequeno leitor, que com o tempo, e sua prática de leitura, se tornará um grande leitor, curioso, não só pelas gravuras que ele traz, mas também pelo que nele está escrito.
Ainda de acordo com Richard Bamberger (1975, p. 74):
Os professores que ministram aos alunos „‟pequenas doses‟‟ da importância da leitura todos os dias – em seu encontro com a literatura, como apoio ao trabalho escolar e aos interesses pessoais dos alunos em todos os assuntos escolares - , os professores que procuram dar eficácia a essas “pequenas doses de hábito” nas atividades diárias das horas de lazer e como tarefa de casa, os professores que assim procedem sistematicamente durante toda a carreira escolar da criança, sem forçar, mas com naturalidade, terão acostumado, de tal maneira, a maioria dos alunos a trabalhar com livros que eles não desistirão mais tarde.
Ressaltamos então, que este é um trabalho que para ter sucesso, precisa ser iniciado na educação infantil e ter prosseguimento nas séries seguintes, de maneira muito natural, como disse o autor.
Conclusão
A leitura tem, sem sombra de dúvidas, o poder de transformar as pessoas, de torna-las seres pensantes. Precisamos começar essa transformação pelas crianças, tornando a leitura um hábito, algo sempre presente em seu cotidiano. Dessa maneira o gosto pela leitura se fará de forma muito natural. Assim teremos num futuro bem próximo, cidadãos realmente comprometidos com a sua responsabilidade no mundo e na sociedade em que está inserido.
Somente através da educação é que teremos cidadãos capacitados para viverem decentemente em uma sociedade tão complexa. Pois sabemos que todos nós temos a capacidade de aprender, desde que o lugar em que vivemos nos ofereça as oportunidades adequadas para tal aprendizado, ou seja, se queremos formar grandes leitores, temos que oferecer-lhes oportunidades, para que realmente sejam.
REFERÊNCIAS
ÁRIES, Phippe. História social da educação e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1978. p. 50.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Àtica, 2000. p. 9-74.
DIAS, Tatiane Lebre. FREITAS, Orozina Cândida de. Desenvolvimento humano e aprendizagem: por uma compreensão “desses percursos” na cultura e na ação educativa. In:
GRANDO, Saléte Beleni (org.). Corpo, educação e cultura: Práticas sociais e Maneiras de Ser. Ijuí : Unijuí, 2009. p. 96-97.
OLIVEIRA, Cláudio Henrique. QUEIROZ, Cristina Maria de. Leitura em sala de aula: a formação de leitores proficientes. RN, 2009. Disponível em: http://www.webartigos.com. Acesso em 10 de Abril de 2016.
[1] Licenciatura em Pedagogia. Pós-graduada em Docência na Educação Infantil e Anos Iniciais. Atua como professora.